“O labor do mentor, Paulo de Tarso\"

July 18, 2017 | Autor: O. Rossáinz | Categoría: Filosofia da Educação, Filología, Filosofía, Teología, Filosofia da Religião
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Autor: Omar Moisés Rossáinz Rodríguez, Facultad de Filosofía y Letras UNAM Orientadora: Profa. Dra. Carolina Olivares Chávez, Instituto de Investigaciones Filológicas UNAM Trabalho de Pesquisa em filologia clássica e filosofia da educação

O LABOR DO MENTOR, PAULO DE TARSO I.  Introdução   A educação desempenha um papel fundamental para a formação e adaptação do indivíduo, por isso é importante a forma de educar e instruir o ser humano, já que qualquer diretriz sobre a maneira de ensinar deve considerar sempre a motivação e interesses que uma pessoa possui para aprender. A educação é um processo que consiste em fomentar o desenvolvimento de todas as disposições do homem: intelectuais, morais, éticas, que, em certo grau, são inatas. Tem-se como premissa que a escola costuma ser excessivamente intelectualista, no entanto, Juan Delval, em seu livro Los  fines  de  la  educación, diz: Isto só é verdadeiro de forma superficial. [pois] A escola utiliza os conhecimentos para inculcar valores, não para dar instrumentos para dirigir a ação e entender o mundo (89).

A educação desempenha um papel importantíssimo nas sociedades humanas e é um elemento essencial para a humanização do homem. Dizia Immanuel Kant: “A educação é o maior e mais difícil problema que pode ser proposto ao homem” (Delval 19-20). Isto é, o homem pode ser educado porque nasce com disposições de tipo muito geral que são suscetíveis de ser moldadas em diferentes sentidos.

O caso que será abordado neste

trabalho é o de Saúl, judeu, fariseu da escola de Gamaliel em Jerusalém, cidadão romano da

geração seguinte à de Jeshúa ben Josef1, o fundador do cristianismo; e o labor que praticou como mentor de Timóteo, além disso, analisar-se-á a importância deste termo. No período helenístico, a aprendizagem estava a cargo de um pedagogo, mestre e mentor. Para explicar a transcendência do mentor e sua importância, basear-me-ei na vida de Paulo de Tarso, pois, de acordo com Risto Santala, “o apóstolo Paulo também tem de ser visto como homem e como mestre. Desta maneira, podemos ver um relato dele o mais realista possível” (Santala 10, negritos do autor).

II.  A  areté  na  Hélade  como  modelo  pedagógico   A cultura grega tem suas origens nas obras épicas de Homero, mas este, por sua vez, remontava suas fontes à época micênica com seus grandes palácios e seu poderio marítimo. No mundo mítico de seus heróis, o poeta reflete os valores dos quais os seus aristocratas contemporâneos supunham sua herança, pois toda casa nobre da Grécia afirmava descender de algum dos heróis. Esse conjunto de valores denominado areté   (αρετή) predomina na obra homérica; o poeta foi considerado há muito tempo como o “educador” da Hélade, Fênix, mestre de Aquiles, define o que se entende por areté: “ser um bom orador e um realizador de façanhas” (Il., IX, 443), isto corresponde ao duplo ideal do herói, ser um orador e um guerreiro. Na areté   do herói homérico, brilha um “amor à glória”, a perseguição de um ideal que é, antes de mais nada, no guerreiro onde se enaltece o valor a toda prova,                                                                                                                  1  Escrever-se-á Jeshúa (ou  Josef) com “jota” (j), que nas línguas mediterrâneas são guturais (como o jota castelhano de procedência árabe), mas se pronunciará como um “i” latino (Ieshúa). Usar-se-áem mudança para o jota  (j) castelhano as letras kh. Nos povos semitas, quando um varão não tem descendência se indica sua filiação (filho de: ben Josef) (Dussel 11).

inclusive a despeito da morte, tudo isso à procura de um renome, de uma honra simultaneamente de verdadeiro valor em espécie, porque não há glória sem retribuição econômica (Il.,  I, 160-168).

Dita areté deveio em uma estreita relação de varões, foi bem como a educação ética viuse envolvida em relações pederastas. Sánchez Barragán comenta que: As relações homoeróticas da Antiguidade eram concebidas como um laço viril que fomentava os melhores sentimentos [...]. Além de que, em maior medida, quem se via favorecido nesta relação era o amado (ἐρόµενος) que, ao idealizar seu amante (ἐραστής) como modelo do valor guerreiro e ético, aprendia dele a ser “homem”. A pederastia era considerada a forma mais perfeita e bela da educação (ἠ καλλιστή παιδεία) (Sánchez 17-18).

