DICIONÁRIO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR E ÁREAS AFINS KENITIRO SUGUIO Professor Titular do Instituto de Geociências – USP

October 6, 2017 | Autor: Hugo Tamoto | Categoría: Geophysics, Sedimentology
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DICIONÁRIO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR E ÁREAS AFINS

KENITIRO SUGUIO Professor Titular do Instituto de Geociências – USP

DICIONÁRIO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR E ÁREAS AFINS

Copyright © 1998, Kenitiro Suguio Capa: Tatiana Podlubny 1998 Impresso no Brasil Printed in Brazil Todos os direitos reservados pela: BCD UNIÃO DE EDITORAS S.A. Av. Rio Branco, 99 — 200 andar — Centro 20040-004 — Rio de Janeiro — RJ Tel.: (021) 263-2082 — Fax: (021) 263-6112 Não é permitida a reprodução total ou parcial desta obra, por quaisquer meios, sem a prévia autorização por escrito da Editora. Atendemos pelo Reembolso Postal.

Ao trazer a lume esta contribuição, que julgo ser de interesse para a comunidade geocientífica brasileira, não posso assumir o compromisso de que seja ela uma obra completa e definitiva com todas as terminologias empregadas em Geologia Sedimentar no Brasil. No entanto, após mais de trinta anos de atividades incessantes nesta área de conhecimento científico nos seus múltiplos aspectos, julgo estar razoavelmente preparado para encetar este empreendimento que, mesmo sem produzir uma obra definitiva, ainda contribua para aumentar a precisão da linguagem geocientífica brasileira. Desde o XVII Congresso Brasileiro de Geologia em Recife (1963), já havia pessoas preocupadas com o assunto, como o Professor Doutor Jannes M. Mabesoone, que chegou a elaborar e distribuir um glossário de termos sedimentológicos naquele congresso, que continha não mais que algumas centenas de verbetes. Ao longo dos anos, desde então, tenho estado preocupado com uso freqüente, pela comunidade geocientífica brasileira, de anglicismos e galicismos desnecessários, de traduções inadequadas, de neologismos torpes e de termos vulgares e regionalismos de sentidos dúbios, que muito tem contribuído para a imprecisão lingüística das Geociências no Brasil. Sendo inúmeros os desafios e limitados os recursos, espero que esta obra preencha, pelo menos parcialmente, a grande lacuna ainda existente na literatura geocientífica brasileira. Finalmente, sinto-me no dever de deixar registrados os meus mais sinceros agradecimentos ao Professor Doutor Setembrino Petri, pela leitura crítica do texto completo, ao Dr. Louis Martin pela revisão dos verbetes em Francês, ao Professor Doutor Rodolfo José Angulo pela revisão dos verbetes em Espanhol, aos Professores Doutores Werner Truckenbrodt, Heinz Charles Kohler e Rainer A. Schultz-Güttler pela revisão dos verbetes em Alemão, além de outras pessoas que me incentivaram em várias etapas de preparação da presente obra. Entre outros, não poderia deixar de citar os doutores R. Boulet, J. P. Ybert e B. Turcq, que também me auxiliaram nos verbetes em Francês. São Paulo, 31 de janeiro de 1998 Kenitiro Suguio

A falta de termos técnicos correspondentes, em língua portuguesa, relacionados às Geociências tem conduzido muitos pesquisadores à utilização de termos estrangeiros, em geral ingleses. Outras vezes, as traduções usadas nem sempre são as mais adequadas, resultando em termos ambíguos com diferentes significados e chegando ao cúmulo da criação de neologismos desnecessários de palavras já existentes no nosso vernáculo. Deste modo, apareceram algumas compilações sob as designações de dicionário, vocabulário ou glossário, com o intuito de disciplinar a nossa linguagem técnica nesta área. Em São Paulo, Viktor Leinz e Josué Camargo Mendes publicaram em 1951, um Vocabulário Geológico, versando sobre a Geologia em geral, com edições revistas e ampliadas até 1963. Com o mesmo enfoque, esta obra foi reformulada em 1971 sob a denominação Glossário Geológico. No Rio de Janeiro, Antônio Teixeira Guerra publicou o Dicionário Geológico-Geomorfológico, cuja primeira edição é de 1954 e a oitava edição, revista e ampliada, data de 1993. O dicionário de Guerra seria o ponto de partida de um projeto do Conselho Nacional de Geografia, consubstanciado em uma resolução de 08/07/1953, prevendo a elaboração de normas para seleção de verbetes geográficos e de ciências afins, acompanhados dos termos correspondentes em Alemão, Espanhol, Francês, Inglês e Italiano. Porém, este projeto nunca foi realizado e o dicionário de Guerra restringe-se à língua portuguesa. O progresso das Geociências nas últimas décadas, com novos conceitos desenvolvidos nos tradicionais campos da Geologia, Geomorfologia, Geografia e Pedologia, bem como o surgimento de inúmeras contribuições em campos recém-desenvolvidos no país, como a Geologia Marinha, Arqueologia e Estudos Ambientais, além de necessidade de integração de todas essas áreas, enfatiza a carência de textos de consulta em nosso idioma com definições precisas dos termos técnicos. O Professor Doutor Kenitiro Suguio, pelas suas qualidades de pesquisador meticuloso e preocupado com a precisão dos termos e por ser especialista em diversos campos da Geologia, entre os quais destaca-se a Geologia do Quaternário, que se caracteriza por apresentar interfaces com Geologia Marinha, Arqueologia, Pedologia, Geomorfologia e Estudos Ambientais, é a pessoa talhada para a tarefa de atualização dos termos escritos há mais de uma década e de introdução de termos recém-criados. O resultado é o presente texto, que não só é atualizado como também é grandemente ampliado, envolvendo as interfaces acima mencionadas. Outra inovação foi a introdução do Alemão, além de outras línguas já usadas nos textos de outros autores. Já em 1990, este mesmo autor concluiu o seu Dicionário de Geologia Marinha, com termos correspondentes em Espanhol, Francês e Inglês, publicado em 1992. As Geociências e o autor estão de parabéns por esta valiosa contribuição, que certamente será um livro de consulta obrigatório para todos os que se preocupam com os fascinantes problemas do nosso planeta. São Paulo, 20 de fevereiro de 1998 Setembrino Petri

