Mujeres del Sur Global en el Norte Global: Retos para un feminismo transnacional sin fronteras

May 20, 2017 | Autor: I. Gandarias Goik... | Categoría: Transnational Feminism, Intersectionality
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Descripción

Actas Proceedingss Colóquio Internacional Epistemologias do Sul: aprendizagens globais Sul-Sul, Sul-Norte e Norte-Sul International Colloquium Epistemologies of the South: South-South, South-North and North-South global learnings Boaventura de Sousa Santos e Teresa Cunha (eds)

Volume 4 Volume Direitos1 Humanos e outras gramáticas da dignidade humana Human rights and other grammars of human dignity

Junho - June 2015 Democratizing democracy

PROPRIEDADE E EDIÇÃO / PROPERTY AND EDITION

COMISSÃO CIENTÍFICA DO COLÓQUIO / SCIENTIFIC COMMITTEE

Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado Universidade de Coimbra www.ces.uc.pt Colégio de S. Jerónimo, Apartados 3087 3000-995 Coimbra – Portugal Tel: +351 239 855573/ + 351 239 855589

Boaventura de Sousa Santos José Manuel Mendes Maria Paula Meneses Élida Lauris Sara Araújo

ISBN: 978-989-95840-5-1

COMISSÃO ORGANIZADORA DO COLÓQUIO / ORGANISING COMMITTEE

Capa e projecto gráfico / Cover and graphic design Cristiana Ralha

Coimbra, Junho, 2015

Alice Cruz Aline Mendonça André Brito Correia (Coord. do Programa Cultural / Cultural Programme Coord.) Antoni Aguiló Bruno Sena Martins Catarina Gomes Cristiano Gianolla Dhruv Pande Élida Lauris (Coord. Executiva / Executive Coord.) Francisco Freitas José Luis Exeni Luciane Lucas dos Santos Mara Bicas Maurício Hashizume Raúl Llasag Rita Kacia Oliveira (Coord. Executiva / Executive Coord.) Sara Araújo (Coord. Executiva / Executive Coord.) Teresa Cunha

POR VONTADE DO AUTOR E DA AUTORA, ESTE TEXTO NÃO OBSERVA AS REGRAS DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO Foto / Photo Rodrigo Reis

AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS

INSTITUTIONAL ACKNOWLEDGMENTS

Este livro, em quatro volumes, resulta de um esforço colectivo que envolveu várias instituições e muitas pessoas a quem queremos prestar o nosso profundo agradecimento.

These Proceedings, in four volumes, would not have been possible without the kind support and help of many individuals and organizations. I would like to extend our sincere thanks to all of them.

Departamento de Arquitetura da Faculdade

Escola da Noite / Teatro da

Universidade de Coimbra

University of Coimbra

Colégio das Artes da Universidade

College of Arts of the University of

Faculdade de Economia da

Faculdade de Letras da

Department of Architecture of the Faculty

Escola da Noite / Teatro da

Faculty of Economics of the

Faculty of Arts and Humanities

NES - Núcleo de Estudantes

Machado de Castro National

RUC – Radio Universidade de

Este livro de Actas foi elaborado no âmbito do projecto de investigação “ALICE – Espelhos Estranhos, Lições Imprevistas: Definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências do Mundo”, coordenado por Boaventura de Sousa Santos (alice. ces.uc.pt), no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra – Portugal. O projecto é financiado pelo Conselho Europeu para a Investigação, 7º Programa Quadro da União Europeia (FP/2007-2013) / ERC Grant Agreement n. [269807].

NES - Sociology Student Body

RUC – Radio Universidade de

This book of proceedings was elaborated as part of research project “ALICE – Strange Mirrors, Unsuspected Lessons: Leading Europe to a new way of sharing the world experiences”, coordinated by Boaventura de Sousa Santos (alice.ces.uc.pt), at the Centre for Social Studies of the University of Coimbra – Portugal. The project is financed by the European Research Council (ERC), 7th Framework Programme of the European Union (FP/2007-2013) / ERC Grant Agreement n. [269807].

