Raciocinio e linguagem

July 9, 2017 | Autor: Luis Ramalho | Categoría: Cognitive Psychology, Cognitive Linguistics, Cognição, Antropología, Linguagem E Cognição
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Luís Pedro Ramalho nº 53869, Paulo Alexandre Alves nº 60684 • PA1 | Raciocínio e Linguagem

Cognição e Linguagem, Cultura e Biologia Breves considerações epistemológicas sobre linguagem e cognição A Antropologia e a Psicologia partilham entre si o Homem como “objecto” de estudo. Partilham também aquilo a que se pode chamar um dos “acessos” ao objecto, que é a linguagem, embora divirjam na escala ou nível, uma vez que a Psicologia toma o indivíduo como unidade e a Antropologia o grupo ou a sua dimensão social. Partilham também um problema epistemológico consequente desse “objecto” de estudo, que consiste no facto do observador e “objecto” observado serem o mesmo. Este problema da impossibilidade de exteriorização ou afastamento, por mais que se queira objectificar o sujeito, ganha especial ênfase na questão da linguagem e cognição uma vez que estamos perante sistemas auto-referenciais, analogamente aos teoremas de Gödel(1), a linguagem não pode aferir ou auditar a própria linguagem, ou o homem a si próprio. Podemos pensar sobre o que dizemos, mas não pensar simultaneamente sobre o que estamos a pensar. A melhor forma de o fazer é diferir essa reflexão no tempo ou no indivíduo. Isto é, pensar sobre o que já pensamos ou pensar sobre o que o outro diz estar a pensar. A divergência entre estas disciplinas (escala/nível) reflecte em si uma diferença analítica, que é também outro problema epistemológico, e motivou longos celeumas. Se por um lado a Psicologia é herdeira de métodos mais positivistas, de objectivismo e lógica, a Antropologia aproximou-se de um holismo que se lhe adequou mais à análise de relações. Consequentemente a linguagem tem sido explicada pela Psicologia como um fenomeno bio-fisiologico, e pela Antropologia como socio-cultural. É preciso, no entanto, perceber que para além daquilo que se poderia chamar de “disputas de terreno académico”, estas discussões revelaram a nossa incapacidade para compreender e analisar um objecto simultaneamente numa escala de profundidade e numa escala de extensão de plano ou de relações. Herdeiros de um cartesianismo dissecador perdemos a noção do “valor relacional” no conhecimento desses objectos. Se pelo contrário apenas apreendemos a relação perdemos o valor individual do objecto, e como este afecta a relação. Por percebermos isso, hoje a tónica é colocada na interdisciplinaridade. Cremos que é inegável que a evolução biológica da espécie capacitou-a para a linguagem como “instrumento” metalinguístico para além de comunicacional. Pelo que acima já foi dito, julgamos que é importante o conhecimento e compreensão desse processo, mas julgamos também que assim como determinar o fenótipo a partir somente do genótipo, sem ter em conta a epigenética já não é possível (ou seria Notas 1) Kurt Gödel (1906-1978), matemático e filósofo, com dupla nacionalidade austríaca e norte-americana, foi autor dos teoremas da incompletude, desenvolvidos no contexto de crítica epistemológica às correntes do positivismo e objectividade. Membro da escola de Viena, foi contemporâneo de figuras como Bertrand Russel, Thomas Khun e Schrödinger. A teoria da incompletude de Gödel diz (grosso modo) que um sistema matemático de axiomas (conjuntos proposicionais) ou é completo e inconsistente uma vez que não se pode provar a si próprio (externamente) ou é incompleto porque a prova da sua consistência deixa-o aberto. É mencionado por Perlovsky (2009) como forma de criticar a teoria minimalista da gramática universal de Chomsky, que foi testada por modelo lógico-matematico computacional.