AALENIANO — I. Aalenian; F. Aalenien; E. Aaleniano; A. Aalenien (1) Primeira idade mais antiga (173,5-178 Ma) da divisão tetrapartite da Época Dogger (Dogger), situada acima da Idade Toarciana (Toarcian) da Época Lias (Lias) e abaixo da Idade Bajociana (Bajocian). (2) Andar (unidade cronoestratigráfica) de rochas formadas durante aquele intervalo de tempo, pertencente ao Sistema Jurássico. A designação é originária de Aalen, Wurtemberg (Alemanha) e foi proposta por Mayer-Eymar em 1864 (Harland et al., 1990). ABAIXAMENTO DE NÍVEL DO MAR — Veja DESCIDA DE NÍVEL DO MAR. ABARLAVENTO — Veja BARLAVENTO. ABATIDO — I. Downthrown; F. Rabattu; E. Abatido; A. sprunghöhe (gesenkt). Termo usado para referir-se ao bloco de falha (fault block) que se movimentou para baixo em relação ao outro. Antônimo: soerguido (uplifted ). ABBEVILLIANO — I. Abbevillian; F. Abbevillien; E. Abbevilliano; A. Abbevillien. Termo proposto por Abade Breuil em 1932 (CEG/FCL, 1970), em substituição à antiga subdivisão do Paleolítico (Palaeolithic), denominada de Precheliano, situada entre o Olduvaiano (Olduvaien) e Acheuliano (Acheulian). A localidadetipo (type-locality) está situada em Porte du Bois, Abbeville (França). Sinônimo: Abeviliano (Abbevillian). ABEVILIANO — Veja ABBEVILLIANO. ABISSAL — I. Abyssal; F. Abyssal; E. Abisal; A. abyssisch. Refere-se à porção do ambiente marinho correspondente à profundidade além do sopé continental (continental rise) e aos sedimentos aí depositados. Caractariza-se pela ausência de luz, grande pressão, baixa temperatura e quietude das águas. A sedimentação é muito lenta, estando relacionada aos sedimentos terrígenos (vasas azuis, verdes e vermelhas) e pelágicos (pelagic). Em geral, a zona abissal (abyssal zone) caracteriza-se por profundidades entre 4.000 e 6.000m nos mares e oceanos e a partir de 300m nos lagos. ABISSOPELÁGICO — Veja PELÁGICO. ABLAÇÃO — I. Ablation; F. Ablation; E. Ablación; A. Abschmelzen. Processo de perda de neve, do nevado (névé) ou do gelo por fusão, evaporação ou sublimação. ABLUÇÃO — I. Ablution; F. Ablution; E. Ablución; A. Auswaschung. Transporte de sedimentos marinhos incoerentes pela ação das correntes. ABRASÃO — I. Abrasion; F. Abrasion; E. Abrasión; A. Abrasion. (1) Redução de tamanho dos clastos por processos físicos. A equação de Sternberg ø = ø0.e–ad relaciona o diâmetro de uma partícula após percorrer uma distância d, com o diâmetro original ø0, sendo a um coeficiente de redução do tamanho. (2) Efeito de desgaste de uma superfície rochosa ou de um elemento clástico (detrítico) por ação de atrito. Exemplo: abrasão marinha (marine abrasion) durante o processo de transgressão originando terraços. ABRASÃO EÓLICA — I. Wind abrasion; F. Abrasion éolienne; E. Abrasión eólica; A. Windabrasion. Processo de erosão no qual as partículas de minerais e de rochas atacam as superfícies expostas de qualquer tipo por ação do vento. Sinônimo: corrasão eólica (wind corrasion). ABRASÃO GLACIAL — Veja PAVIMENTO GLACIAL. ABRASÃO MARINHA — I. Marine abrasion; F. Abrasion marine; E. Abrasión marina; A. Meeresabrasion (Brandungserosion).

Designação aplicada ao processo de erosão provocado pelo mar através da ação mecânica das ondas e correntes, resultante do desgaste pelos fragmentos líticos transportados por aqueles agentes, incluindo-se freqüentemente a ação química de dissolução, que é mais branda do que nas águas continentais. A abrasão marinha manifesta-se, de maneira mais efetiva, na região costeira. ABRIGO ROCHOSO — I. Rockshelter; F. Abri rocheux; E. Abrigo rocoso; A. Halbhöhle. Caverna em geral pouco profunda formada em rocha insolúvel cujo teto, composto de rochas sobrejacentes, estende-se para os lados. Sinônimo: caverna abrigo (shelter cave). ABSORÇÃO — I. Absorption; F. Absorption; E. Absorción; A. Absorption. (1) Atração de moléculas de gases ou líquidos ou íons em solução à superfície de sólidos que estejam em contato. (2) Processo pelo qual a energia (eletromagnética, sísmica, etc.) é convertida em outra forma de energia, como o calor. (3) Termo aplicado à entrada da água superficial na litosfera por diversos processos. (4) Redução da intensidade de luz transmitida através de uma substância cristalina ou amorfa. ABUNDÂNCIA ABSOLUTA — Veja FREQÜÊNCIA ABSOLUTA. ABUNDÂNCIA RELATIVA — Veja FREQÜÊNCIA RELATIVA. ACADIANO — I. Acadian; F. Acadien; E. Acadiano; A. Acadien. (1) De acordo com a classificação estratigráfica local da Europa (Van Eysinga, 1975), representa a idade correspondente à época média do Período Cambriano (524-544 Ma) situada acima do Georgiano e abaixo do Potsdamiano. (2) Andar (unidade cronoestratigráfica) de camadas sedimentares depositadas durante aquele intervalo de tempo, pertencente ao Sistema Cambriano médio. Caracterizado por folhelho micáceo depositado no geossinclinal Acadiano, que se estende de Boston a Nova Escócia (Canadá), contendo fósseis de trilobites como Paradoxides. Este nome foi atribuído em 1855 por Dawson (Harland et al., 1990). ACAMADA — I. Bedded; F. Litée (Stratifiée); E. Estratificada; A. geschichtet. Refere-se, em geral, a rochas sedimentares que exibem plano de separação em camadas, denominado plano de acamamento (bedding plane). Sinônimo: estratificada (stratified ). No Brasil, muitos têm utilizado a palavra acamadada. ACAMAMENTO — I. Bedding; F. Litage (Stratification); E. Estratificación; A. Schichtung. (1) Propriedade presente na maioria das rochas sedimentares, caracterizada por planos mais ou menos definidos de separação interna determinados, em geral, por diferenças de mineralogia, forma ou tamanho das partículas componentes. (2) Termo coletivo significando a existência de camadas ou lâminas, isto é, planos que separam rochas sedimentares de mesma litologia ou de litologias diferentes. AÇÃO ANTRÓPICA — I. Anthropic action; F. Action anthropique; E. Acción antrópica; A. menschliche Einwirkung (anthropogen, anthropogene Aktion). Atividade do homem como agente geológico de dinâmica externa (superficial) da Terra, modificando o relevo, a drenagem, etc. e interferindo, desta maneira, nas dinâmicas de sedimentação e erosão. O possível recrudescimento do efeito estufa (greenhouse effect) nos últimos 100 anos poderia ser, pelo menos parcialmente, atribuído à ação antrópica. AÇÃO GLACIAL — I. Glacial action; F. Action glaciaire; E. Acción glacial; A. Gletschertätikeit. Conjunto de processos desenvolvido pelo gelo da geleira (glacier), tais como, erosão, transporte e sedimentação glaciais. Às vezes, o termo é também empregado para atividade devida à ação da água de degelo (meltwater). ACAUSTOBIÓLITO — I. Acaustobiolith; F. Acaustobiolithe; E. Acaustobiolita; A. Akaustobiolith.

