“Métodos y técnicas de investigación histórica: Balance de una estancia de investigación en el Centro de Estudos de História do Atlântico”

September 3, 2017 | Autor: J. Álvarez Santos | Categoría: Atlantic history, Metodología y Teoría de la Investigación Social, Canary Islands, Macaronesia Region
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Descripción

Anuário 2011 Centro de Estudos de História do Atlântico ISSN: 1647-3949, Funchal, Madeira (2011)

Centro de Estudos de História do Atlântico

Região Autónoma da Madeira

ANUÁRIO DO CENTRO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA DO ATLÂNTICO N.º 3 2011   

 

SECRETARIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA CENTRO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA DO ATLÂNTICO FUNCHAL

2



TÍTULO: Anuário do Centro de Estudos de História do Atlântico



N.º: 3



ANO: 2011

EDIÇÃO:



Centro de Estudos de História do Atlântico Rua das Mercês, n.º 8, 9000-224 Funchal Telef.: 291 214970 / FAX: 291 223002 Email: [email protected] Webpage: http://www.madeira-edu.pt/ceha

TIRAGEM: 1000 exemplares IMPRESSÃO: Ogami - Impressão Digital, João Duarte, Unipessoal, Ldª

DEPÓSITO LEGAL:



ISSN: 1647-3949

O conteúdo dos Artigos é da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

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Direcção •

Alberto Vieira.



Alberto Vieira;



Ana Madalena Trigo de Sousa;



Filipe dos Santos;



Nélio Pão.

Conselho Redactorial

Conselho Consultivo •

Ana Viña Brito, Universidad de La Laguna (Canárias);



Antonio Abreu Xavier, Universidad Central de Venezuela;



António Barros Cardoso, Universidade do Porto;



Antonio Macías Hernández, Universidad de La Laguna (Canárias);



Antonio Malpica Cuello, Universidad de Granada (Espanha);



Augusto Nascimento, Instituto de Investigação Científica e Tropical;



Avelino de Freitas de Meneses, Universidade dos Açores;



Daniel Campi, Universidad de Tucuman (Argentina);



David J. Hancock, University of Michigan (EUA);



Eddy Stols, Katholieke Universiteit Leuven (Bélgica);



Fátima Sequeira Dias, Universidade dos Açores;



Gaspar Manuel Martins Pereira, Universidade do Porto;



Genaro Rodriguez Morel, Real Academia de la Historia de Santo Domingo;



Inês Amorim, Universidade do Porto;



Iordan Avramov, Center for Science Studies and History of Science (Bulgária);



Javier Maldonado Rosso, Universidad de Cádiz (Espanha);



Joám Evans Pim, Instituto Galego de Estudos de Seguranza Internacional e da Paz (Galiza);



Joaquim Romero de Magalhães, Universidade de Coimbra;

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João José Reis, Universidade Federal da Bahia (Brasil);



John G. Everaert, Universiteit Gent (Bélgica);



Jorge Freitas Branco, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa;



Jorge Nascimento Rodrigues, Editor, Tradutor e Revisor;



José Ángel Rodríguez, Universidad Central de Venezuela;



José Curto, York University (Canadá);



José Eduardo Franco, Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes;



José Viriato Eiras Capela, Universidade do Minho;



Luís Filipe Barreto, Universidade de Lisboa;



Manuel Lobo Cabrera, Universidad de Las Palmas de Gran Canaria (Canárias);



Maria Beatriz Rocha-Trindade, Universidade Aberta;



Maria Helena da Cruz Coelho, Universidade de Coimbra;



Maria Isabel Rodrigues dos Santos, Universidade Católica Portuguesa;



Miguel Angel de Puig Samper, Consejo Superior de Investigaciones Científicas (Madrid);



Miguel Real, Centro de Literatura de Expressão Portuguesa da Universidade de Lisboa;



Mónica Teixeira, doutorada em Literatura Moderna Portuguesa, Madeira;



Naidea Nunes Nunes, Universidade da Madeira;



Óscar Zanetti Lecuona, Academia de Ciencias de Cuba;



Ottmar Ette, Universität Potsdam (Alemanha);



Paulo Esteireiro, Gabinete Coordenador de Educação Artística, SREC – RAM (Madeira);



Pedro Luís Puntoni, Universidade de São Paulo (Brasil);



Timothy Joel Coates, The College of Charleston, South Carolina (EUA);



Vera Lúcia Amaral Ferlini, Universidade de São Paulo (Brasil);



Victor Pereira da Rosa, University of Ottawa (Canadá).

5

SUMÁRIO

10 APRESENTAÇÃO 12

1. TEMA PRINCIPAL: Instituições, relações de poder e finanças públicas.

13 Alberto Vieira: Madeira e a Metrópole — Uma História de Contrastes 29

1.1. ILHAS E METRÓPOLES: Discursos, textos e contextos das relações financeiras e institucionais

30

Alberto VIEIRA/ CEHA: Madeira. Escritas e testemunhos com História

39

Odeta PEREIRA/ CEHA: As Finanças do Arquipélago da Madeira nos Debates Parlamentares: 1821-1828

135

Graça ALVES/ CEHA: Escritas(s) Sobre a Madeira: Vozes da Ilha na Literatura Portuguesa

174 Cláudia FARIA/ Sandra GOMES/ CEHA: Madeira. Um olhar de fora 184

Ana Salgueiro RODRIGUES/ CEHA: Os imaginários culturais na construção identitária madeirense (implicações cultura/ economia/relações de poder)

6

205

1.2. ILHAS E CONTINENTES: RELAÇÕES DE CONTINUIDADE E DEPENDÊNCIA

1.2.1. Economias Insulares 206 António Alves-Caetano: As Ilhas Atlânticas dos Açores e da Madeira no contexto da Economia Imperial(1796-1803) 229

Inês AMORIM/ UP/Porto: Dar e haver na época moderna: entre a filantropia e a dependência creditícia – especificidades insulares?

244 Concepción PÉREZ HERNÁNDEZ/ ULL/Tenerife: Canarias, 1850-1936. Modernización Económica y Cambio Social 265

Jean Baptiste Mario SAMEDY, Victor Pereira da ROSA/ Universidade de Otava/ CA: Une économie insulaire dépendante: monocultuares du sucre et du café à Saint-Domingue-Haïti (du 16e au 19e siècle)

280 1.2.2. Finanças e Instituições Insulares 281

Alberto VIEIRA/ CEHA: Política Instituições, Finanças e Contas na Madeira. Breve nota histórica. 1433-1974

306

Ana Madalena Trigo de SOUSA/ CEHA: As Finanças do Município do Funchal na Época Pombalina e no Final da Monarquia Constitucional: Uma Abordagem Teórica e Comparativa

343

Filipe dos SANTOS/ CEHA: A Arrecadação dos Dízimos sobre os Produtos da Terra, na Ilha da Madeira, no Período da Junta da Real Fazenda do Funchal (1775-1834): Processos, Constrangimentos e Conjunturas

371 Nélio Pão/ CEHA: O Âmbito de Intervenção Financeira da Junta da Real Fazenda do Funchal (1775-1834): Uma Análise Global das Despesas 392

Eduarda Gomes PETIT/ Escola Secundária Jaime Moniz: A Renda da Imposição do Vinho na Primeira Metade de Setecentos

405

Emanuel JANES/ CEHA: A Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal nos Primórdios do Estado Novo

416

Manuel ESTEVES, Amílcar PEREIRA, Marília Bruna FREITAS/ CEHA: Orçamento e conta da Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal: 1903-1960

478

Ana Paula Teixeira de ALMEIDA/ CEHA: A Receita da Alfândega do Funchal de 1930 a 1960

