Una aproximación a los studia epigraphica de Conrad Peutinger: el testimonio de las inscripciones hispanas, «Euphrosyne», 42 (2014), 119-134

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CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS FA C U L D A D E D E L E T R A S D E L I S B O A

EVPHROSYNE

REVISTA DE FILOLOGIA CLÁSSICA NOVA SÉRIE – VOLUME XLII

MMXIV

EVPHROSYNE

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Centro de Estudos Clássicos – Faculdade de Letras

R EV I STA D E F I L O L O G IA C L Á S SIC A C E N T R O D E E ST U D O S C L Á S SIC O S FAC U L DA D E D E L E T R A S D E L I SB OA PT – 1600-214 LISBOA PORTUGAL e-mail: [email protected] sítio electrónico: http://www.letras.ulisboa.pt/cec/

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Tiragem 500 exemplares Depósito legal 178089/02 ISSN 0870-0133 PUBLICAÇÃO ANUAL SUJEITA A ARBITRAGEM CIENTÍFICA Referenciada em L’ Année Philologique | Medioevo Latino | CSA Linguistics And Language Behavior Abstracts | Bibliographie Internationale de L’ Humanisme et de la Remanissance | Dialnet ERIH | Latindex | SCOPUS | EBSCO

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ORIENTAÇÕES PARA PREPARAÇÃO DE ORIGINAIS 1. Euphrosyne — Revista de Filologia Clássica, órgão do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa, está aberta à colaboração da comunidade científica na área da filologia clássica, entendendo esta em sentido largo da diacronia da tradição, das áreas científicas específicas e respectivas disciplinas. 2. Os artigos poderão ser enviados por correio electrónico para [email protected] ou para a morada do Centro de Estudos Clássicos. 3. Os originais enviados para publicação devem ser inéditos e não estar submetidos a outra entidade editorial; serão remetidos à Direcção de Euphrosyne em forma definitiva e apresentados segundo as normas da revista. Os originais não serão devolvidos, assumindo-se que os autores conservam cópia dos mesmos. Os trabalhos considerados a publicação são sujeitos a arbitragem científica. 4. Serão aceites até 31 de Dezembro trabalhos para publicação no volume do ano seguinte; será dada informação sobre a aceitação da publicação até 30 de Abril do ano da publicação do volume. 5. O original será sempre apresentado electronicamente e em forma dupla: em documento de texto (Word/.doc(x) -pref.) e em PDF. 6. O artigo será encabeçado por: a) título (breve e explícito); b) nome e apelidos do autor; c) instituição académica ou científica a que está adstrito; d) endereço electrónico; e) resumo (não superior a 10 linhas) em língua inglesa; f) indicação de três palavras-chave em língua inglesa. 7. A extensão recomendada para os artigos é de 10 páginas, não devendo ultrapassar 20 páginas de A4, a corpo 12 e duplo espaço. 8. Sistema de notas: fim de artigo (endnotes); numeração automática seguida. Na publicação, as notas de artigo sairão em fundo de página (footnotes). 9. Sistema de referências: a) Não é permitida remissão para páginas do interior do artigo. b) Referências (em nota): Monografias: J. de Romilly, La crainte et l’angoisse dans le théâtre d’Eschyle, Paris, 1959, pp. 120-130 (casa editora mencionada apenas para edições antigas). Ou em 2.ª ref.: J. de Romilly, op. cit., p. 78. Revistas: R. S. Caldwell, “The Misogyny of Eteocles”, Arethusa, 6, 1973, 193-231 (vol., ano, pp.). Ou em 2.ª ref.: R. S. Caldwell, loc. cit. Obras colectivas: G. Cavallo, “La circolazione dei testi greci nell’Europa dell’Alto Medioevo” in J. Hamesse (ed.), Rencontres de cultures dans la Philosophie Médiévale - Traductions et traducteurs de l'Antiquité tardive au XIVe siècle, Louvain-la-Neuve, 1990, pp. 47-64. c) Abreviaturas: Seguir-se-ão as abreviaturas convencionadas por ThLL, para autores latinos; LiddelScott-Jones, para autores gregos; Année Philologique, para títulos de revistas; para as abreviaturas mais comuns: p. / pp.; ed. / edd.; cf.; s.u.; supra; op. cit.; loc. cit.; uid.; a.C./d.C. (em redondo). d) Citações: Devem ser colocadas entre comas “...” (não as de textos gregos); os itálicos serão utilizados apenas para sublinhar palavras ou pequenas frases; as citações em latim ou em grego serão breves. 10. Eventuais figuras ou imagens serão de qualidade gráfica (de preferência no formato TIF, com a resolução mínima de 200 p.p.), fornecidas em suporte electrónico (como os originais) e com a indicação precisa da referência no texto e na ordem assim como do título (devem ser acautelados os direitos de reprodução por parte do autor do artigo). 11. Aos autores não será fornecido mais do que um jogo de provas; estas deverão ser devolvidas num prazo máximo de 7 dias. Em princípio, não serão permitidas alterações ao original. 12. Aos autores será fornecido um exemplar do volume e a versão electrónica do respectivo artigo.

Una aproximación a los studia epigraphica de Conrad Peutinger: el testimonio de las inscripciones hispanas!1 Gerard González Germain

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Conrad Peutinger (Augsburg, 1465-1547) es sin duda una de las personalidades más sobresalientes del Renacimiento alemán2. Entre las muchas facetas por las que destacó, nos centraremos aquí únicamente en su aportación al humanismo de carácter anticuario y, en particular, a los llamados studia epigraphica. Dentro de la historia de la epigrafía clásica, Peutinger es recordado como el autor de una de las primeras síloges impresas, en 1505, en la que reunió inscripciones procedentes de Augsburg y sus alrededores3. Este interés por la epigrafía de su ciudad natal le llevó a continuar la búsqueda de nuevos epígrafes, así como a coleccionar personalmente algunos de ellos4, de lo que dejó constancia en una nueva edición * Recebido em 18-12-2013; aceite para publicação em 30-04-2014. 1 Este trabajo se inscribe en el Proyecto FFI2012-39395-C02-02, financiado por el Ministerio de Ciencia e Innovación, y ha sido realizado durante una estancia en la Kommission für Alte Geschichte und Epigraphik (Múnich) y otra en el Warburg Institute (Londres), esta última gracias a una beca postdoctoral propia (Brian Hewson Crawford Fellowship). Para las dos bibliotecas más citadas usamos las siguientes abreviaturas: BSB: Bayerische Staatsbibliothek München; SuStB: Staats- und Stadtbibliothek Augsburg. 2 Señalamos únicamente la bibliografía más destacada y centrada en su vertiente anticuaria; véanse igualmente el resto de contribuciones citadas a lo largo del artículo: E. König, Peutingerstudien, Freiburg im Breisgau, 1914; R. Busch, Studien zu deutschen Antikensammlungen des 16. Jahrhunderts, Drangstedt, 1973, pp. 11-16; M. Ott, Die Entdeckung des Altertums. Der Umgang mit der römischen Vergangenheit Süddeutschlands im 16. Jahrhundert, Kallmünz, 2002, pp. 92-93, 100104, 165-170 y passim; U. Goerlitz, “... sine aliquo verborum splendore... Zur Genese frühneuzeitlicher Mittelalter-Rezeption im Kontext humanistischer Antike-Transformation: Konrad Peutinger und Kaiser Maximilian I”, en J. Helmrath, A. Schirrmeister, S. Schlelein (eds.), Historiographie des Humanismus: literarische Verfahren, soziale Praxis, geschichtliche Räume, Berlin, 2013, pp. 85-110. 3 C. Peutinger, Romanae vetustatis fragmenta in Augusta Vindelicorum et eius diocesi, [Augsburg], 1505. 4 En la edición de 1505 solo encontramos dos epígrafes con la indicación “servatur apud me” (CIL III 5793 y 5796). El número de epígrafes que se localizan en su casa en la edición de 1520 (con la indicación “in aedibus Chuonradi Peutinger”) aumenta hasta siete (C. Peutinger, Inscriptiones vetustae Roman. et earum fragmenta in Augusta Vindelicorum et eius dioecesi, [Mayence], 1520); además de los dos ya señalados, se trata de CIL III 5797, 5811, 5813, 5834 y 5842. EVPHROSYNE, 42, 2014

