Empreendedorismo Emigrante Português em: Londres, Andorra, Nice e Mónaco

June 2, 2017 | Autor: Eduardo Duque | Categoría: Entrepreneurship, Immigration, Immigration Studies, Emigration Research, Portugal (History), Portugal
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Descripción

Hoje, como no passado, as migrações populacionais estão intimamente ligadas a fatores económicos, nomeadamente de subsistência. Na verdade, esta motivação, anterior à própria sedentarização do Homem, confunde-se com a própria História da Humanidade, o que nos leva a sugerir que parece existir uma faceta primitiva e inata ao ser humano, que o faz seguir em frente, muitas vezes rumo ao desconhecido, sempre que a sua sobrevivência está ou esteve em jogo. Nesta medida, podemos afirmar que o ser humano é um emigrante por natureza.Nos tempos que correm, nunca pareceu tão premente o estudo e principalmente a compreensão dos verdadeiros impactes das migrações, não apenas do ponto de vista do sujeito migrante, como também do ponto de vista dos territórios recetores. Falamos em territórios, e não em comunidades ou Estados, pois está por aferir se a matriz solidária que fundou o projeto europeu, irá, ou não, sobrepor-se aos inúmeros interesses políticos, económicos, regionais e até ideológicos de cada Estado Membro.No momento em que redigimos esta obra, milhares de migrantes encontram-se às portas da Europa (muitos deles caídos nas malhas das redes de tráfico de pessoas) e parte deles caminham para uma morte anunciada, ora afogados ora sufocados em conveses de pequenas embarcações mais do que sobrelotadas, ao tentar a travessia do Mediterrâneo.Paralelamente, observamos uma Europa que pondera lenta e hesitantemente o que pode (ou deseja) fazer para acolher vagas crescentes de pessoas dispostas a morrer naquele que outrora foi um mare nostrum aproximador de pessoas e culturas. Como se não bastasse, assistimos à construção de muros de betão e cercas de arame farpado dentro do espaço Schengen. Estranha Europa, esta.O presente livro, apesar de não aflorar as migrações do presente – pois não fazem parte dos nossos objetivos traçados, que requerem um distanciamento cronológico –, não deixa de ter em mente este sentido pragmático e atual das motivações que levaram os emigrantes portugueses a emigrar. Neste sentido, importa nunca descontextualizar a dimensão económico-social como também os fatores político-ideológicos, os quais terão contribuído certamente para a nossa diáspora e, – como nos descreve Fernando Rosas (1998, p. 373) –, para o “esvaziamento” do nosso país em termos populacionais.
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