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errado). Assim, tentar perceber a linguagem somente do ponto de vista da faculdade ou mecanismos da sua produção seria estéril, seria o mesmo que dizer que a visão é biológica porque temos olhos. É certo a importância do seu estudo, como é certo a influência na forma como vemos, e no entanto não nos diz porque não vemos todos da mesma maneira (procura e sensibilização de determinados pormenores), nem como a forma como utilizamos afecta a nossa maneira de ver. Essa é uma explicação não da determinação mas da forma de usar. Numa primeira parte debruçamo-nos sobre a história dessa relação entre biologia e cultura, e numa segunda parte sobre a relação entre cognição e linguagem, através da revisão de literatura (artigos e livros) da matéria.

Parte 1 O estudo da linguagem pode partir de diferentes abordagens, que, em conjunto com opiniões e interesses pessoais, influenciam em grande parte os pressupostos e conclusões teóricas. Entre outras, estas abordagens podem partir da linguagem em si, dos seus diferentes componentes, e até uma análise da variação destes; pode centrar-se da maneira como nós apreendemos a linguagem, seja devido a faculdades e capacidades cognitivas, seja a influência da linguagem na construção do nosso conhecimento e na nossa percepção da realidade; seja apenas centrada biologicamente, onde o enfase ênfase é colocado nas capacidades biológicas e no desenvolvimento cognitivo, que permite a apreensão, a compreensão, e a produção de linguagem. Estas abordagens têm pressupostos a priori. O seu ponto de partida, a sua ideia principal, a escolha de enfase, até os diferentes métodos de estudo são espelho, não só da influência da subjectividade do investigador, mas vão influenciar os resultados obtidos. Então como conseguir produzir “boa ciência”? Neste caso, como estudar a linguagem? Bem, esta pergunta não tem uma simples resposta. Em parte, centra-se na articulação coerente e pertinente entre as várias abordagens, e aprender com os erros. Erros estes que provêm de abordagens unilaterais, sem base empírica evidente, e que são mais espelho de opiniões pessoas do que fruto de análises reais. O papel dos processos cognitivos e da activação de certas áreas cerebrais, como a área de Broca, na expressão e compreensão da linguagem, é quase um dado adquirido. Esta área, activa depois da percepção da palavra até à fase articulatória, media a interacção entre a região temporal e frontal, influenciando a formação de novas combinações articulatórias, implementadas e executadas no córtex motor, tendo um papel na codificação articulatória, e chave na produção da fala (Flinker et all,2015). Apesar dos estudos que comprovam a importância “biológica” na linguagem, e a dependência desta em relação a processos cognitivos, a afirmação que a linguagem é interna, biologicamente inerente e que segue um caminho pré-determinado (Chomsky, 1997); (Lenneberg, 1969), é um passo demasiado grande para os suportes empíricos. Lenneberg, ao descrever as características da linguagem, centra-se nas biológicas, particularmente na correlação entre o aparecimento da linguagem e o desenvolvimento cerebral e cognitivo a uma certa idade. Como tal, é seguro presumir que as suas conclusões vão ser de uma natureza biológica. Apesar de haver uma tentativa de incorporação da influência do contexto cultural ou familiar, esta é apenas superficial. Pois, segundo o autor, não interessa se a criança fala ou não, apenas se ela tem a capacidade cognitiva para tal. Quando o autor analisa a influência do ambiente, principalmente aquele que, de certa forma, não incentiva a linguagem, este afirma:

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“(…) it is important to distinguish between what the children actually do, and what they can do. (…) what interests us is the underlying capacity for language. (Lenneberg, pg. 635, 636) Para o autor, a linguagem é vista como um processo biológico, inerente ao ser humano, com um desenvolvimento predeterminado. A produção e expressão da linguagem não é tão importante como a capacidade para tal. É seguro presumir que o autor segue a ideia de Chomsky (1997), que a linguagem não é aprendida, mas sim desenvolvida. Este foi um grande impulsionar da ideia de inerência e predeterminação da linguagem, baseando-se numa teoria de evolução - inúmeras vezes contestada (Coolidge, 2015) - em estudos empíricos de aquisição linguística em crianças, como a de Lenneberg, e em teorias, como as cartesianas – onde existe uma dicotomia entre o interno, biológico, e o externo, ambiente, e onde as representações são internalizadas - ignorando todas as outras. Para o autor, possuímos uma estrutura inata que determina o enquadramento onde o pensamento e a linguagem se desenvolvem, num caminho pré-determinado. A linguagem não é uma habilidade, mas sim uma faculdade humana, que se desenvolve no cérebro, que não é aprendida. E esse desenvolvimento parte da experiência, moldada por um enquadramento a priori, onde simples interacções geram resultados complexos, pela limitada variação da linguagem, baseada no que o autor designa como “gramática universal”. A sua produção científica é uma tentativa de simplificação e conexão “forçada” de conceitos e ideias, talvez por isso ter tantos seguidores. Um exemplo destas simplificações é a sua afirmação da relação entre linguagem e conhecimento, onde existe um enquadramento, a priori, do conhecimento humano, dentro do qual a linguagem é adquirida, necessária para a relação entre conceitos, significado de frases, palavras e expressões de palavras: “However surprising the conclusion may be that nature has provided us innate stock of concepts, and that the child’s task is to discover their labels, the empirical facts appear to leave open few other possibilities (pg. 29, 30). (…) The a priori framework of human thought, within which language is acquired, provides necessary connection among concepts, reflected in connection of meaning among words, and more broadly, among expressions involving words (pg. 30). A linguagem, como um enquadramento para o sistema de conhecimento, que a pessoa adquire – ou se desenvolve biologicamente, pois, para o autor, a linguagem não é aprendida – tem uma diferença biológica, consoante a língua falada. É difícil perceber se é a linguagem que molda o conhecimento, ou se é o conhecimento que molda a linguagem, pois ambos são englobados por um sistema de enquadramento biológico, que determina, ou pelo menos limita, a apreensão do mundo exterior. Custa-me a acreditar que, ao nascermos, temos traçado, de certo modo, o nosso “destino cognitivo”. E que o estudo da linguagem, e do conhecimento, baseie-se apenas em dimensões biológicas inerentes e pré-determinadas. Segundo esta ideia, a nossa influência maior, ou quase total, é a genética, e não cultural, ou ambiental. Ao analisar o papel da biologia e da cultura na linguagem, é preciso saber quando é que a emissão de sons constitui uma linguagem. Para tal, é necessário analisar a influência da significação cultural, ambiental, contextual, na expressão linguística. A linguagem, como expressão e organização de pensamento, não é desprovida de dimensão semântica. Esta é inerente à linguagem, e, como tal, fundamental para a compreensão desta. Apesar de ter uma base biológica, a linguagem tem uma base cultural e social, pois, em certa medida, influencia a nossa visão e percepção do mundo, tendo a linguagem um impacto na cultura e cognição, e vice-versa – hipótese de relativismo linguístico (Schut). Esta hipótese tem como base a importância da significação das palavras, expressões, frases, conceitos, etc. A linguagem não existe “fora” da sua significação, e sem esta não passa de um conjunto de sons aleatórios. Um exemplo mais recente

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da importância do significado da linguagem é um estudo sobre as primeiras memórias das crianças, foi escolhido pois ambos os autores abordados se baseiam nestes. O estudo (Weir, 2015) mostra a influência “cultural” da linguagem na determinação das primeiras memórias de uma criança, um efeito na construção do self. As idades médias das primeiras memórias de uma criança são: 3-5 entre europeus, 4.8 entre os Este asiáticos, e 2.7 entre os Maori, na Nova Zelândia. Segundo a autora, estas diferenças não podem se explicadas apenas por maturação cerebral, mas sim pela importância das narrativas às quais a criança está em contacto. Quanto mais ricas e elaboradas são as narrativas, mais cedo são as primeiras memórias. Os Maori possuem uma tradição oral mais rica e mais detalhada, partilhada em contexto familiar, levando a uma memória infantil mais precoce.