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publicada en 1520. Esta doble vertiente de divulgador y coleccionista de inscripciones es sin duda el aspecto más llamativo de sus intereses epigráficos y el que ha centrado hasta ahora la atención de la crítica5. Pero el interés de Peutinger por las inscripciones latinas no se limitó a las procedentes de Augsburg ni al campo de la edición. Así, en su nutrida biblioteca se han conservado hasta cuatro manuscritos exclusivamente epigráficos6, en su mayoría apógrafos y producto de la recepción continuada de materiales de distinta procedencia. Además, inscripciones latinas se encuentran también presentes en su correspondencia, así como en sus tratados concernientes a la Antigüedad como documentos historiográficos. En todos estos casos, los epígrafes ya no presentan ninguna limitación geográfica, por lo que hallamos textos procedentes del conjunto de territorios del antiguo Imperio Romano. A continuación ofrecemos un análisis comparativo del material epigráfico hispánico contenido en los manuscritos que formaron la biblioteca de Peutinger, una cuestión por la que solo se interesó E. Hübner en vistas de la redacción del CIL II y para la que no existe todavía hoy ningún estudio. La concreción geográfica nos ha permitido, además, trazar con más claridad la relación existente entre los diferentes conjuntos de inscripciones, algo que en el caso de nuestro humanista es especialmente arduo debido al número relativamente elevado de fuentes epigráficas que conoció. Nuestro estudio persigue un doble objetivo: por un lado, revisar, ordenar y fechar los diversos conjuntos de epigrafía hispana que Peutinger utilizó, y, por otro lado, poner de relieve los intereses y el método de trabajo del alemán con relación a un material que solo pudo conocer por vía indirecta, lo que implica que no pudieron entrar en juego sus dos facetas más estudiadas hasta ahora: la de editor de textos epigráficos y la de coleccionista anticuario. 1. Material hispánico de procedencia conocida Los conjuntos de epígrafes hispánicos reunidos por Peutinger de los que se conoce su procedencia se reducen a tres. A pesar de no ser uniformes ni formal Vid. J. Ramminger, “The Roman Inscriptions of Augsburg Published by Conrad Peutinger”, Studi Umanistici Piceni, 12, 1992, 197-210; Ch. Wood, “Early Archaeology and the Book Trade: The Case of Peutinger’s Romanae vetustatis fragmenta (1505)”, Journal of Medieval and Early Modern Studies, 28:1, 1998, 83-118; Id., “Notation of Visual Information in the Earliest Archeological Scholarship”, Word ! Image: A Journal of Verbal/Visual Enquiry, 17:1-2, 2001, 94-118 (109-111); Id., “Maximilian I as Archeologist”, Renaissance Quarterly, 58, 2005, 1128-1174 (1130-1136); A. Tura, “L’ esemplare parigino rés Vélins 718 dei Romanae vetustatis fragmenta di Conrad Peutinger”, Gutenberg-Jahrbuch, 82, 2007, 111-114; M. Ott, “Die Romanae vetustatis fragmenta von 1505 im Kontext des gelehrten Wissens nördlich und südlich der Alpen”, en G. M. Müller (ed.), Humanismus und Renaissance in Augsburg. Kulturgeschichte einer Stadt zwischen Spätmittelalter und Dreißigjährigem Krieg, Berlin – New York, 2010, pp. 275-292; M. Jecmen, F. Spira, Imperial Augsburg: Renaissance Prints and Drawings, Washington D. C., 2012, pp. 27-28, 44 y 74. 6 BSB, clm. 4012, fascículo b; SuStB, 2.º Cod H 23; SuStB, 2.º Cod H 24, y SuStB, 4.º Cod H 26. La síloge de Munich es la única de las cuatro que no contiene epigrafía hispánica auténtica. 5

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ni cronológicamente, sí presentan una característica en común: ninguno de estos materiales ha dejado huella en las obras del alemán ni en el resto de sus manuscritos epigráficos. Cronológicamente, el primer informante epigráfico de Peutinger fue el portugués Valentim Fernandes (latinizado Valentinus Moravus), quien en 1505 escribió dos cartas casi idénticas a Peutinger y a Hieronymus Münzer, relatando el supuesto hallazgo, en el Cabo da Roca (Sintra), de una inscripción con un texto oracular profetizado por la Sibila7. El texto en cuestión era en realidad falso (CIL II 30*), inspirado por el descubrimiento – este sí, auténtico – de un santuario romano en el mismo lugar con inscripciones dedicadas al Sol Eterno y a la Luna8. El falso, como se ha señalado, tenía una clara intención propagandística, al justificar y otorgar carácter profético a la expansión comercial del rey Manuel I de Portugal (1495-1521)9. Ya fuera simplemente por desinterés o porque realmente intuyó su carácter apócrifo, Peutinger conservó la carta de Fernandes pero no incluyó el texto en ninguna de sus síloges. La segunda de las fuentes conocidas es Hieronymus Viromandus10, secretario de Jorge de Austria, obispo de Bressanone, quien en 1527 envió una carta a Peutinger con la transcripción de los epígrafes de los Toros de Guisando (Fig. 1), de la que se conserva una copia del propio Peutinger (que al final añadió la subscriptio “Chunradus Peutingerus ne amitteret rescripsit”) al inicio de uno de sus manuscritos epigráficos11. Se trata de cinco textos, uno de ellos auténtico (CIL II 3052) – el único que aún se podía leer en el lomo de una de las estatuas – y otros cuatro falsos (CIL II 278a-d*)12. Hübner, al editar el volumen del CIL II, dio gran valor a esta carta, y no solo transcribió por entero su contenido, sino que en la La carta enviada a Peutinger se conserva en Stuttgart, Württembergische Landesbibliothek, cod. hist. 2.º 248, ff. 56-58. De la carta a Münzer solo conservamos la transcripción que hicieron Apianus y Amantius en P. Apianus, B. Amantius, Inscriptiones sacrosanctae vetustatis non illae quidem Romanae sed totius fere orbis, Ingolstadt, 1534, p. 2. La carta de Peutinger está publicada en E. König, Konrad Peutingers Briefwechsel, München, 1923, pp. 56-58. Vid. H.-J. Künast, H. Zäh, Die Bibliothek Konrad Peutingers: Edition der historischen Kataloge und Rekonstruktion der Bestände, Tübingen, 2003-05, II, pp. 187-213 (part. 192). 8 Vid. J. Cardim, “Felicitas Iulia Olisipo. Algumas considerações acerca do catálogo Lisboa Subterránea”, Al-Madan, 2a ser., 3, 1994, 75-95 (86-87). Las tres inscripciones que se encontraron eran CIL II 258*, 259* y un texto ya ilegible, que Cardim propone identificar con AE 1945, 253. 9 Vid. A. Momigliano, “Enrico Caiado e la falsificazione di C.I.L. II 30*”, Athenaeum, 52, 1964, 3-11; L. de Luca, “Nostradamus lecteur d’Apianus. Volventur saxa litteris et ordine rectis”, en Logodaedalia (en línea), http://logodaedalia.chez-alice.fr/apianus.htm [consulta: 12.11.2013]; G. González Germain, J. Carbonell Manils, Epigrafía hispánica falsa del primer Renacimiento español. Una contribución a la historia ficticia peninsular, Bellaterra, 2012, pp. 74-75. 10 Vid. I. Guenther, “Viromandus, Hieronymus”, en Contemporaries of Erasmus. A Biographical Register of the Renaissance and Reformation, Toronto, 1985-87, III, pp. 399-400. 11 SuStB, 2.º Cod H 24, f. 1v. Para la transcripción de la carta, uid. E. Hübner, CIL II, p. 414 (ad n. 3052). 12 Vid. M. del R. Hernando Sobrino, “Los toros de Guisando y las glorias ajenas”, en D. Plácido et al. (coords.), Necedad, sabiduría y verdad: el legado de Juan Cascajero, Madrid, 2007, pp. 341-362; G. González Germain, J. Carbonell Manils, op. cit., pp. 63-65. 7

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praefatio de la obra sugirió que Viromandus habría podido ser la fuente que le hubiera proporcionado el conjunto principal de textos hispanos13. A pesar de la importancia que Hübner atribuyó a esta copia para la edición de los epígrafes falsos de los Toros de Guisando, cabe tener en cuenta que los textos ya aparecen en síloges de la primera década del s. XVI, y que a ellos hace alusión por primera vez Antonio Geraldini (ca. 1449-1488) en un discurso pronunciado ante el papa Inocencio VIII en 1486 – es decir, unos cuarenta años antes de la carta de Viromandus14.

