Olhares interessantes sobre tempos interessantes: Tributo a visionários como Ignacy Sachs

July 15, 2017 | Autor: Marcel Bursztyn | Categoría: Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Desenvolvimento sustentavel, Inovação
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Descripción

DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

CONTRIBUIÇÕES DE IGNACY SACHS

Conselho Editorial Bertha K. Becker (in memoriam) Candido Mendes Cristovam Buarque Ignacy Sachs Jurandir Freire Costa Ladislau Dowbor Pierre Salama

DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

CONTRIBUIÇÕES DE IGNACY SACHS Carlos Lopes, Cláudio Figueiredo Leal, Cristovam Buarque, Elimar Pinheiro do Nascimento, Emílio Lèbre La Rovere, Enrique Iglesias, Fernando Henrique Cardoso, Helena M. M. Lastres, Ignacy Sachs, Jorge Wilheim, Ladislau Dowbor, Luciano Coutinho, Marcel Bursztyn, Marcelo Machado, Maria Augusta Bursztyn, Maurício Andrés Ribeiro, Rafael Lucchesi, Renato Caporali, Sérgio Moreira, Vinícius Lages, Walsey Magalhães

Copyright © dos autores Direitos cedidos para esta edição à Editora Garamond Ltda. Rua Cândido de Oliveira, 43/101 – Rio Comprido CEP 20.261.115 – Rio de Janeiro, RJ Telefax: (21) 2504-9211 E-mail: [email protected] Organização Renato Caporali Marcio Guerra Amorim Revisão Alberto Almeida Editoração Eletrônica Estúdio Garamond Capa Werner Salles Bagetti

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ D518 Desenvolvimento, inovação e sustentabilidade: contribuições de Ignacy Sachs / Carlso Lopes ... [et al.]. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Garamond, 2014. 228 p. ; 21 cm. Inclui bibliografia ISBN 9788576173779 1. Sachs, Ignacy, 1927-. 2. Desenvolvimento econômico. 3. Economia. I. Lopes, Carlos. II. Título. 14-15032 CDD: 330.981 CDU: 338.1(813.1)

Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da Lei nº 9.610/98.

Sumário

Apresentação.....................................................................................7 Rafael Lucchesi Prefácio........................................................................................... 11 Enrique V. Iglesias Sachs: um pensamento antes de seu tempo teórico..........................13 Cristovam Buarque Os desafios da sustentabilidade e os bancos de desenvolvimento: lições de Ignacy Sachs.....................................19 Luciano Coutinho Crises e oportunidades em tempos de mudança..............................37 Ignacy Sachs, Carlos Lopes, Ladislau Dowbor Olhares interessantes sobre tempos interessantes: Tributo a visionários como Ignacy Sachs.........................................81 Marcel Bursztyn, Maria Augusta Bursztyn As contribuições de Ignacy Sachs ao BNDES para uma nova geração de políticas de desenvolvimento produtivo...............109 Helena M. M. Lastres, Marcelo Machado, Walsey Magalhães, Cláudio Figueiredo Leal Desenvolvimento como prática: Breves notas a respeito da trajetória e da obra de Ignacy Sachs..........................................127 Elimar Pinheiro do Nascimento

A contribuição de Sachs para a economia do desenvolvimento e para o planejamento do desenvolvimento................................... 151 Emilio Lèbre La Rovere Histórias de uma longa amizade (e suas consequências...)............. 157 Jorge Wilheim Riquezas da Índia para a evolução humana...................................163 Maurício Andrés Ribeiro Dez questões a partir de Ignacy Sachs: Lembranças do Boulevard Raspail e de outras caminhadas...............................195 Vinicius Lages Mil projetos e uma ciência nova....................................................207 Renato Caporali Sobre os autores............................................................................ 223

Apresentação

A Confederação Nacional da Indústria tem a satisfação de entregar aos leitores uma rica coleção de textos inspirados na contribuição do professor Ignacy Sachs em torno dos desafios do desenvolvimento econômico. Os artigos foram preparados para o seminário “Industrialização e Inovação para a Sustentabilidade”, realizado no Rio de Janeiro em 20 de agosto de 2013, sob o patrocínio da Confederação Nacional da Indústria, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e da Secretaria Geral da Cúpula Iberoamericana. O professor Ignacy Sachs construiu, ao longo de uma longa carreira profissional e acadêmica, uma identidade teórica, técnica e prática que criou significativas convergências entre um grande número de profissionais brasileiros por ele formados, influenciados ou simplesmente por ele inspirados. Vários destes amigos, admiradores ou discípulos se reuniram nesse colóquio para refletir sobre a natureza e o objeto da contribuição desse pensador polonês de nascimento radicado na França que manteve, ao longo de toda a vida, uma densa relação com o Brasil. O título do seminário remetia à zona de convergência em torno do qual o pensamento social e econômico do professor Sachs se formou e ao qual se manteve fiel, numa longa linha de coerência histórica: o papel da indústria como meta substantiva do processo de desenvolvimento e a inovação tecnológica e social como um dos principais elementos 7