Sessão de Abertura , 10 de Julho 2015 Opening Session, July 10 2015

Foto / Photo Rodrigo Reis

Concerto de Rap , 12 de Julho 2015 Rap Concert, July 12th 2015

Recital de Piano, 10 de Julho 2015 Piano Recital, July 10th 2015

Concerto de Rap , 12 de Julho 2015 Rap Concert, July 12th 2015

Direitos Humanos e outras gramáticas da dignidade humana

Human rights and other grammars of human dignity

Os direitos humanos, apesar se assentarem num universalismo abstrato, resultante da invisibilização e do não reconhecimento de outras concepções de dignidade humana, assumiram-se como a linguagem das políticas progressivas. A clivagem entre princípios e práticas, que acompanha o discurso dos direitos humanos, não foi suficiente para desafiar a hegemonia alcançada nas últimas décadas. Acreditamos que, para servirem políticas progressivas e emancipatórias, os direitos humanos precisam de abrir o seu perfil eurocêntrico a diálogos interculturais e a outras gramáticas de dignidade humana. Centrado em quatro regiões mundiais (África, Ásia, Europa e América Latina), o projecto ALICE explora várias concepções de dignidade humana, comparando realidades de várias partes do mundo a partir de diferentes escalas (locais, nacionais e regionais).

Notwithstanding the abstract universalism of human rights – which stems from disregarding the plurality of conceptions on human dignity- it became the language of progressive politics. Not even the cleavage between principles and practice which escorts human rights discourse challenged its hegemony during the last two decades. Facing this dilemma, we believe that to be of use for a progressive and emancipatory politics, human rights must unfold its Eurocentric profile to intercultural dialogues and encompass other grammars of human dignity. Focusing on four world regions (Africa, Asia, Europe and Latin America) ALICE project will explore various conceptions of human dignity, comparing realities present across different regions and scales: local, national and regional.

Mujeres del Sur global en el Norte global: Retos para un feminismo transnacional sin fronteras Itziar Gandarias Goikoetxea1

Resumen

Resumo

Abstract

En base a una investigación de tesis en curso sobre las posibilidades, límites y retos para la construcción de alianzas entre organizaciones de mujeres migradas y feministas autóctonas en el País Vasco, en el presente texto abordamos algunos retos que se plantean para la construcción de un feminismo transnacional sin fronteras. Para ello, desarrollamos dos desafíos que las mujeres migradas plantean a la práctica feminista actual. Por un lado, el cuestionamiento de los supuestos logros del feminismo en relación a la igualdad de género en la redistribución equitativa de las tareas del hogar y de los cuidados, y por otro lado, el debate sobre el sujeto político feminista al desenmascarar la aparente superioridad del feminismo occidental y reivindicar la creación de nuevas relaciones sociales fuera de la lógica colonial del poder de las dicotomías (Norte/Sur, migrante/autóctona). Palabras clave: Feminismo transnacional, mujeres migrantes, fronteras, Norte/Sur, sujetos políticos Com base em uma pesquisa de tese atual sobre as possibilidades, limites e desafios para a construção de parcerias entre as organizações e as mulheres feministas migraram nativas no País Basco, aqui abordamos alguns desafios para a construção de um feminismo transnacional sem fronteiras. Por isso, desenvolvemos dois desafios que as mulheres migrantes que enfrentam a prática feminista atual. Por um lado, questionando pressupostos conquistas do feminismo em relação à igualdade de gênero no mercado de trabalho e uma partilha equitativa das tarefas domésticas e dos cuidados e, por outro, o debate sobre o tema política feminista para desmascarar a aparente superioridade do feminismo Ocidental e reivindicando a criação de novos relacionamentos fora da lógica colonial de dicotomias (Norte/Sul, migrante/nativo). Palavras-chave: Feminismo transnacional, as mulheres migrantes, as fronteiras norte / Sul, sujeitos políticos. Based on an ongoing research on the possibilities, limits and challenges for building alliances between feminist organizations and women migrated in Basque Country, we address some challenges for the construction of a transnational feminism without borders. Therefore, we develop two challenges that migrant women face the current feminist practice. For one, the questioning of the supposed achievements of feminism in relation to gender equality in employment and equal sharing of housework and cares, and on the other hand, the debate over the feminist political subject to unmask the apparent superiority of feminism Western and claiming the creation of new relationships outside the colonial logic of dichotomies (North / South, migrant / native). Keywords: Transnational Feminism, migrant, border, North / South, political subjects

