TUPINABOOK: Laboratório TupiNago de Arte e Ciência (2007-2011)

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Descripción

À nossa escola Tá Na Rua, Amir Haddad na arte, Nelson Vaz na ciência. À Duse Naccarati, musa inspiradora, fundadora tupinagô. Tem morador de rua, louco, ator, desempregado, maestro, músico, cientista, atriz, escritor, romancista, dramaturgo, médico, advogado, artista plástico, videoartista, psicanalista. Tem judeu, católico, mãe-desanto, ateu, espírita, espírito. São amantes de Brecht, Spinoza, McClintock, Jesus, Marx, Benjamin, Helder Camara, Shakespeare, Amir Haddad, Nise da Silveira, Paulo Freire, Teatro Opinião, Marcuse, Maturana, Vaz e querem, sim, mudar o mundo. Ao menos ser parte da solução e não do problema.

“As universidades, que são fundadas a expensas da república, instituem-se não tanto para cultivar os engenhos mas para os restringir. Mas, numa república livre, tanto as ciências como as artes serão otimamente cultivadas se for concedida, a quem quer que peça, autorização para ensinar publicamente, à sua custa e com risco da sua fama. “

Baruch de Spinoza (1632-1677) Art.49, Cap. VIII, Tratado Político 1677. Ed. WMF Martins Fontes

D

epois de um século XX de dadaísmo, construtivismo, tropicalismo e outros ismos. Depois de duas bombas atômicas, do projeto genoma, da clonagem de grandes mamíferos. Depois da explosão de conhecimento especializado das super universidades, dos renomados super-especialistas que são capazes de resolver qualquer coisa, fica uma pergunta: e o cidadão? Esse anda mal, anda agredido e assassinado por políticas de estados facistas, mal-informado por uma mídia mentirosa, enganado por uma classe política corrupta, maltratado por uma medicina tecnológica caríssima e negligente. Como será isso possível se temos tanto conhecimento sobre tudo, se descobrimos os segredos mais profundos das moléculas, dos matizes de cor, da hipnose marketológica que determina os desejos e afetos? Temos uma montanha de conhecimento especializado e ainda assim, muito pouca compreensão sobre o que nós somos, o que é o nosso meioambiente e nossa sociedade. Há excelentes ideias sobre nossa verdadeira natureza, sobre o que é o nosso mundo e de como lidar com ele, a questão é que nossa máquina monstruosa de comunicação é absolutamente incapaz de disseminar essas ideias, de educar, de instruir, de promover autonomia e liberdade. Nos distanciamos completamente de valor da verdade. Mas o que é a verdade afinal? A verdade é um conceito de grupo, quando legitimada por uma comunidade, e em nossa era científica, ela é legítima segundo os critérios da ciência, que incluem a proposição de mecanismos que sejam capazes de reproduzir os fenômenos que queremos explicar quando colocados em teste, experimentados. Logo, desde que se tenha um mecanismo toda e qualquer proposição poderá ser verdadeira, basta que essas propostas sejam experimentadas e validadas pela comunidade. Quando examinadas com rigor uma parte enorme do que se vende como verdade por aí desaba, especialmente, o que se vende como ciência. Na maior parte dos casos trata-se de falácias produzidas em laboratório, pirotecnia, tudo com o objetivo muito claro: vender, vender muito. E se vende é verdadeiro, sem maiores questionamentos. Se considerarmos a sociedade global em que vivemos, um planeta arrasado, por via de regra pequenas bolhas