493

José Luís de SOUSA/ CEHA: A Comissão Administrativa dos Aproveitamentos Hidráulicos da Madeira - Investimentos e Formas de Financiamento

576

José Luís de SOUSA/ CEHA: Das formas de financiamento da Junta Autónoma das Obras do Porto do Funchal aos investimentos da Junta Autónoma dos Portos do Aquipélago da Madeira 7

662

1.2.3. RELAÇÕES DE CONTINUIDADE E DEPENDÊNCIA.

663

Maria Manuel TORRÃO/ IICT: Circulação de homens e alimentos: as ilhas de Cabo Verde em ligação com a Europa, a África, a América e a Ásia (séculos XV e XVI)

671

Arlindo Manuel CALDEIRA/ IICT: Um triângulo conflituoso:  relações comerciais da ilha de São Tomé com os reinos do Kongo e de Angola durante o séc. XVI

688

Luís Frederico Dias ANTUNES/ IICT: A Ilha de Moçambique: placa giratória da Carreira da Índia e do comércio afro-asiático

698

Alexandra PELÚCIA/ DH-UN Lisboa: Ormuz, uma Ilha nas Encruzilhadas Políticas e Económicas da Ásia Marítima

706 Vitor Luís Gaspar RODRIGUES/ IICT: A ilha de Goa “chave do sossego e conservação do Estado da Índia” 714

Manuel LOBATO/ IICT: Pequenas ilhas, grandes tratos. O arquipélago das Molucas na encruzilhada de três continentes

723

1.2.4 História e Historiografia Insular e Nacional

724

Avelino de Freitas de Meneses/ Universidade dos Açores. A historiografia dos Açores

733

1.2.5 Outros temas

734

John EVERAERT/ University of Ghent/Belgium:Hormuz. Hormuz. A maritime outpost of Portuguese India and the Flemish diamond trade (1580-1620)

750

Washington Dener dos Santos CUNHA/ UERJ/UNIGRANRIO: Ilha da Trindade: Entre a cartografia e os diários de viajantes nos séculos XVI e XVII

762

Miguel Rodrigues LOURENÇO/ Centro de História de Além-Mar: Toponímia, titulatura e ordem espacial: As ilhas do Sueste Asiático e a formação da fronteira luso-castelhana na Ásia

778

Javier Luis Álvarez SANTOS/ Dep. Historia-Universidade de La Laguna: La isla de Tenerife como enclave estratégico en los intereses portugueses a finales del siglo XVI

788

Ana Patrícia Rodrigues Alho/ Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa: Do Reino para a ilha, da ilha para o reino. Um Contributo para o estudo do sistema hidráulico superior na arquitectura religiosa tardo-gótica portuguesa

805

Paulo Miguel Rodrigues / UMa - Centro de Competências de Artes e Humanidades (CCAH): A questão do porto franco na Madeira durante o Vintismo: o debate insular

8

817

2. VÁRIA

818 Carlos Martínez Shaw/ UNED, Madrid: La multifuncionalidad de las islas en la primera mundialización. El prestigio de las islas 836

Agustín Guimerá RAVINA/ CSIC, Madrid :. Vinificación en los Puertos Atlánticos: Madeira A Finales del Siglo Xviii

856

José Luís Ferreira de Sousa/ CEHA: O Apoio da Armada Portuguesa às Comunidades de Emigrantes Madeirenses

880

José Luís Ferreira de Sousa/ CEHA: As Acções Humanitárias em Tempos de Guerra e de Paz

912

Ana Paula Teixeira de Almeida/ CEHA: Fitas e Críticas — Breve ensaio sobre a exibição e crítica cinematográfica no Funchal (1897 a 1930)

934

Ana Salgueiro Rodrigues/ CEHA: Entre centros e periferias. Reflexões acerca dos sistemas culturais da Macaronésia lusófona

948

Lélia Pereira da Silva Nunes, Um olhar sobre o Espírito Santo em Santa Catarina - o contributo cultural da Diáspora Açoriana

961 Vítor Rodrigues, Manuel Lobato/ IICT, Lisboa: De náufrago na «Terra dos Fumos» a cativo na Inglaterra. O mar e o sertão no percurso de Nuno Velho Pereira 974

Javier Luis Álvarez Santos, Universidad de La Laguna: Métodos y técnicas de investigación histórica: Balance de una estancia de investigación en el Centro de Estudos de História do Atlântico

988 3. Notas bibliográficas

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Métodos y técnicas de investigación histórica: Balance de una estancia de investigación en el Centro de Estudos de História do Atlântico Historical investigation methods and techniques: Balance of a research grant period at CEHA

ANUÁRIO N.º 3 Centro de Estudos de História do Atlântico ISSN: 1647-3949, Funchal, Madeira (2011)

pp. 974-987

Javier Luis Álvarez Santos Universidad de La Laguna

Doctorando en Historia por la Universidad de La Laguna. Línea principal de investigación: Las relaciones socioeconómicas entre Canarias y Portugal, así como con los territorios lusos en el Atlántico durante la Unión Ibérica. Ha sido becario de investigación por la Universidad de La Laguna (2011), ha realizado estancias de investigación (Centro de Estudos de História do Atlântico, Funchal) y es miembro del I. U. Cemyr y del Instituto de Estudios Canarios. Entre sus publicaciones: “Portugueses en Tenerife durante la Edad Moderna: Una aproximación”, II Jornadas “Prebendado Pacheco” de Investigación Histórica (2008); “Los portugueses en Tenerife y sus redes socioeconómicas en el mundo atlántico, 15751604”, El mar en los siglos modernos (2009); “La actividad manufacturera en Canarias durante el Antiguo Régimen a través de los artesanos portugueses”, Nexo nº5 (2009); “El portugués Pedro Afonso Mazuelos”, XVIII Coloquio de Historia Canario Americana 2008 (2010); “Vínculos en el Atlántico: Juan de Vega, Señor del Ingenio de Güímar”, II Jornadas de Historia del Sur de Tenerife (2010); “Tenerife y las islas atlánticas portuguesas durante la primera mitad del siglo XVII”, Anuário do Centro de Estudos de História do Atlânttico, nº2 (2010); “Los portugueses y la viticultura en Tenerife a comienzos del Seiscientos”, III Jornadas “Prebendado Pacheco” de Investigación Histórica (2011), “La actividad agrícola portuguesa en la Comarca de Acentejo en la primera mitad del siglo XVII”, V Jornadas de investigación y divulgación histórica Acentejo 2010 (2011); “Los portugueses en Tegueste durante la Edad Moderna: Una primera aportación”, IV Jornadas “Prebendado Pacheco” de Investigación Histórica (2011); y la monografía Tenerife y la Unión Ibérica. Los portugueses en La Laguna y su comarca: 1575-1650 (2011).