III.  A  antiga  educação  romana   Paulo   de   Tarso,   em   suas   epístolas,   precisa   a   importância   da   educação;   em   alguns   bilhetes,   por   exemplo,   mostra   sua   preocupação   em   dar   conselhos   aos   pais   sobre   a   maneira  de  educar  a  seus  filhos (Eph.,  VI,  4,  Col.,  III,  21)2.  Mas,  como  e  em  que  consistiu   o  ensino  romano  que  ele  recebeu?              O marco da formação romana era a família. Em Roma não se confia a educação do menino a um escravo, mas sim, é a própria mãe que educa seu filho (Tac.,  D.  XVIII,  4)3.                                                                                                                            2  “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor”, “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados.”   3

No século II ou no I dantes de nossa era, conhecemos o papel que Cornélia, mãe dos Gracos, Aurélia,

mãe de César, e Attia, mãe de Augusto, desempenharam na vida de seus filhos, a quem souberam educar para que fossem verdadeiros chefes (Tac.,  D.,  XVIII,  6).    

Quando a mãe não bastava para desempenhar esta função, se elegia, como tutora dos filhos da casa, alguma parenta venerável, de idade madura. Após os sete anos, a criança, a mesma que na Grécia se libertava do comando exclusivo das mulheres, em Roma passava então a depender do pai. (Marrou, Historia de la educación en la antigüedad, 321). O jovem nobre romano, vestindo sua toga bordada em púrpura, Pratextatus, assiste, como o κοῦρυς grego, aos festins dos adultos, participa deles com seus cantos e realiza a função de escudeiro servidor, mas não junto a um amante, mas sim ao lado de seu pai (322). A educação familiar era concluída aos 16 anos. Ainda que desde esse instante já fosse considerado como um cidadão, sua formação ainda não havia se completado: antes de começar seu serviço militar, devia dedicar-se normalmente um ano à “aprendizagem da vida pública” (323). Se tratamos de definir o conteúdo daquela antiga educação, advertiremos, em primeiro lugar, um ideal moral: o essencial é formar a consciência da criança ou do adolescente, inculcar nele um sistema rígido de valores morais, um estilo de vida. Praticamente, a educação moral do jovem romano, como a do grego, se alimentava por uma seleção de exemplos que se ofereciam para sua admiração, mas estes estavam tomados da história nacional, e não da poesia heroica. Roma era, portanto, uma tradição pedagógica original; no entanto, a educação Latina evoluiu num sentido muito diferente, porque Roma foi conduzida a adotar as formas e métodos de educação helenística.  

                                                                                                               

Henri-Irénée Marrou menciona que, como em qualquer país em grego, três eram os sucessivos níveis de educação: aos sete anos a criança entrava na escola primária, de onde saía com cerca de 11 ou 12 do grammaticus; a idade em que recebia a toga, às vezes 15 anos, o adolescente passava à retórica: ensino superior (Marrou, Historia de la educación en la antigüedad, 366). O ensino superior, na sua forma predominante, a retórica -arte de prestígio da palavra-, só apareceu em Roma, sob a sua forma latina, no primeiro século de nossa era4. Mas, é claro, nem todas as crianças se aproximaram dela; a sociedade romana sempre foi uma sociedade aristocrática, e educação superior fazia parte dos privilégios da elite. No início, era, ensinando a arte da oratória. É também um professor especializado que foi nomeado rhetor Latina, e às vezes orador, embora este último termo legítimo, em princípio, uma aceitação mais ampla é confiável. Rethor ensino latinus, como a do  σοφιστής grego, visava o domínio da arte da oratória, uma vez que garante a técnica tradicional, o complexo sistema de regras, procedimentos e hábitos gradualmente empregados pela escola grega desde a geração de ponto de qualquer educação formal 'sofistas para aprender as regras e se acostumar a usá-los "(389). A importância histórica da educação romana não é nas pequenas nuances ou abonos que contribuíram para a formação clássica do tipo helenístico, mas em Roma feitas a difusão desse tipo de educação através do tempo e espaço. O papel histórico não era criar uma nova civilização, mas a implementação e solidamente enraizada no mundo mediterrâneo que a civilização helenística que havia se conquistado.                                                                                                                            4  Os estudos superiores duravam normalmente até os 20 anos, mas de fato podia prolongar-se por mais tempo.

