Para quê filosofia? O exercício de filosofar

July 4, 2017 | Autor: Loja Via Kids | Categoría: Filosofía
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Descripción

Filosofia e Fundamentos Epistemológicos – Aula 01
Para quê filosofia? O exercício de filosofar!
A filosofia foi uma resposta dos gregos a problemas reais, levando em conta a contribuição de outras culturas, mas assimilando e modificando seus conteúdos.
A PALAVRA FILOSOFIA É GREGA, COMPOSTA POR DUAS OUTRAS PALAVRAS
PHILO
Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito.
SOPHIA
Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.
Filosofia: amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber
INVENTOR DA PALAVRA: Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a invenção da palavra filosofia.
Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.
Por quê surge a Filosofia?
Surge à partir da insatisfação de alguns gregos com relação às explicações que as tradições lhes ofereciam, assim, começam a fazer perguntas e buscar respostas para elas.
Acontecimentos e ações humanas podem então ser conhecidos pela razão humana.
A Filosofia, entendida como aspiração ao conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana.
O QUE PERGUNTAVAM OS PRIMEIROS FILÓSOFOS?
Por que os seres nascem e morrem?
Por que tudo muda?
Por que a doença invade os corpos, rouba-lhes a cor, a força?
Por que o que parecia uno se multiplica em tantos outros?
Por que as coisas se tornam opostas ao que eram?
Por que nada permanece idêntico a si mesmo?
A atitude filosófica
Ler ex. p.08
Fazer perguntas inesperadas;
Distanciamento da vida cotidiana e de si mesmo;
Questionamento sobre as crenças e sentimentos que alimentam, silenciosamente, nossa existência.
Inquietações diante de coisas que nos parecem óbvias – investigação e compreensão;
Atitude filosófica: indagar
O que é?
Qual a realidade ou a natureza e qual a significação de alguma coisa;
Como é?
Qual a estrutura e quais são as relações que constituem algo;
Por que algo existe e é assim?
Qual a origem, a causa de uma coisa, ideia ou valor.
Estimula a capacidade de conhecer, de pensar....
Reflexão Filosófica
Movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo;
Ex. diante de um pensamento obsessivo tentamos compreender o porquê desse pensamento, o porquê da repetição, volto o pensamento para si mesmo.
Mas, não somos somente seres pensantes, somos seres relacionais.
3 grandes conjuntos de perguntas:
Por que? Quais os motivos, razões ou causas...
O que queremos? Qual é o conteúdo ou o sentido...
Para que? Qual é a intenção, a finalidade...
Atitude filosófica: perguntas sobre a essência, a significação ou a estrutura e a origem de todas as coisas;
Reflexão filosófica: perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir.
Filosofia: um pensamento sistemático
Busca pela precisão e rigor;
Busca por encadeamentos lógicos;
Busca por conceitos e ideias obtidos por procedimentos de demonstração e prova.
O conhecimento filosófico é um trabalho intelectual;
As questões e respostas precisam ser válidas/ contar com ideias coerentes e significativas;
A filosofia forma um todo daquilo que aparece de forma fragmentada na nossa experiência cotidiana.
Filosofia: entendimento crítico da realidade, sempre em processo (crítica dos valores, sentidos e significados das existência, da realidade, do mundo, da ação e da vida);
Valores e Representações – sempre em um determinado momento histórico – contexto histórico e cultural.
Exercício para reflexão
O que seriam as crenças silenciosas?
Como seria assumir uma postura de admiração e espanto com relação à vida?
As coisas são o que são pelo que constatamos?
Por que indagar? Temos que exercitar isso o tempo todo?
É mais fácil pensar para compreender ou simplesmente conhecer algo que já está pronto?

Filosofia e Fundamentos Epistemológicos – Aula 02
Consciência crítica e filosofia
" O especialista do tipo tradicional é caracterizado por uma restrição mental sistemática: ele se acantona no domínio estreito que escolheu, e esforça-se por acumular o maior número possível de informações (...) concernente a uma zona precisa e delimitada" (Gusdorf).
O desenvolvimento da consciência
O homem como sistema aberto...
O homem sistema aberto: Desenvolvimento da atividade mental que nos permite estar no mundo com algum saber.
Estar "com-ciência"
Homo sapiens sapiens – o ser que sabe que sabe 
O processo contínuo do homem relacionando-se com o mundo e consigo mesmo. (ser, saber e fazer).


Consciência crítica: a dialética do eu e do mundo
Sobre o próprio sujeito, sondando sua interioridade ou na alteridade.
Consciência de si: reflexão
Consciência do outro: atenção
"Consciência crítica: depende da harmonia entre as duas dimensões da consciência".
O que pode acontecer sem essa harmonia?
"O HOMEM SÓ CONHECE O MUNDO DENTRO DE SI SE TOMA CONSCIÊNCIA DE SI MESMO DENTRO DO MUNDO" (Goethe).
Eu ao mundo e do mundo ao eu (dialética)

Modos de consciência:
CONSCIÊNCIA MÍTICA: transmitir valores desejados pelas sociedades.
CONSCIÊNCIA RELIGIOSA: verdades reveladas pela fé religiosa. "O coração tem razões que a razão desconhece".
CONSCIÊNCIA INTUITIVA: "insight"
 Intuição sensível: conhecimento imediato de algo universalmente válido.
Intelectual: conhecimento imediato restrito.
Consciência racional:
Busca a compreensão da realidade por meio de certos princípios estabelecidos pela razão, como, por exemplo, o de causa e efeito.
Abstrair : separar, isolar as partes.
Analisar : decompor o todo em suas partes.
Busca pelo objeto de estudo.