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criadores da harmonia social, que deveria ser o objetivo último do processo econômico. O pensamento de Ignacy Sachs se identifica com duas grandes linhas de força do momento atual. Por um lado, ele sempre foi um teórico e um ideólogo da industrialização como elemento estruturante do projeto de desenvolvimento dos países, com especial ênfase para os países de grande extensão e população como o Brasil. Por outro, a necessidade de construir um projeto de industrialização (e também de uma agricultura, por certo) que levasse em conta as restrições ambientais, evitando um processo de degradação ecológica que resultaria a longo prazo em redução do bem- estar social. Uma vez estabelecidos estes dois pressupostos da reflexão teórica, uma série de outros surgem: a importância da tecnologia produzida autonomamente no país, que leve em consideração suas implicações sobre o meio ambiente e que procure deliberadamente não eliminar empregos e que se preocupe, pelo contrário, em criá-los. Considerando a geração de emprego como um dos elementos mais importantes do planejamento estratégico do desenvolvimento, a política tecnológica avançando em sintonia fina com a política de geração de empregos. Em seguida, a visão de que o desenvolvimento não se resume a um único tipo de empreendimentos – ou o gerado pelas grandes empresas ou o gerado pelas pequenas –, mas é uma combinação de múltiplas formas de empresas, na cidade e no campo, para o bem estar de uma sociedade, sua resiliência a choques externos residindo nessa diversidade de diferentes tipos de investimentos. A diversidade surge como mérito, como objetivo estratégico, fundamento da solidez da riqueza de um país. Não caberia aqui resumir a riqueza e a diversidade de contribuições aportadas pelo professor Sachs, apenas indicar poucos pontos principais

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a guisa de chamamento à leitura e ao estudo da riqueza de sua produção intelectual. Neste momento em que o Brasil toma consciência de que precisará seguir se empenhando, num esforço deliberado, para manter as condições para existência de sua base industrial, no momento em que compreende que sua pujança natural pode ser trunfo importante e ao mesmo tempo fonte de adversidade para as indústrias, o pensamento de Ignacy Sachs se mantém como referência, fonte de inspiração para uma reflexão renovada, em sintonia com aspirações acalentadas e tornadas realidade ao longo de um século. A CNI agradece a todos que se dispuseram a preparar, de forma totalmente graciosa, os artigos que compõem este livro. Não podendo citar a todos, fazemos uma especial menção ao amigo e parceiro de ideias de toda vida do professor Sachs, Jorge Wertheim. Sua fala ao seminário de agosto de 2013 no BNDES foi a última intervenção pública desse extraordinário arquiteto e urbanista, militante de primeira hora da causa da sustentabilidade. A todos, nosso muito obrigado. Rafael Lucchesi Diretor de Educação e Tecnologia da CNI

Prefácio Há mais de quarenta anos tive a oportunidade de conhecer Ignacy Sachs, quando trabalhamos juntos na organização da Conferência Mundial de Meio Ambiente em Estocolmo. Foi dessa geração que emergiu a primeira sensibilidade internacional para construir uma consciência crítica do mundo a respeito do relacionamento entre a sociedade, a economia e o meio ambiente. Foi uma tarefa magnífica, que lembramos com uma enorme satisfação, aquela de poder abrir as mentes e lutar para conseguir, entre outras coisas, que os países em desenvolvimento não olhassem essa conferência como uma ação para preservar os privilégios do mundo desenvolvido. Ignacy carrega, entre outros atributos, o de ser pioneiro em bater nas portas da consciência crítica da humanidade e reconhecer que não se pode agir contra a natureza, é fundamental manter um relacionamento construtivo e positivo entre a necessidade de crescimento econômico, a necessidade de distribuição social e também a necessidade de respeitarmos a natureza. Lembro-me também, com muito respeito e muito afeto, do embaixador Miguel de Almeida e Souza, que teve uma posição de líder, procurando levar a conferência de Estocolmo a níveis não apenas conservacionistas. Foi uma grande figura, que teve uma importância fundamental no desenvolvimento da primeira missão da humanidade, o respeito à necessidade de preservar a natureza e conservá-la junto com o crescimento econômico. Ignacy deu um passo à frente nessa área: não apenas manteve a necessidade de ligar crescimento e sustentabilidade 11

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com respeito à natureza, mas também no sentido de desenvolvimento, ou seja, também como forma de ir ao encontro dos grandes problemas sociais, particularmente o problema do emprego. Durante esse período acreditávamos muito na planificação, porque pensávamos que era a única forma de englobar essa visão de crescimento, sociedade e natureza, que só poderia ter sucesso se tivéssemos um olhar do futuro a respeito dos problemas que todos esses pontos convocavam. É por isto que estamos lembrando, nesta homenagem, a grande contribuição de um pioneiro da visão moderna da relação entre economia, sociedade e natureza. Neste sentido, lembrar os princípios de sustentabilidade ligados à natureza e aos problemas sociais constitui hoje, mais que nunca, um dos grandes legados de Ignacy Sachs. Enrique V. Iglesias Ex-Secretário Geral Ibero Americano

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