Rocha sedimentar de origem orgânica não-combustível como, por exemplo, o diatomito (diatomite), o espongólito (spongolite), etc. Antônimo: caustobiólito (caustobiolith). ACAVALAMENTO — Veja FALHA DE ACAVALAMENTO. ACAVALAMENTO EROSIVO — I. Erosion thrust (Surface thrust); F. Chevauchement érosif; E. Empuje erosivo; A. Erosionsüberschiebung. Situação encontrada em falha reversa (reverse fault) de baixo ângulo, onde o plano de falha (fault plane) ficou exposto por erosão e a capa sofreu um deslocamento ao longo da superfície erosiva (erosional surface) ou falha originada por deslizamento do bloco de falha (fault block) sobre a superfície erosiva. Sinônimo: falha de destacamento (detachment fault). ACESSÓRIO — I. Accessory; F. Accessoire; E. Accesorio; A. akzessorisch. (1) Relacionado a minerais muito escassos em uma rocha sedimentar (segundo Krynine, menos de 1%), como os minerais pesados (heavy minerals). (2) Em rochas piroclásticas (pyroclastic rocks), refere-se a material originado de rochas vulcânicas mais antigas, embora consangüíneas. ACHEULIANO — I. Acheulian; F. Acheulien; E. Acheuliano; A. Acheulien. Termo proposto por Mortillet em 1878 (CEG/FCL, 1970) para designar uma subdivisão do Paleolítico (Palaeolithic), situada entre o Abbevilliano (Abbevillian) e o Musteriano (Mousterian). A localidade-tipo (type-locality) está situada em Saint Acheul (França), sendo este nome usado também para designar um andar do Sistema Pleistoceno médio. ACIDENTAL — I. Accidental; F. Accidentel; E. Accidental; A. zufällig. Termo usado para designar os componentes de uma rocha piroclástica (pyroclastic rock) provenientes de rochas de qualquer tipo, não relacionados com o ciclo eruptivo que deu origem à primeira. ACIDEZ — I. Acidity; F. Acidité; E. Acidez; A. Azidität (Säuregrad). Exprime a intensidade da reação ácida de uma solução, sendo normalmente representada por pH ou concentração de íons de hidrogênio. ACIDEZ LIVRE — I. Free acidity; F. Acidité libre; E. Acidez libre; A. freie Säure. Designação atribuída à acidez (acidity) produzida por adição de água a um solo, que é mais acentuada em solos com mais matéria orgânica (organic matter), pois pela sua decomposição há formação de vários ácidos orgânicos (organic acids). ACIDEZ DE SOLO — I. Soil acidity; F. Acidité du sol; E. Acidez de suelo; A. Bodenazidität. Grau de acidez medido adicionando-se água ao solo, que é resultante da liberação de íons de hidrogênio adsorvidos fracamente aos colóides do solo ou da dissolução de substâncias ácidas solúveis em água. ACIDIFICAÇÃO — I. Acidification; F. Acidification; E. Acidificación; A. Übersäuerung (Versäuerung). Processo de injeção de ácido em calcário, dolomito ou arenito a fim de aumentar a porosidade e a permeabilidade dessas rochas pela dissolução parcial dos minerais componentes. O objetivo principal da acidificação em rochas reservatório (reservoir rocks) de fluidos (petróleo, água, etc.) consiste em aumentar a sua produtividade. ACIDO FÚLVICO — I. Fulvic acid; F. Acide fulvique; E. Ácido fúlvico; A. Fulvosäure. Refere-se à parte orgânica do húmus (humus), solúvel em álcalis e não precipitável em ácido. O conteúdo de ácido fúlvico (fulvic acid ) nos solos parece ser aproximadamente igual ao do ácido húmico (humic acid ), embora a sua natureza não seja perfeitamente conhecida. ACIDO HÚMICO — I. Humic acid; F. Acide humique; E. Ácido húmico; A. Huminsäure.

Substância ácida de cor acastanhada que pode ser extraída do solo orgânico (organic soil), composta essencialmente de 50 a 60% de carbono, 3 a 6% de hidrogênio, 1,5 a 6% de nitrogênio, sendo grande parte do restante formado por oxigênio, além de menos de 1% de enxofre. ÁCIDO INORGÂNICO — Veja ÁCIDO ORGÂNICO. ÁCIDO ORGÂNICO — I. Organic acid; F. Acide organique; E. Ácido orgánico; A. organische Säure. Denominação geral empregada para vários compostos, como o ácido fórmico, ácido acético, ácido lático, etc., em contraposição aos ácidos inorgânicos (inorganic acids) como ácido clorídrico, ácido sulfúrico, etc. Os ácidos orgânicos são encontrados, por exemplo, em dentes e ossos fósseis. ACLIMATAÇÃO — I. Acclimatization; F. Acclimatation; E. Aclimatación; A. Akklimatisation. Processo de adaptação de organismos a um novo clima referindo-se, em geral, a um fenônemo que ocorre em pouco tempo, sendo de origem não-genética. Em Português pode-se dizer também aclimação ou aclimamento. ACME — Veja EPÍBOLE. ACREÇÃO — I. Accretion; F. Accrétion; E. Acreción; A. Wachstum. (1) Fenômeno de sedimentação costeira de partículas clásticas (detríticas) carreadas por ondas e/ou correntes litorâneas, ocasionando um avanço do continente mar adentro. (2) Ação ou efeito de crescimento de um corpo por adição de partículas de fora. O fenômeno pode resultar da migração de partículas em estado coloidal no interior de uma rocha, como ocorre provavelmente na formação de certos nódulos de argila (acreção epigenética) ou por aderência ao rolar um corpo sobre um leito argiloso (acreção singenética). ACREÇÃO COSTEIRA — Veja PONTA CUSPIDADA. ACREÇÃO EPIGENÉTICA — Veja ACREÇÃO. ACREÇÃO LATERAL — I. Lateral accretion; F. Accrétion latérale; E. Acreción lateral; A. laterale Ablagerung (laterale Auschüttung). Acumulação horizontal através da justaposição sucessiva de depósitos sedimentares, como a verificada durante a formação de barras de meandros (meander bars), cristas praiais (beach ridges), etc. Neste caso, a alimentação (suprimento) se dá segundo a direção deposicional, constituindo um dos estilos básicos de preenchimento sedimentar na seqüência estratigráfica genética de Galloway (1989). ACREÇÃO SINGENÉTICA — Veja ACREÇÃO. ACREÇÃO VERTICAL — I. Vertical accretion; F. Accrétion verticale; E. Acreción vertical; A. Aufschüttung. Acumulação vertical através da decantação de sedimentos em suspensão, como a verificada durante a colmatação de um lago (lake) ou de uma laguna (lagoon). ACRECIONAL (ACRETIVO) — I. Accretionary; F. Accretionnaire; E. Acrecional; A. angelagert. Pertencente ou que apresenta característica de acreção, muitas vezes caracterizada por deposição concêntrica de partículas, que se reflete na fissilidade (fissility) e conseqüentemente na esfoliação esferoidal (spheroidal exfoliation). ACRETIVO — Veja ACRECIONAL. ACRITARCA — I. Acritarch; F. Acritarch; E. Acritarca; A. Akritarch.