1 Licenciada en Psicología por la Universidad de Deusto y Máster en Investigación en Psicología Social por la Universidad Autónoma de Barcelona. Actualmente estudiante del doctorado del Departamento de Psicología Social de la Universidad Autónoma de Barcelona. Integrante del grupo de investigación Fractalidades en Investigación Crítica, FIC. Profesora colaboradora en el Departamento de Psicología Social de la Universidad de Deusto. Esta comunicación es parte de su tesis doctoral. Sus áreas de estudio son feminismos postcoloniales, metodología feminista, y migraciones. Dirección de correo: [email protected]

Mujeres del Sur global en el Norte global: Retos para un feminismo transnacional sin fronteras

Introducción Una de las características de la actual crisis es su carácter global con efectos a nivel mundial, donde los procesos de inclusión-exclusión han traspasado la lógica tradicional Norte-Sur. Esta situación reconfigura las prácticas habituales, deslocalizando el campo de actuación. Esta apuesta simultánea por la incidencia global y local viene reclamándose desde hace tiempo por los feminismos postcoloniales (hooks, 1984; Mohanty, 2003; Mendoza, 2002) quienes defienden la posibilidad de hacer una política solidaria feminista de manera global que trascienda la clase, la raza, la sexualidad y las fronteras nacionales donde la yuxtaposición de los diferentes intereses de las mujeres sea el punto transversal y arranque para la configuración de alianzas. Este replanteamiento y ruptura con la lógica Norte-Sur no significa no reconocer las enormes asimetrías y diferencia entre mujeres del Norte y Sur global, sino se trata más bien de una propuesta por articular el Norte y el Sur en base a agendas comunes que coloquen el foco de interés en la interacción entre lo local y lo global y sus efectos en la configuración de la sociedad. En este sentido y como veremos en el presente texto, las personas migrantes, particularmente las mujeres, adquieren especial relevancia por su trayectoria a la vez global y local, convirtiéndose en sujetos estratégicos para el establecimiento de alianzas. Este texto es parte de una investigación de tesis en curso que pretende estudiar las posibilidades, límites y retos para la construcción de alianzas entre organizaciones de mujeres migradas y feministas autóctonas en el País Vasco. Comenzamos el articulo desarrollando las características del feminismo transnacional y desplegando diferentes propuestas teóricas planteadas en torno a las políticas de solidaridad entre mujeres. A continuación y en base a las producciones narrativas2 construidas con dos organizaciones de mujeres migradas en el País Vasco, Garaipen y Mujeres del Mundo Babel3, exponemos dos de los desafíos que las mujeres migradas del sur global plantean a la actual praxis feminista: la crisis de los cuidados y el cuestionamiento del sujeto universal mujer. Por último, finalizamos con algunos retos para la construcción de un feminismo transnacional sin fronteras.

1. De la hermandad global al feminismo transnacional La irrupción de la noción de género al dominio feminista constituyó un verdadero giro interpretativo que otorgó al movimiento un firme escenario de lucha tanto teórica como política. El cuestionamiento del determinismo biológico y la explicación de las diferencias entre hombres y mujeres como resultado de la producción de normas socio-culturales, 2 Para la presente investigación se desarrolló la técnica de las Producciones Narrativas. Puede encontrarse más información sobre esta técnica metodológica en Gandarias, Itziar (2014). Tensiones y distensiones en torno a las relaciones de poder en investigaciones feministas con Producciones Narrativas. Disponible en: http://www.quadernsdepsicologia.cat/article/ view/v16-n1-gandarias/pdf-es 3 La asociación Garaipen es un colectivo de mujeres feministas inmigrantes y vascas reunidas para la construcción de un liderazgo social y multicultural con sede en Rentería, Gipuzkoa. Mujeres del Mundo Babel es una organización ubicada en Bilbao que fomenta el empoderamiento y el encuentro afectivo de mujeres con trayectoria personal, social y cultural diferente. Más información disponible en: mujeresdelmundobabel.org; asociaciongaraipen.blogspot.com.es

