FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS: INIBIDORES DE ANGIOTENSINA

June 13, 2017 | Autor: Renan Pereira | Categoría: Farmacology
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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR Centro de Ciências da Saúde – CCS Curso de Farmácia

FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS: INIBIDORES DE ANGIOTENSINA Renan Pereira de Lima – 1311764- x

Fortaleza, CE Outubro, 2013

RENAN PEREIRA DE LIMA

FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS: INIBIDORES DE ANGIOTENSINA

Artigo apresentado como requisito para obtenção de nota parcial, na disciplina Metodologia do Trabalho Científico, do Curso de Farmácia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Fortaleza. Orientadora: Profa. Tutora Simone

Fortaleza, CE Outubro, 2013

FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS: INIBIDORES DE ANGIOTENSINA Renan Pereira de Lima * RESUMO O sistema renina-angiotensina II- aldosterona é uma cascata hormonal envolvida no controle da pressão arterial, volemia e equilíbrio hidroeletrolítico. A desregulação do SRAA (Sistema ReninaAngiotensina- Aldosterona) desempenha um papel importante na patogênese de doenças renais, cardiovasculares e na hipertensão arterial (GIESTA, 2010). Consequentemente esse sistema SRAA é um alvo de grande importância terapêutica para diversos fármacos entre eles os inibidores de angiotensina. O artigo abordará a fisiologia e o mecanismo de ação dos fármacos inibidores de angiotensina.

INTRODÇÃO Tendo em vista o aumento da perspectiva de vida da população brasileira e o aumento das doenças crônicas degenerativas entre elas a hipertensão arterial sistêmica que aumenta diretamente proporcional a cada ano. De com os estudos da Escola de Economia de Londres, Karolenske (Suíça) e Universidade do Estado de Nova York, o número de hipertensos no Brasil deverá crescer 80% até 2025, já são cerca de 17 milhões de hipertensos atualmente no Brasil. O trabalho proposto poderá contribuir para uma melhor definição e entendimento dos principais fármacos inibidores de angiotensina e assim contribuindo para diversas áreas acadêmicas e para a sociedade. O artigo consistirá na pesquisa bibliográfica, que tem como objetivo discutir o conceito e mecanismo de ação dos fármacos inibidores de angiotensina, utilizando métodos de pesquisa qualitativa dos principais conceitos de farmacodinâmica e farmacocinética dos fármacos inibidores de angiotensina. Este trabalho tem como principais objetivos caracterizar a classe dos inibidores de angiotensina, enfatizando o seu mecanismo de ação, Identificar os representantes farmacológicos dos Inibidores de Angiotensina, Compreender o mecanismo e locais de ação dos inibidores de angiotensina, Identificar as indicações terapêuticas dos inibidores de angiotensina e Compreender os agentes bloqueadores de angiotensina. 1 RESULTADOS E DISCURSSÕES 1.1 INIBIDORES DE ANGIOTENSINA O sistema renina-angiotensina II- aldosterona (SRAA) é uma cascata hormonal envolvida no controle da pressão arterial, volemia e equilíbrio hidroeletrolítico. (GIESTAS, 2010) *Aluno do 2º semestre de Farmácia da Universidade de Fortaleza- UNIFOR. E-mail: [email protected]

A desregulação do SRAA desempenha um papel importante na patogênese de doenças renais, cardiovasculares e na hipertensão arterial. (GIESTAS, 2010) A liberação de renina é relacionada diretamente com a diminuição da pressão arterial pelas células da mácula densa que libera renina que irá transformará o angiotensinogênio em angiotensina I e a enzima conversora de angiotensina (ECA) irá converter a angiotensina I em angiotensina II que tem como principal função a vasoconstrição e a maior absorção de sódio nos túbulos dos nefros e assim aumentando a volemia. Segundo Katzung (2008): A liberação de renina pelo córtex renal é estimulada pela redução da pressão arterial renal, estimulação neural simpática e diminuição do aporte de sódio ou aumento da concentração de sódio no túbulo renal distal. A renina atua sobre o angiotensinogênio, clivando o decapeptídeo inativo, a angiotensina I. A seguir a angiotensina I é convertida, primeiramente pela ECA endotelial, no octapeptídio vasoconstritor arterial, a angiotensina II que por sua vez, é convertida em angiotensina III na glândula suprar-renal. A angiotensina II possui atividade vasoconstritora e de retenção de sódio. Tanto a angiotensina II quanto a angiotensina III estimulam a liberação de aldosterona. A angiotensina pode contribuir para manter a resistência vascular elevada nos estados hipertensivos associados a uma atividade elevada da renina plasmática, como estenose da artéria renal, alguns tipos de doença renal intrínseca e hipertensão maligna, bem como a hipertensão essencial, após tratamento como restrição de sódio, diuréticos ou vasodilatadores. Todavia, até mesmo nos estados hipertensivos com baixos níveis de renina, esses fármacos podem reduzir a pressão arterial.

Segundo Katzung (2008): Existe um sistema paralelo para produção de angiotensina em vários outros tecidos s(por exemplo, coração), que pode ser responsável por alterações tróficas, como hipertrofia cardíaca. A enzima conversora envolvida na síntese tecidual de angiotensina II também é inibida pelos inibidores da ECA. Duas classes de drogas atuam especificamente sobre o sistema de renina-angiotensina: os inibidores da ECA e os inibidores competitivos da angiotensina no nível dos seus receptores, incluindo losartan e outros antagonistas não peptídicos.