 

“[...] meum semper iudicium fuit omnia nostros aut invenisse per se sapientius quam Graecos aut accepta ab illis fecisse meliora [...]” (Cic., Tus., I,1).

IV.  Mentor   Desde a época dos gregos e romanos, o mentor tinha uma importância fundamental como guia e acompanhante de quem seriam protagonistas da história. Na Odisséia   Atenea transforma-se em Mentor, para guiar a Telémaco, filho de Ulisses, a quem acompanhou desde cedo ensinando-lhe todo tipo de artes e ciências que mais tarde lhe permitiriam atingir o trono e suceder a seu pai (Hom., Od.,   I-II). Com base nesses episódios, a palavra “mentor” tomou-se para designar ao guia, ao educador, ao conselheiro. Um mentor foca-se na aprendizagem da pessoa e nos diferentes saberes que requer para viver. É quem tem conhecimentos múltiplos e os usa em forma transdiciplinária para ajudar a que a pessoa consiga múltiplos saberes e os aplique em sua vida diária. Sem a ajuda de um mentor, a pessoa demoraria bem mais nas aprendizagens e aquisição de concorrências, ou bem não as aprenderia, porque em seu imaginário nem sequer apareceu esta necessidade senão até que trabalhou sobre si mesmo com um mentor (“¿Qué es un mentor?”).

V.  A  vida  e  as  epístolas  de  Paulo  de  Tarso   V.1. Influência judia, grega e romana na vida de Paulo de Tarso Ora, alguns filósofos epicureus e estóicos disputavam com ele. Ajhuns diziam: O que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece ser pregador de deuses estranhos; pois anunciava a boa nova de Jesus e a ressurreição. E, tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa da que falas? […] Então Paulo, estando de pé no meio do Areópago, disse: Varões atenienses, em tudo vejo que sois excepcionalmente religiosos; Porque, passando eu e observando os objetos do vosso culto, encontrei também um altar em que estava escrito: AO

DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais sem o conhecer, é o que vos anuncio.(Eps. Acts., XVII, 18-19, 22-23, as mayúsculas são do autor).

A magnificiência do discurso de Paulo ante os filósofos no Areópagamento de Atenas estriba na habilidade para inserir sua mensagem. A través dos ensinamentos do discurso, proclamou ante os gregos o significado de sua doutrina “a ressurreição de Jesús” (XVII, 4), e a exigência de “conversão”. Este discurso de Paulo aos gregos, pronunciado ante um dos auditórios mais cultos que então existiam na terra parece que pode ser considerado como apresentação oficial do cristianismo aos filósofos; cabe salientar, que além, o bilhete, manifesta-nos a influência que teve para ele a formação romana que recebeu, e a importância que teve a retórica e a oratória no seu trabalho missionário. A psicologia da infância da pessoa sempre se reflete na obra de sua vida. O curriculum vitae de Paulo, isto é, “o curso de sua vida” dirigiu-se pelos condutos que lhe influenciaram durante sua formação incluindo a cultura grega e o ensino dos rabinos. Aos meninos judeus, desde sua tenra idade, iniciava-lhes na Tora e destrezas manuais, isto é uma profissão que significava estudar “as coisas do céu” e da vida prática. Santala (25) alude ao Shababat e Qiddushin onde se expressa que quem não lhe ensina uma profissão a seu filho o converte em um inútil. A responsabilidade primária pela educação dos filhos recaía sobre o pai, ensinando-lhe orações estabelecidas e salmos. Aos dez anos, os pequenos eram educados na Lei oral e na chamada “vedação

da lei”, a “Seyay tem-Torah”.   Possivelmente, nessa etapa, Paulo

recebeu alguma ferida em sua alma: “E o mandamento que era para vida, esse achei que me era para morte” (Ep.  Rom., VII, 10). Santala também faz menção das possíveis origens do nome de Paulo e como conseguiu a cidadania romana, segundo ele, o apóstolo tinha sido enfermo, por essa ração começaram

ao chamar em hebreu Saulo5   que em latín é Paulos, isto é “pequeno”; ademais refere a possível influência do estoicismo no trabalho missionário do apóstolo: Pudesse ser que o conquistador da cidade o general romano chamado L. Aemilius Paulos tivesse visto neles algum mérito especial. Possivelmente o nome romano tenha-se derivado dele. O porto de Tarso era muito conhecido por seus vícios,́ por isso se converteu à fortaleza moral do estoicismo, isso [portanto] lhe chamou a atenção ao jovem Paulo; o filósofo estoico Atenodoro foi um dos residentes eminentes de Tarso. E é provável que Paulo escutasse muitos de seus ensinos (Santala, 27).