Fig. 1. C. Peutinger (autógrafo), SuStB, 2.º Cod H 24, f. 1v 13 E. Hübner, CIL II, p. VI: “Peutingerus igitur in codice bibliothecae publicae Augustanae n. 527 cum aliarum regionum syllogis etiam Hispanam illam antiquam exscribendam sibi curavit; quam unde habuerit indicant fortasse quae manu sua subscripsit in eius codicis folio primo ad tauri Guisandensis titulum huius voluminis n. 3052, a me ibi repetita”. 14 A. Geraldinus, Oratio in obsequio nomine Ferdinandi et Elisabeth Innocentio VIII exhibito, Roma, [1486], f. [3v]: “in Bastetania tauri sunt ex lapide durissimo maximi tergaque his litteris adhuc notati: bellum Caesaris et patriae”; uid. G. González Germain, J. Carbonell Manils, op. cit., pp. 41-42. Los cuatro falsos fueron recogidos por primera vez en la síloge de Marin Sanudo, fechada ca. 1505-10 (Verona, Biblioteca Civica, ms. 2006, ff. 181v-182).

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En tercer y último lugar, uno de los manuscritos de contenido epigráfico de Peutinger contiene uno de los dos únicos ejemplares conservados (ninguno de ellos autógrafo) de la síloge que compuso el luxemburgués Nikolaus Mameranus durante su estancia en la Península Ibérica en 1533-153515. Por la cuidada presentación de la copia, parece que se habría podido tratar de un obsequio del propio Mameranus, que verosímilmente habría mandado a Peutinger al poco de regresar de su viaje. 2. Síloges epigráficas de procedencia desconocida La primera de las dos síloges epigráficas de las que vamos a tratar en este apartado es, sin duda, la que mayor atención ha recibido por parte de la crítica (SuStB, 2.º Cod H 23; olim Halder 526)16. Se trata de una compilación de epígrafes antiguos y renacentistas en su mayor parte procedentes de Italia y que, como ya Hülsen puso de manifiesto, recoge material de distintas síloges compuestas durante la segunda mitad del s. XV. A pesar de la confluencia de tradiciones distintas, la síloge constituye formalmente una obra coherente, pues está escrita por una sola mano y con un mismo formato, sin la presencia de materiales añadidos posteriormente. El terminus post quem de su redacción está fijado por la presencia de siete inscripciones de Lyon (ff. 48v-49) procedentes de la tercera redacción de la síloge del veronés Giovanni Giocondo17, fechable durante su estancia en París entre 1495 y 150618. Las únicas inscripciones hispanas recogidas en el manuscrito proceden del conjunto arqueológico del puente de Alcántara (f. 112v). Se trata, en concreto, del SuStB, 4.º Cod H 26, ff. 2-35v. Vid. E. Hübner, CIL II, p. VIII; N. Didier, Nikolaus Mameranus. Ein Luxemburger Humanist des XVI Jahrhunderts am Hofe der Habsburger. Sein Leben und Seine Werke, Freiburg, 1915, pp. 39-45 y 145-147; R. Desmed, “Le recueil d’inscriptions relevées en Espagne par Nicolas Mameranus (1533-1535)”, en P. Cockshaw, M.-C. Garand (eds.), Miscellanea codicologica F. Masai dicata MCMLXXIX, Gand, 1979, vol. II, pp. 519-527; Ch. Wood, “Maximilian I...”, loc. cit., pp. 1165-1166. 16 Vid. E. Bormann, W. Henzen, CIL VI, p. XLVII; Ch. Hülsen, “Eine Sammlung römischer Renaissance-Inschriften aus den Augsburger Kollektaneen Konrad Peutingers”, Sitzungsberichte der bayerischen Akademie der Wissenschaften, philosophisch-philologische und historische Klasse, Jahrgang 1920:15, 1921, 3-61; P. O. Kristeller, Iter Italicum. Volume 3 (Alia Itinera I): Australia to Germany, London – Leiden, 1983, p. 456; H.-J. Künast, H. Zäh, op. cit., I, pp. 433-435; J.-L. Ferrary, “Le manuscrit de Dresde K 228 4.º et la diffusion en Allemagne au début du 16ème siècle de la syllogè de Tommaso Gammaro”, en M. Mayer et al. (eds.), XII Congressus internationalis epigraphiae Graecae et Latinae: provinciae imperii Romani inscriptionibus descriptae (Barcelona, 3-8 Septembris 2002), Barcelona, 2007, pp. 517-522 (519). 17 Para la dependencia de esta sección respecto de Giocondo, uid. O. Hirschfeld, CIL XIII, p. 257; H.-J. Künast, H. Zäh, op. cit., I, p. 434. 18 Vid. C. Vecce, “Jean Calvet e la silloge epigrafica di Bartolomeo Fonzio”, Humanistica Lovaniensia, 32, 1983, 157-164 (162-163); M. Koortbojian, “Fra Giovanni Giocondo and his Epigraphic Methods. Notes on Biblioteca Marciana, MS Lat. XVI, 171”, Kölner Jahrbuch, 26, 1993, 49-55 (51). 15

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carmen del dintel del templete y de la placa que recuerda los municipios lusitanos que sufragaron la construcción del puente (CIL II 761 y 760 respectivamente)19. Por la importancia de esta versión en la reconstrucción de la tradición humanística de los epígrafes, copiamos por entero el texto: In ponte vulgo de Sacanfara [!] in Lusitania Imp. Nervae Traiano divi Nervae f. Dacio [!] Germanico sacrum. Templum in rupe Tagi superis et caesare plenum ars ubi materia vincitur ipsa sua. Quis quali dederit voto fortasse requiret cura viatorum quos nova fama iuvat. Qui pontem fecit Lacer et nova templa dicavit scilicet et superis munera sola litant. Pontem perpetui mansurum in secula mundi fecit divina nobilis arte Lacer. Idem Romuleis templum cum Caesare divis constituit felix utraque causa sacri. C. Iulius Lacer DD. Municipia provinciae Lusitaniae quae conlata stipe opus pontis effecerunt Paesueres [!] Sancienses [!].

