Técnicas de escrita

June 29, 2017 | Autor: Silvana Santolia | Categoría: Applied Linguistics
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Descripción





UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
SILVANA SANTOLIA











TRABALHO SOBRE AS TÉCNICAS DE ESCREVER PARA DISCIPLINA DE SEMINÁRIOS INTEGRADOS PORTUGUÊS-INGLÊS















NITERÓI – 2015
INTRODUÇÃO

A atividade de escrever nos remete a uma outra atividade, a da leitura. E para melhor ilustrar as técnicas da escrita, devemos considerar, compreender e apreender o significado de texto.
O que é um texto? Podemos dizer, que o texto é o produto de um processo comunicativo que apresenta unidade de sentido. Todo texto é um enunciado, verbal ou não-verbal, que apresenta unidade de sentido e intencionalidade discursiva. E ainda, que todo texto é o resultado de uma leitura, pois o autor é antes de mais nada um leitor.
No texto notamos um trabalho de construção conjunta, na elaboração-autor, e na co-elaboração-leitor. Sendo este um espaço de confluência, onde interagem a aceitação, a recusa, e a transformação de outros textos.
Entendemos que escrever é antes de tudo, interpretar uma leitura – para tanto, como é vista a leitura?
A leitura, assim, é entendida como a atividade de captação das ideias do autor, sem se levar em conta as experiências e os conhecimentos do leitor, a interação autor-texto-leitor com propósitos constituídos sociocognitvo-interacionalmente. O foco de atenção é, pois, o autor e suas intenções, e o sentido está centrado no autor, bastando tão-somente ao leitor captar essas intenções. (KOCH, 2014, p.10)
Na concepção interacional da língua, os sujeitos ativos que dialogam nesse contexto, são participantes ativos na construção dessa interação, desse modo temos a Intencionalidade discursiva que são as intenções, implícitas ou explicitas, existentes no discurso.
Nessa perspectiva, o sentido de um texto é construído na interação texto-sujeitos e não algo que preexista a essa interação. A leitura é, portanto, uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos, o qual requer um vasto conjunto de saberes no interior do ato comunicativo. À saber, os elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organizá-los.
Necessitamos levar em consideração dois expoentes importantes para que o leitor possa realizar a leitura de um dado texto; um desses expoentes, são as experiências e os conhecimentos prévios do leitor; o outro, vai além do conhecimento do código linguístico, visto que o texto não é simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um receptor passivo.
Abordamos ainda, neste artigo, algumas tipologias textuais, a dissertação, a narração, a descrição, a expositiva e a injuntiva.


O TEXTO

O que é um texto?
Podemos conceituar o texto como um conjunto, uma sequência, uma combinação de frases, cuja unidade e coerência seriam obtidas por meio da reiteração dos mesmos referentes ou do uso de elementos de relação entre seus vários segmentos.
Além dos fatores da compreensão da leitura derivados do autor e do leitor, há os derivados do texto que dizem respeito à sua legibilidade, podendo ser materiais, linguísticos ou de conteúdo. (cf. ALLIENDE & CONDEMARÍN apud KOCH, 2014, p.28)
Os autores acima mencionados, citam dentre os aspectos materiais que podem vir a comprometer a compreensão: o tamanho e a clareza das letras, a cor e a textura do papel, o comprimento das linhas, a fonte empregada, a variedade tipográfica, a constituição de parágrafos muito longos; e, em se tratando da escrita digital, a qualidade da tela e uso apenas de maiúsculas ou de minúsculas ou excesso de abreviações.
Também dificultam a compreensão, os fatores linguísticos tais como: o léxico; as estruturas sintáticas complexas caracterizadas pela abundância de elementos subordinados; orações supersimplificadas, marcadas pela ausência de nexos para indicar relações de causa/efeito, espaciais, temporais; ausência de sinais de pontuação ou inadequação no uso destes sinais; e as variações linguísticas.
O texto é, portanto, o resultado de um processo comunicativo que apresenta unidade de sentido. Observamos que o texto vem dividido em partes menores, os parágrafos. Cada parágrafo contém um conjunto de ideias e pode ser dividido em unidades ainda menores, as frases. Enquanto o parágrafo é um conjunto de ideias, a frase é a expressão de cada uma dessas ideias.
Na escrita, a frase começa com letra maiúscula e termina com ponto. Na fala é demarcada pela entonação, isto é, por um tom de voz que expressa a intenção de quem fala. Vejamos um exemplo:
- Não!!
- Depois vão pensar que sou relaxada!