Parte 2 Diz Maurice Bloch que “…as querelas entre antropólogos e cientistas da cognição são baseadas em nada menos que o facto de estarem a olhar para coisas diferentes e pretenderem que são a mesma” (Maurice Bloch, 2012. P115). Apesar disto, é possível definir um “terreno” comum de intercepção onde operam estas querelas. Este é situado no uso por parte dos antropólogos da linguagem como reflexo da cultura, de um ethos e eidos próprios, ou exclusivos de determinados grupos humanos, e por parte dos psicólogos como manifestações (conscientes ou inconscientes) das emoções e processos de raciocínio individuais. É também neste “terreno” comum que a relação entre linguagem e cognição é estabelecida e interpretada por ambas as disciplinas. Antes de mais, de forma breve (e talvez rudimentar) convêm explicar que entendemos a linguagem não só no seu processo físico comunicacional, identificação e distinção de sons e produção dos mesmos, isto é fonemas (para o qual concorre uma pratica – sócio-cultural – de sensibilização das redes neurónais), como processo formal de organização sequencial ou por outras palavras de sintaxe ou gramatical, mas também consideramos ainda um nível metalinguístico que consiste nos processos de relacionamento entre significado significante, apreensão e criação de significado e/ou conceitos. Por cognição entenda-se para além dos mecanismos ou processos fisiológicos (sensitórios) de apreensão (captação de estímulos exteriores), também aquilo que é vulgarmente designado por pensamento (e os seus “protocolos” ou processos de actuação), memórias e raciocínio. Há também autores que incluem neste âmbito os processos emocionais, uma vez que estes também podem afectar o pensamento e vice-versa. Cremos que é facil intuir que tanto a cognição afecta a linguagem, como a linguagem afecta a cognição. Mas como? De que forma? A cognição social constituiu-se recentemente como área transversal da cognição biológica, da Neurologia e da Psicologia, justamente pelo reconhecimento de mecanismos sociais na “modelação” do pensamento. A aprendizagem social, imitação, gaze following, ou teoria da mente, vieram demonstrar que a linguagem e a cognição não só estão intimamente ligadas, como requerem uma relação recíproca com o meio sócio-cultural envolvente. Esta área tem chamado a atenção para o facto de que fenómenos sócio-culturais são intervenientes na evolução selectiva na sua forma “hereditária” e de adaptação. A descoberta de neurónios espelho veio demonstrar um “mecanismo” biológico co-dependente de aspectos exteriores para operacionalizar aspectos cognitivos.

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Tal como o gene FoxP2 (não só responsável pelos procedimentos motores de aprendizagem vocal nos humanos, mas também nos pássaros e outros vertebrados), também não nos informa como a linguagem adquire a abstracção dos conceitos (Fitch, Huber & Bugnyar. 2010). E se de facto podemos admitir que a um nível de comunicação (inferior a linguagem) existe uma independência da cognição, uma gramática universal “chomskiana”, já a um nível superior ao da comunicação (linguagem) torna-se insustentável essa separação, e a formação de significados deixa de ser explicada pela teoria de Chomsky. Perlovsky não só chama a atenção para a necessidade de incorporar a lógica dinâmica na analise da cognição, como propõe ainda um modelo dual para a integração da linguagem e cognição (Perlovsky, 2009). No sentido contrario ao da incorporação de factores sócio-culturais cognitivos na linguagem é de considerar a “modelação” do social pela linguagem, descrita no artigo de Seyfarth e Cheney (2014). Um dos aspectos mais estimulantes desta relação (linguagem cognição) é descrita por Perlovsky (2014) e trata da diferenciação entre a comunicação animal, onde a significação esta “embutida” na emoção e a linguagem humana que diferenciou essa utilização. Se é certo que a linguagem reflecte na sua forma condicionantes de uma estrutura biologica que a operacionaliza, também é certo que reflecte condicionantes cognitivas de um nível epi-formal. Os conceitos e significados construidos socio-culturalmente. Cremos também poder existir um processo dialéctico entre função e forma, ou seja a existência de um feedback da expressão que vai alterando a capacidade de produção linguística, sobretudo ao nível cognitivo e de raciocínio, e partindo deste princípio de que tal relação dialéctica existe é preciso considerar que podemos estar perante “objectos” que não são fixos, isto é mudam ao longo do tempo conforme se desenrola essa relação.

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