Los judíos de Kaifeng, una diáspora olvidada

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LOS JUDÍOS DE KAIFENG, UNA DIÀSPORA OLVIDADA

FLJORABOTTONBEJA

El Colegio de México

L A PRESENCIA D E JUDÍOS e n partes remotas d e l m u n d o n o constituye e n sí u n h e c h o insólito. L a diáspora t u v o alcances que a ú n n o se h a n t e r m i n a d o de precisar. Por eso, rió resulta s o r p r e n d e n t e la existencia de u n a vieja c o m u n i d a d judía e n C h i n a , e n la c i u d a d de K a i f e n g ( p r o v i n c i a de H e n a n , ál suroeste de B e i j i n g ) . Esta c o m u n i d a d , que realmente fue p o c o numerosa (en la é p o c a de m a y o r auge su n ú m e r o n o excedió las 2 0 0 0 personas) h a sido o b j e t o de escrut i n i o y de e s t u d i o p o r p a r t e de numerosos especialistas, d e b i d o a m o t i v o s que trascienden su simple existencia. L o que hace interesantes a los judíos de K a i f e n g es, p o r u n l a d o , el papel que s i n querer d e s e m p e ñ a r o n e n las disputas de los representantes d e l cristian i s m o e u r o p e o y, p o r el o t r o , el l a b o r a t o r i o que representaba esta c o m u n i d a d aislada y r e m o t a , para d e t e r m i n a r los mecanismos de supervivencia de la i d e n t i d a d j u d i a , e n u n m e d i o t o t a l m e n t e ajeno a su t r a d i c i ó n . Desde el p u n t o de vista d e l estudioso de C h i n a , constituye también u n ejemplo de la fuerza persuasiva d e l confucian i s m o cuya rigidez, disfrazada d e m a l e a b i l i d a d , y cuya presencia e n todas las esferas de la sociedad absorbían y d o m i n a b a n cualquier o t r a tradición. F i n a l m e n t e , la relativa tolerancia religiosa característica de C h i n a le a h o r r ó a los judíos de K a i f e n g las persecuciones que frecuentemente s u f r i e r o n sus c o r r e l i g i o n a r i o s t a n t o e n E u r o p a c o m o en M e d i o Oriente/Esta situación pudó e s t i m u l a r e n u n sent i d o la supervivencia de la i d e n t i d a d judía, p e r o e n o t r o , sirvió para provocar, u n a confianza que c o n d u j o , f i n a l m e n t e , a l relajamiento de los usos y costumbres que garantizaban la c o n t i n u i d a d de su tradición. La fecha dé la llegada d é los judíos a C h i n a es u n tema de discusión e n t r e los especialistas; s i n embargo, n o se ha c o m p r o b a d o su presencia en ese país en épocas demasiado remotas. Los antepa-