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permitió el auge del feminismo a partir de la década de los 60. La conocida consigna “Sisterhood is Powerful” de Robin Morgan aparecida en el año 1968 por primera vez impulsó el autoreconocimiento de las mujeres como grupo y la consolidación de su identidad colectiva. Esta construcción identitaria pretendió incluir a todas las mujeres en una sola categoría universal con una lucha común donde todas las mujeres sufrían la misma opresión. Sin embargo,el carácter homogeneizador y global de la categoría de Mujer enseguida empezó a ser cuestionado. Las voces de las mujeres lesbianas y también las voces de las mujeres negras, fueron las primeras en denunciar a un feminismo que, tras esa categoría Mujer, no reconocía las diferencias entre mujeres en virtud de otros ejes de diferenciación como la raza, la clase, la orientación sexual, la edad, el origen etc. De esa manera a inicios de la década de los setenta, las lesbianas feministas cuestionaron la homofobia del feminismo heterosexual y en los años 80 las mujeres negras alertaban sobre el racismo presente en un movimiento cuyo principal compromiso era eliminar la opresión sexista. Tal y como señala Bell hooks (2004,[1984]) buena parte de las feministas blancas dieron por supuesto que al identificarse como oprimidas quedaban liberadas de ser opresoras. La supuesta hermandad universal mostraba sus pies de barro y la identidad Mujer daba cuenta de su carácter excluyente y limitado. Bajo el paraguas de un feminismo global se difundió una versión occidental que priorizaba a la mujer blanca de clase media e individual en lucha por el desarrollo de sus capacidades y por su integración en la esfera pública dejando al margen la experiencia diferenciada de mujeres de geografías y contextos socio-económico y culturales distintos (Nash, 2008). Las fragmentaciones que en la categoría de género introdujeron las feministas negras y las feministas lesbianas fueron la antesala del posterior debate teórico sobre la utilidad de la diferenciación entre sexo y género que se inició en los años 90. A partir de entonces y hasta la actualidad la categoría de género comienza a problematizarse llegando incluso a ser motivo de escepticismo. Tal es así, que en los actuales tiempos denominados de postmodernismo y postfeminismo, la deconstrucción de la categoría de mujeres ha supuesto en su detrimento la toma de conciencia de las diferencias entre las mujeres (Braithwaite, 2002). Sin embargo, estas posturas antiesencialistas y críticas han provocado tensiones en el seno feminista donde una parte del movimiento plantea la imposibilidad de hacer política feminista criticando al mismo sujeto feminista. Estos malestares, alertan del peligro que puede acarrear una despolitización del feminismo (Genz, 2006; Cobo, 2005) al dejarlo sin posibilidades de acción para promover políticas feministas y ejecutar agendas para el fomento de la igualdad; tareas que hasta ahora han constituido al feminismo como un movimiento histórico y social de liberación de las mujeres. En este sentido, el concepto de feminismo transnacional surge como una alternativa. Mientras el concepto “global sisterhood” (Morgan, 1984), se basaba en lo común de las mujeres, el concepto feminismos transnacionales se va a basar en las diferencias como punto

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de arranque para la construcción de un proyecto político feminista. De esa manera, para Breny Mendoza, (2002:314), “el feminismo transnacional es la deseabilidad y la posibilidad de hacer una política solidaria de feministas de manera global que transcienda la clase, la raza la sexualidad y las fronteras nacionales”. Por lo tanto, la yuxtaposición de los intereses de las trabajadoras del tercer mundo y las mujeres consumistas del primer mundo puede entenderse como el punto transversal de las políticas feministas transnacionales. Una propuesta más arriesgada es la de Chandra T. Mohanty (2003) quien apuesta por el paradigma de las diferencias comunes como presupuesto cuasi trascendental desde el cual pensar la praxis política feminista actual. Más que decirnos estas son las diferencias o esta es la diferencia, parece asumirlas como elementos constitutivos de toda praxis política feminista (Lerussi, 2010). Para la feminista Mohanty: El foco no se sitúa solamente en las intersecciones de raza, clase, género, nación y sexualidad en comunidades diferentes de mujeres sino en las de mutualidad y coimplicación / solidaridad, lo cual sugiere un estudio atento a las tramas entretejidas de las historias de las comunidades. Además, el enfoque se hace simultáneamente sobre experiencias individuales y colectivas de opresión y explotación, de lucha y resistencia (2003:28).

