Luciana Dulci no Perfil Estado de Minas

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Descripción



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FEMININO& MASCULINO

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❚ PERFIL Luciana Crivellari Dulci, da Universidade Federal de Ouro Preto, fez doutorado e mestrado tendo a moda como tema

OLHAR SOCIAL

ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS

LILIAN MONTEIRO

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Burle Marx e H. Stern Depois da exposição Joias de Minas, a H. Stern apresenta a coleção Roberto Burle Marx por H. Stern em Belo Horizonte, inspirada nos desenhos do multiartista brasileiro, que ficou conhecido pelos projetos para jardins, mas foi um incrível designer de joias. O lançamento é dia 13, na galeria CMafra, espaço cultural de Cícero Mafra. Vão ser exibidas 26 novas peças, divididas em cinco linhas. Há brincos, colares, anéis e pulseiras de ouro amarelo, ouro branco, diamantes em diversos tons e granadas vermelho-fogo. Por quase 20 anos, a partir de 1948, Burle Marx criou cerca de 2 mil joias, usando giz colorido sobre papel-cartão preto. Eram desenhos que ele numerava e assinava. Em 2006, a H. Stern adquiriu o direito sobre as criações, que, agora, são reinterpretadas pelos designers da joalheria.

H.STERN/DIVULGAÇÃO

E STA D O D E M I N A S

Longe das passarelas, mas com a verve criadora de sempre e o talento para fazer peças-desejo, Graça Ottoni lançou na última quarta-feira, na loja de Lourdes, a coleção inverno’2012, desenvolvida em parceria com a também estilista Ana Sudano. As roupas exaltam a sedução nas transparências sem esquecer da mulher chique e despojada em bordados ton-sur-ton, renda guipure sobreposta no linho com lurex e patchworks em pretos variados. Foi inaugurado ainda, no andar abaixo da loja, um “jardim mineiro”, com projeto do designer e paisagista Marcos Ferreira.

Inverno da Alphorria

C

riança, ela era apaixonada por moda e uma socióloga empírica da vida. Sempre observadora de como as pessoas se vestiam e se ornamentavam. A partir da imagem, adorava pensar sobre a vida de cada uma a partir das roupas e adereços. Os anos se passaram e Luciana Crivellari Dulci, apesar de graduada em administração de empresas, se descobriu atuando nas áreas de sociologia da cultura, metodologia de pesquisa e produção do conhecimento científico e educação. Para unir seus dois maiores interesses, ela conseguiu, por meio do mestrado e, em seguida, do doutorado, fazer uma análise social da moda. Seus estudos procuram dissecar como esses dois mundos interagem entre si e o papel da roupa nas relações sociais. Luciana poderia ter estudado moda e comunicação ou moda e literatura,masbuscouaanálisesocial ao perceber que a “importância da moda como expressão cultural era pouco estudada e as pessoas não a levam tão a sério. Ainda que desde o início do século 20 haja pesquisas de historiadores e sociólogos a respeito. No entanto, eram sempre pontuais. Diferente da postura que têm diante da análise da pobreza ou do desemprego, considerados “temas sérios” comparado aumaáreaencarada como ‘perfumaria’”. Visão que, para a professora, mudou há pouco tempo, quando o Brasil “passou a ter escola superior de design de moda (antes era só tecnólogos), ou seja, há uns 15 anos”. De uma família de intelectuais e professores universitários, Lu-

ciana nasceu em Salvador e veio para Belo Horizonte aos 9 anos, onde fez sua formação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A escolha acadêmica acabou sendo natural. Ela faz pesquisa desde a graduação, sempre buscando entender a sociedade brasileira. A primeira incursão moda versus sociologia foi com o mestrado concluído em 2004 com o título “Moda e cinema no Brasil dos anos 1950: Eliana e o tipo mocinha nas chanchadas cariocas”. Eliana Macedo era filha de diretor e assumiu o lugar de uma atriz que faltou. Ficou no cargo por 20 anos encarnando um personagem da vida real. Havia uma superposição entre o que ela representava e era, isso no fim dos anos 1940, com auge na década de 1950: “Quis mostrar como um personagem bem trabalhado no cinema tinha o poder de influenciar a moda, principalmente por ser uma tipificação do que ela era no seu cotidiano. As pessoas buscam essa identificação. É o que ocorre hoje com a televisão”. Eliana era a típica boa moça, “modelo aceito como o ideal para a mulher dos anos 1950. Quem fugia à regra era contra a moda”.