La transcripción es de gran interés, pues, a pesar de sus muchos errores (al carmen le faltan dos versos y la lista de pueblos ha quedado reducida a dos únicos nombres, que, por ende, están mal registrados), resulta independiente del resto de fuentes del s. XV estudiadas hasta ahora20: en efecto, se trata de la autopsia más antigua que recoge la subscriptio de CIL II 761 (C. Iulius Lacer d. d.). Una búsqueda exhaustiva entre las recopilaciones coetáneas menos conocidas solo ha permitido identificar una segunda copia de esta misma versión, presente en la síloge del humanista perusino Francesco Maturanzio, fechable ca. 1490-149221. 19 Para la tradición humanística de estas inscripciones, uid. E. Hübner, CIL II, pp. 92-96; H. Gimeno Pascual, “La inscripción del dintel del templo de Alcántara (CIL, II, 761): una perspectiva diferente”, Epigraphica, 57, 1995, 87-145; J. Carbonell, H. Gimeno Pascual, A. Stylow, “Pons Traiani, Qantara Es-Saif, Puente de Alcántara. Problemas de epigrafía, filología e historia”, en M. Mayer et al. (eds.), op. cit., pp. 247-258. 20 El texto reaparece (sin duda procedente del manuscrito de Peutinger) en P. Apianus, B. Amantius, op. cit., p. IV, con las mismas lecciones pero con la omisión de los últimos cuatro versos. Vid. E. Hübner, CIL II, p. VI; G. González Germain, “El Antiquus Hispanus. Nueva recensión y estudio epigráfico”, en Id., El despertar epigráfico en el Renacimiento hispánico. Corpora et manuscripta epigraphica saeculis XV et XVI, Faenza, 2013, pp. 51-185 (102-108 y 161). 21 Perugia, Biblioteca Augusta, ms. C.61, f. 60; hemos consultado la copia conservada en Oxford, Bodleian Library, ms. Lat. misc. C 62, f. 80. Vid. A. Perosa, “Codici perugini del Poliziano”, en L’umanesimo umbro. Atti del IX convegno di studi umbri (Gubbio, 22-23 settembre 1974), Perugia, 1977, pp. 351-379; L. Sensi, “Ricerche antiquarie di Francesco Maturanzio e di Alfano Alfani nella Peruggia di fine ‘400”, en M. L. Caldelli et al. (curs.), Epigrafia 2006. Αtti della XIV Rencontre sur l’épigraphie in onore di Silvio Panciera, Roma, 2008, III, pp. 1503-1531.

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El manuscrito que contiene la serie más larga de epígrafes hispanos es el único en el que se observa la participación de Peutinger, por lo que puede ser considerado como “su” síloge de inscripciones (SuStB, 2.º Cod H 24; olim Halder 527)22. En efecto, a diferencia del resto de sus manuscritos epigráficos – materiales de trabajo para los que Peutinger constituía únicamente el receptor –, el alemán es el responsable último del ensamblaje de materiales diversos en este códice, tanto a través de copistas como mediante su propia mano, que interviene en diferentes tramos para copiar algún texto o hacer una anotación marginal. Del mismo modo, algunas transcripciones de epígrafes de Augsburgo y sus alrededores son muy probablemente autopsias suyas, y, como veremos, material del manuscrito anterior ha sido incorporado a esta síloge. El manuscrito constituye, en definitiva, una amalgama de conjuntos de distinta procedencia, mano y cronología, reunidos entre la primera y la cuarta década del s. XVI23. El material hispánico de este códice (un total de 133 inscripciones) está recogido en los ff. 51-59v (Fig. 2), sin una ordenación aparente y sin ninguna referencia interna que permita fechar la recepción del conjunto24. A excepción de los últimos trece epígrafes, el resto del conjunto ya fue puesto en relación con el arquetipo de finales del s. XV al que Hübner llamó Antiquus, y que recientemente hemos podido estudiar en profundidad25. Es por ello que no nos ocuparemos aquí del material procedente de este arquetipo y, en cambio, centraremos nuestra atención en aquellas peculiaridades por las que la serie de Peutinger se aparta del resto de testimonios del Antiquus, lo que nos permite inferir que el alemán habría accedido también a una fuente distinta. Ello había sido señalado hasta ahora en relación con los epígrafes que cierran el conjunto hispánico, pero no así para un grupo de inscripciones tarraconenses y saguntinas que aparece integrado dentro de la serie procedente del Antiquus.

22 Vid. G. W. Zapf, Merkwürdigkeiten der Zapfischen Bibliothek, Augsburg, 1787, II, pp. 290290 núm. X; E. Hübner, CIL II, p. VI; Th. Mommsen, CIL III, p. XXXI; E. Bormann, W. Henzen, CIL VI, p. XLVII; Ch. Hülsen, loc. cit., p. 4; P. O. Kristeller, op. cit., p. 456; Ch. Wood, “Early Archaeology...”, loc. cit., p. 91; G. González Germain, loc. cit., pp. 115-119 y 167-169. 23 Algunos folios (ff. 27v-31v y 50r-v) proceden de Johannes Fuchsmagen (1469-1510), tal como se indica en el margen superior de todos ellos (“D(octor) Io(hannes) Fuchsmag(en) misit”); uid. Ch. Hülsen, loc. cit., p. 4 n. 2; Ch. Wood, “Maximilian I...”, loc. cit., pp. 1130-1131. Por otro lado, hacia el final del manuscrito encontramos algunos epitafios modernos, el más reciente de los cuales (f. 117v) es el de Christoph Truchsess von Waldburg (+1535). 24 El conjunto hispano está dividido en dos partes (ff. 50v-54v y 58v-59v), intercalado por epígrafes del área germánica. Esta división se produce en medio de los epígrafes localizados en Jaén y no presenta ningún paralelo con el resto de fuentes, por lo que creemos que debe tratarse de una innovación de Peutinger. El propio copista de hecho ya advierte este salto al final del f. 54v, con la siguiente indicación: “caetera Hispanica vide infra fol. IIII col. III”. 25 G. González Germain, loc. cit. Las únicas referencias anteriores eran las de E. Hübner, CIL II, p. VI, y H. Oldenberg, “De Hispano antiquo”, Ephemeris epigraphica, 3, 1877, 17-30 (repetido en CIL II, Supplementum, pp. LXXVI-LXXXI).

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Fig. 2. C. Peutinger, SuStB, 2.º Cod H 24, f. 51

El conjunto que aparece añadido – sin solución de continuidad – al final de la serie del Antiquus (f. 59r-v) está constituido por trece epígrafes procedentes de Córdoba, Écija, Lisboa y Mérida (estos últimos atribuidos erróneamente a Lisboa)26, y de hecho representa la síloge más antigua que documenta epigrafía lisbonense27. Precisamente la presencia de material de Lisboa llevó a Hübner a 26 Se trata, en este orden, de CIL II 4707; 241; 231; 182; II2/5, 1164; II2/5, 1165; 254; II2/7, 390; II2/7, 284; 487; 518; 589, y 506. 27 El siguiente testimonio es el del epigrafista italiano Mariangelo Accursio, en 1527; uid. S. Deswarte-Rosa, “Le voyage épigraphique de Mariangelo Accursio au Portugal, printemps 1527”, en M. Berbara, K. Enenkel (eds.), Portuguese Humanism and the Republic of Letters, Leiden, 2011, pp. 19-111.