Resumen Durante el mes de marzo de 2011 realizamos una estancia de investigación en el Centro de Estudos de História do Atlântico para complementar nuestro proyecto de doctoramiento sobre los vínculos entre Canarias y Portugal durante la Unión Ibérica. Este artículo está estructurado en dos grandes bloques. En un primera parte introductoria, expondremos nuestro objeto de estudio, desde el origen hasta el ocaso de los contactos entre canarios y portugueses durante la Edad Moderna, para llegar a dilucidar los vínculos entre ambos territorios, así como los individuos que lo hacen posible. En la segunda parte de la exposición abordaremos la metodología utilizada en el proyecto. En este apartado, expondremos las fuentes y la bibliografía consultada, tanto en Canarias como en Madeira, centrándonos en las publicaciones que custodia el Centro de Estudos de História do Atlântico y los documentos que conserva el Arquivo Regional da Madeira. Palabras clave: Tenerife, Portugal, Unión Ibérica, economía, sociedad, integración, fuentes documentales, bibliografía. Abstract During March of 2011, we made a research stay at the Centro de Estudos de História do Atlântico to complement our postgraduate studies about the relationship between Canary Island and Portugal during the Iberian Union. This article is structured in two big divisions. Firstly, in an introduction report, we expose our study´s object, the origin to the decline of the contacts between the Canary Islands and Portugal during the Modern Ages, to elucidate the links between both territories and the people who make who make it happens. In the second part of the explanation, we approach in the methodology used in this project. On the other hand, we also expose the s documentary sources and bibliography which were looked up in Madeira and Canary´s Island. In this way, we have to focus on the publication that keeps the Centro de Estudos de História do Atlântico and the documents conserved in the Arquivo Regional da Madeira. Key words: Tenerife, Portugal, Iberian Union, economy, society, integration, documentary sources, bibliography. 975

Objeto de investigación Como hemos indicado anteriormente, nuestro objeto de estudio se centra en las relaciones socioeconómicas entre el archipiélago canario y el imperio portugués durante la Unión Ibérica. Más concretamente, en cuanto al espacio se refiere, nos hemos circunscrito a los lazos entre la isla de Tenerife y los territorios lusos del Atlántico, incluyendo las islas portuguesas de la Macaronesia. Como veremos, para estas islas el Atlántico se convirtió, más que en un límite, en el entorno donde desenvolverse. Al igual que sucedió con Portugal en la época del Infante Don Enrique, este espacio estimuló la navegación y las comunicaciones. Por tanto, el Océano se constituyó como una prolongación factible y provechosa de las actividades de los insulares. El espacio El archipiélago canario está constituido por siete islas principales. A diferencia de las islas portuguesas de Madeira y Azores, en Canarias existía una población previa a los europeos de origen norteafricano1. Esta sociedad prehispánica había dominado el territorio, circunstancia que derivó en que la incorporación de cada una de las islas se realizara en momentos distintos, dilatase en el tiempo hasta casi un siglo de diferencia entre la primera y la última2. No obstante, la conquista castellana en las postrimerías del siglo XV fue sólo el final de una disputa anterior entre potencias europeas, ya que el dominio de los archipiélagos suponía el control definitivo del Atlántico y garantizaba la expansión atlántica. En este enfrentamiento, entraron los normandos desde comienzos del Cuatrocientos, pero también tuvieron intereses en esta empresa los mallorquines, andaluces, genoveses o pisanos. Pero serán Portugal y Castilla las coronas que se disputen el dominio definitivo de Canarias. No olvidemos las aspiraciones portuguesas en el continente africano, por lo que la empresa canaria se antojaba fundamental para los intereses lusos. Es posible que en 1415 1

Antonio Tejera Gaspar, catedrático de Arqueología de la Universidad de La Laguna, no duda en afirmar que: “Sabemos ciertamente que los aborígenes canarios están emparentados con poblaciones norteafricanas, las gentes que los griegos conocieron como libios y, con posterioridad los romanos como bereberes…”. Tejera Gaspar, Antonio, “Los libio-beréberes que poblaron las islas Canarias en la Antigüedad”, en TEJERA GASPAR, Antonio, CHÁVEZ ÁLVAREZ, Mª Esther y MONTESDEOCA, Marian, Canarias y el África Antigua, Centro de la Cultura Popular Canaria, La Laguna, 2006, p. 81.

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El proceso de conquista se inicia con la empresa de los normandos Jean de Bethencourt y Gadifer de la Salle sobre la isla de Lanzarote para culminar en 1496 con la incorporación de Tenerife y La Palma de la mano del Adelantado Alonso Fernández de Lugo.

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alcanzase la isla de Gran Canaria una primera expedición de la armada de Don Enrique3, anticipando el intento de conquista de 1424 al mando de don Fernando de Castro4. Sin embargo, la firma de la paz de Alcáçovas entre los dos países supuso el fin de las hostilidades en el Atlántico. Castilla abandonaba sus pretensiones en la costa africana más allá de Canarias, mientras que Portugal renunciaba a sus derechos sobre este Archipiélago5. Con la incorporación del Archipiélago a la Corona de Castilla, se instauró en las islas un modelo administrativo medieval europeo, desapareciendo la estructura socioeconómica aborigen anterior. Por un lado las islas de señorío, gobernadas por un señor. Bajo este modelo se constituyeron las islas de Lanzarote, Fuerteventura, La Gomera y El Hierro. Por su parte, La Palma, Tenerife y Gran Canaria, formaron las islas de realengo, administradas en nombre del rey. Estas últimas, formarán el núcleo de islas que impulsen las principales actividades económicas, centrándose en productos de exportación como el azúcar y el vino. Entretanto, las islas orientales de Lanzarote y Fuerteventura, se convertirán en el granero de Canarias, suministrando frecuentemente a las islas de realengo cereales para la subsistencia de la población isleña. Por lo tanto, se va articulando un sistema de complementariedad en el propio Archipiélago, que a su vez, está integrado en otro circuito más amplio formado por todos los archipiélagos macaronésicos. Dentro de las Islas Canarias, Tenerife generará el mayor número de negocios, convirtiéndose en una plaza mercantil internacional de primer orden. Este desarrollo comercial se encuentra motivado por el rápido establecimiento de una economía basada en un cultivo exportador. Tras la Conquista, se promueve el trabajo de la caña de azúcar, convirtiéndose en el cultivo predominante y principal reclamo en los mercados exteriores. Sin embargo, a partir de las últimas décadas del siglo XVI -coincidiendo con el inicio de la Unión Ibérica- comienza el declive del comercio de este producto debido fundamentalmente por la competencia del azúcar brasileños en los mercados europeos con un precio mucho más bajo. No obstante, este cultivo exportador fue sustituido sin demasiadas complicaciones por otro, la vid. No se trataba de una labor nueva, había sido trabajada para abastecer de caldos a los isleños, pero con la crisis del azúcar se transformará en el nuevo producto exportador.

El periodo Una serie de hechos se precipitan tras el fallecimiento sin descendencia del rey Sebastián I de Portugal en la batalla de Alcazarquivir en 1578 y de su sucesor Enrique I a comienzos del año 1580. Esta coyuntura fue aprovechada por Felipe II para reclamar sus derechos sucesorios sobre la corona portuguesa. Finalmente, tras acabar con las pretensiones del candidato don Antonio, fue reconocido como rey de Portugal por las Cortes de Tomar en 1581. En relación a nuestro trabajo, lo que nos interesa destacar es que la incorporación de Portugal al dominio de los Austrias supuso la unificación de las dos principales potencias expansionistas. Así, los Felipes reinaron no sólo sobre sus dominios europeos, sino también sobre los territorios americanos y las plazas africanas y asiáticas. En este marco, las Islas Canarias por su situación geográfica en el Atlántico, se convertirán en el espacio propicio para vertebrar las relaciones entre tres continentes. 3

SERRA RÁFOLS, Elías, Discurso inaugural del año académico 1941-1942. Los portugueses en Canarias, Imprenta y librería Curbelo, La Laguna, 1941, p. 21.

4

PÉREZ VIDAL, José, Los portugueses en Canarias, Cabildo Insular de Gran Canaria, Las Palmas, 1991, p. 15.

5

Ibíd., p. 19.