De esta manera el feminismo contemporáneo se plantea como reto adoptar esquemas de pensamiento que cuestionen el sesgo etnocéntrico del carácter universal del sujeto mujer y la noción transhistórica de patriarcado. Así en la actualidad proliferan en los debates propuestas como la sororidad de Marcela Lagarde (2006) o la apuesta por un feminimo dialógico (Puigbert, 2001) en un intento de construir proyectos políticos feministas contemporáneos. Como seañala Lagarde: La sororidad es un pacto político entre pares. No se trata de que nos amemos, podemos hacerlo. No se trata de coincidir en concepciones del mundo cerradas y obligatorias. Se trata de acordar de manera limitada y puntual algunas cosas con cada vez más mujeres. Los pactos entre nosotros son limitados en el tiempo y tienen objetivos claros y concisos, incluyen, también, las maneras de acordarlos, renovarlos o darles fin (2006:12).

El feminismo dialógico por su parte (Puigvert, 2001), va a reivindicar el diálogo como herramienta clave para sostener las diferencias. Para su autora, Lidia Puigvert (2001) se trata de incorporar las voces de lo que la autora denomina “las otras mujeres”, mujeres que hasta ahora se han visto como inferiores o simplemente han sido obviadas. Por lo tanto, la crítica feminista actual se desplaza de la lógica de la identidad que presupone un sujeto mujer coherente, estable, transhistórico y transcultural pero que responde a la definición dominante culturalmente, a la lógica de la diferencia que reconoce que las mujeres 542 542

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en plural no son identidades homogéneas y unificadas (Gomez et al, 2005).

2. Las mujeres migradas: Desafíos para enriquecer el feminismo Podemos sintetizar en dos los principales desafíos que las mujeres migradas plantean en la actualidad al feminismo. Por un lado, la ausencia del debate de género en los hogares familiares sobre la distribución equitativa del trabajo de cuidados entre hombres y mujeres y su “falsa” resolución por medio de su traspaso de unas mujeres a otras. Y por otro lado, la poca atención prestada por parte del feminismo a las cuestiones y demandas de las mujeres migradas y su falta de reconocimiento como sujetas políticas. A continuación desarrollamos cada uno de los desafíos. 2.1. Crisis de los cuidados La creciente demanda de los países ricos e industrializados de mujeres para el matrimonio, como empleadas domésticas o como trabajadoras sexuales, con estatus legal o ilegal está siendo ocupada por mujeres migrantes que vienen a llenar huecos que hasta ahora ocupaban las mujeres autóctonas (Araujo y Caixeta, 2002). Más del 50% de las personas que migran desde los llamados países del Sur son mujeres, según el informe de la Organización Internacional del Trabajo, OIT. Ellas, buscan nuevas estrategias de sobrevivencia para sí y sus familias y se deciden por la emigración nacional o internacional, ofreciendo su capacidad productiva a la aldea global que apoya todo tipo de movilidad (libre circulación de capital, de mercancía, de consumo) menos la de la capacidad productiva y la libre circulación de personas que, en detrimento, es restringida y juzgada (Abad, 2002). De esta manera, son las mujeres migrantes las que en la actualidad conforman lo que Saskia Sassen denomina las nuevas clases de servidumbre. Para esta autora, (2003:50) “mujeres e inmigrantes emergen como el equivalente sistemático del proletariado, un proletariado que se desarrolla fuera de los países de origen”. Según Cristina Carrasco (2001) este traspaso del trabajo doméstico de las mujeres europeas de rentas medias y altas a mujeres inmigrantes de países más pobres, no está solventando el problema, sino que estaría adquiriendo dimensiones más amplias, globalizándose y cuestionando sistemáticamente la consecución de la igualdad entre hombres y mujeres. Es más, este fenómeno acucia la ausencia del debate de género en los hogares familiares sobre la distribución equitativa del trabajo de cuidados entre hombres y mujeres, fomentando el llamado espejismo de la igualdad o lo que se ha venido denominando la desigualdad en tiempo de igualdad (Dauder y Pujal, 2010). Autoras como Pilar Rodríguez, advierten: ¿Qué pasaría si no hubiera mujeres migrantes que se dedicarán a desarrollar tareas domésticas?, ¿Lucharían todas las mujeres europeas contra sus esposos hasta conseguir un reparto equitativo