Isto prova a influência que o estoicismo exerceu no apóstolo Paulo em sua disciplina e abnegação em seu trabalho missionário.

V.2 Apelo de Paulo a ser apóstolo dos gentios Paulo perseguiu à igreja em duas etapas. Primeiro diz-se que Saulo assolava à igreja (Act.   Ap., VII, 3). A segunda etapa discrevia ao início do capítulo 9 de Atos, é como se o apóstolo esquecesse a educação moderada que tinha recebido de Gamaliel. Santala expõeno da seguinte maneira: Paulo ainda respirava ameaça de morte contra seus discípulos do Senhor. Esta eleicão de palavras fortes fala de uma pessoa que estava psicologicamente transtornada e em um círculo incontrolavel de ódio. Em hebreu existe o dito “sincit   hinnam” isto é, “aborrecer sem causa” (Santala 50).

No

texto

menciona-se

como

esse

ódio

desmedido

foi

transformado:

         “Si  martiyr  Stephanus  non  sic  orasset,  ecclesia  Paulum  non  haberet”, “se o mártir Esteban não

                                                                                                                5No

livro dantes mencionado o autor faz referência ao significado do nome de Saulo: “de ombros acima a

qualquer do povo” (55).

 

tivesse orado assim, não teríamos a Paulo”. A pessoa de Esteban, sua predicação e sua morte de mártir sacudiram de tal maneira a vida e os conceitos doutrinais de Paulo [sic] (Santala, 37-38).

Paulo faz menção desse acontecimento quatro vezes em suas epístolas dizendo que ele estava presente e consentia na morte do mártir (Ep.Gal., I, 13; I, Ep.Cor., XV, 9; Ep.  Phil., III, 6; I, Ti., I, 13). A história da conversão de Saulo encontra-se três vezes no livro de Fatos (Act.  Ap., IX, XXII y XXVI). Essa mudança tinha sua própria profundidade interna, sua educação já tinha credo um profundo conflito (Act.   Ap., XXVI, 5). Indubitavelmente em seu lar se cifram esperanças excessivas. O nome que lhe deram (Saulo), pressupunha que chegaria ao ultrapassar, no entanto, o menino, nascido prematuramente era Paulos. Esperanças exageradas podem deprimir e criar auto recuso; entre mais poderoso seja o anseio de mudança interior, mais forte costuma ser a repressão: “quando Paulo é cegado, sua rebeldia se viu desarmada” (Santala, 56). Según C. G. Jung, toda pessoa tem sua própria sombra, a culpa reprimida; isto é; enquanto lute contra a culpa e negue a verdade a respeito de si mesmo, seu problema o cega. Se um consegue conduzir a uma pessoa, sem a forçar, à ombreira da área do problema, de maneira que compreenda sua ferida interna; poderá experimentar essa libertação explosiva. Em Paulo operava o ódio, um anseio de poder, um complexo de inferioridade e a culpa interna reprimida. No caminho a Damasco sua “crise”6 interior conduziu-o a uma mudança total. Dizem os eruditos judeus: “beli  shvira  ein  tiqun”, isto é, “sem quebramento não há reparação”.

                                                                                                                         6  Em hebreu crise diz-se: mashbero  “quebrantamiento”.

VI.  Paulo  mentor  de  Timoteo   Aludir à formação e a transformação de Paulo em Damasco era essencial nesta investigação ter em conta que: Dichas cartas [las epístolas paulinas] deben situarse […] en el contexto económico político y social del Imperio romano [el cual estaba] en una etapa de consolidación de la estructura de dominación esclavista y oligárquica de trágicas desigualdades que despertaba un clamor inmenso entre crecientes masas mayoritarias oprimidas, explotadas, reducidas a soportar sufrimientos inerrables (Dussel 10). Após sua segunda viagem misionária, Paulo teve um desacordo com Bernabé, ali tomou a Marcos e navegaram a Chipre, passando por Síria e Sicília, depois o apóstolo chegou a Derbe, ali encontrou a Timoteo (Act.  Ap., XV, 39-40). Os ensinos de Paulo de Tarso sempre se relacionam estreitamente com as experiências práticas e com a vida. Sua particular interpretação da lei era necessária mais que a aplicação da Tora judia a uma nova situação pós mesiânica7. De maneira similar, suas instruções à igreja sempre se desprendiam de reptos práticos. Daí devemos entender suas instruções para Timoteo, Por exemplo, na primeira carta que lhe escreve o exhorta a que ninguém o subestime, por sua juventude (I, Ti., IV,12-16). Timoteo foi um de seus principais colaboradores; quiçá o jovem sentia empatía com Pablo, pois ele era filho de mãe judia e pai grego (Act.  Ap., XVI, 1-3).                                                                                                                 7A