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Si bien Portugal mantuvo sus privilegios, así como el trato exclusivo con sus antiguos territorios de ultramar, este hecho no impedirá que se consoliden las anteriores rutas atlánticas y se abran nuevos mercados para Canarias, constituyéndose entre las distintas plazas una extensa red para el desarrollo de transacciones comerciales. Pero, como hemos visto, estos intereses portugueses en el Archipiélago son anteriores al propio periodo de la Unión Ibérica. De hecho, la comunidad lusa va a participar como pobladores en las islas tras la Conquista, incluso como dueños de importantes datas de secano6. Incluso, en algunas áreas de las islas de Tenerife los portugueses serán los principales pobladores, por encima de los propios castellanos7.

Método de investigación Aunque el periodo de la Unión Ibérica comienza en el año 1580, nuestro trabajo se retrotrae unos años antes, generalmente a 1575. Pero en ocasiones nos hemos visto en la necesidad de investigar más atrás en el tiempo debido a las carencias documentales8. Del mismo modo, nuestro estudio no termina en 1640, sino una década después. Estas fechas extremas se deben a la necesidad de conocer, no sólo el devenir histórico de la unión dinástica, sino también comprender las relaciones anteriores y posteriores. Es decir, buscamos averiguar si estos contactos son anteriores a 1580 o por el contrario estos vínculos son nuevos, creados a partir de la nueva coyuntura. Como hemos visto, y sin ninguna duda, podemos aseverar que estos contactos eran preexistentes. Pero lo que nos interesa conocer es cómo se articulan en el nuevo contexto. La fecha de 1650 viene motivada por el mismo interés, comprender si la Restauración en 1640 supuso una ruptura en las relaciones socioeconómicas entre el Archipiélago y los territorios portugueses. Otro elemento a estudiar es el papel del Atlántico como nexo de unión entre los territorios limítrofes del océano. Canarias constituirá en plataforma geoestratégica de los intereses portugueses, por lo que estas islas se convertirán en escalas indispensables de los navíos lusos que trafican por el Océano con África y Brasil. En este sentido, Tenerife se encargará de suministrar víveres para el abastecimiento de las embarcaciones. Pero, además, esta circunstancia será aprovechada, por los isleños y los mercaderes foráneos asentados en ella, para comerciar con otros productos demandados en el exterior como el vino. Estos barcos harán escala en el Archipiélago para cargar los caldos canarios que serán vendidos en Europa o intercambiados en las colonias lusas por productos como el azúcar brasileño o los esclavos africanos. A su vez, por este comercio llegarán a Canarias productos europeos, generalmente manufacturas, ya que las islas carecían de productos primarios para su elaboración debido al origen volcánico de éstas. Incluso estos géneros elaborados llegaban a convertirse en excedentes en el mercado canario, por lo que eran aprovechados para ser comercializados en otras plazas americanas o africanas. De este modo, se despliegan toda una serie de relaciones y circuitos mercantiles que pasan por Canarias. A este respecto, tradicionalmente la historiografía canaria ha aceptado la hipótesis de que por el Archipiélago pasaban diversas rutas comerciales9. Sin embargo, a nuestro parecer, no podemos 6

FERNÁNDEZ-ARMESTO, Felipe, Las Islas Canarias después de la conquista. La creación de una Sociedad Colonial a principios del siglo XVI, Cabildo Insular de Gran Canaria, Las Palmas, 1996 [1982], pp. 46-47.

7

DE LA ROSA OLIVERA, Leopoldo, El siglo de la conquista, Aula de Cultura del Cabildo Insular de Tenerife, Santa Cruz de Tenerife, 1978, pp. 226-227.

8

Por ejemplo, la inexistencia de fuentes conservadas para el estudio de Santa Cruz, uno de los principales puertos de la Isla durante este periodo, nos ha obligado a consultar documentación de la década de los sesenta del siglo XVI.

9

GUIMERÁ RAVINA, Agustín, “Garachico (Tenerife), puerto de la expansión europea (1566-1630)”, en IV Centenario del ataque de Van der

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diferenciar tan claramente estas rutas sin conectarlas con otros derroteros y plazas económicas. Defendemos la existencia de una extensa red atlántica en la que todas estas rutas se entrecruzaban. En este sentido, los circuitos que partían de los puertos peninsulares y que pasaban por Canarias, continuaban su periplo hacia América y África. Igualmente, en el tornaviaje a Europa podían regresar por el archipiélago castellano o por el azoriano. También era habitual que embarcaciones que recalaban en Tenerife con destino a África, se avituallasen de pipas de vino para ser vendidas en su destino o para adquirir un mayor número de esclavos. Estos mismos navíos, a la vuelta podían recalar nuevamente en Canarias para mercadear algunos esclavos y volver a cargar el caldo para, en este caso, seguir hacia el Brasil. Allí venderían las piezas y las pipas a cambio de arrobas de azúcar, que serían llevadas a Europa, seguramente haciendo escala en alguna isla macaronésica. Descargada la embarcación en los puertos del Viejo Mundo, este derrotero volvería comenzar. A su vez, debemos señalar un subsistema ligado a este gran circuito mercantil atlántico. Nos referimos al que forman los archipiélagos macaronésicos de Azores, Madeira, Canarias y, en menor medida, Cabo Verde. Estas islas constituyeron un modelo de complementariedad entre ellas durante este periodo de la Edad Moderna. Hemos expuesto que las islas Canarias se centraron en el comercio exterior, y dentro de éstas, Tenerife jugó un papel primordial. Por tanto, fue necesario que otros lugares abastecieran de productos de primera necesidad a las islas exportadoras, generalmente de cereales. Las islas orientales del Archipiélago cubrieron gran parte de estas carencias. No obstante, en numerosos episodios de escasez y penuria las autoridades tinerfeñas tuvieron que solicitar alimentos a las islas portuguesas, generalmente a Azores. Pero esta complementariedad no será sólo de carácter mercantil, también lo será de tipo humano con el traslado de individuos como mano de obra.

Las actividades Hemos expuesto el contexto en el que se desenvuelven las relaciones de los territorios lusos con Tenerife. Faltaría aún conocer las actividades de aquellos portugueses que se asientan en la isla, sus fórmulas de integración con la sociedad local y sus relaciones con otros compatriotas en Portugal, así como con otras plazas mercantiles. La historiografía ha puesto de relieve el papel del contingente portugués como mano de obra agrícola10. Desde la incorporación del Archipiélago a Castilla, numerosos lusos emigrarán a Canarias como campesinos. Pero además serán solicitados como trabajadores especializados para la puesta en cultivo de la caña de azúcar, ya que este producto necesita una labor técnica. Por otro lado, industria que los portugueses ya habían iniciado en la isla de Madeira desde mediados del siglo XV11. Asimismo, se adaptarán al nuevo cultivo que sustituirá al azúcar como principal producto exportador, la vid. De este modo, será necesario realizar un estudio cuantitativo para estimar el número de portugueses dedicados a la agricultura frente a otras actividades, las áreas en que trabajan, así como la región de procedencia de éstos. Aunque anticipamos que la documentación utilizada, fundamentalmente de origen notarial, no suele concretar el lugar de origen, indicando únicamente su ascendencia Does a las Palmas de Gran Canaria (1999): Coloquio Internacional Canarias y el Atlántico, 1580-1648, Cabildo Insular de Gran Canaria, Las Palmas, 2001, pp. 339-440. 10

BRITO GONZÁLEZ, Oswaldo, “La presencia extranjera en Tenerife durante el Antiguo Régimen. Siglos XVII-XVIII”, Strenae Emmanuelae Marrero Oblatae, Universidad de La Laguna, La Laguna, t. I, 1993, p. 205.