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formular la hipótesis de que Valentim Fernandes hubiera podido ser también la fuente de Peutinger para este conjunto28. Desapercibido ha pasado en cambio el segundo aspecto por el que la síloge se aparta claramente de la tradición del Antiquus: para algunas de las 48 inscripciones de Tarragona (ff. 51-53) y para las once de Sagunto (f. 53r-v) que se recogen, el alemán indica la ubicación exacta de las piezas, dato que no encontramos en ningún otro manuscrito de este arquetipo. Así, después de seguir estrictamente el orden y las lecciones del Antiquus para las primeras cuarenta inscripciones de Tarragona, para las últimas ocho Peutinger altera el orden e incluye la localización concreta de los epígrafes en la ciudad29. Lo mismo ocurre con los once epígrafes procedentes de Sagunto y que aparecen justo a continuación de los tarraconenses, en los que volvemos a encontrar la localización precisa de las piezas30 y en los que tampoco se respeta el orden de copia del Antiquus. La explicación más viable es que Peutinger habría contado también con una segunda recopilación para la epigrafía de estas dos ciudades, con la que completó la sección tarraconense del Antiquus y sustituyó la saguntina, quizá al observar que la fuente independiente presentaba notas de localización más precisas. Por último, una inscripción presente en estos mismos folios que tampoco forma parte del Antiquus es la que encontramos en el margen derecho del f. 54, copiada de mano de Peutinger. El texto acompaña a dos de las inscripciones del puente de Alcántara (CIL II 759 y 761) y dice así (Fig. 3): C. Iulius Lacer d.d. municipia provinciae Lusitaniae quae conlata stipe opus pontis effecerunt posuere Lancienses. Hübner, que señaló la extraña lección de Peutinger, pensó que era una forma corrupta del texto de Mameranus, al que quizá Peutinger estaba copiando de memoria31; pero, como se puede observar, lo que en realidad copió el alemán fue el fragmento final del texto al cual hemos hecho referencia de 2.º Cod H 23, y que era la única parte para la que la versión del Antiquus no ofrecía una clara correspondencia32. Este caso ofrece un claro ejemplo de cómo Peutinger utilizó la información de sus manuscritos “secundarios” para completar su síloge principal. Vid. E. Hübner, CIL II, pp. 23 y 53. De la correspondencia entre Fernandes y Peutinger no se desprende que el portugués le hubiera pasado más inscripciones que el falso texto oracular. 29 Para la lista completa de localizaciones, uid. G. González Germain, loc. cit., p. 118. La presencia de alguna lección mejor en Peutinger respecto de la tradición del Antiquus confirma este análisis; así, en CIL II2/14, 1016, Peutinger (f. 52v) copia inicialmente la lectura errónea del Antiquus (marutumae), que corrige sobre el mismo texto (marutume). 30 Vid. G. González Germain, loc. cit., pp. 118-119. Señalamos que Peutinger recoge, en CIL II2/14, 490 (f. 53v), la forma correcta Licinius en lugar de Liginius, que presentan los testimonios del Antiquus. 31 E. Hübner, CIL II, p. 92: “Peutinger f. 54 in margine haec addidit: (...), ex Mamerano puto, sed memoriam suam, non verba eius secutus”. 32 El texto está constituido por la subscriptio de CIL II 761 y la versión corrupta de CIL II 760, y presenta dos correcciones respecto del texto del ms. 2.º Cod H 23, una ope ingenii (posuere en lugar de Paesueres) y otra ope codicum (Lancienses en lugar de Sancienses), realizada a partir de la copia de CIL II 760 de la tradición del Antiquus presente en el f. 51v. 28

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Fig. 3. C. Peutinger (autógrafo), SuStB, 2.º Cod H 24, f. 54 (detalle del margen derecho)

3. La Epistola ad Christophorum fratrem de Margarete Welser La primera de las dos obras anticuarias de Peutinger que aquí nos interesan presenta formalmente la apariencia de una epístola escrita en 1511 por su mujer, Margarete Welser, dirigida a su hermano Christof Welser33. La carta en sí era solo el pretexto para hacer una recopilación de las inscripciones encontradas en Augsburg, a la que seguía un tratado sobre el nombre de varios emperadores romanos del s. III d.C. en adelante que pretendía corregir lo que Pomponio Leto había establecido en su Romanae historiae compendium, publicado póstumamente en 149934. Como ya demostró Joachimsen en 1903, todo el contenido anticuario de la carta había sido redactado en realidad por el propio Peutinger antes de adquirir el formato final y de ser atribuido a su mujer35.

La carta se conserva manuscrita en dos códices, SuStB, 2.º Cod H 3, y BSB, clm. 4018, ff. 27-47 (que seguimos para las transcripciones y la indicación de los folios). El tratado fue finalmente publicado en 1788 con el siguiente título: Margaritae Velseriae, Conradi Peutingeri coniugis, ad Christophorum fratrem epistola, multa rerum antiquarum cognitione insignis, Augustae Vindelicorum, 1788. 34 Vid. F. Niutta, “Il Romanae historiae compendium di Pomponio Leto dedicato a Francesco Borgia”, en D. Canfora et al. (eds.), Principato ecclesiastico e riuso dei classici. Gli umanisti e Alessandro VI. Atti del convegno (Bari-Monte S. Angelo, 22-24 maggio 2000), Roma, 2002, pp. 321-354; Ead., “Fortune e sfortune del Romanae historiae compendium di Pomponio Leto”, en A. Modigliani et al. (eds.), Pomponio Leto tra identità locale e cultura internazionale, Roma, 2011, pp. 137-163. 35 Vid. P. Joachimsen, “Gefälschter Ruhm. Margaretha Peutinger und ihre lateinische Dissertation”, Frankfurter Zeitung, 115, 1903, 571-575; E. König, op. cit., p. 26; H. Zäh, “Konrad Peutinger und Margarete Welser – Ehe und Familie im Zeichen des Humanismus”, en M. Häberlein, J. Burkhardt (eds.), Die Welser: neue Forschungen zur Geschichte und Kultur des oberdeutschen Handelshauses, Berlin, 2002, pp. 449-509 (457-466). 33

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La presencia de epigrafía hispana se limita a la segunda parte de la carta, referente a la titulatura de varios emperadores tardíos36. En concreto, encontramos mencionada una inscripción de Valencia (CIL II2/14, 17) en el capítulo referido a Hostiliano (De nomine Caes Hostiliani Aug. cap. V)37; tres inscripciones (CIL II2/14, 929 y II2/14, 930, de Tarragona, y CIL II2/14, 318, de Sagunto) que atestiguan el nombre del emperador Caro (De Caesss. Caro Numeriano et Carino cap. IX)38; y otra procedente de Tarragona (CIL II2/14, 942) que hace referencia a Constantino (De titulis Constantini Maxim. et filiorum eius cap. XII)39. Las cinco inscripciones forman parte de la tradición del Antiquus y están presentes en su síloge del 2.º Cod H 24. Parece obvio, en consecuencia, considerar que fue precisamente de la tradición del Antiquus de donde las conoció Peutinger. Esto nos permite, finalmente, establecer con seguridad el año 1511 como terminus ante quem para la recepción del material del Antiquus por parte del alemán. 4. La Imperatorum... gestorum annotatio de Conrad Peutinger Peutinger utilizó todavía las inscripciones hispanas de que disponía como documento histórico para otra obra de carácter historiográfico: la llamada Imperatorum, Caesarum, Augustorum et tyrannorum quorundam Romani imperii brevis gestorum annotatio, más conocida por la historiografía humanística alemana como “Kaiserbuch”40. La obra, que permaneció inacabada e inédita, pretendía doE. Hübner (CIL II, p. 542) ya alude a la presencia de epigrafía hispana en esta obra. BSB, clm. 4018, f. 33v (ed. 1788, p. 37): “Caesarem praeterea Hostilianum idem Laetus Severum nuncupans et sine aspiratione ‘Ostilianum’ scribit. Ex saxo tamen quod est Valentiae in Hispania non Severum sed titulo hoc sculptum compertum habuimus: C. Valenti Hostiliano Moesio Quinto nobilissimo caesari principi iuventutis veterani et veteres”. 38 BSB, clm. 4018, f. 35 (ed. 1788, pp. 42-43): “Caesaris vero Cari Aug. titulum ab eodem Pomponio relatum, ex saxeo monumento quod est Tharaconae comprobamus: Fortissimo et clementissimo Imp. Caes. M. Aur. Caro invict. Aug. p. m. tr. p. cos. II p. p. procos. M. Aur. Valentinianus v. c. p. p. Hisp. et leg. Augg. pr. pr. de. [!] m. eius. (...) Iterum Tharacone saxum: Victoriosissimo principi iuventutis M. Aur. Carino nobili Caes. procos. M. Aur. Valentinianus v. c. praeses provinc. Hisp. Cite. leg. Augg. devot. num. maies.q. eius. Item Sagunti: Imp. M. Aur. Carino nobilissimo Caesari pio felici invicto Aug. pont. max. trib. pot. p. p. cos. procos”. 39 BSB, clm. 4018, f. 37 (ed. 1788, p. 51): “et illud Tharacone: Piissimo fortissimo felicissimo d. n. Constantino Maximo victori semper Aug. Badius Macrinus v. p. p. p. h. Tar. numini maiestatique eius semper devotissimus”. 40 El estudio canónico del Kaiserbuch continúa siendo el de E. König, op. cit., pp. 43-60 y 159-166; véase igualmente P. Joachimsen, Geschichtsauffassung und Geschichtsschreibung in Deutschland unter dem Einfluss des Humanismus, Lepizig, 1910, pp. 205-209 y 291-293; J. Helmrath, “Die Aura der Kaisermünze. Bild-Text-Studien zur Historiographie der Renaissance und zur Entstehung der Numismatik als Wissenschaft”, en Medien und Sprachen humanistischer Geschichtsschreibung, Berlin, 2009, pp. 99-138 (124-126). Los estudios más recientes se han centrado en las xilografías que debían ilustrar la edición, y que Peutinger encargó al impresor Hans Burgkmair; uid. C. Dogson, “Die Caesarenköpfe. Eine unbeschriebene Folge von Holzschnitten Hans Burgkmairs d. Ä.”, en Beiträge zur Geschichte der deutschen Kunst, Augsburg, 1928, II, 224-228; F. Deuchler, 36 37

