Incofidencia mineira

July 22, 2017 | Autor: Vinicius Vieira | Categoría: História
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Descripción

Na segunda metade do século XVIII, o declínio da produção do ouro acentuou os conflitos entre a população de Minas Gerais e as autoridades de Portugal. A ameaça da derrama ou a cobrança dos quintos atrasados criou um pretexto para a reação das elites locais.

A ala mais esclarecida, e mais endividada, decidiu agir, dando início em 1789 ao movimento que seria chamado pela metrópole de Inconfidência (infidelidade) Mineira, ou Conjuração Mineira. De acordo com historiadores, segundo a versão final da devassa – a investigação leada a cabo pelas autoridades da época envolveram-se no movimento da Capitania das Minas grandes fazendeiros, criadores de gado, contratadores, exploradores de minas, magistrados, militares, além de intelectuais luso-brasileiros.

Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Correia de Toledo, José de Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa, além do cônego Luís Vieira da Silva; o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante militar da capitania, os coronéis Domingos de Abreu Vieira, também comerciante, e Joaquim Silvério dos Reis, rico negociante; e os letrados Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga.

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi o único "conspirador" que não fazia parte da elite. Conhecido como alferes (primeiro posto militar) e dentista prático, foi talvez por sua origem o mais duramente castigado. A memória de Tiradentes passou a ser celebrada no Brasil com a proclamação da República, quando foi considerado herói nacional pelo regime estabelecido em 15 de novembro de 1889. Sua representação mais conhecida é muito semelhante à imagem de Cristo, reforçando a construção da imagem de mártir.

Símbolo da inconfidência mineira
O espírito iluminista de liberdade, igualdade e fraternidade está presente, em latim, nos dizeres herdados pela atual bandeira do estado de Minas Gerais: "Liberdade, ainda que tardia".

O projeto e a condenação
Os inconfidentes propunham a imediata emancipação da colônia e a proclamação de uma República inspirada no pensamento liberal-iluminista e na Constituição dos Estados Unidos. Defendiam a elevação de São João del-Rei à condição de capital do reino, a criação da Universidade de Vila Rica e o estímulo à abertura de manufaturas têxteis e de uma siderurgia para o novo Estado. Os revoltosos não tiveram uma posição definida e unânime sobre a questão da escravidão.

A revolta deveria eclodir no dia da derrama. Ela fora programada para o ano de 1788, mas foi suspensa quando participantes da conspiração denunciaram o movimento ao governador. O delator mais conhecido foi o coronel Joaquim Silvério dos Reis, endividado com a Coroa. O governador suspendeu a cobrança e mandou prender os inconfidentes.

Assinada em 19 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, a sentença de morte de Tiradentes cumpriu-se dois dias depois: ele foi enforcado, decapitado e esquartejado. Os outros participantes foram condenados ao desterro na África.

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