REVISITAR A partir dessa análise, Luciana respondeu uma indagação recorrente: a moda permite a individualização? “Na verdade, quando se fala em moda sempre se envolve a ideia de grupo. E moda quer dizer reinvenção periódica dos estilos de vestir. Numa análise estética com associação do corte, modelagem e caimento, vamos perceber que a moda nos leva de volta às décadas de 1920, 1950, 1960 e 1970, sempre revisitadas porque, acredito,

vão ao encontro da quase perfeição estética”. O doutorado de Luciana foi uma evolução sua sobre a reflexão de que “hoje em dia não há mais uma explicação de moda como existiaatéosanos1950.Apartirdos movimentossociaisdosanos1960, a moda passa a ter outras referências de vestir incorporando estilos de grupos sociais como hippies, punks e o boho chic. Agora, as pessoas saem às ruas e tudo vira moda dependendo do grupo a que se deseja pertencer”. A mudança, explica a professora, é por causa da “velocidade do mundo, da exigência da sociedade e da necessidade da moda pelo novo. O problema é que criação demanda tempo, daí as épocas revisitadas”. A década de 1960 é um marco porque a moda deixoudeser“hierárquica,vertical (de cima para baixo), para ser difundida de forma horizontal. E a explicaçãoéapluralidadedevárias tribos coexistindo”. Concluída em 2009, o título da tese de Luciana, “Da moda às modas no vestuário: entre a teoria hierárquica e o pluralismo, pelo olhar da consumidora popular em Belo Horizonte”, a levou a indagações do tipo: como a classe popular usa moda? Como a moda chega até ela? Ela sabe o que é moda e o que está fora de moda? Como ela consome? Qual a motivação? Tem significado? Para responder, ela foi a campo na Avenida Paraná, Centro da capital, entrevistar somente mulheres. O resultado? “O que chega para essas mulheres é outra moda, não é a da elite, da classe média ou de tribos como a galera da música ou da dança. Elas consomem um vestuário simples e simplificado que possam repetir mais, confor-

tável para encarar o transporte público e próprios para trabalhos mais pesados. Elas não lêem revistas de moda e a referência são as atrizes de TV, novelas, moças das propagandas e as vitrines” .

ELITE Tanto é que “uma persona-

gem caricata pode ser moda”. Como ocorreu com a Jade, da novela O clone, interpretada por Giovanna Antonelli que fez a maquiagem, tecidos e acessórios usados em cena virarem uma febre no Brasil. Detalhe: as referências vinham da cultura e da tradição do Marrocos. A imagem que se tornou moda para a essa classe não estava nas passarelas do circuito Nova York–Londres–Milão–Paris ou São Paulo Fashion Week. Para Luciana, o público que analisou, se pensarmos nas redes de fast fashion, “compra o fim da cadeia, ou seja, consome moda sem saber que está consumindo, já que não tem informação”. Ela explica ainda que outro comportamento interessante é que “existe mais a elite olhando para essa classe do que o contrário”. Aliás, ela passa a ser um fonte de ideias que são aperfeiçoadas pelo talento dos criadores de moda, posteriormente. Apaixonada por moda, Luciana fez os primeiros croquis aos 8 anos, ainda que não seja uma designer de moda. Seu completo interesse está no estudo da moda. Para aqueles que ainda insistem em observar o tema como só futilidade, ela lembra que “historicamente todos os grupos sociais sempre se caracterizaram também pelas suas vestimentas, que é uma das principais expressões culturais. Como dizer que ela não é importante?”

Pintura em porcelana Verona Simão é formada em pedagogia, mas depois de vários cursos de pintura em porcelana em Belo Horizonte e Buenos Aires, decidiu dar aulas de arte em sua casa num condomínio da capital. Envolvida com a técnica há 18 anos, ministra aulas (com duração de três horas) num ambiente descontraído, com interação entre as alunas, que ressaltam os encontros como terapêuticos, ensinando as mais modernas técnicas em pintura. As aulas começam nesta terça-feira, das 14h às 17h e das 19h às 22h. As turmas das quartas já estão cheias, por isso ela decidiu abrir outras na segunda, das 14h às 17hs, e na quinta, das 14h às 17h. Vagas limitadas. Contato:[email protected].

PEDRO MOTTA/ESP. EM

LILIAN MONTEIRO

Com styling de Pedro Sales e direção de Zee Nunes, a Alphorria lança sua campanha de inverno’ 2012 com foco na mulher sensual e feminina. As estampas são o ponto alto e os shapes têm modelagens que acentuam as formas geométricas. Atenção para os detalhes em recortes com transparências, bordados geométricos e a mistura de chifon e cetim com acabamento plissado. Já o conceito jovem e cool é exaltado na Alphorria Cult, que tem o Safari Chic com toques étnicos. O animal print reina. Daniel Hernandes assina a beleza e Tharine Garcia é a top.

Vídeos no Sá Maria O site A Casa da Sá Maria, criado por Carolina Machado e Eduardo Drummond, é para a mulher que compartilha informações de qualidade: saúde, moda, beleza e comportamento. O conteúdo também tem foco na família. Nele, profissionais e cidadãos comuns falam e discutem sobre diversos temas. O legal é que o site é todo produzido em vídeos, especialmente realizados para o Sá Maria. Acessem: www.samaria.net.br.

ZEE NUNES/DIVULGAÇÃO

PAULO RAIC/DIVULGAÇÃO

Graça sedutora

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