11

VIEIRA, Alberto, “A Madeira e o mercado do Açúcar nos séculos XV a XVI”, en História do Açúcar-Rotas e Mercados, CEHA, Funchal, 2003, p. 56.

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portuguesa. Sin embargo, en el primer estudio realizado para la ciudad de La Laguna hemos detectado una cierta preponderancia de los isleños portugueses frente a los del Continente como labradores, principalmente de madeirenses. También será interesante analizar los modelos de contrato de trabajo, especialmente arrendamientos, medianerías y tributos, ya que a partir de éstos podremos deducir los productos cosechados, el tiempo de cultivo, el valor de la explotación, etc. Además, podremos indagar en las formas de arraigo de estos individuos, ya que generalmente estos acuerdos se hacían por varios años. Los portugueses, a diferencia de otras comunidades extranjeras establecidas en Canarias, trabajarán en múltiples actividades. Así, no sólo destacarán como mano de obra agrícola, sino también aparecerán representados en otros sectores como la artesanía. Como manufactureros, nos interesará descubrir con qué materias primas trabajaban, como los metales, textiles o las piedras, para conocer los productos elaborados demandados, como los metales, textiles o las piedras. A este respecto, la situación de Canarias es particular. A diferencia de lo que ocurría en Castilla, en el Archipiélago no existía una estructura gremial, por lo menos no como en Europa. Lo que sí existe es una categorización del oficio de artesano, formada por maestre, artesano y aprendiz. Este modelo de organización de los manufactureros nos llevará a incidir en las fórmulas de acceso y ascenso de los portugueses dentro de la comunidad de artesanos y, además, conocer si entre los propios lusos existió algún vínculo más estrecho, quizá de tutela, para facilitar la entrada como aprendices a familiares y compatriotas. Al igual que el resto de actividades desempeñadas por los portugueses en Tenerife, nos interesará igualmente su cuantificación y procedencia. En este último aspecto, pretendemos corroborar nuestra hipótesis planteada para el estudio de La Laguna que defiende que, dentro del colectivo de artesanos, los isleños azorianos y madeirenses eran mayoritarios. Otro colectivo a analizar son los hombres de la mar, tanto los mareantes portugueses asentados en Tenerife como los que se encuentran en tránsito hacia otro destino. Como hemos expuesto, Canarias desempeñaba un papel destacado en las rutas comerciales atlánticas. Por lo tanto, será indispensable saber quiénes eran estos individuos que enlazan estas plazas mercantiles, así como los productos que intercambian o con quiénes tratan, especialmente si comercian con otros portugueses o con otros extranjeros. Además, indagaremos si traficaban con productos prohibidos, ya que era frecuente la utilización de embarcaciones portuguesas por parte de agentes foráneos -de regiones que tenían vetado comerciar con en el Imperio- para introducir sus mercancías y participar en este negocio. Por último, dentro de las ocupaciones realizadas por los portugueses en Tenerife, estarían los comerciantes. Estudiar este grupo será determinante para desentrañar estas conexiones económicas internacionales a partir de las redes en las que actúan. Además, a través de sus transacciones, podremos averiguar los productos demandados y exportados, así como su valor y cuantificación. Integración Junto con las ocupaciones profesionales, analizaremos los comportamientos sociales, especialmente los modelos y el nivel de integración. Debemos comprender en qué medida estos portugueses que llegan a Canarias se relacionan con la comunidad local, incluso los mecanismos de arraigo instituyendo familias con los isleños o con otros lusos previamente asentados. De la misma forma, analizaremos las relaciones que mantienen con sus familiares fuera de Canarias, dentro de esta red

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internacional de complementariedad parental. Sabemos, por las dotes y testamentos, que se establecen en la Islas y crean un vínculo de arraigo con ellas. Sin embargo, será difícil profundizar en aspectos como las devociones –como elemento integrador- ya que, aparentemente, no dejan un rastro específico de su religiosidad como otras comunidades foráneas. Quizás es porque su devoción es muy similar a la castellana. Por tanto, esta problemática derivará en otra cuestión más relevante: ¿Se mantienen como una comunidad hermética al igual que otros colectivos extranjeros o se integran en la sociedad isleña? Asunto más complicado de resolver si tenemos el elemento judío. Un número de portugueses tenían un origen judeoconverso, fe hebraica que en ocasiones no dejarán de practicar en la intimidad y que será mantenida gracias a los contactos con otros territorios más tolerantes como Ámsterdam. Otro colectivo a estudiar son los esclavos, generalmente de origen africano –y en menor medida brasileños-, que son traídos de las factorías portuguesas y vendidos a los insulares. En algunos casos podremos analizar aspectos sociales, a través de la documentación inquisitoria, pero en la mayor parte de los casos, la información de la que disponemos es de tipo económico como los contratos de compraventa. Generalmente éstos aluden a su valor, pero también nos indican su procedencia, el sexo y la edad. Finalmente quedaría analizar aquellos portugueses que llegan a formar parte de la oligarquía local, ostentando cargos públicos como regidores y administradores de las rentas reales. A este respecto, hemos constatado un número significativo de lusos encargados de cobrar el almojarifazgo desde mediados del siglo XVI hasta el final del periodo de la Unión Ibérica. En todo caso, es indudable el papel de éstos en las decisiones socioeconómicas de la Isla, recaudando los impuestos reales y tomando relevantes decisiones como miembros del Concejo. Además, junto a esta administración local, estudiaremos las redes sociales a las que pertenecen ya que habitualmente estos miembros de la élite también participaban en el negocio de la exportación de productos isleños. En ocasiones, estos individuos se apoyaban en otros miembros de la familia, como los hermanos, que se encontraban establecidos en otras plazas para complementar este entramado.

El final de una época Es cierto que tras la Restauración de 1640 se produce una ruptura, pero hay que matizarla ya que la separación sólo es un elemento más dentro de una serie de circunstancias que desembocaron en la pérdida de las antiguas relaciones. Coincide estos años en Canarias con el declive de la economía del vino. Se habían elevado los aranceles en 1633 con la finalidad de potenciar el vino portugués, sobre todo de Madeira, convertida ya en estos años en un importante productor. En 1649, año en que la Corona prohibió el comercio canario-americano, se constituyó la Compañía Brasileña, que limitaba el comercio del vino y la participación en el tráfico de esclavos. Además, otro agente va a intervenir en las relaciones atlánticas. A partir de estos años, Inglaterra va a convertirse en una de las grandes potencias marítimas y comerciales, sustituyendo el dominio hispano-luso en el Atlántico. Esta nueva realidad se materializa con las Actas y Leyes de Navegación inglesas de mediados del siglo XVII. Éstas liberalizaban las importaciones de vino, especialmente los portugueses, los cuales empezaron a sustituir la oferta canaria en el mercado británico. Más concretamente, las Actas de Navegación (1663) prohibía el comercio directo de los caldos isleños en las colonias inglesas, favoreciendo las exportaciones madeirenses. Estas leyes dejaron expresamente al margen de su cumplimiento los vinos de los ar981

chipiélagos portugueses del Atlántico, condiciones que hacían inviable cualquier tipo de competencia con los caldos de Madeira y Azores. Además, los británicos constituyeron la Compañía de Canarias en 1666, quedando todo el comercio entre Inglaterra y el Archipiélago en manos de sus miembros. Pero esta situación resultó insostenible para los isleños, que se amotinaron en Garachico en ese mismo año. Sin embargo, esta no fue la única situación violenta derivada de la crisis del vino, ya en 1648 hubo otro levantamiento que, junto con otros elementos, se dieron muestras de repulsa contra los mercaderes portugueses, considerados responsables de la crítica situación por parte de los alborotadores.