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sados de los judíos de C h i n a probablemente e m i g r a r o n e n el siglo II d . C , d u r a n t e la g r a n diáspora, cuando los r o m a n o s los expulsar o n de Jerusalén y se d i r i g i e r o n a Persia y a A r a b i a . D e allí algunos v i a j a r o n hacia Afganistán, B a l k h , Samarkanda, B o k h a r a y, siguiend o la r u t a de la seda", l l e g a r o n a l Turquestán c h i n o de d o n d e pasar o n a l n o r t e de C h i n a . O t r o s se d i r i g i e r o n al sur y l l e g a r o n a la I n d i a , de d o n d e v i a j a r o n a C h i n a y se i n s t a l a r o n e n algunos de los puertos de las costas del sureste, d u r a n t e la época T a n g (618-907) o Song (960-1279). . ' Según el estudioso c h i n o Pan G u a n g d a n , los judíos p u d i e r o n haber llegado a C h i n a provenientes de Persia o de la I n d i a . Es ciert o que algunos de los l i b r o s y manuscritos que pertenecieron a la c o m u n i d a d de K a i f e n g t i e n e n letras y palabras persas, y el papel e n el cual están escritos parece proceder de Persia. E n las inscripciones que h a n s o b r e v i v i d o se dice que l l e g a r o n de las regiones occidentales. Eso haría suponer que l l e g a r o n p o r t i e r r a , a través de las rutas de la seda, p r o b a b l e m e n t e c o m o comerciantes. Por o t r o l a d o , el persa era la lingua franca de la región y la usaban frecuentemente los comerciantes de la é p o c a . E n o t r a inscripción, los judíos de Kaifeng a f i r m a n haber llegado de T i a n z h u c o n cargamentos de tela de algodón, c o m o t r i b u t o para el emperador c h i n o . A T i a n z h u se le h a i d e n t i f i c a d o c o m o la I n d i a , d o n d e p o r cierto se producía tela de algodón. E n t a l casó, los judíos habrían llegado p o r m a r desde la I n d i a y, después de tocar algún p u e r t o , h i c i e r o n el resto d e l viaje p o r t i e r r a hasta Kaifeng. •< ' T a m p o c o se conoce c o n certeza la fecha de la llegada dé los judíos a C h i n a . E n la inscripción más antigua de Kaifeng se dice que llegaron én el siglo XII (Song), p e r o en inscripciones más recientes se a f i r m a que llegaron d u r a n t e H a n (206 a . C . 2 2 0 d . C . ) e incluso d u r a n t e Z h o u ( l 027-221 a . C ) . S i n embargo, l a s ú n i c a s evidencias de la presencia de judíos en la región proceden de u n f r a g m e n t o de u n a carta de negocios, escrita en persa pero c o n caracteres' hebreos, que e n c o n t r ó el e q u i p o de A u r e l Stein en D u n h u a n g , A s i a Central^ y u n a plegaria en hebreo que Pelliot e n c o n t r ó en la Cueva de los M i l Budas, también e n D u n h u a n g . A m b o s d o c u m e n t o s s o n d e l s i g l o V I I I , e s t o es, d e la é p o c a T a n g . A s i m i s m o , e n el siglo IX, el árabe A b u Zeyd a l Hassan ( A b u Z a i d ) , escribió que én u n a m a t a n z a e n u n p u e r t o d e l sur de C h i n a ( p r o b a b l e m e n t e Guangzhou-Cantón), de la que fue responsable el rebelde H u a n g :