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cumentar, mediante fuentes literarias, epigráficas y numismáticas, todos los emperadores desde César hasta Maximiliano I. El Kaiserbuch se divide en dos partes, una primera que agrupa a los emperadores romanos y de la Tardoantigüedad y una segunda que recoge los emperadores del Sacro Imperio Romano Germánico a partir de Carlomagno. Lo que hace más interesante esta obra es que Peutinger dedicó largos esfuerzos a reescribirla una y otra vez, haciendo continuamente cambios y añadiendo o eliminando fuentes documentales. La primera parte de este verdadero work in progress nos ha quedado atestiguada por cuatro manuscritos distintos, que reflejan cuatro estadios consecutivos de redacción. Cada manuscrito contiene numerosas anotaciones marginales, añadidas en un segundo tiempo, y que aparecen integradas en el estadio siguiente de la obra, lo que permite documentar la transición entre dos fases sucesivas. La primera fase del Kaiserbuch la integran siete fascículos sin coser, que se nos han conservado junto a la copia que atestigua el estadio inmediatamente sucesivo, un conjunto de papeles cosidos pero sin cubiertas41. La tercera fase de la obra la constituye un códice en pergamino escrito en una elegante letra gótica, que a todas luces fue proyectada como la versión definitiva42; sin embargo, la abundancia de añadidos marginales podría ser la razón por la cual Peutinger sintió la necesidad de mandar realizar todavía una cuarta copia (esta vez en papel), que es la única que documenta el título al que nos hemos referido43, y que el alemán volvió a anotar extensamente en los márgenes así como en folios insertados. Desgraciadamente, ninguno de estos manuscritos está fechado, y la única indicación respecto a la obra procede de una carta de Peutinger de 1505 en la que afirma que esta se encontraba casi terminada (no sabemos, sin embargo, en cuál de sus fases)44. El estudio de las fuentes usadas por Peutinger permitió a König acotar el “Maximilian I und die Kaiserviten Suetons”, en Von Angesicht zu Angesicht: Porträtstudien. Michael Stettler zum 70 Geburtstag, Bern, 1983, pp. 129-147 (part. 131-133). 41 Los fascículos que integran la primera fase del Kaiserbuch son BSB, clm. 4020 Aa I-V, Va y Vb. El fascículo A del mismo manuscrito constituye la segunda fase de la obra. Vid. K. Halm, G. von Laubmann, W. Meyer, Catalogus codicum manu scriptorum Bibliothecae Regiae Monacensis, editio altera emendatior. Tomi I pars II. Codices num. 2501-5250 complectens, München, 1894, p. 160. 42 SuStB, 2.º Cod 26. Vid. G. Zapf, Epistola de codice manuscripto membranaceo quodam Caesarum vitas illustrante, clarissimi quondam Conradi Peutingeri Augustani, Ulm, 1790; P. Braun, Notitia historico-literaria de codicibus manuscriptis in Bibliotheca liberi ab imperialis monasterii ordinis s. Benedicti ad ss. Udalricum et Afram Augustae extantibus, Augsburg, 1796, vol. 6, pp. 30-40; H. Spilling, Die Handschriften der Staats- und Stadtbibliothek Augsburg 2.º Cod 1-100, Wiesbaden, 1978, pp. 43-44. 43 BSB, clm. 4015. El título entero es el siguiente: Imppp. Caesss. Auggg. et tyrannorum quorundam Rom. imperii brevis gestorum annotatio cum interpretationibus et lapidum et nomismatum quas habere potui non solum in hoc sed in aliis meis libris plerisque congesta. Vid. K. Halm, G. von Laubmann, W. Meyer, op. cit., p. 159. 44 Carta enviada a Conrad Celtis en 17-9-1505: “Imperatores caesares augustos atque tyrannos Romani Imperii a C. Iulio dictatore usque ad invictum caesarem Maximilianum (...) una cum imaginibus et insigniis prope absolvimus”. Vid. E. König, op. cit., p. 62 núm. 35.

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arco cronológico para la redacción de la obra, señalando, de un lado, que la segunda fase tenía que ser posterior a la publicación en 1499 del Romanae historiae compendium de Leto, y, del otro lado, que los últimos estadios eran anteriores a la carta de Margarete de 1511, pues no contienen aún algunos textos numismáticos y algunas correcciones en las titulaturas que sí aparecerán allí45. La presencia de epigrafía hispana en el Kaiserbuch no ha sido puesta de relieve hasta ahora, pero resulta sin duda muy significativa. En la primera de las cuatro fases atestiguadas, aparecen solo cuatro inscripciones: una de Tarragona (CIL II2/14, 1148) procedente de las Castigationes Plinianae de Ermolao Barbaro46; otro texto tarraconense (CIL II2/14, 975) que en el s. XV fue atribuido erróneamente a M. Porcio Catón47, y finalmente las inscripciones del puente de Alcántara (CIL II 760 y 761)48. Respecto a estas últimas, es interesante notar que la versión copiada inicialmente coincide con la que aparecía en el 2.º Cod H 23, pero en un segundo momento se ha corregido supra lineam tanto la localización original (“Lusitaniae in ponte vulgo de Sacanfara [!] dicto”, que se sustituye por “Hispaniae in ponte vulgo de Alcanter dicto”), como la consecratio (Imp. Caes. divi Nervae fil. Traiano Dacico Germanico sacrum) que antecedía al carmen del templete, que se modifica hasta adoptar el texto de la dedicación del arco (CIL II 759) sobre el puente (Imp. Caes. divi Nervae fil. Traiano Dacico Germanico pont. max. trib. pot. V cos. p. p. d. d.). Como era de esperar, tanto la nueva localización como las lecciones de CIL II 759 coinciden con las que Peutinger recoge en su síloge principal a partir de la tradición del Antiquus (2.º Cod H 24, f. 54). Más desconcertante es la presencia de CIL II2/14, 975. Aunque la inscripción aparece en la recopilación del Antiquus, no hay duda de que aquí se está copiando una tradición distinta. No solo encontramos omisiones y errores en el orden del texto que no están presentes en la síloge de Peutinger (lo que podría deberse simplemente al copista de la obra), sino que al final del texto se recoge la lección correcta optimo praesidi en lugar de la errónea optimo principi, que es la que aparece tanto en la síloge de Peutinger como en otros testimonios del Antiquus49. La segunda fase de la obra incorpora el resto de inscripciones hispanas (un total de 28), todas ellas presentes – y con las mismas lecciones – en la síloge principal de Peutinger. Así pues, las últimas dos fases del Kaiserbuch ya solo repiten este mismo contenido sin ampliar el número de fuentes de Hispania. Es interesante E. König, op. cit., p. 44. BSB, clm. 4020 Aa fasc. 1, f. 4v: “in Hispania Hermolao Barbaro super Pli. referente: Q. Licinio Sylvano Graniano flam. Aug. prov. Hispa. Citer. praefecto orae maritimae Latetanae procuratori Augusti C. Terencius Philetus.” El texto procede de H. Barbarus, Castigationes Plinianae et in Pomponium Melam, Roma, 1492-93, f. b3 (apud Plin. nat. 3, 21). Vid. E. Hübner, CIL II, Supplementum, p. 942. 47 BSB, clm. 4020 Aa fasc. 1, f. 5r-v. El epígrafe está precedido únicamente por las palabras “alia inscriptio”, sin indicar su localización. 48 BSB, clm. 4020 Aa fasc. 3, ff. 5v-6. 49 Para la tradición del epígrafe dentro del Antiquus, uid. G. González Germain, loc. cit., pp. 66-69. 45 46