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de la tareas o se acentuaría el proceso de la vuelta al hogar de empresarias y profesionales que se inició hace años? (2002:260) Esta retórica de la igualdad queda aún más al descubierto en el actual contexto de crisis económica, social y política, apodada como crisis sistémica y estructural (Vidas Precarias, 2013). Las políticas de recortes que se están implantando y justificando bajo el paraguas de la crisis, están suponiendo un fuerte retroceso de los derechos históricos conquistados por las mujeres, empujando a muchas mujeres a una vuelta al hogar e insertándolas en fuertes procesos de precarización de sus vidas (Orozco, 2006). Este contexto de crispación social que genera la crisis puede convertirse en caldo de cultivo para el crecimiento del hostigamiento y la discriminación hacia las personas migrantes. Por ello, como Rossi Braidotti (1994) apunta, la falta de vínculos efectivos entre las mujeres intelectuales “blancas” y las “muchas extranjeras” radicadas en los países europeos en un momento en que el racismo y la xenofobia crecen día a día hace inminente la necesidad de estudiar y analizar desde una mirada crítica e interseccional las posibilidades y límites de una acción política feminista más transversal entre organizaciones de mujeres, tanto migrantes como autóctonas. El ensanchamiento de las paredes del feminismo para incorporar y reconocer otras voces y otras formas de hacer feminismo se torna urgente en el actual contexto en el que los mecanismos que la alianza capitalista y el patriarcado utilizan para seguir desacreditando al feminismo, bajo la atribución a las mujeres de libertades aparentemente postfeminista, se vuelven más sofisticados y sutiles (McRobbie, 2007). Para esta autora, el actual sistema sigue manteniendo a las mujeres dentro de las jerarquías de género tradicionales por medio de tecnologías más sofisticadas del yo, como la amplia difusión de discursos acerca de las libertades individuales de las mujeres y el reforzamiento de la hiperfeminidad. 2.2. Debates sobre el sujeto político feminista Cada vez existe un mayor número de literatura sobre migraciones y género de perspectivas teóricas que visibilizan a las mujeres como agentes de transformación social en las sociedades de recepción superando los imaginarios sociales que tienden a ver a las mujeres migrantes como sumisas, pasivas y tradicionales (Gregorio Gil 2010, Rodriguez 2002, Juliano, 2002, Araujo y Caixeta, 2002). Esta reconceptualización de las mujeres migrantes cuestiona la mirada victimizadora o compasiva que dirigimos hacia las «mujeres pobres», sin reparar en sus estrategias y recursos para enfrentar las relaciones de dominación no solo cuando llegan al país de destino sino también anteriormente en sus lugares de origen. En este sentido, es necesario que las mujeres migrantes no sean representadas como un colectivo mudo, unitario y homogéneo, sino como actoras sociales que “asumen, negocian, redefinen, cuestionan y seleccionan los rasgos de diferenciación frente a otros grupos”(Maquieira, 1998:183). Las mujeres migradas van a criticar la hegemonía del feminismo blanco, occidental,

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heterosexual y  de clase media como el modelo univoco para ser feministas. Reivindican la resignificación de las prácticas de resistencia de las mujeres como lugares desde donde se hace feminismo. “Para nosotras no es lo importante decir constantemente que somos feministas o no. Lo importante son las actuaciones” (Mujeres del Mundo, 2012). En este sentido según Rossi Braidotti: Es preciso volver a poner en el centro del debate la experiencia feminista como un prototipo para despegar la cuestión identitaria de la cuestión de la subjetividad […] Partiendo del feminismo, es posible imaginar un tipo de sujeto que no necesita una identidad o una cuestión identitaria para funcionar de manera responsable y en conexión con otros (apud López Gil, 2011:43).

Esta reivindicación de la praxis es clara por parte de las organizaciones de mujeres migradas cuando reivindican las estrategias de lucha y superación de las mujeres en sus procesos de migración como experiencias de lucha feminista: “No todos los espacios se definen como feministas, pero la lucha cotidiana que cada mujer inmigrante tiene que enfrentar contiene la rebeldía y la lucha que debemos saber interpretar y reconocer para abrir diálogos y alianzas políticas entre nosotras”(Garaipen, 2012).