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C h a o , m u r i e r o n 120 0 0 0 m u s u l m a n e s , cristianos, judíos y parsis.' N o se h a n e n c o n t r a d o pruebas de ese i n f o r m é , a u n q u e es p r o b a b l e que h u b i e r a judíos e n e l s u r de C h i n a e n esa época. E n r e s u m e n , se puede decir que si b i e n desde épocas antiguas posiblemente llegar o n a C h i n a judíos comerciantes o viajeros, el p r i m e r asentamiento de judíos e n ese país que se conoce c o n certeza, se ubica e n el siglo XII e n K a i f e n g . Las razones p o r las cuáles e n u n m o m e n t o d a d o u ñ g r u p o de familias judías llegó a C h i n a n o s o n b i e n conocidas. N o existe n i n g ú n d o c u m e n t o que expliqué el o r i g e n de esta migración, p e r o u n a inscripción de 1 4 8 9 a f i r m a que los judíos l l e g a r o n c o n u n cargam e n t o de tela de algodón c o m o t r i b u t o para el emperador, q u i e n les d i o p e r m i s o para residir y c o n s t r u i r u n a sinagoga. T a l vez u n a persecución e n su lugar de o r i g e n los obligó a emigrar, o quizás f u e la b ú s q u e d a de mejores o p o r t u n i d a d e s ' . Sea c o m o sea, sabemos que u n g r u p o de judíos —setenta clanes dice la m i s m a inscripción m e n c i o n a d a c o n a n t e r i o r i d a d — se radicó e n el siglo XII, e n K a i f e n g . A h o r a b i e n , ¿por qué e l i g i e r o n Kaifeng? D u r a n t e l a dinastía S o n g del N o r t e (960-1125), K a i f e n g f u (el d i s t r i t o de Kaifeng), es decir, la capital, que entonces se l l a m a b a B i a h j i n g y sus alrededores, cont a b a n c o n u n a población de casi u n m i l l ó n y m e d i o de habitantes. E n B i a n j i n g se c o n c e n t r a b a n t a n t o aristócratas c o m o f u n c i o n a r i o s , mercaderes y terratenientes. E l resto de la p o b l a c i ó n l a c o m p o n í a n pequeños comerciantes, artesanos, obreros, sirvientes, esclavos, juglares, p r o s t i t u t a s , vagabundos, monjes, a d i v i n o s , curanderos, m e n d i g o s . . . E l c o n s u m o e n esa c i u d a d era e n o r m e y el acarreo de mercancías para abastecer las necesidades cotidianas y p a r a satisfacer la d e m a n d a de artículos de l u j o ' e r a constante. E r a lógico buscar f o r t u n a e n ese ambiente e n el cual el comercio era i m p o r t a n te y los extranjeros n o constituían n i n g u n a n o v e d a d . Es c u r i o s o que e n C h i n a , d o n d e t o d o es m o t i v o de registro, n o se m e n c i o n a r a a los judíos e n n i n g ú n t e x t o c h i n o hasta el advenim i e n t o de la dinastía Y u a n (1280-1368) de los m o n g o l e s . Es probable que m u c h o s judíos hayan e n t r a d o a C h i n a e n esa é p o c a ya que los mongoles favorecían la llegada de extranjeros. H a y edictos d e l siglo XIV d o n d e se m e n c i o n a a los judíos, los zhuhu, j u n t o a los m u s u l m a n e s , y d o n d e se les insta a ambos que se presenten para que c u m p l a n c o n el servicio m i l i t a r y p a g u e n impuestos y, curiosam e n t e , se les p r o h i b e casarse c o n las v i u d a s de sus h e r m a n o s . E n

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el siglo XIII, M a r c o Polo m e n c i o n a la presencia de judíos e n K h a m b a l i k (Beijing) y A n d r é s de Perugia, o b i s p o católico de Q u a n z h o u (en Fujian), se queja e n la m i s m a é p o c a de n o p o d e r c o n v e r t i r a los judíos. F i n a l m e n t e , el viajero árabe I b n B a t u t a m e n c i o n a u n a com u n i d a d judía e n H a n g z h o u . Respecto de la c o m u n i d a d judía de Kaifeng, los d o c u m e n t o s fidedignos c o n los que c o n t a m o s son c i n c o inscripciones e n p i e d r a (estelas), u n a de 1489, o t r a de 1512, dos de 1663 y u n a de 1679, que se h i c i e r o n p a r a . c o n m e m o r a r eventos especiales e n l a v i d a de la c o m u n i d a d , c o m o la r e c o n s t r u c c i ó n de la sinagoga, d e s t r u i d a p o r inundaciones o p o r el fuego, o e n el caso de la de 1679, la celeb r a c i ó n de la erección de u n m o n u m e n t o c o n m e m o r a t i v o . Existe, además, u n L i b r o de M u e r t o s d e l siglo XVII que se i n t e r r u m p e e n 1670, d o n d e se registran los n o m b r e s de los d i f u n t o s de la c o m u n i d a d (que consistía de siete linajes c o n sus apellidos correspondientes). Este l i b r o tiene u n a sección de h o m b r e s y o t r a de mujeres y los n o m b r e s están escritos e n hebreo y e n c h i n o ; se i n c l u y e n , adem á s , plegarias para los m u e r t o s . Estos t e s t i m o n i o s se c o m p l e t a n c o n relatos de jesuítas quienes c o n o c i e r o n a la c o m u n i d a d e n eL siglo XVIII. A p a r t i r de 17.25 hasta 1 8 5 0 n i n g ú n e x t r a n j e r o parece haber v i s i t a d o Kaifeng, y n o hay noticias sobre la c o m u n i d a d . A mediados d e l siglo XIX se reanuda el c o n t a c t ó , p e r o ya es m u y tarde para la sobrevivencia de la c o m u n i d a d c o m o t a l . E n la inscripción de 1489, l l a m a d a "Registro de la reconstrucc i ó n de la sinagoga de la pureza y la v e r d a d " , se hace u n a h i s t o r i a de la c o m u n i d a d y se asevera que el f u n d a d o r de la religión de los israelitas, yicileye, es A b r a h a m , descendiente e n d e c i m o n o v e n a gene: ración de A d á n o Pangu (el p r i m e r h o m b r e de acuerdo c o n la m i t o l o g í a c h i n a ) . Se d i c e t a m b i é n q u e l o s a n t e p a s a d o s d e l a c o m u n i d a d l l e g a r o n a K a i f e n g e n 1 1 6 3 , y o b t u v i e r o n el p e r m i s o i m p e r i a l para r e s i d i r allí y c o n s t r u i r u n a sinagoga, la c u a l erigier o n guiados p o r el musida (palabra persa que significa " m a e s t r o " ) Liewei (Levi) y que f u e r e c o n s t r u i d a en 1279. M á s adelante, los que c o n o c í a n las Escrituras f u e r o n llamados manía ( m u l l a h s ) , esto es, rabinos menores y ancianos. L a inscripción de 1512 se l l a m a "Reg i s t r o de la sinagoga que respeta la escrituras d e l dao ( c a m i n o , ley)" es decir, las Escrituras judías, la toraK. E n esta inscripción se vuelve a hablar de A b r a h a m c o m o el f u n d a d o r de la religión y de M o i s é s c o m o el t r a n s m i s o r de la toraK. E n la inscripción de 1663 se habla

