FERNANDO NUNES, LAYS CAMPOS E LUIZA SALOMÉ ALEXANDRE BRASIL BRASIL CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE -UNIBH

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Descripción

O projeto que se apresenta se fundamenta na revitalização de um antigo mercado municipal, o Mercado Novo, degradado, parcialmente desocupado, localizado no centro de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, terceira concentração urbana mais populosa do Brasil.

IMPLANTAÇÃO

A proposta é transformá-lo em um edifício de uso misto, aliando atividades comerciais e culturais ao uso habitacional. Uma investigação sobre tipologias habitacionais em alta densidade capazes de abrigar em seu interior atividades produtivas e criativas, aproveitando as sinergias possíveis destas atividades entre si e entre o doméstico e o produtivo e/o criativo.

PROBLEMATIZAÇÃO A área central de Belo Horizonte vive hoje um processo de desvalorização e degradação contínua. Parte deste problema está relacionado às sucessivas recessões ou baixos índices de crescimento econômico, parte devido aos constantes deslocamentos das atividades que antes ali se realizavam para outras partes do município. Com o crescente esvaziamento do centro, as atividades comerciais e de serviços se enfraqueceram e o número de moradores decresceu. A mancha urbana se expandiu em direção à periferia na tentativa de assentar a população de baixa renda, ou cresceu com a finalidade de abrigar novas áreas de expansão imobiliária, geralmente destinadas às classes dominantes. Esse crescimento desordenado incentivou a periferização e até a favelização, incrementando aos gastos públicos do município os custos de implantação de novas redes de infraestrutura urbana e transporte público para essas novas ocupações.

PROPOSTA O Mercado Novo é uma grande estrutura em concreto armado revestido em todo o seu entorno por elementos vazados cerâmicos o que torna as áreas centrais pouco iluminadas e ventiladas, aumentando a sensação de desconforto e perigo das áreas desocupadas.

A proposta constitui-se na criação de um grande vazio central que secciona o edifício em dois blocos distintos interligados por passarelas metálicas e também na criação de pequenos vazios que perpassam todos os pavimentos conformando núcleos de iluminação e ventilação natural que qualificam o espaço interno.

Divididos em 5 pavimentos, em uma área de 9.298 m², foram dispostas 96 unidades habitacionais integradas com espaço comercial, 176 lojas independentes, restaurante popular, creche, escola e horta comunitária.

PROCESSOS

Enquanto isso, grande parte dos imóveis da região central se tornou subutilizada e vazia, conformando uma enorme massa de imóveis ociosos. As atividades comerciais formais que antes ali se realizavam foram rapidamente substituídas pelas informais, acarretando uma mudança no perfil socioeconômico dos moradores e usuários, reforçando assim a exclusão e a criação de guetos. Somado a isso, acelerou-se o processo de deterioração do patrimônio histórico e o município passou a arrecadar cada vez menos com a manutenção do desuso da região. Mas se por um lado a área central se tornou vazia e desvalorizada, apresentando baixo valor comercial, por outro, conforma um generoso estoque imobiliário a ser aproveitado, com alto valor de uso. A região pode ser ocupada por uma parcela da população de baixa renda que atualmente não possui outra opção a não ser a de se instalar na periferia e ou em favelas, otimizando o aproveitamento da infraestrutura urbana consolidada do centro. A reocupação, incluindo habitação permiteque o centro seja repovoado, revitalizado a partir do uso, utilizado em horários não comerciais, noturnos, finais de semana e feriados; aumentando a segurança pública com a presença constante de transeuntes. É neste contexto que o Mercado Novo se insere. 1. Mercado novo em sua atuação situação. .

2. A primeira ideia é criar um vazio central, possibilitando iluminação e ventilação ao mercado.

Vista do pavimento comercial, localizado no térreo.

3. Devido ao número de habitações , foi necessário a criação de vazios intermediários que garante luz e ventilação natural à todos os apartamentos propostos.

4. O deslocamento dos blocos foi pensando para torna-se um prédio convidativo, criando maior integração entre o edifício e a cidade.

Vista pavimento térreo, entrada lateral.

VOLUMETRIA

MERCADO NOVO Inaugurado em 1962 pelo prefeito, Jorge Carone, o Mercado Novo surgiu como objeto de interesse comercial e político, opondo-se ao já estabelecido Mercado Central. Mesmo contando com um grande número de barracas ou lojas, sempre esteve à sua margem, por oferecer os mesmos produtos e serviços. Em 2004, um incêndio danificou 30 lojas e impactou de modo definitivo a imagem e ocupação do Mercado. Acentuou-se a partir de então, um processo de desocupação que já se percebia nas décadas anteriores. No primeiro e segundo pavimentos, algumas das barracas desocupadas passaram a abrigar encontros musicais, espaço para trocas. Porém, atualmente, nota-se uma regressão dessa cessão de espaços para usos não convencionais. Apesar de esses pavimentos apresentarem significativa vitalidade, grande parte das barracas está desocupada. Desde o incêndio até 2010, o terceiro pavimento permaneceu praticamente abandonado, com cerca de três lojas ocupadas e nenhuma manutenção. Tornou-se assim, palco de apropriações espontâneas de artistas e outros agentes do meio cultural. Em 2010, o fechamento das lojas foi demolido para abrigar uma incubadora de artes e espaço de eventos que ocupa todo o terceiro pavimento, o Mercado das Borboletas. Suas atividades eram bastante constantes e relevantes para a cena cultural da cidade. No entanto, o espaço foi interditado no dia dois de agosto 2012, com a alegação de irregularidades no processo de prevenção e combate a incêndio e permanece fechado até hoje.

LOJAS APARTAMENTOS ESCOLA DE ARTE CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

CIRCULAÇÃO RESTAURANTE

PÚBLICO

CIRCULAÇÃO VERTICAL

CRECHE

PRIVADO

CIRCULAÇÃO VERTICAL/ HORIZONTAL

SETORIZAÇÃO

PÚBLICO/PRIVADO

Vista do mercado novo atualmente.

Atual cobertura do mercado novo.

Comércio no mercado novo.

Foto inserção mercado novo.

FERNANDO NUNES, LAYS CAMPOS E LUIZA SALOMÉ ALEXANDRE BRASIL BRASIL CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE - UNIBH HABITAÇÃO SOCIAL

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