Esta propuesta de feminismos situados nos invita a resignificar las prácticas de resistencia cotidianas de las mujeres como lugares desde donde también se hace feminismo. Las mujeres migradas van a resaltar su capacidad para transgredir las opresiones y liberarse de las cargas que traen en los procesos de migración, transgresiones en las que las mujeres migradas están siendo y ejerciendo prácticas de agencia y resistencia (Esteban, 2004). La acción, la resistencia humana, entendida como práctica corporal, es posible incluso en las situaciones más adversas: También es necesario reconocer que muchas mujeres migrantes son luchadoras que sobreviven a unas situaciones que nosotras ni siquiera imaginamos. Aunque cuesta romper con la jerarquia de opresión del machismo, a veces hay alguna que dice “se acabó, ahora quien manda en mi vida soy yo y se liberan de esa carga” (Mujeres del Mundo, 2012).

Esta conceptualización de las mujeres migrantes como cuerpos políticos feministas (Esteban, 2011) repara en las estrategias y astucia de estas mujeres para enfrentar el poder y las relaciones de dominación no solo cuando llegan al país de destino sino también anteriormente en sus lugares de origen. De esta manera, las organizaciones reivindican su agencialidad

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política: “Nosotras asumimos que las mujeres inmigrantes somos las sujetas políticas de nuestra propia transformación” (Garaipen, 2012). Al hilo de poner el foco en las actuaciones, es rescatable cómo muchas mujeres migradas se reconocen o identifican como feministas una vez llegan a los países de destino. La participación en asociaciones, la posibilidad de formación y el intercambio con otras mujeres son factores que pueden posibilitar un acercamiento de las mujeres al feminismo. Asimismo, muchas de ellas también cuentan con un recorrido de participación social y formación feminista en su sociedad de origen que sin embargo sienten no es reconocido cuando llegan a los países de destino. “Es importante rescatar el bagaje feminista de conocimiento que traemos muchas de nuestros países, nuestras metodologías y aprendizajes adquiridos en nuestros países” (Garaipen, 2012). Como señala la antropóloga Dolores Juliano (2000), no se trata de mujeres tradicionales a las cuales se les abre el mundo al llegar gracias a la migración, sino que ya son mujeres con un mundo abierto en su lugar de origen.

3. Hacia la construcción de alianzas feminista transnacionales A partir de los desafíos planteados anteriormente, sintetizamos a continuación los retos que emergen para la construcción de un feminismo transnacional sin fronteras. Pensar en coaliciones y solidaridades transfronterizas implica en primer lugar, potenciar espacios compartidos entre mujeres diversas que permiten el conocimiento y el reconocimiento. Esta demanda a extender las puertas del feminismo a las mujeres migradas ya ha sido reclamada por autoras feministas como Begoña Zabala (2004), para quien es imprescindible que el feminismo realice un acercamiento a las mujeres migradas, conozca sus historias, sus vidas y sobre todo las realidades de las que vienen y las circunstancias que afrontan en los lugares de destino. En segundo lugar, conlleva una apuesta por la tensión de las diferencias, donde más que resolverlas, se trataría de construir alianzas a través de ellas, sin caer en los relativismos culturales y reconociendo que las diferencias significan o pueden significar opresiones. Afirmar que existe un único sujeto “mujer” no responde a la diversidad de las propias mujeres, mientras que la postura contraria lleva a la fragmentación e ignora el potencial que tiene el feminismo, al haber sido capaz de construir un sujeto político sobre el que articular sus demandas. De ahí que la solución a esta tensión sólo puede venir de la búsqueda de lo común sobre la base del respeto y del reconocimiento de la diversidad (Gandarias y Pujol, 2013). Un último reto, es la descolonización del feminismo. Además de luchar por la despatriarcalización, es necesario trabajar la descolonización al interior del movimiento feminista, creando nuevas relaciones que rompan con la lógica colonial de la diferencia. Para ello, es imprescindible dedicar esfuerzos a la construcción de alianzas no solo políticas sino

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también afectivas. La política de los afectos se convertiría de algún modo en herramienta clave para construir alianzas que movilicen al feminismo a seguir cuestionándose permanentemente quién constituye su sujeto político, debate inconcluso, pero que sin embargo, le permite estar en continua transformación para el manejo de la diversidad a su interior.

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Mujeres del Sur global en el Norte global: Retos para un feminismo transnacional sin fronteras

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