Microorganismo provido de parede resistente, de natureza orgânica, aparentemente unicelular e de relação biológica incerta, caracterizado por paredes externas lisas ou com espinhos. A maioria parece ter afinidade com as algas. Ocorre do Précambriano ao Recente, mas são especialmente abundantes no Pré-cambriano e Paleozóico inferior. ACROZONA — I. Acrozone; F. Acrozone; E. Acrozona; A. Akrozone. Refere-se à distribuição temporal total, variável de um lugar a outro, do fóssil que a define, tomando emprestado o nome para a sua designação. Exemplo: acrozona do Linoproductus cora (braquiópode do Paleozóico superior). ACROZONA MULTIFOSSILÍFERA — I. Multifossil acrozone; F. Acrozone multifossilifère; E. Acrozona multifosilífera; A. versteinerungreiches Akrozone. Unidade bioestratigráfica (biostratigraphic unit) marcada por concentração de acrozonas de diferentes fósseis. Sinônimo: zona de amplitude multifossilífera (multifossil range zone). ACTONIANO — I. Actonian; F. Actonien; E. Actoniano; A. Actonien. (1) Sexta idade mais antiga (444-444,5 Ma) da divisão heptapartite da Época Caradociana (Caradocian), pertencente ao Subperíodo Bala do Período Ordoviciano. Situa-se acima da Idade Marshbrookiana (Marshbrookian) e abaixo da Idade Onniana (Onnian). (2) Andar (unidade cronoestratigráfica) de rochas formadas durante aquele intervalo de tempo, pertencente ao Subsistema Bala do Sistema Ordoviciano (Harland et. al., 1990). ACTUOPALEONTOLOGIA — I. Actuopalaeontology; F. Actuopaléontologie; E. Actuopaleontología; A. Aktuopaleontologie. Ramo da Paleontologia (Palaeontology) que se preocupa com a pesquisa de problemas paleontológicos e paleoecológicos através do estudo ecológico dos seres vivos atuais. ACTUOPALINOLOGIA — I. Actuopalynology; F. Actuopalynologie; E. Actuopalinología; A. Actuopalynologie. Ramo da Palinologia (Palynology) que se preocupa com o estudo de problemas paleopalinológicos e paleoecológicos pelo estudo ecológico das plantas viventes. ACUMULAÇÃO — I. Accumulation; F. Accumulation; E. Acumulación; A. Akkumulation. Ação ou efeito de empilhamento de material sedimentar de qualquer natureza por qualquer agente. ACUNHAMENTO — I. Wedge-out (Thin-out, Pinch-out); F. Biseautage; E. Acuñamiento; A. Keilf örmig. Fenômeno pelo qual uma determinada unidade litológica diminui gradualmente de espessura até o seu desaparecimento total. ADAPTAÇÃO — I. Adaptation; F. Adaptation; E. Adaptación; A. Anpassung. Refere-se ao mecanismo pelo qual os seres vivos modificam-se de acordo com as mudanças do meio circundante, para continuarem as suas vidas. Se os seres vivos assimilarem as modificações e desenvolverem-se pode-se dizer que houve adaptação. ADERNAMENTO — I. Tilting; F. Pendage; E. Inclinación; A. Schrägstellung. Movimento tectônico (tectonic movement) pelo qual um dos blocos inclina-se mais fortemente do que o outro. Este fenômeno está freqüentemente associado à falha normal (normal fault) ou falha gravitacional (gravity fault), originada por esforço tracional horizontal da crosta. Veja também bloco adernado (tilted block). ADIASTRÓFICO — Veja PROCESSO TECTÔNICO. ADOBE — I. Adobe; F. Adobe; E. Adobe; A. kalkhaltiger Schluff. (1) Palavra de origem árabe (athob = ladrilho) para designar tijolos não-queimados (secos ao sol). (2) Depósitos sílticoargilosos misturados com menores quantidades de outros materiais encontrados em regiões desérticas do México e dos Estados Unidos.

ADSORÇÃO — I. Adsorption; F. Adsorption; E. Adsorción; A. Adsorption. Processo pelo qual uma matéria adsorvente como, por exemplo, uma partícula de carvão pulverizado fica coberta por uma película de gás ou líquido que constituem as matérias adsorvidas, sem penetrar no seu interior. Comumente, a adsorção é bastante seletiva, podendo esta propriedade ser útil na purificação de líquidos e gases. O fenômeno de adsorção pode produzir calor conhecido como calor de adsorção. AERÓBIO — I. Aerobic; F. Aérobie; E. Aerobio; A. aerobisch. (1) Vivente ou ativo somente na presença de oxigênio. (2) Pertencente ou induzido por organismos aeróbios. Veja também anaeróbio (anaerobic). AERONIANO — I. Aeronian; F. Aeronien; E. Aeroniano; A. Aeronien. (1) Idade intermediária (432,6-436,9 Ma) da divisão tripartite da Época Llandoveriana (Llandovery), pertencente ao Período Siluriano. Situa-se acima da Idade Rhuddaniana (Rhuddanian) e abaixo da Idade Telychiana (Telychian). (2) Andar (unidade cronoestratigráfica) de rochas formadas durante aquele intervalo de tempo, pertencente ao Sistema Siluriano (Harland et al., 1990). AEROSSOL — Veja DISPERSÃO COLOIDAL. AEROSSOL MARINHO — I. Sea spray; F. Embruns; E. Salpicadura marina; A. Aerosol des Meeres. Suspensão no ar de partículas diminutas de água do mar, formada por efeito de quebra das ondas na zona costeira, sendo portanto mais importante na zona de arrebentação (breaker zone). O efeito do aerossol marinho pode chegar verticalmente até cerca de 2km de altitude. AFLORAMENTO — I. Outcrop; F. Affleurement; E. Afloramiento; A. Aufschluss. Exposição do substrato rochoso cristalino ou de camadas sedimentares que despontam acima do manto de intemperismo (weathering mantle), solo ou outros tipos de coberturas superficiais (gelo, etc.). O afloramento pode aparecer naturalmente (leito ou margem fluviais, encosta de montanha, etc.) ou artificialmente (corte de rodovia, trincheira, etc.). Sinônimo: exposição (exposure). AFLORAMENTO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA — I. Outcrop of groundwater; F. Affleurement d’eau souterraine; E. Afloramiento de agua subterránea; A. Grundwasseraustritt. Corresponde ao aparecimento natural ou artificial de água subterrânea (groundwater) em superfície, sendo o primeiro caso exemplificado pela fonte e o segundo pelo poço. Permite obter amostra de água subterrânea para determinação das suas propriedades físicas, químicas e biológicas. AFLUENTE — Veja TRIBUTÁRIO. AFOGAMENTO — I. Drowning; F. Ennoyage; E. Ahogamiento; A. Ertrinken. Submersão da planície ou topografias costeiras sob águas oceânicas por subida de nível do mar (sea-level rise) ou por subsidência da área continental. Pode haver afogamento de trecho de rio por levantamento de nível de base local. AFTONIANO — I. Aftonian F. Aftonien; E. Aftoniano; A. Aftonien. Relativo do estádio interglacial pleistocênico, que ocorreu entre as glaciações Nebraskaniana (Nebraskan) e Kansaniana (Kansan) na área que era ocupada pela Calota Laurenciana (América do Norte). Nome de andar (stage) do Sistema Pleistoceno, cuja localidade-tipo (type-locality) está em Afton (Iowa, Estados Unidos).