Em nosso dia a dia nos deparamos com inúmeros textos veiculados em diversos meios, (jornais, revistas, rádio, TV, internet, cinema, teatro) cuja produção é orientada para um determinado tipo de leitor (um público específico), o que, aliás, vem evidenciar o princípio interacional constitutivo do texto, do uso da língua.
O texto é um enunciado verbal ou não verbal, que apresenta unidade de sentido e intencionalidade discursiva. O conjunto de enunciados constitui o texto, que pode ser oral ou escrito. Enunciados não verbais, como uma fotografia, uma pintura, uma escultura, etc., também são chamados de textos.
Entendemos, como discurso, o processo comunicativo capaz de construir sentido. Além dos enunciados, envolve também os elementos da situação (quem são os interlocutores, a situação em que ocorre a interação, o momento histórico, a intencionalidade do enunciado).
Na intencionalidade discursiva vemos as intenções, implícitas ou explícitas, existentes no discurso, isto é, quem fala, com quem, com que finalidade, em que momento, o que o locutor pensa do locutário e vice-versa, etc. – assim temos o discurso.
A anedota é um exemplo de como os interlocutares, quando interagem pela linguagem, têm intenções comunicativas próprias. Espera-se uma compreensão de elementos implícitos na comunicação, que precisam ser entendidas na sua intencionalidade, e nesta compatibilidade de intenções entre o locutor e o locutário é que está o humor da piada, finalidade principal desse tipo de texto.

ESCRITA E LEITURA: CONTEXTO DE PRODUÇÂO E CONTEXTO DE USO

O texto, depois de escrito tem uma existência independente do autor. Entre a produção do texto escrito e a sua leitura, pode passar muito tempo, as circunstâncias da escrita (contexto de produção) podem ser absolutamente diferentes das circunstâncias da leitura (contexto de uso), fato esse que interfere na produção de sentido.
Pode acontecer também que o texto venha a ser lido num lugar muito distante daquele em que foi escrito ou pode ter sido reescrito de muitas formas, mudando consideravelmente o modo de constituição da escrita.
Neste percurso, destacamos que a leitura é uma atividade que solicita intensa participação do leitor, pois, se o autor apresenta um texto incompleto, por pressupor a inserção do que foi dito em esquemas cognitivos compartilhados, é preciso que o leitor o complete, por meio de uma série de contribuições.
Assim, no processo de leitura, o leitor aplica ao texto um modelo cognitivo, ou esquema, baseado em conhecimentos armazenados na memória. O esquema inicial pode, no decorrer da leitura, se confirmar e se fazer mais preciso, ou pode se alterar rapidamente, como podemos verificar na leitura do texto a seguir:
Almas Gêmeas I
- 0/7 Tudo bem?
- Tudo tranquilo, e aí?
- Eu estava louca para conversar com você de novo, ontem nosso papo foi muito bom...
- É verdade, há um mês eu entrei no bate-papo meio por entrar e de repente...
- De repente?
- De repente, encontro uma Maria, com a qual sonhei a vida inteira.
- Verdade mesmo? Você está falando sério?
- Falando sério? Você nem imagina quanto! Nas nossas conversas rápidas, eu senti assim uma premonição de que ali estava, finalmente, a minha alma gémea.
- Agora você me deixou emocionada... Mas, na verdade, eu também senti uma coisa meio diferente e hoje mais ainda, neste nosso início de bate-papo. Sabe de uma coisa, João? Até parece que eu te conheço de uma vida inteira.
- E eu, Maria? Desde outras vidas, tamanha é a afinidade que eu sinto por você.
- Que bonito, João. Assim é covardia, esta batalha você ganhou.
- Ganhei nada, sou desde já refém da sua simpatia, seu jeito, sua forma de expressar...
- Obrigada, João.
- Nem agradeça, Maria. Vamos conversar mais, quero saber tudo de você. Quem é você?
- Adivinha, se gostas de mim...
- Quem é você, minha misteriosa?
- Eu sou Colombina.
- Eu sou Pierrot. Mas nem é carnaval, nem meu tempo passou. Bom, pelo menos depois de você.
- É verdade, João. Deixando a música de lado, eu que já não sou tão menina, apesar de estar me sentindo assim, quero que você saiba que a minha vida estava muito chata, muito monótona até que o destino te colocou neste diálogo meio louco, meio mágico...
- Vamos fazer o jogo da verdade, Maria? Eu sou João, ou outro nome qualquer, tenho 45 anos, casado há muito tempo, sem filhos. Meu casamento entrou numa rotina...
- Eu também, João, estou casada há muito tempo, também sem filhos, achando que era feliz, até te descobrir, e, principalmente, descobrir que estou viva. Apesar de também ter passado dos quarenta, estou me sentindo uma colegial, diante das primeiras emoções.
- A minha esposa é boazinha, mas não tem a mínima imaginação, nem a tua sensibilidade. Jamais seria capaz de um diálogo deste nível.
- O meu marido é honesto, trabalhador, mas é um tremendo cretino, só pensa em futebol.
- Eu até gosto de futebol, mas não sou muito fanático. A minha mulher só quer saber daquelas novelas chatas, sempre do mesmo jeito.
- Eu quase que nem assisto novelas, prefiro ler e conversar. Com pessoas como você, é claro!
- Pois é...este papo de internauta é gostoso, mas já não me satisfaz plenamente. Eu quero te conhecer pessoalmente, tocar no teu corpo. E quem sabe...
- Eu fico meio envergonhada... Mas, dane-se o pudor, estou louca para fazer com você as coisas mais loucas que puder...
- Que tal neste fim de semana, à tarde... a gente poderia ir a um barzinho...
- Eu topo!
- Me deixa o número do seu celular...
-Ah! É 9899...
- 9899... Mas este é o celular da minha esposa!!! É você, Joana???
- José?!!!
Autor: Luiz Fernando Elias é cardiologista e, nas horas vagas, cronista.