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observar que una parte de las nuevas adiciones aparece directamente incorporada al texto, mientras que otra parte lo hace solo en los márgenes; aun así, no parece que esta división refleje dos conjuntos de inscripciones con una tradición distinta, pues inscripciones procedentes de Tarragona o de Jaén provenientes del Antiquus aparecen unas veces al margen y otras en el cuerpo de la obra. Por lo que se refiere a los epígrafes que no proceden del Antiquus, todos aparecen in margine, aunque se copian en un mismo momento que los demás textos hispanos. Así, en el margen del f. 6v se transcriben de forma seguida y en este orden una inscripción de Arjona (localizada en Jaén siguiendo al Antiquus), otra de Lisboa ajena a esta tradición y finalmente un texto de Elche que sí le pertenece50. Evidentemente, las tres inscripciones de la fase anterior continúan copiándose, y las del puente de Alcántara ya recogen de entrada las lecciones que se habían corregido posteriormente. Por lo que respecta a CIL II2/14, 975, en primera instancia se vuelve a copiar la misma versión que en la primera fase, pero en un segundo momento se modifica el texto con las lecciones de la tradición del Antiquus, lo que permite corregir los errores que mencionábamos anteriormente, pero también supone el cambio de la lección correcta praesidi por la errónea principi. Ofrecemos a continuación un esquema de la distribución de las inscripciones hispanas en los distintos manuscritos que constituyen el Kaiserbuch: CIL II = II2 2109 = 7, 71 182 3555 4707 2040 = 5, 750 4226 = 14, 1148 4114 = 14, 975 4115 = 14, 978 385* = 14, 19* 3837 = 14, 329 963 150* 364* 4212 = 14, 1132

emperador Augustus

fasc. I, 4v fasc. I, 5r-v Tiberius Caius Caesar

Titus

759-761

Traianus

2111 = 7, 74 4694 4269 = 14, 1026 4227 = 14, 1150 4105 = 14, 939

Hadrianus

50

clm. 4020 Aa

Antoninus Pius M. Aurelius

fasc. III, 5v-6

clm. 4020 A 6v in marg. 6v in marg. 6v in marg. 7 in marg. 7 in marg. 7 7v-8 8 in marg. 12 in marg. 12v in marg. 14v in marg. 14v in marg. 14v in marg. 23v in marg.

2º Cod 26 3 3r-v 3v 3v 3v 4 4v-5 5 9 10v 11v 11v 11v 19r-v

clm. 4015 6 6 6v 6v 6v 7r-v 8 8 12v bis 13v 15v 15v 15v 26

28

24

32

30 30 30r-v 32v in marg. 36

26 26 26 28v 32

35 35 35 38v 43

Se trata, respectivamente, de CIL II2/7, 71, CIL II 182 y 3555.

UNA APROXIMACIÓN A LOS STUDIA EPIGRAPHICA DE CONRAD PEUTINGER

1169 1969 3736 = 14, 17 3735 = 14, 16 3833 = 14, 316 4102 = 14, 929 4103 = 14, 930 3835 = 14, 318 4104 = 14, 932 4108 = 14, 944 4106 = 14, 942

L. Aur. Verus L. Sept. Severus Hostilianus Decius Claudius II Carus Carinus Maximianus Clorus Constantinus

37v in marg. 40 49 50 57 in marg. 60 60v 60v 62 63 66

33v 36 46v 48 58 61v 62r-v 62v 63v 64v 67v

133 45 48v 61v 63v 75v 80v 81 81 83 83 bis 91r-v

5. Conclusiones El estudio de los diferentes materiales hispanos recogidos por Peutinger nos permite ofrecer, por primera vez, una serie de evidencias acerca de los conjuntos que debió conocer y sus cronologías relativas, que exponemos a continuación. Las dos síloges epigráficas que hemos tratado (2.º Cod H 23 y 24) son con toda seguridad anteriores a 1511, lo que permite descartar que Hieronymus Viromandus fuera la fuente de Peutinger, tal como propuso Hübner. El hecho de que Peutinger copie en la primera fase del Kaiserbuch los epígrafes de Alcántara según la versión de 2.º Cod H 23 y, en la siguiente fase, corrija el texto con la del Antiquus hace suponer que conoció una síloge con posterioridad a la otra. En cualquier caso, es muy probable que accediese a la serie del Antiquus posteriormente a 1499, pues en la primera fase del Kaiserbuch aún no disponía de ella. Por lo que respecta al 2.º Cod H 23, tampoco puede ser muy anterior a esta fecha, pues como hemos visto su redacción es posterior a 1495. La copia de una inscripción de Tarragona (CIL II2/14, 975) en la primera fase del Kaiserbuch, con una versión independiente de la que atestigua el 2.º Cod H 24, confirma lo que ya permitían inferir las innovaciones presentes en esta síloge respecto de la tradición del Antiquus: que Peutinger conoció una segunda recopilación, que no hemos conservado, con al menos veinte textos de Tarragona y Sagunto. El conjunto fue reunido probablemente en la última década del s. XV, y no se tiene noticia de ninguna otra copia procedente de la misma autopsia. En cualquier caso, parece que Peutinger dio poco valor a esta recopilación, pues la utilizó casi exclusivamente para precisar la localización de los epígrafes y, en la segunda fase del Kaiserbuch, corrigió el texto de CIL II2/14, 975 con las lecciones (no siempre correctas) del Antiquus. Por lo que respecta a las inscripciones de Córdoba, Écija, Lisboa y Mérida, el Kaiserbuch refleja la misma situación del 2.º Cod 24, en la que estas aparecen a continuación de las del Antiquus. Aunque el conjunto es a todas luces independiente de este arquetipo, no descartamos que hubiera sido recopilado por la mis-

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GERARD GONZÁLEZ GERMAIN

ma fuente que le transmitió la síloge procedente del Antiquus, lo que explicaría que el alemán las recibiera en un mismo momento y formando un solo conjunto. El estudio del material hispánico reunido por Peutinger ofrece una muestra más del papel central que jugó en el campo del humanismo, pues recibió noticias de eruditos tanto hispánicos como del resto de Europa y se hizo con cuatro conjuntos distintos de inscripciones hispanas. Peutinger accedió a tres de ellos ya durante la primera década del s. XVI – una fecha bastante temprana en la difusión de los estudios epigráficos en la Península Ibérica –, coincidiendo así con sus estudios dedicados a la Antigüedad y, en particular, con la publicación de su síloge de inscripciones de Augsburg. Por último, el cotejo de los manuscritos epigráficos con su obra historiográfica permite observar que el interés principal de Peutinger por las inscripciones hispanas fue el de servir de fuentes primarias para confirmar o corregir la onomástica de los emperadores romanos. De ello queda constancia en el mismo 2.º Cod H 24, donde al margen de algunas secciones, entre ellas la hispana (como se aprecia en la Fig. 2), una mano anónima ha señalado la mención de un emperador en el cuerpo de la inscripción, sin duda para facilitar la posterior inserción de los textos en el Kaiserbuch. En este sentido, Peutinger se encontraba entre los humanistas más innovadores de su época, que colacionaron textos epigráficos y numismáticos con las fuentes literarias para conocer con más exactitud cuestiones de naturaleza filológica e histórica. Sin duda, el punto más débil de su método fue la incapacidad de distinguir un texto fiable de otro corrupto, un déficit común a la mayoría de humanistas de su tiempo y que solo se empezaría a afrontar de forma sistemática a partir de mediados del s. XVI.