ÁGATA — I. Agate; F. Agate; E. Ágata; A. Achat. Variedade de calcedônia (sílica criptocristalina) translúcida apresentando anéis concêntricos de diversas cores. A parte central pode exibir cristais de quartzo bem desenvolvidos. Pode conter também calcita (calcite), siderita (siderite), goethita (goethite) ou zeólita (zeolite). O termo é originário de Achates (hoje Drillo), rio do sudoeste da Sicília (Itália), onde ocorre. AGENTE DESFLOCULANTE — I. Deflocculating agent; F. Agent défloculant; E. Agente defloculante; A. Dispergierungsmittel. Reagente químico que produz a desfloculação como, por exemplo, o hidróxido de amônia ou pirofosfato de sódio, quando adicionados em pequena quantidade à suspensão aquosa floculada de argila. Sinônimo: agente peptizante (peptizing agent). AGENTE PEPTIZANTE — Veja AGENTE DESFLOCULANTE. AGITADOR — I. Shaker; F. Agitateur; E. Agitador; A. Rüttler. Equipamento elétrico destinado a imprimir movimentos rotativos ou vibratórios a um conjunto de peneiras de laboratório, para permitir a passagem de partículas detríticas através das malhas, durante as análises granulométricas (grain size analyses) das areias. AGLOMERADO BRECHÓIDE — Veja AGLOMERADO VULCÂNICO. AGLOMERADO TUFÁCEO — Veja AGLOMERADO VULCÂNICO. AGLOMERADO VULCÂNICO — I. Volcanic agglomerate; F. Aggloméré volcanique; E. Aglomerado volcánico; A. vulkanisches Agglomerat. Rocha piroclástica (pyroclastic rock) formada predominantemente por ejetos vulcânicos (volcanic ejecta) maiores do que 32mm de diâmetro. Os fragmentos são geralmente mais arredondados do que nos depósitos mais finos e a estratificação apresenta-se menos desenvolvida ou falta por completo. Quando os fragmentos entre 256 e 32mm são predominantes, fala-se em aglomerado brechóide (brecciated agglomerate) e quando possui abundante matriz de granulação inferior a 4mm tem-se o aglomerado tufáceo (tuffaceous agglomerate). AGLUTINADO — I. Agglutinated; F. Agglutiné (Agglomeré); E. Aglutinado; A. Agglutiniert (Schlackenagglomerat). (1) Termo usado, às vezes, para se referir ao sedimento floculado. (2) Foraminífero (foraminifera) cuja testa é composta de fragmentos detríticos arenosos (até mais finos) cimentados por uma substância de secreção animal. Em francês diz-se foraminifère arénacé. (3) Rocha formada por escórias e blocos arremessados em estado pastoso por um vulcão e cimentados por aglutinação de uns com outros. AGRADAÇÃO — I. Aggradation; F. Aggradation; E. Agradación; A. Aggradation. (1) Processo de construção de uma superfície por fenômenos deposicionais. Antônimo: degradação (degradation). (2) Na seqüência estratigráfica genética de Galloway (1989), corresponde a um dos estilos básicos de preenchimento sedimentar, caracterizado por acreção vertical (vertical accretion), como a que ocorre em um lago (lake). AGREGADO — I. Aggregate; F. Agrégé; E. Agregado; A. Aggregat. Formado por uma massa de partículas unidas por um material intersticial (cimento, betume, etc.), em geral separáveis por meios químicos e/ou mecânicos. Exemplos: areia, cascalho ou conchas agregadas por um cimento carbonático dando, respectivamente, arenito, conglomerado e coquina. ÁGUA DE ABSORÇÃO — I. Absorption water; F. Eau d’absorption; E. Agua de absorción; A. Absorptionswasser. Água retida por uma substância, que se distribui praticamente por igual através do corpo absorvente como, por exemplo, um solo. Deste modo, a água de absorção é bastante influenciada pela superfície específica (specific surface) das partículas componentes.

ÁGUA DE ADSORÇÃO — I. Adsorption water; F. Eau d’adsorption; E. Agua de adsorción; A. Adsorptionswasser. Água normalmente contida no espaço intermolecular de alguns minerais, que é eliminada a temperaturas entre 100 e 110ºC sem destruição da estrutura cristalina. No sentido amplo é também utilizada esta designação para água que não integra a estrutura cristalina dos minerais. Sinônimo: água de constituição (constitution water). ÁGUA ALOGÊNICA — I. Allogenic water; F. Eau allogénique; E. Agua alogénica; A. allogenes Wasser. Designação de água baseada em critério genético, referindo-se à água de recarga de aqüífero cárstico (karst aquifer) apresentando características que correspondem ao estado antes de atingir a área de calcários. Na área do sistema de cavernas Pérolas-Santana em Vale do Ribeira, SP (Karmann, 1994), teria pH médio de 6,97 e dureza total de 13mg/l equivalente a CaCO3, representando água com alta agressividade química. ÁGUA ARTESIANA — I. Artesian water; F. Eau artésienne; E. Agua artesiana; A. gespanntes Grundwasser. Água subterrânea (groundwater) contida em aqüífero (aquifer) delimitado acima e abaixo por camadas impermeáveis, cuja alimentação ocorre em uma área topograficamente mais alta. Deste modo, se um poço for perfurado em posição mais baixa do que a zona de alimentação ocorrerá surgência natural, sendo então chamado de poço artesiano (artesian well). Sinônimo: água confinada (confined water). ÁGUA AUTOGÊNICA — I. Autogenic water; F. Eau autogénique; E. Agua autogénica; A. autogenes Wasser. Designação de água baseada em critério genético, referindo-se à água de recarga de aqüífero cárstico (karst aquifer) captada diretamente pela superfície carbonática. Na área do sistema de cavernas Pérolas-Santana em Vale do Ribeira, SP (Karmann, 1994), caracteriza-se por alto teor de sólidos dissolvidos (151mg/l) e alta alcalinidade, com dureza total de 139mg/l equivalente a CaCO3. ÁGUA CAPILAR — I. Capillary water; F. Eau capillaire; E. Agua capilar; A. Kapillarwasser. Parte da água do solo retida por coesão na forma de filmes contínuos ao redor das partículas e nos espaços capilares. Grande parte da água consumida pelas plantas é proveniente da água capilar. ÁGUA DE COMBINAÇÃO — I. Bound water; F. Eau de combinaison; E. Agua de combinación; A. gebundenes Wasser. Água presente em materiais como as células animal e vegetal, além dos solos, que não pode ser removida sem alterar a estrutura ou composição dos materiais e, por outro lado, não reage como água livre dissolvendo açúcar ou formando cristais de gelo. ÁGUA CONATA — I. Connate water; F. Eau connée; E. Agua connata; A. konnates Wasser (Vererbungswasser). Água armazenada nos interstícios de um sedimento inconsolidado ou de uma rocha sedimentar, incorporada durante o processo deposicional. A água conata pode ser doce ou salgada, conforme seja derivada em ambientes continental ou marinho, respectivamente. A maioria encontra-se associada a campos petrolíferos, sendo salgada. Sinônimos: água de formação (formation water), água fóssil (fossil water) e água de retenção (retention water). ÁGUA CONFINADA — Veja ÁGUA ARTESIANA. ÁGUA DE CONSTITUIÇÃO — Veja ÁGUA DE ADSORÇÃO. ÁGUA COSTEIRA — I. Coastal water; F. Eau cotière; E. Agua costera; A. Küstenwasser. Faixa de água compreendida entre a praia e a borda externa da plataforma continental (continental shelf ), onde as propriedades físicas e químicas são mais ou menos influenciadas pelas águas provenientes da área continental adjacente. ÁGUA DE CRISTALIZAÇÃO — Veja ÁGUA DE ADSORÇÃO.