1.1.1 INIBIDORES DE ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (ECA) O envolvimento de lesões cardiovasculares e renais prova que o SRAA provocam efeitos deletérios em vários órgãos. (GIETAS, 2010). O aumento da quantidade de angiotensina II e a ativação progressiva do SRAA podem causar diversas lesões em vários tecidos (órgãos-alvos). Dentre as principais causas da disfunção desse sistema podemos destacar a síndrome metabólica, que está relacionado à estimulação do SRAA que apresenta diversos quadros clínicos entre eles, a hipertensão arterial.

Segundo Katzung (2008): O captopril e outas drogas nessa classe inibem a enzima conversora peptidil dipeptidade, que hidrolisa a angiotensina I em angiotensina II e inativa a bradicinina, um potente vasodilatador, que atua, pelo menos em parte, ao estimular a liberação de óxido nítrico e de prostaciclina. A capacidade hipotensora do captopril resulta de uma ação estimulante sobre o sistema de calicreína. Este último mecanismo foi demonstrado ao verificar-se que um antagonista experimental do receptor de bradicinina, o icatibant, atenua o efeito de redução da pressão arterial do captopril.

Segundo Katzung (2008): Os inibidores de angiotensina II produzem redução da pressão arterial, principalmente ao diminuir a resistência vascular periférica. Não ocorre alteração significativa do débito cardíaco e da frequência cardíaca. Ao contrario dos vasodilatadores diretos, esses fármacos não produzem ativação simpática reflexa e podem ser utilizados com segurança em indivíduos portadores de cardiopatia isquêmica. A ausência de taquicardia reflexa pode ser devida a um reajuste para baixo dos barorreceptores ou a um aumento da atividade parassimpática. Apesar de os inibidores da enzima conversora ser mais eficazes em situações associadas a uma atividade elevada da renina plasmática, não existe uma boa correlação entre a atividade da renina plasmática e a resposta anti-hipertensiva. Por conseguinte, a determinação da renina é desnecessária.

Com a inibição da enzima conversora de angiotensina (ECA), os níveis de angiotensina II diminuem e consequentemente a diminuição da vasoconstrição, retenção Na e efeito hipertrófico e assim a pressão arterial irá diminuir e desempenho cardíaco irá melhorar. Segundo Katzung (2008): Os inibidores da ECA desempenham um papel particularmente útil no tratamento de pacientes com nefropatia diabética, visto que diminuem a proteinúria e estabilizam a função renal. Esses benefícios provavelmente resultam da melhora da hemodinâmica intrarrenal, com diminuição da resistência das arteríolas eferentes glomerulares e consequente redução da pressão capilar intraglomerular. Os inibidores da ECA também se mostram extremamente úteis no tratamento da insuficiência cardíaca, bem como após infarto do miocárdio.

Uma das consequências dos Inibidores da ECA, como por exemplo o captopril será a tosse, pois, os inibidores irá aumentar os níveis de bradicina que irá estimular os receptores H2 e assim a ativação da fosfolipase c que irá desencadear a degranulação dos mastócitos (histamina) e assim ocorrerá a hipersensibilidade das vias aéreas e assim a tosse. 1.1.2 AGENTES BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA Segundo Katzung (2008):

O losartan e o valtartan foram os primeiros bloqueadores comercializados do receptor de angiotensina II do tipo I (AT1). Mais recentemente, o candesartan, o eprosartan, o irbesartan e o telmisartan foram também aprovados. Não exercem nenhum efeito sobre o metabolismo da bradicinina e, portanto, são bloqueadores mais seletivos dos efeitos da angiotensina do que os inibidores da ECA. Possuem também o potencial de exercer uma inibição mais completa da ação da angiotensina, em comparação com os inibidores da ECA, visto que existem ouras enzimas, além da ECA, que são capazes de gerar angiotensina II.

1.1.3- TOXICIDADE Segundo Katzung (2008): Pode ocorrer hipotensão grave após a administração inicial de doses de qualquer inibidor da ECA a pacientes com hipovolemia devida a diuréticos, restrição de sal ou perda de líquidos gastrointestinais Outros efeitos adversos comuns a todos os inibidores da ECA incluem insuficiência renal aguda, hipercalemia, tosse seca às vezes acompanhada de sibilos e angioedema. A hipercalemia tem maior tendência a ocorrer em pacientes com insuficiência renal ou diabete. A bradicinina e a substância P podem ser responsáveis pela tosse e pelo angioedema observados com a inibição da ECA

CONSIDERAÇÕES FINAIS O sistema renina-angiotensina-aldosterona desempenha um papel importante na homeostasia vascular, tendo controle na resistência vascular periférica e na regulação da pressão arterial. Os bloqueadores da Enzima conversora de angiotensina (ECA) atuam diminuindo a pressão arterial e a carga cardíaca atua também aumento o débito cardíaco e atua principalmente sobre as regiões vasculares sensíveis á angiotensina como o coração, rim e cérebro. REFERÊNCIAS - Giestas A, Palma I, Ramos MH. Sistema Renina Angiotensina e sua modulação farmacológica. Acta Med Port. 2010; 23(1). - Katzung BG. Inibidores de Angiotensina. Farmacologia básica e clínica. 9. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara; 2006.149-150. - Rang HP. Farmacologia. 6. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2008.

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