Ao iniciarmos, a interação com o autor por meio do texto, como leitores situamos a história no seguinte quadro: um homem e uma mulher estão em um bate-papo de internet e geralmente, como é esperado nessa situação, comportam-se como dois desconhecidos. O modo pelo qual o autor constrói a história pressupõe do leitor a consideração a esse esquema, que guiará a compreensão até a penúltima linha do texto, quando a hipótese inicial, reforçada pelo desenvolvimento da história, deve ser alterada e reconstruída pelo leitor: o homem e a mulher que conversavam numa sala de bate-papo via internet não eram dois desconhecidos — não se levarmos em consideração o sentido mais corriqueiro da palavra — eram, para surpresa dos dois personagens (do mundo textual) e dos virtuais leitores (do mundo real), marido e mulher. Assim, o texto é um exemplo de que o autor pressupõe a participação do leitor na construção do sentido, considerando a (re)orientação que lhe é dada. Nesse processo, ressalta-se que a compreensão não requer que os conhecimentos do texto e os do leitor coincidam, mas que possam interagir dinamicamente. (ALLIENDE & CONDEMARÍN, apud KOCH, 2014, p. 37)



Os tipos de textos, são classificados de acordo com sua estrutura, objetivo e finalidade. De maneira geral, a tipologia textual é dividida em: texto narrativo, descritivo e dissertativo.