ÁGUA DE DEGELO — I. Meltwater; F. Eau de dégel; E. Agua de deshielo; A. Schmelzwasser. Água originada da fusão do gelo, especificamente das geleiras continentais (continental glaciers) que, quando chega aos oceanos causa a subida do nível do mar (sea-level rise) atribuída à glácioeustasia (glacial eustasy). O fim das glaciações pleistocênicas do hemisfério norte, cujo clímax foi atingido há cerca de 18.000 anos A.P., caso do último estádio glacial (glacial stade), causou uma ascenção do nível oceânico em escala mundial de mais de 100m, principalmente devido à água de degelo. ÁGUA DE DESIDRATAÇÃO — I. Dehydration water; F. Eau de deshydratation; E. Agua de deshidratación; A. Dehydratationswasser. Água combinada física ou quimicamente com um mineral, que é perdida durante as reações de recristalização. ÁGUA DOCE — Veja ÁGUA MOLE. ÁGUA DURA — I. Hard water; F. Eau dure; E. Agua dura; A. hartes Wasser. Água contendo teores mais ou menos elevados de sais dissolvidos de Ca e Mg, que reagem com o sabão formando precipitados insolúveis, que impedem a formação de espuma. Em geral, contém compostos que atribuem dureza, em teor equivalente, superior a 60mg/l de CaCO3. Antônimo: água mole (soft water). ÁGUA DURA TEMPORÁRIA — Veja DUREZA TEMPORÁRIA. ÁGUA DE EMBEBIÇÃO — I. Water of imbitition; F. Eau d’imbibition; E. Agua de embebimiento; A. Wasserdurchtränkung. (1) Quantidade de água que uma rocha pode conter acima do nível de água ou de saturação (saturation). (2) Água de saturação. ÁGUA DE ESPRAIAMENTO — I. Swash water; F. Eau de swash; E. Agua de esplayamiento; A. Spülwasser (Wasser der auflaufenden Welle). Refere-se à água que sofre o fenômeno de espraiamento (swash) na zona de espraiamento (swash zone). Alguns autores reconhecem as águas de fluxo ou saca (uprush) e as de refluxo ou ressaca (backwash). ÁGUA ESTRATIFICADA — I. Stratified water; F. Eau stratifiée; E. Agua estratificada; A. geschichtetes Wasser. Água estacionária apresentando camadas com diferentes densidades devidas a diferenças de temperatura e/ou salinidade, por exemplo, em um lago. ÁGUA ESTRUTURAL — I. Structural water; F. Eau structurale; E. Agua estructural; A. Kristallwasser. Água contida na estrutura cristalina dos argilominerais (clay minerals), como da caulinita (kaolinite) na forma de íon hidroxila. Esta água é perdida pela caulinita aquecida durante a análise térmica diferencial (differential thermal analysis), a cerca de 550ºC através de uma reação endotérmica. ÁGUA FISSURAL — I. Fissure water; F. Eau de fissure; E. Agua de fisura; A. Kluftwasser. Água contida em minúsculas fissuras no interior de uma rocha. Não apresenta superfície de lençol freático (water table), exibe superfície de zona saturada, sendo condicionada ao desenvolvimento de fissuras. Quando ocorrem diminutas ligações entre as fissuras, pode haver formação de superfície de lençol freático e pode ser tratada como no caso de água intersticial (interstitial water). ÁGUA DE FLUXO (OU DE SACA) — Veja ÁGUA DE ESPRAIAMENTO.

ÁGUA DE FORMAÇÃO — Veja ÁGUA CONATA. ÁGUA FÓSSIL — Veja ÁGUA CONATA. ÁGUA FREÁTICA — I. Phreatic water; F. Eau phréatique; E. Agua freática; A. ungespanntes Grundwasser. Água subterrânea (groundwater) livre, em contraposição à água confinada (confined water). Sinônimo: água não confinada (unconfined water). ÁGUA GRAVITACIONAL — I. Gravitational water; F. Eau gravitaire; E. Agua gravitacional; A. gravitationales Wasser. Água que pode mover-se no interior do solo por ação da gravidade. Como não se acha ligada às partículas do solo, não pode ser retida por muito tempo no solo, porém representa um papel muito importante na solubilização de substâncias químicas. ÁGUA INTERSTICIAL — I. Interstitial water; F. Eau interstitielle; E. Agua intersticial; A. Porenwasser. Água que ocorre nos interstícios ou vazios (poros) de uma rocha ou de outro meio poroso. ÁGUA JUVENIL — I. Juvenile water; F. Eau juvenile; E. Agua juvenil; A. juveniles Wasser. Água proveniente do interior da Terra, que nunca integrou o sistema de circulação de água subterrânea (groundwater). Sinônimo: água magmática (magmatic water). ÁGUA MAGMÁTICA — Veja ÁGUA JUVENIL. ÁGUA MAIOR — Veja MARÉ ALTA. ÁGUA MENOR — Veja MARÉ BAIXA. ÁGUA METEÓRICA — I. Meteoric water; F. Eau météorique; E. Agua meteórica; A. meteorisches Wasser. Água que ocorre ou é derivada da atmosfera, tais como as águas de chuva, de neve, de granizo, etc. ÁGUA MOLE — I. Soft water; F. Eau molle (Eau douce); E. Agua blanda; A. weiches Wasser. Água praticamente sem sais de Ca e Mg em solução. Em geral, contém compostos que atribuem dureza, em teor equivalente, inferior a 60mg/l de CaCO3. Antônimo: água dura (hard water). ÁGUA NÃO-CONFINADA — Veja ÁGUA FREÁTICA. ÁGUA PELICULAR — I. Pellicular water; F. Eau pelliculaire; E. Agua pelicular; A. Pellikularwasser. Refere-se à água que se encontra na forma de filmes nas paredes das aberturas e ocorrendo como corpos cuneiformes nas junções dos interstícios na zona de aeração acima da água capilar (capillary water). ÁGUA DE PETRÓLEO — I. Oilfield water; F. Eau salée; E. Agua de petróleo; A. Salzwasser. Água contida em formação petrolífera que, em geral, é salgada e rica em Na, Ca, K, Cl e CO3, embora os íons componentes variem de acordo com o lugar e a profundidade. ÁGUA PLUVIAL — I. Pluvial water; F. Eau pluviale; E. Agua pluvial; A. Regenwasser. Água originária da chuva que escoa pela superfície terrestre. Dependendo do clima local e outros fatores, como a cobertura vegetal (vegetal cover), condições do solo, relevo, etc., quantidades variáveis de água pluvial infiltram-se no subsolo ou evaporam-se para a atmosfera. ÁGUA DE REFLUXO (OU DE RESSACA) — Veja ÁGUA DE ESPRAIAMENTO.