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también de Adán/Pangu, de N o é , de A b r a h a m y de M o i s é s , q u i e n recibió las Escrituras e n el m o n t e Sinaí. Si b i e n los j u d í o s se a u t o d e n o m i n á n e n sus i n s c r i p c i o n e s yiceleye, e n los edictos de la época Y u a n se les c o n o c i ó c o m o zhuhu, zhuhe y zhuwu que se d e r i v a n d e l árabe djuhud. A c t u a l m e n t e se les conoce c o m o youtqi, que es el n o m b r e que les d i e r o n los jesuítas. S u religión t a m b i é n es c o n o c i d a c o m o gu jiao (religión v i e j a ) , hui hui gu jiao (religión hui hui vieja, para d i s t i n g u i r l o s de los m u s u l manes que eran simplemente hui hui), tian jiao (religión celestial), tiao j i n jiao (la religión que saca los tendones), jiao jing jiao (la religión que enseña las Escrituras), qing hui hui (musulmanes azules) y qi xing hui zi ( h u i de los siete clanes).' L o que congregaba a los judíos de K a i f e n g era u n a sinagoga, elemento esencial para conservar su coherencia c o m o g r u p o . L a sinagoga fue r e c o n s t r u i d a diez veces e n q u i n i e n t o s años. L a p r i m e ra sinagoga se construyó e n 1163 y luego h u b o de reconstruirse e n 1279. La mayor catástrofe o c u r r i ó e n 1642, c u a n d o el rebelde L i Zecheng c a p t u r ó la c i u d a d y r o m p i ó los diques, p o r l o que las aguas del río i n u n d a r o n a la c i u d a d . E n esa ocasión perecieron cientos de miles de personas, se perdió la sinagoga y el agua d a ñ ó seriamente los l i b r o s sagrados. Ú n i c a m e n t e doscientas familias s o b r e v i v i e r o n , p e r o p u d i e r o n r e c o n s t r u i r la sinagoga y restaurar los l i b r o s . E n la inscripción de 1663 se c o n m e m o r a esta r e c o n s t r u c c i ó n , que se h i zo c o n donaciones de t o d a la c o m u n i d a d . E n 1688 f u e la ú l t i m a vez que se reconstruyó la sinagoga, y es ésta la que c o n o c i e r o n los jesuítas e n el siglo XVIII, y a la que describen c o m o espléndida. S i n embargo, ya e n el siglo XIX quedaba p o c o d e l e d i f i c i o o r i g i n a l , y e n 1910 en el sitio n o había m á s que u n pozo de agua estancada y ruinas. ., O t r o elemento que unía a la congregación era poseer l i b r o s sagrados y la c o s t u m b r e de realizar los r i t o s religiosos t r a d i c i o n a les. Las inscripciones y los relatos de los jesuítas nos p e r m i t e n saber que en el siglo X V ú n i c a m e n t e tenían u n r o l l o de torak, p e r o que e n el siglo XVII poseían trece r o l l o s . H a b í a l i b r o s de leyes, plegarias, d o c t r i n a , calendarios y registros genealógicos que completab a n el acervo. E n c u a n t o a sus r i t o s , sabemos que o r a b a n tres veces al día, observaban el sábado y varias de las fiestas t r a d i c i o n a l e s , tales c o m o la pascua, la fiesta de los tabernáculos y la fiesta de pur i m . Sobre el día d e l perdón, kippur, dice la inscripción 1663a:

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Al final del otoño, [los judíos] cierran sus puertas todo un día y se entregan al cultivo de la pureza; se abstienen de comida y de bebida para asi poder alimentar su naturaleza más elevada. En ese día el estudioso interrumpe su lectura y su estudio; el campesino deja de sembrar y de cosechar; el comerciante no hace negocios en el mercado; el viajero se detiene en su camino. E n sus casas seguían el r i t u a l de la b e n d i c i ó n del v i n o (kiddush) y tenían servicios c o n m e m o r a t i v o s para los m u e r t o s . F i n a l m e n t e , se sabe que practicaban la circuncisión y que se abstenían de comer cerdo. ' r

L a adaptación de los judíos de K a i f e n g a l m e d i o c h i n ó , además de su t e m p r a n a adopción de n o m b r e s chinos, f u e r o n i n t e n t o s p o r adecuar su religión a la d o c t r i n a confuciana, s i n p o r eso a b a n d o n a r l o esencial de su c u l t o . E n la inscripción de 1489 leemos: Aunque existen algunas discrepancias entre la doctrina confuciana y la nuestra, en lo esencial de sus ideas y de sus prácticas, ambas están dedicadas exclusivamente a honrar el Camino del Cielo, respetar a los antepasados, valorar las relaciones entre el gobernante y el subdito, obedecer a los padres, fomentar la armonía en la familia, ordenar las jerarquías sociales y estrechar los lazos entre los amigos: esto no es más que seguir las "cinco relaciones" entre los húmanos. E n la inscripción de 1663, al hablar de las Escrituras se dice: " A u n q u e estén escritas e n u n a lengua antigua y tengan e x t r a ñ o s sonidos, están de acuerdo c o n los Seis L i b r o s C l á s i c o s " y e n 1 6 7 9 se asevera que las Escrituras c o i n c i d e n plenamente c o n las enseñanzas de C ó n f u c i o y de M e n c i o . A u n determinadas costumbres sociorreligiosas judías se presentan c o m o equiparables a las recomendaciones del c o n f ú c i a n i s m o . Es así c o m o se vuelve c o n f u c i a n a la obligación de la caridad (sedakah). E n la inscripción de 1512 se dice: En cuanto a los huérfanos y a las viudas y a los ancianos sin hijos, a los lisiados y a los enfermos, todos reciben socorro y son ayudados con compasión y ninguno de ellos se queda sin techo... Si alguien por razones de pobreza no puede arreglar un matrimonio, o hacer una ceremonia funeraria, todos se afanarán para ayudarlo a fin de que tenga los fondos necesarios para el matrimonio y el equipo debido para el funeral. Esto se reitera e n la inscripción 1663a que dice " l o s huérfanos y los h o m b r e s sin m u j e r así c o m o las viudas, todos reciben ayuda y