Senso comum:
CONSENSO: manifestação dos juízos de valores emitidos pelo ser - humano.
Senso comum: consiste em uma série de crenças admitidas por um determinado grupo social, cujos membros acreditam serem compartilhadas por todos os homens.
Falta fundamentação sistemática.
Filosofia
Recusa da Doxa = busca da teoria.
Uso metódico da razão.
Recuperar a unidade do saber:
Epistemologia, ou teoria do conhecimento, fundamentos do saber científico, lógica, política, ética, estética etc.
Filosofia e Fundamentos Epistemológicos – Aula 03
Os Pré-Socráticos
Passagem do saber mítico para o pensamento racional;
Mito: utiliza de elementos simbólicos e sobrenaturais para explicar o mundo e dar sentido à vida humana.
Filosofia nasceu procurando desenvolver o logos (saber racional) em oposição ao mito (saber alegórico).
Mitologia grega: lendas e crenças que forneciam explicações para a realidade universal através de princípios simbólicos.
Razão começa a se desenvolver com o surgimento da pólis: cidade-Estado, que necessita de uma nova organização social e política.
OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS
No Século VI a.C., a atual Grécia estava constituída por diferentes pólis: Mileto, Esparta, Atenas..
A ORIGEM DA FILOSOFIA.
Deve-se a diversos fatores:
Comércio: O contato com outras culturas permitiu o intercâmbio de ideias. Liberdade religiosa
A divisão da sociedade: Por não existir monopólio religioso, havia "tolerância" e respeito a opiniões e questionamentos

FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS
Concentraram-se, basicamente, em duas questões:
Qual é a origem, a matéria ou princípio da natureza? Fogo, água, ar, etc...
Qual é a autêntica realidade? O que nos oferece os sentidos ou o que nos oferece a razão? Começa o conflito entre razão e sentidos.
Objetivo: construir uma cosmologia (explicação racional e sistemática das características do universo)
OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS
Escola Jônica ou Milesiana
Tales, Anaximandro, Anaxímenes
São físicos, e seu interesse centra-se em compreender de que a matéria ou "arché"(princípio substancial) é composta na Natureza.
Substituem as explicações antropomórficas dos mitos por elementos naturais.
Tales de Mileto – descobrir um elemento físico que fosse constante em todas as coisas – água como substância primordial (origem de todas as coisas).
Anaximandro de Mileto – não acreditava ser possível eleger uma única substância como princípio primordial, este era inalcançável pelos sentidos.
Anaxímenes de Mileto – ar como princípio.
Pitágoras de Samos: essência de todas as coisas reside nos números, que representam a ordem e a harmonia.
Heráclito de Éfeso: representante do pensamento dialético (realidade do mundo como algo dinâmico – permanente transformação/ luta constante de forças contrárias: mundo se modifica e evolui).
O Mundo :
Está em estado de contínua mudança: a luta entre contrários;
Está impregnado de constantes opostos: "O ser é e não é ao mesmo tempo"; "Tudo flui" – tudo está em movimento e nada dura para sempre; "Não podemos entrar no mesmo rio duas vezes"; A essência de todas as coisas é o Fogo; Considerado o "pai" da dialética.
Influenciou Platão e Aristóteles
Pensadores eleáticos: início dos estudos sobre o ser e o conhecer
Heráclito de Éfeso: luta dos contrários formava a unidade do mundo;
Parmênides: os contrários jamais poderiam coexistir;
Opõe-se a Heráclito
Não admite a mudança e o movimento
O ser é único, imutável e eterno = Ideias platônicas
Introduz a diferença entre conhecimento:
Sensação: Mostra o Múltiplo-Cambiante. Não válida para o conhecimento.
Razão: Pensa o Uno-Eterno-Imóvel. Única via para o conhecimento.
Influenciou Platão e Aristóteles.
Escola da Pluralidade
Corrente materialista e mecanicista - A única realidade existente são os corpos em movimento
Empédocles – Anaxágoras - Atomistas: Reagem contra as ideias de Heráclito e Parmênides.
Elementos originários seria: Fogo; Água; Ar; Terra
Concilia o pensamento de seus antecessores.
Estes quatro elementos, mesclando-se uns com os outros, formam os diferentes objetos.
Concepção cíclica do tempo e da natureza.
Os Atomistas (Desenvolveram a filosofia de Empédocles) Leucipo e Demócrito de Abdera (470-370 a.C.)
Há um número infinito de unidades indivisíveis.
Átomos diferem em tamanho e forma mas são idênticos entre si.
Têm as mesmas características que o ser de Parmênides.
Não têm nenhuma qualidade, exceto a de serem sólidos e impenetráveis.
Infinitos em seu número, agitam-se no vazio ao acaso.
Conclusão:
Período pré-socrático (VII-V a.C) Escola Jônica: em busca do "arché". Tales, Anaximando e Anaxímenes.
Pitagóricos: os números. Pitágoras e Filolau de Crotona.
Escola Eleata: reflexões sobre o mundo. Parmênides, Heráclito e Zenão.
Escola da Pluralidade: movimento. Empédocles, Anaxágoras e os Atomistas.
A importância desses pensadores não se deve tanto às suas respostas particulares, mas sim ao fato de que foram os primeiros a buscar resolver racionalmente a questão da Natureza última das coisas e a afirmar que a origem da Natureza está nela mesma.


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