Herramientas para la investigación Hasta ahora, hemos expuesto una visión general del marco de nuestra investigación: los individuos, las actividades, las relaciones, etc.; así como el contexto temporal en el que se desarrollan, haciendo especial hincapié en los periodos anteriores y posteriores a la Unión Ibérica, para averiguar si esta nueva coyuntura internacional supuso una variación sustancial en las relaciones que existían previamente entre el archipiélago canario y los territorios portugueses o, por el contrario, esta unión dinástica y territorial no alteró unos vínculos tradicionales. En este apartado, explicaremos cómo vamos a abordar este trabajo que nos hemos planteado. Para ello, primeramente hemos consultado la bibliografía disponible que nos facilitase una introducción a la materia, para luego acudir a las fuentes primarias, con las que analizaremos nuestro objeto de investigación.

Fuentes La documentación contemporánea a los hechos constituye el principal material para elaborar nuestro trabajo, ya que en ella encontramos toda la información relativa a los hechos que estudiamos. Sólo debemos realizar las preguntas correctas a las fuentes para obtener los datos que buscamos. No obstante, su consulta no está exenta de dificultades. En ocasiones, los legajos no se encuentran disponibles para la consulta del investigador, porque no están catalogados, se encuentran muy deteriorados, están depositados en archivos extranjeros o simplemente no se han conservado. Además, en nuestro caso se añade otro obstáculo relacionado con lo que aportan las fuentes. Es decir, su contenido está concebido para satisfacer la demanda de quienes lo generan y no para el interés de los futuros historiadores, por lo que obvian elementos que a posteriori resultarán indispensables. En este trabajo, nos encontramos con la circunstancia de que muchos escribanos de la época, por la tipología documental, eluden indicar la procedencia de los individuos que participan en el documento. Es sabido que los nombres y apellidos son similares o idénticos en el portugués y en el castellano. Más aún en un periodo en el que se registraba la grafía más por la sonoridad que por el empeño por una correcta redacción. Por lo tanto, localizar a los individuos portugueses sin que nos precisen la oriundez puede convertirse en un verdadero inconveniente. Incluso, podríamos aprovechar otros indicadores, como aquellos apellidos que hacen referencia a un lugar de Portugal, como por ejemplo Évora. Pero esta referencia no nos aseguraría que su procedencia fuese lusa ya que podría

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ser un descendiente de un portugués establecido con anterioridad. Por tanto, hemos optado analizar sólo aquellos individuos que sepamos con seguridad por las fuentes que su procedencia es portuguesa. Nuestra principal fuente de información nos la aporta los registros notariales. Para Tenerife, a diferencia de lo que sucede en el caso de Madeira, se conserva prácticamente en su totalidad. Esta documentación se encuentra depositada en el Archivo Histórico Provincial de Tenerife, con una clasificación según la cronología, el lugar y el escribano que la generó. Debido a la amplitud de la documentación, decidimos realizar una cata siguiendo este modelo clasificatorio. Cronológicamente, elegimos varios años que creíamos significativos. Éstos fueron: los bienios 1575-1576, 1587-1588, 1603-1604, 1625-1626 y 1650. Con el estudio de los años 1575,1576 y 1650 se busca conocer la coyuntura anterior y posterior a la Unión Ibérica para detectar los cambios y alteraciones que produjo el periodo de la Monarquía Dual en las relaciones entre Tenerife y Portugal. Los demás años coinciden con momentos que pudieron influir en estos contactos. Así, en el año de 1588 se produce el desastre de la Armada Invencible, flota que partió de Lisboa y cuyo suministro de vinos provenía de Canarias12. Por tanto, podremos indagar en este tráfico comercial entre Tenerife y Portugal. Por su parte, durante los primeros años del siglo XVII, se suceden en Canarias varios brotes de peste que limitarán los contactos con el exterior de la Isla, por lo que podrán verse afectadas estas relaciones13. Además, coincide con el inicio de la decadencia del comercio azucarero canario debido, entre otras consecuencias, al desarrollo de las exportaciones brasileñas de este producto. Finalmente, los años de 1625 y 1626, no fueron elegidos por un acontecimiento internacional, sino porque en 1626 se elaboró un censo de portugueses. Se trata de un documento encargado por el Consejo de la Inquisición un año antes con la intención de conocer a todos aquellos que se habían establecido recientemente en Castilla, muchos de ellos huyendo de la represión en Portugal. De este modo, este documento se ha convertido en una herramienta fundamental para el estudio de esta comunidad en las Islas. Sin embargo, la información que nos aporta es limitada ya que sólo se le interesa los varones, siendo las referencias a mujeres y niños indirectas, y los lusos que se habían asentado recientemente.14 En cuanto al territorio, también hemos seleccionado a los escribanos de las principales poblaciones del periodo en Tenerife. Nos referimos a la capital, la ciudad de San Cristóbal de La Laguna, con su comarca –Tegueste, Geneto, Valle de Guerra y Tejina- y puerto natural, Santa Cruz; así como los otros dos núcleos relevantes, La Orotava –con su puerto- y Garachico, enclave igualmente costero y dedicado a la exportación. Sin embargo, estos no son los únicos enclaves de los que disponemos información, también los notarios tratan en estos legajos otros núcleos como Güímar o la Comarca de Acentejo –Tegueste, La Matanza, La Victoria y Santa Úrsula. En cuanto a la información que nos aportan los protocolos notariales, es muy diversa. Nos interesa destacar aquí sólo algunos tipos de registros como los contratos agrarios -medianerías, arrendamientos, tributos, etc.-, los arreglos de los artesanos -cartas de aprendizaje, obligaciones de trabajo, etc.,- y los contratos compraventa de productos y propiedades. También los tratos comerciales, tales como las letras de cambio, los fletes y otras fórmulas de despacho de mercancías. Por último, estarían aquellos documentos que hacen referencia a cuestiones de tipo social, de integración y vida cotidiana, como los testamentos y cartas dotales. Otro núcleo importante de información proviene de la documentación eclesiástica. Nos referi12

LOBO CABRERA, Manuel, El comercio canario europeo bajo Felipe II, Gobierno de Canarias/Governo da Madeira, Funchal, 1988, p. 170.

13

ANAYA HERNÁNDEZ, Luis Alberto y ARROYO DORESTE, Aurora, “La peste de 1601-1606 en las Islas Canarias”, Revista de Historia Canaria, 174, 1984-1986, pp. 175-202.

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FAJARDO SPÍNOLA, Francisco, “Portugueses en Canarias en el siglo XVII. Una relación de 1626”, XV Coloquio de Historia CanarioAmericana (2002), Cabildo Insular de Gran Canaria, Las Palmas, (edición en CD-ROM), 2004, pp. 310-320.