palavra “mesiấnico” ou “mesianismo” (que procedem de “mesías”, semánticamente tem como raiz o

azeite   em hebreu, com o que se consagra ao ungido, em hebreu: meshíakh   ‫ ;משיח‬em grego: khristós, Χριστός). Por isso, em Antioquía se denominou à comunidade dos seguidores de Jeshúa ben Josef: khistianói   (messiânico) (Dussel, 12).

 

O interesse de Paulo e sua mais funda preocupação deixa-se ver na mensagem paternal que dirige a seu discípulo: “Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e sossegada, em toda a piedade e honestidade.” (I, Ti., II, 1-2). E reitera na segunda carta enviada ao mesmo Timoteo (II, Ti., XI, 2). Do anterior deduze-se que um mentor não só ensina e exhorta; senão que motiva e convida a que seu ensino seja posto em prática. Assim o deixou ver Pablo com Timoteo ao lhe dizer: Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê

um exemplo para os fiéis na palavra, no

procedimento, no amor, na fé, na pureza. Até que eu vá, aplica-te à leitura, à exortação, e ao

ensino. Não negligencies o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbítero. Ocupa-te destas coisas, dedica-te inteiramente a elas, para que o teu progresso seja manifesto a todos (I, Ti., IV,12-15).

VI.  Conclusão   Os eruditos judeus tem o costume de perguntar-se em arameo, ao concluir uma questão: “Mai ka mashmd lan?”  ou “¿que, pois, diremos a isto?” Temos observado que a vida e o ensino de Paulo de Tarso vão juntas. Ele lhe disse a Timoteo: “Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (I, Ti., IV, 16). De seu grande mestre Gamaliel, Paulo também aprendeu sua posterior relação com a cultura grega. Nele ficou muito gravada a importância da correspondência como médio de comunicação.

Educar e ser educado são competências essenciais da natureza humana. A educação é o sedimento da evolução da humanidade e de uma sociedade determinada. Em outros países, como México, propõe-se também uma modernização na educação para a fazer mais eficaz e atender às necessidades de uma sociedade que se desenvolve, e cujos problemas têm mudado muito em poucos anos. O sociólogo francês Émile Durkeim sustenta que “A educação consiste em uma socialização metódica da geração jovem” (Deval, 3). Isto é, a ação exercida pelas gerações adultas sobre as que ainda não estão maduras para a vida social, e por isso se tem como objetivo suscitar e desenvolver no discípulo e aluno, verdadeiro número de estados físicos intelectuais e morais, que exigem dele a sociedade política em seu conjunto e o médio especial ao que está particularmente destinado. Bem, como Atenea foi mentor de Telémaco, Paulo foi-o de Timoteo, o apóstolo mais que um professor ou pedagogo foi um mentor. Proporcionou-lhe a Timoteo amizade, fortaleza e exemplos construtivos, preparando-o para enfrentar com sabedoria, conhecimento e inteligência adversidades no presente e no futuro. Paulo como mentor reconheceu o valor de todos os membros de sua organização ao entender que ninguém pode fazer nenhum trabalho de forma isolada. Precisamos mentores, para isso a escola deverá deixar de ser um centro de transmissão de informação, e ser sobretudo, um lugar para o desenvolvimento coletivo, para aprender a pensar, aprender a fazer e aprender a ser. Concordo com Delval em que “A formação do professor tem que implicar uma atividade prática fundamental, ele não só precisa saber senão saber fazer, e isso só se consegue na prática.” (84). O que o professor precisa, é verdadeiro, conhecimentos de ciência, de humanidades, de tecnologia, mas tem que ser

também um organizador, um criador de situações, um motivador de um grupo social que vive dentro do sala.

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