É possível raciocinar desinteressadamente

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Descripción

Quando debatemos sobre qualquer tema é comum querermos defender com argumentos a posição que acreditamos ser a mais adequada racionalmente. A questão que devemos perguntar é: qual é a conclusão mais adequada racionalmente sobre determinado tema? Por exemplo, quero defender que Hume é empirista. Posso argumentar que os empiristas defendem que o conhecimento obtido pelos sentidos é o fundamento de todo conhecimento e que Hume defende tal posição, por isso Hume é um empirista. Neste caso temos um argumento válido. Parece que não temos problema em aceitar tal conclusão. Será que é possível sermos tão racionais em aceitar determinadas conclusões, quando enfrentamos problemas de ordem política? Vamos pensar da política não somente, como algo que diz respeito ao poder, a capacidade de governar em determinado regime: democracia, monarquia e aristocracia. Pensemos na política como relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público, englobando temas sociais e econômicos de interesse público: política educacional, política de segurança, política salarial, política habitacional, política ambiental. Quando debatemos sobre tais temas parece que a racionalidade cede lugar as paixões e visões enviesadas. Isso é o que defende o psicólogo Daniel Kahneman professor Emérito da Universidade de Princeton em seu livro Thinking, Fast and Slow (2011). Para Kahneman temos preferência sempre pelas conclusões que se encaixam com a nossa visão de mundo e que não nos forçam a fazer reflexões pelas quais teríamos que revisar nosso conjunto de crenças existentes. Considere o caso do uso de animais em laboratório para pesquisas. Deve ser proibido ou permitido o uso de animais em laboratório para fins medicinais? Suponhamos que tal questão tenha sido feita ao sujeito Y. Kahneman afirma que
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