ÁGUA DE RETENÇÃO — Veja ÁGUA CONATA. ÁGUA RETIDA — I. Retained water; F. Eau retenue; E. Agua retenida; A. Haftwasser. Água que permanece em uma formação geológica ou solo após a expulsão da água gravitacional (gravity water). A maior parte da água retida permanece nos interstícios como água de adsorção (adsorption water) ou como água de absorção (absorption water) devida à força de atração molecular. ÁGUA SALOBRA — Veja SALOBRA. ÁGUA SEMICONFINADA — I. Semiconfined water; F. Eau semi-confinée; E. Agua semiconfinada; A. halbgespantes Wasser. Situação em que a água confinada (confined water) está delimitada somente na porção inferior por camada permeável. Este tipo de água subterrânea ocorre mais comumente em associação com deltas (deltas) e leques aluviais (alluvial fans). ÁGUA SUBTERRÂNEA — I. Groundwater (Subterranean water); F. Eau souterraine; E. Agua subterránea; A. Grundwasser. Parte da água subsuperficial contida na zona de saturação (zone of saturation). Sinônimo: água freática (phreatic water). ÁGUA SUBTERRÂNEA SUSPENSA — Veja AQÜÍFERO SUSPENSO. ÁGUA SUPERFICIAL — I. Surface water; F. Eau superficielle; E. Agua superficial; A. Oberflächenwasser. Água corrente (rios) ou estacionária (lagos) que ocorre na superfície da Terra em contato com a atmosfera. ÁGUA VADOSA — I. Vadose water; F. Eau vadose; E. Agua vadosa; A. vadoses Wasser. Termo usado para designar água subterrânea (groundwater) encontrada acima da zona de saturação (zone of saturation), isto é, na zona de aeração (zone of aeration). AGUDEZ DO PICO — Veja CURTOSE. ALARGAMENTO — Veja EROSÃO LATERAL. ALBEDO — I. Albedo; F. Albedo; E. Albedo; A. Albedo. Razão entre a quantidade de radiação eletromagnética refletida por uma superfície (neve, nuvem, geleira, etc.) e a radiação incidente sobre ela. O albedo dos oceanos varia entre 6 a 11% entre as latitudes 40º N e 40º S, enquanto que o albedo planetário (sistema Terra/Atmosfera) seria de aproximadamente 40%, areia úmida 9% e areia seca18%. ALBERTITO — I. Albertite; F. Albertite; E. Albertita; A. Albertit. Pirobetume (pyrobitumen) asfáltico de cor acastanhada escura ou preta, apresentando fratura conchoidal. É praticamente insolúvel em álcool. ALBIANO — I. Albian; F. Albien; E. Albiano; A. Alb (ien). (1) Terceira idade mais antiga (97-112 Ma) da divisão pentapartite da Época Gálica (Gallic) do Período Cretáceo, situada acima da Idade Aptiana (Aptian) e abaixo da Idade Cenomaniana (Cenomanian). (2) Andar (unidade cronoestratigráfica) de rochas formadas durante aquele intervalo de tempo, pertencente ao Sistema Cretácico. O nome é originário de Aube (França) e foi usado por d’Orbigny em 1842 (Harland et al., 1990). ALBUFEIRA — Veja LAGUNA.

ALCALINIDADE — I. Alkalinity; F. Alcalinité; E. Alcalinidad; A. Alkalinität. Corresponde à capacidade de uma água em aceitar prótons, isto é, íons de hidrogênio. Ela é expressa em forma de miliequivalentes por litro ou em forma de potencial do íon hidrogênio (hydrogen ion potential) ou pH. Sinônimo: basicidade (basicity). Antônimo: acidez (acidity). ALCRETE — I. Alcrete; F. Alcrete; E. Alcrete; A. Alcret. Produto de processo de intemperismo continental no qual sesquióxido de alumínio se concentrou e/ou substituiu o solo, rocha ou material intemperizado preexistentes, levando ao desenvolvimento de uma duricrosta (duricrust). ALDANIANO — Veja TOMMOTIANO e ATDABANIANO. ALGA — I. Algae; F. Algue; E. Alga; A. Alge. Denominação sem significado taxonômico mais preciso, referindo-se a vegetais foliados, em geral clorofilados, que se desenvolvem subaquaticamente. ALGA CALCÁRIA — I. Calcareous algae; F. Algue calcaire; E. Alga calcárea; A. Kalkalge. Planta que retira o CO2 da água de mar raso, onde vive, secretando ou depositando carbonato de cálcio (CaCO3), que passa a revesti-la. Exemplos: algas vermelhas (Solenoporaceae e Corallinaceae) algas verdes (Codiaceae e Dasycladaceae), etc. São conhecidas algas calcárias fósseis desde o Pré-cambriano até hoje. ALGA PERFURADORA — I. Boring algae; F. Algue perforante; E. Alga perforante; A. Bohralge (Bohrende-Alge). Variedade relativamente freqüente de alga que vive parte ou toda a sua existência no interior de furos abertos em rochas ou conchas. Ela representa um importante papel na desintegração de recifes de corais e, além disso, pode ser usada nos estudos paleoecológicos e paleoambientais, principalmente de paleobatimetria (paleobathymetry). ALGINITA — I. Alginite; F. Alginate; E. Alginita; A. Alginit. A alginita corresponde à matéria orgânica amorfa e, ao lado da esporita (sporite), organita (organite), cutinita (cutinite) e resinita (resinite), compõe as partículas orgânicas da exinita (exinite). ALGONQUIANO — I. Algonkian; F. Algonkien; E. Algonkiano; A. Algonkium. Termo proposto em 1892 por Van Hise (Harland et al., 1990), que serve para designar as rochas do Pré-cambriano (Precambrian) posteriores ao Arqueano (Archaean), O estratótipo (stratotype) é encontrado na região dos Grandes Lagos (Canadá), onde é representado por espessa seqüência de xistos, quartzitos e calcários. Termo hoje em desuso pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos, mas mantido pelo Serviço Geológico do Canadá. Os termos alternativos de uso mais corrente, inclusive no Brasil, são o Proterozóico (Proterozoic) e o Pré-cambriano superior (Upper Precambrian), ao invés de Algonquiano. ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL — I. Artificial nourishment; F. Alimentation artificielle; E. Alimentación artificial; A. künstliche Ernährung. Processo de preenchimento de uma praia com material arenoso obtido artificialmente (através de bombeamento) de outra localidade próxima. Embora seja usada em muitas partes do mundo é bastante cara e só se justifica em situações especiais. ALINHAMENTO — I. Alignment; F. Alignement; E. Alineamento; A. Ausrichtung (1) Disposição natural segundo uma linha regular, aproximadamente reta, do conjunto de elementos geológicos ou geofísicos de natureza semelhante. (2) Correção de uma feição linear, em planta, em relação a outras linhas ou feições.