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s o n s o c o r r i d o s " . O t r o detalle interesante es que si b i e n se practicab a la circuncisión entre los judíos de K a i f e n g , ésta n o es mencionada e n n i n g u n a de las inscripciones. Es necesario recordar que el c o n f u c i a n i s m o consideraba cualquier interferencia c o n el c u e r p o h u m a n o c o m o u n a mutilación inaceptable, y seguramente la c o m u n i d a d judía prefirió n o hacer hincapié en esta c o s t u m b r e . E n cuant o a la manera de referirse a dios," p r e f i r i e r o n usar la palabra Tian (cielo) c o m b i n a d a c o n Dao (camino) y n o u s a r o n Shang D i (emperad o r celeste) que si b i e n se conocía en la tradición c h i n a , podía resultar ofensiva para el emperador t e m p o r a l . Las conciliaciones c o n el c o n f u c i a n i s m o se puede explicar com o u n mecanismo de adaptación y de aceptación p o r parte de u n g r u p o que se e n c o n t r a b a insertado én u n ambiente e x t r a ñ o . Además, los preceptos de la d o c t r i n a c o n f u c i a n a en sí n o v i o l e n t a b a n n i n g u n a de sus creencias f u n d a m e n t a l e s . S i n embargo, este afán conciliador hizo que poco a poco la penetración de usos confucianos i n t r o d u j e r a prácticas que n o estaban dé acuerdo c o n la observancia del j u d a i s m o . A la larga, los judíos de K a i f e n g t e r m i n a r o n p o r p r a c t i c a r el c u l t o a los antepasados c o n t a b l i l l a s y o f r e n d a s , y p o r h o n r a r de la m i s m a manera a la f i g u r a i m p e r i a l . El p r i m e r europeo que se enteró de la existencia de los judíos de K a i f e n g fue el jesuíta M a t e o Ricci. E n j u n i o de 1605, apareció en la misión cristiana de B e i j i n g u n m a n d a r í n l l a m a d o A i T i a n , q u i e n d i j o que era de Kaifeng, y que se había enterado de que en este lugar había personas que veneraban a u n solo dios, y quería comunicarles que él pertenecía a u n a religión que compartía las mismas creencias. Ricci y sus colegas encantados p o r lo que parecía ser el d e s c u b r i m i e n t o de u n a c o m u n i d a d cristiana en el c e n t r o de C h i n a , conversaron c o n el visitante. Después de u n i n t e r c a m b i o en el cual en u n p r i n c i p i o r e i n a r o n los m a l e n t e n d i d o s y los equívocos, Ricci se d i o cuenta de que se trataba dé u n judío. Si b i e n n o era u n a situación ideal, Ricci se sintió estimulado y decidió averiguar más. El interés de Ricci p o r los judíos de Kaifeng trascendía los límites de la simple curiosidad o del interés p o r c o n v e r t i r l o s al cristianism o . E n realidad, el d e s c u b r i m i e n t o de esta c o m u n i d a d se insertaba en una disputa m u c h o más amplia en la que estaban implicadas t a n t o la misión evangelizadorá en C h i n a c o m o u n a preocupación de la cristiandad europea e n general. M u c h o s teólogos cristianos creían que él A n t i g u o Testamento