DISSERTAÇÃO
Entendemos como dissertação, um texto que se caracteriza pela exposição, defesa de uma ideia que será analisada e discutida a partir de um ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com dados, os quais utiliza para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas ideias.
Organiza-se, geralmente, em três partes:
Introdução - onde você explicita o assunto a ser discutido, com a apresentação de uma ideia ou de um ponto de vista que pretende defender.
Desenvolvimento ou argumentação - em que irá desenvolver seu ponto de vista. Para isso, deve argumentar, fornecer dados, trabalhar exemplos, se necessário.
Conclusão - em que dará um desfecho coerente com o desenvolvimento e com os argumentos apresentados. Em geral, a conclusão é uma retomada da ideia apresentada na introdução, agora com mais ênfase, de forma mais conclusiva, onde não deve aparecer nenhuma ideia nova, uma vez que você está fechando o texto.
O texto dissertativo argumentativo destina-se ao chamado "leitor universal", ou seja, a qualquer pessoa que tenha acesso a ele. Devem ser textos abrangendo conceitos amplos, genéricos, evitando particularizar situações. As construções mais adequadas, procurando evitar-se a 1 pessoa do singular, seriam:
"Notamos que grande parte dos brasileiros..."
"Observa-se que uma parcela da população..."
O texto dissertativo expositivo é a exposição de ideias, teorias, conceitos sem necessariamente tentar convencer o leitor. Muito comum esse tipo de texto ser abordado no contexto escolar e acadêmico, uma vez que inclui formas de apresentação, desde seminários, artigos acadêmicos, congressos, conferências, palestras, colóquios, entrevistas, dentre outros.

NARRAÇÃO
Narrativa é uma exposição de fatos, uma narração, um conto ou uma história. As notícias de jornal, história em quadrinhos, romances, contos e novelas, são, entre outras, formas de se contar uma história, ou seja, são narrativas.
As narrativas são expressas por diversas linguagens: pela palavra (linguagem verbal: oral e escrita), pela imagem (linguagem visual), pela representação (linguagem teatral) etc.
A narrativa é uma sequência de fatos interligados que ocorrem ao longo de certo tempo e possui elementos básicos na sua composição:
Fato – corresponde à ação que vai ser narrada (o que)
Tempo – em que linha temporal aconteceu o fato (quando)
Lugar – descrição de onde aconteceu o fato (onde)
Personagens – participantes ou observadores da ação (com quem)
Causa – razão pela qual aconteceu o fato (por que)
Modo – de que forma aconteceu o fato (como)
Consequência – resultado do desenrolar da ação
A narrativa se desenvolve em torno de um enredo, nome que se dá a sequência dos fatos. A partir do enredo chega-se ao tema, que é o motivo central do texto. O enredo apresenta situações de conflitos ou ações, que são divididos em quatro partes:
Apresentação – vários elementos como as personagens, cenário, e tempo, são apresentados pelo narrador, para enquadrar o leitor relativamente aos fatos.
Desenvolvimento - aqui o conflito tem origem, havendo o confronto entre os personagens.
Clímax - é o expoente máximo do conflito, existindo uma enorme carga dramática e onde alguns fatos importantes atingem sua maior dramaticidade.
Desfecho – é a parte final da narrativa que revela o resultado do clímax, sendo que o conflito pode ou não ter sido resolvido.
Os personagens de uma narrativa podem ser descritos do ponto de vista físico e psicológico, exercendo diversos papéis:
Protagonista – é o personagem principal de uma narrativa, tem o papel mais importante no desenrolar da ação.
Antagonista - aquele que se opõe ao protagonista, sendo o seu inimigo. Muitas vezes só é revelado como antagonista durante o clímax.
Personagem secundária - apesar de ter um papel menos importante que o protagonista, é também importante para o desenvolvimento da ação.
Figurante - tem como função ajudar a descrever um ambiente ou espaço do qual faz parte. O seu papel não tem influência na ação.