Abstract: Conrad Peutinger’s epigraphical activity is mainly known for his edition of the Romanae vetustatis fragmenta in Augusta Vindelicorum (1505), but it also included the assembling of several collections of inscriptions and the use of epigraphic sources for his historiographical works. The comparative analysis of all Hispanic material allows us to delimit the number and chronology of the sources he had access to, as well as to observe some features of his work method as far as epigraphy of manuscript tradition is concerned. Key words: epigraphic manuscripts; humanistic epigraphy; historiography.

I COMMENTATIONES Un souvenir d’Antiphon dans la peinture de la Démocratie au livre VIII de la République de Platon (557a – 562a)? – Marcel Meulder ................................

9

Etiology in Parthenius of Nicaea – Marc Vandersmissen .........................................

35

La φιλοστοργία negli animali: l’exemplum plutarcheo dell’ἄρκτος – Gabriella Guarino ....................................................................................................................

49

Historia y ficción poética en la deductio moderna: el largo viaje de la novia en tres epitalamios latinos del siglo XV en honor de la Casa de Aragón – Antonio Serrano Cueto .......................................................................................................

67

Dall’autopsia del codice Perugia, Biblioteca Comunale Augusta, H 56, sondaggi sulla triade bizantina di Eschilo (Prometheus-Septem-Persae) – Isabella Proietti....

87

En los márgenes de un tópico poético: El passerulus alicaído de Filippo Buonaccorsi (Callimachus Experiens) – Manuel A. Díaz Gito ............................................

105

Una aproximación a los studia epigraphica de Conrad Peutinger: el testimonio de las inscripciones hispanas – Gerard González Germain ..............................

119

Emblemas-florilegios sobre la amistad en el Emblematum Liber (1593) de Jean Jacques Boissard – Beatriz Antón ......................................................................

135

Unamuno, La Esfinge y el Mito de Edipo – Cristóbal Macías Villalobos ..........

155

II STVDIA BREVIORA A propósito de φύσις y τέχνα en la cuarta oda ístmica de Píndaro – Aida Míguez Barciela ...................................................................................................................

177

The hellebore in Persius’ Satires – Spyridon Tzounakas ...........................................

189

Traducciones ibéricas de la obra retórica de Apuleyo – Juan Martos ......................

197

En torno a las composiciones litúrgicas latinas de la Hispania medieval en honor de Leandro de Sevilla († 602) – Jose Carlos Martín-Iglesias ......................

205

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RERVM INDEX

O professor de Grego Mário de Carvalho, Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto – Maria de Fátima Silva............................................................

217

III VARIA NOSCENDA Oltre i confini di Babele: riflessioni per una didattica della grammatica latina con il metodo neocomparativo – Marco Ricucci........................................................

227

IV RES COMMEMORANDAE In memoriam: Maria de Lourdes Flor de Oliveira, com afecto e saudade – Mafalda Viana & Aires A. Nascimento ............................................................................

249

José Guillermo Montes Cala. In memoriam – Rafael J. Gallé Cejudo, Manuel Sánchez Ortiz de Landaluce & Tomás Silva Sánchez ...............................

255

V DISPUTATIONES Documenti latini e greci del conte Ruggero I di Calabria e Sicilia. Edizione critica a cura di Julia Becker – Marcello Moscone .......................................................

259

Elisabetta Patrizi, «Del congiungere le gemme de’ gentili con la sapientia de’ christiani», La biblioteca del card. Silvio Antoniano tra studia humanitatis e cultura ecclesiastica – Marcello Moscone......................................................................

265

VI LIBRI RECENSITI a) Edições de texto. Comentários. Traduções. Estudos Linguísticos Anne de Cremoux, La Cité Parodique. Études sur les Acharnenses d’Aristophane – Rui Carlos Fonseca...........................................................................................

273

François Ripoll et Jean Soubiran, Stace. Achilléide – Ana Lóio ..........................

275

Darete Frígio, La storia della distruzione di Troia. Introduzione, testo, traduzione e note a cura di Giovanni Garbugino – Manuel José de Sousa Barbosa ....

276

Aires Barbosa, Obra poética. I – Epigramas; II – Antimória [1495-1536]. Fixação do texto latino, introdução, tradução, notas e comentários por Sebastião Tavares de Pinho e Walter de Medeiros – Manuel José de Sousa Barbosa...............

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RERVM INDEX

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Georges Buchanan, Poetic Paraphrase of the Psalms of David (Psalmorum Dauidis paraphrasis poetica), edited, translated, and provided with introduction and commentary by Roger P. H. Green – Manuel José de Sousa Barbosa ........

280

Claude Moussy (dir.), Espace et temps en latin – Manuel José de Sousa Barbosa ....................................................................................................................

283

b) Literatura. Cultura. História Benjamin Acosta-Hughes, Arion’s Lyre. Archaic Lyric into Hellenistic Poetry – Rui Carlos Fonseca..........................................................................................

285

Emmanuelle Raymond (ed.), ‘Vox poetae’: manifestations auctoriales dans l’épopée gréco-latine. Actes du colloque organisé les 13 et 14 novembre 2008 par l’Université Lyon 3 – Maria João Toscano Rico ..............................................

287

Claude Calame, Mythe et Histoire dans l’Antiquité Grecque. La création symbolique d’une colonie – Nuno Simões Rodrigues ............................................................

291

Laurent Coulon, Pascale Giovannelli-Jouanna, Flore Kimmel-Clauzet (dir.), Hérodote et l’Égypte: Regards Croisés sur le Livre II de l’Enquête d’Hérodote. Actes de la Journée d’Étude Organisée à la Maison de l’Orient et de la Méditerranée – Nídia Catorze Santos .................................................

293

Carmen Soares, Maria do Céu Fialho, María Consuelo Álvarez Morán, Rosa María Iglesias Montiel (coord.), Norma ! Transgressão II – José Carlos Araújo........................................................................................................

295

Mimma Bresciani Califano (ed.), Paradossi e disarmonie nelle scienze e nelle arti – Giuseppe Ciafardone ........................................................................................

299

Mathilde Simon (ed.), Identités romaines. Conscience de soi et représentations de l’autre dans la Rome antique (IVe siècle av. J.-C. – VIIIe siècle apr. J.-C.) – Nuno Simões Rodrigues ...................................................................................

301

Emilio Suárez de la Torre, Aurelio Pérez Jimenez (coords.), Mito y Magia en Grecia y Roma – Gabriel Silva........................................................................

302

Hélène Vial, La métamorphose dans les Métamorphoses d’Ovide. Étude sur l’art de la variation – Nuno Simões Rodrigues ..............................................................

305

Sabrina Inowlocki & Baudouin Decharneux (eds.), B. Bertho (colab.), Philon d’Alexandrie – Un Penseur à l’Intersection des Cultures Gréco-Romaine, Orientale, Juive et Chrétienne – Nuno Simões Rodrigues ................................

306

O. Devillers & G. Flamerie de Lachapelle (eds.), Poésie augustéenne et mémoires du passé de Rome. En hommage au Professeur Lucienne Deschamps– Ana Lóio.....

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RERVM INDEX

José Luís Lopes Brandão, Máscaras dos Césares: Teatro e Moralidade nas Vidas Suetonianas – Ricardo Nobre ..............................................................................

308

Michael Paschalis, Stelios Panayotakis (eds.), The Construction of the Real and the Ideal in the Ancient Novel – Fotini Hadjittofi....................................

310

Marília Futre Pinheiro, Judith Perkins, Richard Pervo (eds.), The Ancient Novel and Early Christian and Jewish Narrative: Fictional Intersections – Fotini Hadjittofi...............................................................................................

313

Marília P. Futre Pinheiro, Stephen J. Harrison(eds.), Fictional Traces. Receptions of the Ancient Novel – vol. 1 & 2 – José Carlos Araújo ....................................

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Stéphane Ratti, Polémiques entre païens et chrétiens – Ivan Figueiras .................

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EVPHROSYNE R EV I STA D E F I L O L O G IA C L Á S SIC A

Centro de Estudos Clássicos – Faculdade de Letras PT – 1600-214 LISBOA [email protected]

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