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había sido alterado. A r g u m e n t a b a n que e n el N u e v o Testamento hay citas que n o se e n c u e n t r a n en el V i e j o Testamento, y considerab a n c o m o algo e x t r a ñ o que la llegada de C r i s t o n o se h u b i e r a a n u n ciado c o n mayor claridad. S e g ú n ellos, todas las profecías sobre C r i s t o habían sido expurgadas de los textos p o r rabinos m a l i n t e n cionados de la era talmúdica. Los judíos alegaban que eso n ó era cierto. E l V i e j o Testamento, decían, tenía difusión desde antes de la llegada de C r i s t o y h u b i e r a sido i m p o s i b l e alterar todos los textos de t o d o el m u n d o de la m i s m a manera; además, la religión judía considera u n sacrilegio que se i n t e r f i e r a c o n la palabra de dios. Clar o está que las protestas de los judíos n o convencieron a nadie, y en varias ocasiones h u b o persecuciones, matanzas y destrucciones de textos a manera de escarmiento. S i n embargo, n o se podía d e s t r u i r al A n t i g u o Testamento, que f o r m a parte de la Sagradas Escrituras cristianas, p o r l o qué había que e n c o n t r a r u n a versión p u r a , n o alterada y que demostrara la verdad. E l d e s c u b r i m i e n t o de u n a vieja c o m u n i d a d que n o estaba enterada de la llegada de C r i s t o daba grandes esperanzas a los teólogos europeos, y d u r a n t e dos siglos se h i c i e r o n esfuerzos p o r conseguir las t o r a h de Kaifeng, para salir de la d u d a . Por o t r o l a d o , los j u d í o s p o d í a n a y u d a r a r e s o l v e r . u n grave p r o b l e m a que se h a b í a p l a n t e a d o c o n los conversos c h i n o s ,y que provocó polémicas feroces entre las diversas órdenes de misioneros cristianos. E l arraigo de ciertas costumbres confucianas d i f i c u l taba la conversión al cristianismo. E n p r i m e r lugar estaba el c u l t o a los antepasados, considerado pagano e idólatra p o r los misioneros y que los chinos n o estaban dispuestos a abandonar. E n segund o , el p r o b l e m a d e l término usado para el n o m b r e de dios, al que los cristianos insistían en l l a m a r T i a n Z h u (dueño de los cielos), u n t é r m i n o que resultaba e x t r a ñ o para los chinos, quienes se sentían más c ó m o d o s c o n T i a n (cielo). Esta situación suscitó la controversia de los ritos y de los términos, l o que e n f r e n t ó a los jesuítas (defensores de la tolerancia hacia aquello que ellos consideraban c o m o prácticas sociales seculares) c o n los d o m i n i c o s y los franciscanos para quienes tales prácticas eran inaceptables... A p a r t i r del siglo XVII, en R o m a la discusión en t o r n o de ese tema se volvió encarnizada, y la decisión de lo que era o n o aceptable dependía del Papa que reinara en el m o m e n t o . El d e s c u b r i m i e n t o de los judíos de Kaifeng fue p r o v i d e n c i a l para ayudar a resolver ese p r o b l e m a . Los j u -