A narrativa literária
A narrativa literária pode ser apresentada na forma de prosa e verso. Quanto ao conteúdo, estão agrupadas em três gêneros: narrativo, lírico e dramático.
Em toda narrativa, há um narrador, que conta o que acontece. Não deve ser confundido com o autor do texto. O narrador pode ser um personagem que participa da ação. Nesse caso trata-se de um narrador em primeira pessoa. Quando ele não participa da história, mas apenas relata o que fazem os personagens, trata-se de um narrador em terceira pessoa.
Entre as formas de narrativas em prosa, destacam-se:
Romance – aborda uma narrativa de ficção, longa, com vários personagens que vivem diferentes conflitos e cujos destinos se cruzam, através de um enredo narrado numa sequência temporal. Um romance pode contar diferentes tipos de histórias: romance policial, romance histórico, romance de aventuras etc. Ex.: Morte na Praia, de Agatha Christie,
Novela – é uma narrativa menos abrangente que o romance, composta de uma série de unidades encadeadas, mas articulada em torno de um personagem central. Ex.: O Alienista, de Machado de Assis, Vidas Secas, de Graciliano Ramos etc.
Conto – é uma narrativa mais curta, compacta e com poucos personagens. Concentra-se em torno de um só personagem, onde só existe um conflito num espaço de tempo reduzido.
Crônica – possui um texto mais informal, que relata acontecimentos do dia a dia, onde várias vezes o cronista sutilmente denuncia algum problema de ordem social.
Fábula – é uma pequena narrativa que expressa uma mensagem de fundo moral. As personagens das fábulas são, geralmente, animais que representam tipos humanos. Ex.: A Cigarra e a Formiga e A Lebre e a Tartaruga, de La Fontaine.

A narrativa de aventura

A narrativa de aventura é aquela que descreve ações desenvolvidas por um personagem representado por um valente herói, que vive as mais surpreendentes situações. O aventureiro enfrenta desafios e se envolve em diversas aventuras para escapar do perigo. A ação é um elemento principal numa narrativa de aventura. Ex.: As Viagens de Gulliver, de Jonatham Sift, Odisseia e A Ilíada, de Homero etc.

6 – DESCRIÇÃO
O texto descritivo é um tipo de texto que envolve a descrição de algo, seja de um objeto, pessoa, animal, lugar, acontecimento, e sua intenção é, sobretudo, transmitir para o leitor as impressões e as qualidades de algo.
Em outras palavras, o texto descritivo capta as impressões, de forma a representar a elaboração de um retrato, como uma fotografia revelada por meio das palavras.
Para tanto, alguns aspectos são de suma importância para a elaboração desse tipo textual, desde as características físicas e/ou psicológicas do que se pretende analisar, a saber: cor, textura, altura, comprimento, peso, dimensões, função, clima, tempo, vegetação, localização, sensação, localização, dentre outros.
A descrição apresenta três passos para a construção: o primeiro é a Introdução: apresentação do que se pretende descrever; em seguida o Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição; e por fim, a Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.
Tem como características:
- Retrato verbal
- Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases
- Predomínio de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas
- Utilização da enumeração e comparação
- Presença de verbos de ligação
- Verbos flexionados no presente ou no pretérito (passado)
- Emprego de orações coordenadas justapostas
Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em:
Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos de impressões dos autores.
Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, manuais de instruções, verbetes de dicionários e enciclopédias.
Segue exemplos de textos descritivos:
Descrição Subjetiva
"Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates." (O Primo Basílio, Eça de Queiroz)



Descrição Objetiva
"A vítima, Solange dos Santos (22 anos), moradora da cidade de Marília, era magra, alta (1,75), cabelos pretos e curtos; nariz fino e rosto ligeiramente alongado."

7- EXPOSITIVO
O texto expositivo é um tipo de texto que visa a apresentação de um conceito ou de uma ideia. Muito comum esse tipo de texto ser abordado no contexto escolar e acadêmico, uma vez que inclui formas de apresentação, desde seminários, artigos acadêmicos, congressos, conferências, palestras, colóquios, entrevistas, dentre outros.
Recursos Linguísticos
No texto expositivo, o objetivo central do locutor (emissor) é explanar sobre determinado assunto, a partir de recursos como a conceituação, a definição, a descrição, a comparação, a informação e enumeração.
Classificação dos Textos Expositivos
De acordo com seu objetivo central, os textos expositivos são classificados em dois tipos:
Texto Expositivo-argumentativo
Nesse caso, além de apresentar o tema, o emissor foca nos argumentos necessários para a explanação de suas ideias. Dessa forma, recorre aos diversos autores e teorias para comparar, conceituar e defender sua opinião.
Texto Expositivo-informativo
Nesta ocasião, o objetivo central do emissor é simplesmente transmitir as informações sobre determinado tema, sem grandes apreciações e, por isso, com o máximo de neutralidade. Podemos pensar numa apresentação sobre os índices de violência no país, de modo que o conjunto de informações, gráficos e dados sobre o tema, apresentam tão somente informações sobre o problema, sem defesa de opinião.