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mos principalmente a los libros de bautismo y de matrimonio, los cuales también hemos empezado a consultar para los mismos núcleos de población que en los registros notariales. Sin embargo, su aportación a nuestro estudio es limitada ya que es frecuente en este tipo de documentos que no se precise la región o nacionalidad de los individuos que actúan en ellos. Por tanto, como indicamos anteriormente, sin este dato nos resulta difícil saber quién es portugués para integrarlo en nuestro estudio. No obstante, en los casos que hemos rescatado información, esta nos ayuda a comprender las pautas de integración. Sobre todo, para saber si constituyen la familia con los isleños o con compatriotas suyos. Por otro lado, dentro de la documentación eclesiástica, las informaciones de Solterías y Viudedades es una tipología documental que nos aporta referencias relativas al arraigo de los portugueses en la sociedad canaria y las relaciones que mantienen con sus paisanos. En este expediente, el solicitante justifica su soltería mediante testigos con el objetivo de contraer matrimonio. En estas declaraciones hemos encontrado un número significativo de casos en los que participan portugueses, por lo que podemos estudiar la composición familiar y los lazos de parentesco. Por otro lado, disponemos de la documentación inquisitorial. Desde finales del siglo XVI, Canarias da asilo a numerosos conversos peninsulares que huían de la Inquisición. El Santo Oficio canario a este respecto fue algo más permisivo. No obstante, también nos aporta otros datos como en el citado censo de 1626. A través de éstos, podemos conocer con más detalle los modelos de integración social y constitución familiar. Por último, dentro de la documentación conservada en los archivos canarios, hemos previsto consultar aquella que hace referencia a los acuerdos del cabildo insular. Es decir, aquella que hace referencia al gobierno de la Isla. En ella, encontramos dos tipos información. En primer lugar, la que se refiere a las conexiones que establece Tenerife con otras partes del territorio portugués. Por ejemplo, la importación de cereales, la búsqueda de médicos o la llegada de barcos lusos. En segundo lugar, sobre la actitud de los propios regidores de procedencia portuguesa. A lo largo del periodo, hemos constatado que alrededor de media docena de lusos llegan a formar parte del Concejo de la Isla. Por lo tanto, será necesario conocer si sus decisiones e intereses estaban relacionadas de manera particular con Portugal. Sin embargo, no nos hemos limitado a consultar los archivos de Tenerife, también hemos tratado otros fondos como los del Museo Canario, localizado en Gran Canaria. Esta institución custodia, entre otra documentación, la emanada por el Tribunal del Santo Oficio canario. Siendo uno los pocos tribunales castellanos que han conservado su fondo documental hasta la actualidad. También hemos examinado el Archivo Histórico Provincial de Sevilla. En este archivo, pretendimos cotejar la información generada en Canarias con la sevillana. Concretamente, habíamos localizado en el Archivo Histórico Provincial de Santa Cruz de Tenerife varios documentos que hacían referencia a dos destacados portugueses de la sociedad tinerfeña del siglo XVII, Luis y Andrés Lorenzo, y cuyos originales se encontraban en las escribanías sevillanas. Efectivamente, pudimos localizar estos papeles, consultarlos y ampliar nuestra información con esta nueva aportación. Uno de los objetivos de esta estancia era complementar este tipo de información procedente de fuentes primarias, pero desde la perspectiva portuguesa. Concretamente, nos interesaba ahondar en las relaciones entre los archipiélagos macaronésicos. Por ello, hemos acudido al Arquivo Regional da Madeira. En éste, al igual que hicimos en los archivos canarios, estudiamos sus fondos para saber cuáles eran los más propicios para nuestro estudio. Analizando los cuadros clasificatorios y los catálogos, y entendimos que los principales fondos serían los protocolos notariales, la Cámara Municipal de

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Funchal y los registros de casamientos. Con el análisis de los fondos notariales pretendíamos conocer las actividades de los madeirenses relacionadas con Canarias, realizando una cata como en el caso de la documentación en Tenerife. Además, poseíamos escrituras canarias que hacían referencia a otras localizadas en las escribanías madeirenses. Sin embargo, no pudimos consultar este fondo ya que para los siglos XVI y XVII no se ha conservado o está en muy mal estado15. Desechados los protocolos notariales, acudimos a la documentación de tipo institucional. Para ello decidimos estudiar la generada por la Cámara Municipal de Funchal, por representar al núcleo poblacional más importante de Madeira. Más concretamente, el “Registro Geral da Câmara do Funchal16”, ya que por su contenido podíamos elaborar una comparación con los asuntos tratados en Tenerife a través de sus “Libros Capitulares”. De este modo, encontramos información sobre las relaciones entre Canarias y Madeira, principalmente en lo relativo al abastecimiento de cereales. No obstante, constatamos que estos dos archipiélagos coincidían en muchas preocupaciones, como las frecuentes quejas por trabas impuestas por la Casa de Contratación de Sevilla para el comercio con América17. Por último, consultamos los registros de casamientos para toda la isla. A partir de la base de datos disponible, buscamos a los madeirenses que conocíamos previamente de la documentación canaria, tanto los asentados en Tenerife como aquellos que mantenían contactos con el archipiélago canario. Esta consulta nos permitirá precisar cuestiones como los lugares de procedencia, los oficios y la construcción familiar.

Bibliografía Sin embargo, el principal aporte de información para nuestro estudio -y objetivo primordial de nuestra estancia-, provino de la consulta de la extensa bibliografía disponible en el Centro de Estudos de História do Atlântico. Nuestro objeto de investigación se fundamenta en estudios previos, que si bien no suelen coincidir plenamente con nuestro tema, aportan datos y reflexiones que ayudan a construir nuestra hipótesis. Al igual que con las fuentes primarias, en los inicios de nuestro doctorado consultamos todas aquellas publicaciones que estuviesen a nuestro alcance que pudieran introducirnos en la temática. Esta bibliografía podría dividirse en: * Estudios generales sobre la sociedad, economía, religión y cultura para la Europa de los siglos XVI y XVII. * Trabajos específicos sobre la Unión Ibérica, tanto en España como en Portugal. A este respecto, además, nos interesa conocer las diferencias entre la perspectiva portuguesa y la española sobre los acontecimientos acaecidos. Es decir, tradicionalmente en la conciencia portuguesa ha pervivido el reinado de los Austrias como un periodo oscuro de su Historia. Mientras, los españoles han rememorado esta época como una de las más gloriosas de su pasado. Planteamientos divergentes que fueron incorporados a los estudios históricos y que han perdurado hasta fechas recientes. 15

La documentación notarial más antigua que se conserva en el Arquivo Regional da Madeira es de 1694 para Ribeira Brava. En el caso de Funchal, aunque la fecha más antigua es de 1551, los registros notariales que se pueden consultar comienzan en el año 1725.

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Por nuestra cronología, consultamos el Índice, así como los tomos del 2 al 6.

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Arquivo Regional da Madeira, Tombo 3º do Registo Geral da Câmara Municipal do Funchal, fº 215v, 1595.

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* Sobre la Historia de Canarias durante el reinado de los Felipes. Actualmente para el Archipiélago no existe una Historia General, y mucho menos un trabajo global para el periodo. La historiografía canaria se ha especializado en temas específicos, destacando estudios como las relaciones canario-americanas. Además, por su condición de archipiélago con dos islas principales, las investigaciones se han desmigajado centrándose en determinadas islas. Los escasos estudios recientes sobre los portugueses en Canarias se han centrado en el periodo de la conquista e integración en Castilla, mientras que las islas más estudiadas han sido la de La Palma y Gran Canaria; siendo escasas las aportaciones sobre Tenerife18. Aunque no contamos con monografías canarias sobre los contactos con Portugal, existen importantes publicaciones que tratan acerca de las relaciones con los territorios portugueses, generalmente las islas. Es destacable la labor de Lobo Cabrera para la comprensión de estos lazos entre los archipiélagos macaronésicos, así como los de Fajardo Spínola y Anaya Hernández sobre los portugueses ante el Santo Oficio canario19. También nos interesaba entender el contexto económico y social del Archipiélago, así como sus relaciones con el exterior y los productos comercializados como el azúcar y el vino. Igualmente, los estudios referidos a otros colectivos extranjeros –genoveses, flamencos, franceses, ingleses, etc.- que nos han permitido comparar las realidades entre ambos grupos y conocer las relaciones entre ellos. Esta bibliografía quedaría inconclusa si no consultábamos la producida en Portugal. En este sentido, el Centro de Estudos de História do Atlântico se convertía en la biblioteca fundamental para su estudio, ya que junto a obras generales, disponía de obras sobre las islas portuguesas del Atlántico, especialmente de Madeira, y tratados sobre la Historia Atlántica: * Historia de la Macaronésica. Su estudio y comprensión es fundamental para nuestro trabajo, como espacio natural de las relaciones. A partir de la información que aportan estos trabajos, podremos complementar los datos recabados en las fuentes y publicaciones canarias. En este sentido, se presentó necesario consultar las publicaciones del profesor Alberto Vieira. Aunque ya conocíamos parte de sus publicaciones, con la consulta de biblioteca del Centro de Estudos de História do Atlântico -y su inestimable ayuda y dirección-, pudimos acceder a otra parte destacada de sus trabajos. Descubrimos también una bibliografía extensa sobre Madeira, que nos permitirá comparar la realidad de los dos archipiélagos. A este respecto, nos interesaba conocer cómo se administraba la 18