de conforto material cercadas de favelas e refugiados por todos os lados, é claro que grande parte de nossa ciência é falaciosa, pois ela falha em encontrar-se com a realidade, em confrontar o cotidiano e explicar nossos fenômenos, promover a verdade. Outro aspecto desse circo de masturbação tecnológica especializada é que o sistema se retroalimenta, seleciona a emergência de novas “verdades” segundo critérios muito específicos, só tem espaço informações que confirmem seus valores, que não questionem nada, daí a mediocridade e apatia dos produtores de ideias, que sem a mais pálida noção do que estão fazendo, tem uma única preocupação: aparecer, ocupar espaço na consciência popular falando de assuntos esdrúxulos, masturbatórios, sem qualquer relação com nossa sofrida e urgente realidade. Quando prestamos atenção em tecnologia exótica, personagens fúteis, celebridades inconscientes, entretenimento burro e barato, estamos deixando de discutir o que realmente importa os abusos que sofremos diariamente, o cotidiano opressivo que afeta a maior parte da humanidade todo santo dia. Nossa proposta é abandonar a linguagem especializada e seus ciclos viciosos de recompensas burocrático-materiais e “desespecializar”, isto é, aprender a falar em língua de cidadão, utilizar de linguagens artísticas, imbatíveis na capacidade de comunicar, e disseminar a verdade, não qualquer verdade, mas a verdade refletida profundamente, aprendida por experiência, verificada, examinada cuidadosamente, questionada de verdade por todos, por todo e cada cidadão. Artista envolva-se com a ciência, ela precisa de você para se apoderar de informações valiosas que estão escondidas do cidadão, e cientista, envolva-se com a arte, ela pode te ajudar a ver o mundo de uma forma mais ampla e te desenterrar da cova da especialidade que obscurece sua visão sobre o mundo. Desespecializem-se, misturem-se, desenvolvam novas linguagens, troquem informação e acima de tudo: falem para o cidadão, pois vocês não são cidadãos? Com ética, e estética. Com verdade, decência e beleza, é isso que todos nós queremos afinal. Viver não é nem nunca será uma atividade especializada. Como é que fomos cair nessa?

Através da utilização de espaços cênicos abertos , muitas vezes localizados em comunidades, o espetáculo e a oficina acontece com a interação entre atores e expectadores através do teatro, acompanhados pelo Conjunto Experimental RetrEta do Apocalipse, regido pelo Maestro Alexandre Schubert, se propõe a levar entretenimento, educação, alegria para a comunidade e promovendo assim, o encontro para reflexão , a transformação e a construção do conceito de saúde enquanto fenômeno cultural e coletivo. O Laboratório TupiNagô surgiu em 2007 a partir de reflexões coletivas sobre a arte e a ciência, as implicações biopolíticas, éticas, estéticas, corporais, culturais, sociais... Em 2009 essa as metodologias tupinagôs colaboraram com a fundação do Núlcleo de Cultura, Ciência e Saúde da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, as Escolas Populares de Saúde e a Universidade Popular de Arte e Ciência trabalhando com teatro e medicina comunitários.

Está no teatro as grandes questões da humanidade,

Está no teatro o poder para transformar a sociedade, Está no teatro a única mídia popular livre hoje, Está no teatro a possibilidade, Está no teatro a magia feita ao vivo, e portanto, mais autêntica, Está no teatro uma poderosa forma de conhecimento, Está no teatro o olho no olho, o toque, a troca,

Está no teatro um grande laboratório de sociedade, assim, a possibilidade de experimentar outras organizações humanas e outras formas de se relacionar com si mesmo, seus pares e o mundo, Está no teatro a beleza e o horrendo de ser humano.

Está no teatro a história de nossa sociedade, Está no teatro uma forma de organização coletiva,

Não há outra opção,

faremos...