,LOS JUDÍOS D E K A I F E N G . U N A DIASPORA O L V I D A D A

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dios habían i n t r o d u c i d o ritos confucianos s i n perder p o r ello su creencia e n el m o n o t e í s m o , y s i n caer e n la idolatría. E l m o m e n t o m á s grave f u e desde 1700 hasta 1702, c u a n d o se escribieron centenares de p a n f l e t o s d o n d e se discutía esa situación. Los jesuítas desp a c h a r o n emisarios a K a i f e n g y p r e p a r a r o n i n f o r m e s que, desgraciadamente, l l e g a r o n demasiado tarde, c u a n d o ya el Papa había dado a conocer su veredicto e n c o n t r a de los jesuítas. E n u n último esfuerzo, éstos le p i d i e r o n al m i s m o emperador c h i n o , K a n g X i , que d e f i n i e r a aquello p o r l o que el c o n f u c i a n i s m o , realmente abogaba para p r o b a r que se trataba de costumbres seculares. K a n g X i , c o n paciencia i n f i n i t a , hizo l o que le p i d i e r o n , p e r o al enterarse de la decisión de R o m a , ordenó a los misioneros que se f u e r a n , o que "se c o n f o r m a r a n c o n las c o s t u m b r e s chinas. M u c h o s jesuítas se q u e d a r o n , p e r o én 1742 el papa Benedicto XIV, en u n a b u l a (Ex quo singulari) volvió a p r o h i b i r cualquier c o n c e s i ó n . N o sería sino hasta 1939 cuando se revocaría dicha m e d i d a , p e r o para entonces los católicos habían p e r d i d o su o p o r t u n i d a d evangelizadora en C h i n a . M a t e o Ricci envió a dos chinos a Kaifeng, pidiéndoles que consiguieran materiales. L o ú n i c o que éstos p u d i e r o n obtener f u e r o n copias de sólo algunas partes de l i b r o s que, si b i e n n o presentaban problemas de alteración, n o llegaban a c o n s t i t u i r u n a p r u e b a defin i t i v a , p o r l o l i m i t a d o de la muestra. Los emisarios de Ricci también h a b l a r o n c o n los m i e m b r o s de la c o m u n i d a d sobre el mesías y la Iglesia católica. E l r a b i n o , expresando el s e n t i m i e n t o general, manifestó grandes dudas acerca d e l a d v e n i m i e n t o del mesías para l o cual, d i j o , faltaban aún miles de años. S i n embargo, convencido de la sabiduría que le atribuían a Ricci sus representantes, les pidió a éstos que i n v i t a r a n al maestro a Kaifeng, para que f u n g i e r a c o m o r a b i n o puesto que ellos estaban p e r d i e n d o los c o n o c i m i e n t o s necesarios para guiar a la c o m u n i d a d en sus prácticas religiosas. C u a n d o Alvarez de Semedo publicó en 1742 su l i b r o E l Imperio de China, m e n c i o n ó los l i b r o s de Kaifeng y especuló que éstos debían ser más fidedignos ya que.esos judíos se encontraban en C h i n a desde tiempos inmemoriales, seguramente antes de la llegada del redentor. El p r i m e r padre jesuíta que llegó a Kaifeng, en 1704, fue Paul G o z a n i . Desafortunadamente G o z a n i n o conocía el hebreo y los judíos n o aceptaron venderle sus libros; s i n embargo, a pesar de que sus propósitos se v i e r o n f r u s t r a d o s , él nos ha dejado u n a rica información sobre la c o m u n i d a d . Por él sabemos que los judíos sí

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observaban el c u l t o a los antepasados, pero s i n grandes despliegues y c o m o muestra de respeto. E n t r e sus antepasados incluían a A b r a h a m , Isaac, M o i s é s , etc. y a C o n f u c i o . E l t é r m i n o que usaban para dios era el de T i a n . E n 1720, llegó a Kaiferig el jesuíta Jean D o m e n g e , q u i e n sabía leer hebreo y que se quedó d u r a n t e u n año, asistió a los servicios y dejó dibujos de la sinagoga. Si b i e n la c o m u n i d a d n o aceptó venderle u n a torah, n o t u v o o b j e c i ó n e n dejarle leer l o que quisiera y en l o que p u d o ver n o e n c o n t r ó discrepancias c o n los textos conocidos. E n 1723, fue A n t o i n e G a u b i l , conocedor de hebreo bíblico, q u i e n entabló conversaciones c o n el r a b i n o a q u i e n calificó de bastante ignorante. Si b i e n n o p u d o c o m p r a r l i bros, llegó a u n acuerdo para hacer u n a copia de u n r o l l o c o m p l e t o del torah que estaba íntegro y dejó a G o z a n i para que supervisara el trabajo. S i n embargo, en este m i s m o año los jesuítas t u v i e r o n que abandonar C h i n a y n u n c a o b t u v i e r o n la copia. G a u b i l cuenta en u n a carta que los judíos observaban el sábado, celebraban la pascua y la fiesta de purim, n o c o m í a n cerdo y practicaban la circuncisión. E n la Europa del siglo XVII, a pesar de la antipatía visceral cont r a los judíos, había u n a corriente mesiánica m u y fuerte que, basándose en las Escrituras, anunciaba la segunda llegada de C r i s t o . Seg ú n a l g u n o s m i l e n a r i s t a s , para que las p r o f e c í a s se p u d i e r a n c u m p l i r , era indispensable convertirla todos los judíos, o localizarlos en sus lugares de diáspora. Según el L i b r o de D a n i e l la dispersión de los judíos era u n p r e r r e q u i s i t o para recuperar la T i e r r a Santa y según el D e u t e r o n o m i o , la dispersión debía llegar desde u n c o n f í n de la tierra hasta el o t r o .
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