8- INJUNTIVO
O texto injuntivo ou instrucional está pautado na explicação e no método para a concretização de uma ação, ou seja, indicam o procedimento para realizar algo, por exemplo, uma receita de bolo, bula de remédio, manual de instruções, editais e propagandas.
Com isso, sua função é transmitir para o leitor mais do que simples informações, visa sobretudo, instruir, explicar, todavia, sem a finalidade de convencê-lo por meio de argumentos.
A partir disso, notamos que são textos os quais incitam a ação dos destinatários, controlando, assim, seu comportamento, ao fornecer instruções e indicações para a realização de um trabalho ou a utilização correta de instrumentos e/ou ferramentas.

8.1- TEXTO INJUNTIVO E PRESCRITIVO
Há quem estabeleça uma relação entre os textos injuntivos e prescritivos e, por outro lado, há os que defendem que são textos sinônimos e pertencem à mesma categoria, das quais compartilham funções e finalidades.
No entanto, os linguistas que preferem dividi-los em dois tipos de textos informam que o texto injuntivo, instrui sem uma atitude coercitiva, recurso marcante nos textos ditos prescritivos. Para esse grupo de estudiosos, um texto injuntivo pode ser um manual de instruções ou uma receita, enquanto os textos prescritivos asseguram um tipo de atitude coercitiva, por exemplo, os editais dos concursos, contratos e leis.
Recursos Linguísticos
A linguagem dos textos injuntivos é simples e objetiva. Um dos recursos linguísticos marcantes e recorrentes desse tipo de texto, é a utilização dos verbos no imperativo, de modo a indicar uma "ordem", por exemplo, na receita de bolo: "misture todos os ingredientes"; bula de remédio "tome duas cápsulas por dia"; manual de instruções "aperte a tecla amarela"; propagandas "vista essa camisa".














CONCLUSÃO

Apresentamos, nesse trabalho, algumas tipologias textuais, que nos conduzem a reflexão de contexto, pois cada um desses gêneros deverá ser empregado, de acordo com o que se propõem comunicar, a quem interessa (o leitor a que se destina), e porque sua produção deva ser de um determinado gênero.
Para os acadêmicos de graduação, o exercício disciplinado e constante desses gêneros vai introduzi-los ao campo das pesquisas, dos trabalhos que são exigidos à medida que cumprem suas disciplinas do curso. São inúmeras apresentações em congressos, palestras, relatórios, que irão demandar domínio de todos esses gêneros textuais, e até o mestrado, o doutorado, caso venha a realizar; mesmo depois da graduação, durante seu desempenho profissional, a sua dedicação a esse exercício irá bem conduzi-lo ao êxito ao longo da sua vida profissional.
Ao aluno do Ensino Médio, que irá enfrentar o vestibular, é vital saber todos esses gêneros e quando aplicá-los, afim de obter bons resultados em sua redação; este saber é um ponto diferencial em sua avaliação.
Escrever já não é mais como parece ter sido antigamente, uma questão de gosto, de afinidade, de escolha, de prazer; escrever atualmente, para nós, é muito mais uma questão de necessidade. Sendo assim, tratemos de aprender a escrever e tratemos de ensinar a escrever, e o mais importante, tratemos de aprender a ensinar a escrever.
Portanto, aprender a escrever envolve como qualquer aprendizado, a disciplina, a teoria, a prática, a reflexão sobre a prática e por fim o aperfeiçoamento do que se prática. Por isso, é preciso escrever para aprender a escrever e para aprender a refletir sobre o que se escreveu.










BIBLIOGRAFIA

CEREJA, Roberto William e MAGALHÃES, Teresa – Gramática – Texto, Reflexão e Uso. 3 ed. São Paulo: Atual, 2008.
KOCH, Ingidore Villaça e ELIAS, Vanda Maria – Ler e Compreender – Os sentidos do texto. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2014.
www.mundovestibular.com.br às 14:30 hrs de 03/10/2015
www.significados.com.br às 14:50 hrs de 03/10/2015
www.todaamateria.com.br às 17:00 hrs de 03/10/2015







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