En este sentido, el primer estudio sobre la presencia lusa en el Archipiélago fue realizado por Elías Serra Ráfols en 1941. Una década más tarde, se uniría a este trabajo el realizado por Sergio Bonnet Suárez. Pero, sobre todo, destacarán las aportaciones de José Pérez Vidal en el ámbito de las influencias en la lengua y la cultura. Véase: SERRA RÁFOLS, Elías, Op. cit.; PÉREZ VIDAL, José, Op. cit.; “Aportación portuguesa a la población de Canarias. Datos para su contenido”, Anuario de Estudios Atlánticos, 14, 1968, pp. 41-106. y BONNET SUÁREZ, Sergio, “Familias portuguesas en La Laguna del siglo XVII”, Revista de Historia Canaria, 93-94, 1951, pp. 111-118.

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Véase: LOBO CABRERA, Manuel, “Gran Canaria y los contactos con las islas portuguesas atlánticas: Azores, Madera, Cabo Verde y Santo Tomé”, V Coloquio de Historia Canario-Americana (1982), Cabildo Insular de Gran Canaria, Las Palmas, Las Palmas, t. IV, 1985, pp. 311-333; “Inmigrantes azoreanos en Gran Canaria durante el período filipino”, Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, XLV, Angra do Heroísmo, 1987, pp. 1207-1222; “La esclavitud en las islas atlánticas: Madeira y Canarias”, I Colóquio Internacional de História da Madeira, Funchal, vol. II, 1990, pp. 307-323; “Historia de las islas: Canarias y Madeira”, II Colóquio Internacional de História da Madeira, Funchal, 1990, pp. 531-546; “Azoreanos en los censos del tribunal de la Inquisición de Canarias”, Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, XLIX, Angra do Heroísmo, 1991, pp. 193-209; “El comercio entre Canarias y Madeira en el siglo XVI”, III Colóquio Internacional de História da Madeira, Funchal, 1993, pp. 623-634. FAJARDO SPÍNOLA, Francisco, “Azores y Madeira en el archivo de la Inquisición canaria. Nuevas aportaciones”, II Colóquio Internacional de História da Madeira, Funchal, 1990, pp. 663-684; “Portugueses en Canarias…” Op. cit. ANAYA HERNÁNDEZ, Luis Alberto, “El converso Duarte Enriquez, arrendador de las rentas reales de Canarias”, Anuario de Estudios Atlánticos, 27, 1981, pp. 345-423; “Una comunidad judeoconversa de origen portugués a comienzos del siglo XVI, en Isla de La Palma”, II Colóquio Internacional de História da Madeira, Funchal, 1990, pp. 685-699; “Los judeoconversos portugueses en Canarias y sus relaciones con el mundo Atlántico Europeo”, en IV Centenario del ataque de Van der Does a las Palmas de Gran Canaria (1999): Coloquio Internacional Canarias y el Atlántico, 1580-1648, Cabildo Insular de Gran Canaria, Las Palmas, 2001, pp. 587-608; “Un caso de mesianismo judeoconverso en Portugal denunciado en la isla de La Gomera”, en A. Alvar Ezquerra, J. Contreras Contreras, J. I. Ruiz Rodríguez (Eds.): Política y cultura en la época moderna (cambios dinásticos: milenarismos, mesianismos y utopías), Universidad de Alcalá, Alcalá de Henares, 2004, pp. 595-600. ANAYA HERNÁNDEZ, Luis Alberto y FAJARDO SPÍNOLA, Francisco, “Relaciones de los archipiélagos de Azores y Madera con Canarias, según fuentes inquisitoriales (siglos XVI y XVII)”, I Colóquio Internacional de História da Madeira, Funchal, vol. II, 1990, pp. 685-699.

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Hacienda Real, el gobierno local, la organización de los artesanos, la cuestión de los judeoconversos, las relaciones con África y América, etc. Estas lecturas nos permitirán profundizar en estas cuestiones que se detallan para Madeira y que para Canarias aún no se han explicado. En el apartado de los antecedentes historiográficos, hemos podido conocer la evolución de los estudios de sobre las relaciones entre ambos archipiélagos20. Además, hemos podido leer trabajos de historiadores canarios que, al ser publicados en Portugal, no se encuentran disponibles en Canarias. Es el caso de algunos de los trabajos de Lobo Cabrera. * Historia Atlántica. A diferencia de lo sucedido en Canarias, los historiadores portugueses han reflexionado sobre el papel del Atlántico en su historia y, en este entorno, las islas como espacio destacado. Estos estudios, que surgieron en el mundo anglosajón durante la Guerra Fría, serán incorporados para constituir un aparato teórico que sustentará nuestra tesis. Entendemos que el Océano se establece como un universo propio del que Canarias, al igual que Madeira, no puede abstraerse debido a que todas sus actuaciones se encuentran condicionadas por este entorno. En cuanto a las publicaciones, destaca una vez más las aportaciones del profesor Alberto Vieira sobre este modelo explicativo de la realidad de las islas.

Conclusiones Hemos repasado brevemente nuestra labor investigadora durante el mes de marzo de 2011. Pero este trabajo no ha hecho más que comenzar. Tanto en el Arquivo Regional da Madeira como en el Centro de Estudos de História do Atlântico, sólo hemos consultado la información disponible, catalogándola y estructurándola según nuestro interés. Ahora, todas estas nuevas aportaciones deben ser estudiadas con profusión e integradas en el cuerpo de la tesis con el objetivo final de que este estudio no sólo pueda considerarse español, sino también portugués y atlántico. Como hemos visto, existe una longeva tradición de contactos entre Canarias y Portugal, especialmente con Madeira. Relaciones que, aparentemente, se han perdido pero que hasta hace algunas décadas eran frecuentes y que han perdurado en la memoria de los isleños de ambos archipiélagos, así como en la lengua y la cultura. Nos basta sólo con pasear por la plaza de Tenerife de Funchal o por la de Madeira en Santa Cruz de Tenerife. Además, en un mundo más globalizado, ambos territorios tendrán que hacer frente a similares dificultades en un futuro no muy lejano y, seguramente, será beneficioso retomar aquella estructura de complementariedad entre archipiélagos. En este sentido, el Centro de Estudos de História do Atlântico se ha anticipado a este escenario, colaborando con este tipo de investigaciones atlánticas.

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Destaca la figura de Alberto Artur Sarmiento. Así, en su obra Fasquias & ripas da Madeira dedica un capítulo a las relaciones entre Canarias y Madeira. Véase: SARMIENTO, Alberto Artur, Fasquias & ripas da Madeira Junta Geral do Distrito Autonomo do Funchal, Funchal, 1951.

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