1. E Ainda Assim Se Move! (2008) de Vitor Pordeus e Flavio Braga Elenco: Duse Naccarati, Leonardo Vieira, Nando Rodrigues, Miguel Campelo, participação especial: Ney Matogrosso e Amir Haddad Apresentado no Rio de Janeiro. 2. A Terra Não É O Centro do Universo( 2009/2010) Adaptação de ‘Vida de Galileu’ de Bertolt Brecht Agentes Culturais de Saúde do Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro. Apresentado em Brasília, Goiânia e Rio de Janeiro. 3. Terror e Miséria na Cidade Maravilhosa - Episódio 1: Uma Cruzada Um Profeta, Um Convite à Revelação (2011) “Uma Cruzada, Um profeta - Um convite a revolução” conta a história da cruzada São Sebastiao, originária da favela da Praia do Pinto e criada por Dom Helder Câmara – O santo Rebelde. A origem da comunidade, a criação das favelas, a violência da época, um espetáculo que trata não só da cruzada São Sebastiao mas também a historia de todas as favelas cariocas - sua mazelas, sua origem e sua historia. O espetáculo conta com a participação intensa de moradores da Cruzada São Sebastião. 4. 1o Congresso Aberto da Universidade Popular de Arte e Ciência, Teatro Carlos Gomes, 7 e 8 de julho de 2011. Espetáculo teatral de 16 horas de duração em dois dias com ações culturais integradas com palestras científicas, e números variados, foi o momento de nascimento do Teatro de Revista Científica e da Retreta do Apocalipse, criada experimentalmente pelo maestro e cientista da música Alexandre Schubert para anunciar o fim do apocalipse do apocalipse e anunciar uma nova era de criatividade para todos seres humanos. Com mais de quarenta convidados entre artistas e cientistas como Amir Haddad, Nelson Vaz, Ray Lima, Vera Dantas, Sergio Besserman Vianna, Luiz Roberto Londres, Heloisa Helena Costa entre outros. 654 participantes do todo o Brasil. 5- Teatro de Revista Científica – Shakespeare | Brecht | Drummond | Freire (2011) O Teatro de Revista teve início no Rio de Janeiro em 1859, influenciado por um modelo francês, o teatro muitas vezes musicado traz um enredo que serve de ligação entre os quadros que, independente, marcam o espetáculo. No espetáculo “Teatro de Revista Cientifica” misturam textos de Brecht, Drumond, Shakespeare, Freire, entre outros, sempre aberto para o improviso com os espectadores.

6. Cortejo de Teatro Comunitário e Educação Patrimonial – Santo André/ São Paulo. Espetáculo/oficina de teatro épico-popular em espaço aberto, com música ao vivo, dramaturgia e direção sob o contexto, considerando o diagnóstico situacional e as informações epidemiológicas da rede de saúde local. A proposta inclui a participação livre do público das comunidades do entorno da Unidade, com facilitação dos atores envolvidos e finalização do cortejo no SESC de Santo André 7.Celebração da Saúde e Cidadania – Feira de saúde com espetáculo teatral apresentando artistas da comunidade local, realizado em mais de trinta comunidades da cidade do Rio de Janeiro em colaboração artística e científica com o Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro e o Instituto Tá Na Rua para as Artes, Educação e Cidadania do Rio de Janeiro. 8. Receituário Poético Entrega de receituários, fornecidos em parceria com o Laboratório TupiNagô de Arte e Ciência, com prescrição de poemas, como recurso terapêutico para o cuidado com a dignidade humana. (Inserir as poesias, tenho os pdfs) Em processo de realização: s/SDIÉLOGOS-ESING+AUFDE"ERTOLT"RECHTTRAD60ORDEUS s#INCO$IlCULDADESDE%SCREVERSOBREA6ERDADEnDE"ERTOLD"RECHT s3EMMELWEISDE*ERNS"J’RNEBOETRAD60ORDEUS s"ARUCHDE3PINOZA s.ISEDA3ILVEIRA

senti ,chorei. apossei-me das sementes que nem havia percebido, eles lançavam ao vento. e num vaso, acho que perto da aortano meu coração plantei. regarei com meu sangue negro, meu suor brasileiro e meu leite materno. e esta planta será linda e forte saudável. ela se chama brasil- feliz aos meus amigos naõ sei de que plano. até agora não sei se foi real .axé.” Ivete Fiorotti moradora e agente de saúde da comunidade de Tamarutaca

Oficina e espetáculo

uma óperasambafunk do fim do mundo, que conta a Guerra do Santo Profeta contra o Dragão da Maldade a favor do povo Brasileiro, baseado nos fatos reais acontecidos na Favela da Praia do Pinto no Leblon no Rio de Janeiro, o espetáculo conta a história do povo favelado, seus dramas e personagens históricos com o grande destaque ao gênio revolucionário, santo profeta, Dom Hélder Câmara que construiu o conjunto habitacional Cruzada São Sebastião para residir

LABORATÓRIO TUPINAGÔ DE ARTE E CIÊNCIA tupinago.blogspot.com [email protected] 21-21277723 21-81360135 Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil Rua Afonso Cavalcanti, 455/ 701, Bloco I, Cidade Nova CEP 20211-110 / Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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