ALÍTICO — I. Allitic; F. Allitique; E. Alítico; A. allitisch. Relativo ao processo de intemperismo comum em regiões tropicais e subtropicais, que produz a destruição dos silicatos e a formação de hidratos de alumínio, com perda de sílica, originando sedimentos do tipo laterito ou bauxito. Antônimo: sialítico (siallitic). ALOCICLICIDADE — I. Allocyclicity; F. Allocyclicité; E. Alociclicidad; A. Allozyklizität. Fenômeno de sedimentação cíclica que resulta de mudanças cíclicas nos fatores externos à bacia de acumulação, tais como, no suprimento de energia ou de material para sedimentação (Beerbower, 1964:32). Envolve mecanismos de soerguimento ou subsidência crustais, variações climáticas, mudanças de nível relativo do mar, etc. ALÓCTONE — I. Allochthonous; F. Alochtone; E. Alóctono; A. allochthon. (1) Referindo-se a sedimentos, aplica-se este termo para designar aqueles de origem externa ao local onde se encontram depositados. Esta denominação é amplamente usada para depósitos carbonosos (carvão e turfa) compostos por materiais originados de fora do local de acumulação. Sinônimos: alogênico (allogenic) e alotígeno (allothigene). (2) Em Geotectônica (Geotectonics), refere-se à massa rochosa deslocada do seu sítio de formação por processo tectônico. Antônimo: autóctone (autochthonous). ALOESTRATIGRAFIA — I. Allostratigraphy; F. Allostratigraphie; E. Aloestratigrafía; A. Allostratigraphie. Tipo de enfoque estratigráfico proposto pela N.A.C.S.N. (1983) para classificação de depósitos neocenozóicos, especialmente depósitos quaternários, embora seja também utilizável em seqüências sedimentares mais antigas. Enquadra-se no contexto mais amplo da Geologia Sedimentar (Sedimentary Geology) que, segundo Walker (1990), juntamente com a Estratigrafia de Seqüência (Sequence Stratigraphy) de Van Wagoner et al. (1988) e Seqüência Estratigráfica Genética (Genetic Stratigraphic Sequence) de Galloway (1989), é também conhecida como as Novas Estratigrafias (New Stratigraphies). ALOFORMAÇÃO — I. Alloformation; F. Alloformation; E. Aloformación; A. Alloformation. Unidade aloestratigráfica (allostratigraphic unit) fundamental proposta no Código Americano de Nomenclatura Estratigráfica de 1983. Pode ser parcial ou totalmente dividida em alomembros (allomembers) ou não possuir nenhum membro. Esta unidade estratigráfica parece ser bastante apropriada para o estudo do Quaternário, tendo sido usado com sucesso por pesquisadores brasileiros (Moura & Melo, 1991). ALOGÊNICO — Veja ALÓCTONE. ALOGRUPO — I. Allogroup; F. Allogroupe; E. Alogrupo; A. Allogruppe. Unidade aloestratigráfica (allostratigraphic unit) imediatamente superior em hierarquia à aloformação (alloformation), composta por duas ou mais aloformações. Esta unidade só deve ser estabelecida caso seja essencial para uma melhor elucidação da história geológica regional. ALOMEMBRO — I. Allomember; F. Allomembre; E. Alomembro; A. Alloglied. Unidade aloestratigráfica imediatamente inferior em hierarquia à aloformação (alloformation). Deste modo, dois ou mais membros compõem uma aloformação. ALOMICRITO — Veja ORTOMICRITO. ALOPATRIA — I. Allopatry; F. Allopatrie; E. Alopatria; A. Allopatrie. Termo ligado à Biogeografia (Biogeography), referindo-se ao fenômeno da ocorrência de populações ou espécies em áreas geográficas distintas, que não apresentam qualquer superposição. ALOQUÍMICO — I Allochemical; F. Allochimique; E. Aloquímico; A. allochem.

Refere-se a sedimento carbonático originado por precipitação química ou bioquímica no interior de uma bacia deposicional onde são encontrados, podendo ter sofrido transporte limitado mas suficiente para desenvolver estruturas hidrodinâmicas, tais como, marcas onduladas (ripple marks), estratificações cruzadas (cross beddings) etc. Os sedimentos aloquímicos compreendem os intraclastos (intraclasts), oólitos (oolites), fósseis (fossils) e pelotas (pellets). Veja também ortoquímico (orthochemical). ALOTERIA — I. Allotheria; F. Allothérie; E. Aloteria; A. Allotherie. Grupo de mamíferos muito primitivos, sem relação com os mamíferos atuais, caracterizado por exibir dentes incisivos muito desenvolvidos. Ocorre no Triássico e Jurássico até Terciário (Eoceno) da Europa e América do Norte. ALOTERITO — Veja ALTERITO. ALOTÍGENO — I. Allothigene; F. Allothigène; E. Alotígeno; A. allothigen. Refere-se a mineral ou rocha que foi formada fora do seu sítio de ocorrência, como, por exemplo, as partículas componentes de uma areia detrítica (ou arenito) e cascalho (ou conglomerado). Veja também alóctone (allochthonous), que é praticamente sinônimo. ALPORTIANO — I. Alportian; F. Alportien; E. Alportiano; A. Alportien. (l) Idade mais recente (322,8-325,6 Ma) da divisão tetrapartite da Época Serpukhoviana (Serpukhovian) do Subperíodo Mississippiano do Período Carbonífero, situada acima da Idade Chokieriana (Chokierian) e abaixo da Idade Kinderscoutiana (Kinderscoutian). (2) Andar (unidade cronoestratigráfica) de rochas formadas durante aquele intervalo de tempo, pertencente ao Subsistema Mississippiano do Sistema Carbonífero (Harland et al., 1990). ALTERAÇÃO — I. Alteration; F. Altération; E. Alteración; A. Verwitterung. Mudança nas composições química e/ou mineralógica de uma rocha, geralmente produzida por processos intempéricos ou hidrotermais. ALTERAÇÃO HIDROTERMAL — I. Hydrothermal alteration; F. Altération hydrothermale; E. Alteración hidrotermal; A. hydrothermale Umwandlung. Processo de modificação da rocha matriz por ação de soluções hidrotermais que, logo após a separação do magma, apresenta reação ácida mas torna-se alcalina com o decorrer do tempo. Entre os processos de alteração hidrotermal tem-se a sericitização, a silicificação, etc. ALTERITO — I. Alterite; F. Altérite; E. Alterita; A. Alterit. Designação atribuída, ao nível de exame macroscópico de afloramento, ao produto de alteração de quaisquer rochas (ígneas, metamórficas ou sedimentares) que, quando ainda preserva as estruturas da rocha original é mais propriamente designado de isalterito (isalterite) e, em caso contrário, de aloterito (alloterite). ALTO ESTRUTURAL — I. Structural high; F. Haut structural; E. Alto estructural; A. strukturelles Hoch. (1) Termo aplicado para denominar área estruturalmente alta, como a porção superior de um domo (dome) ou de um anticlinal (anticline). Antônimo: baixo estrutural (structural low). (2) Região que separa duas bacias diferentes ou subdivide uma bacia em compartimentos ou sub-bacias. Sinônimo: arco (arch). ALTO FUNDO — Veja BAIXIO CORALINO. ALTO TOPOGRÁFICO — I. Topographic high; F. Haut topographique; E. Alto topográfico; A. topographisches Hoch. Terminologia usada comumente no campo petrolífero (oilfield ), referindo-se às elevações mais altas independentemente de suas idades, em contraposição ao baixo topográfico (topographic low) que indica elevações mais baixas.

ALUVIAÇÃO — Veja ALUVIAMENTO. ALUVIAL — I. Alluvial; F. Alluvial; E. Aluvial; A. alluvial. (1) Relativo ao aluvião ou que é composto por aluvião (alluvium). (2) Antigamente o termo era usado para designar quaisquer sedimentos recentes inconsolidados. Sinônimo: aluvionar. ALUVIAMENTO — I. Alluviation; F. Alluvionnement; E. Aluviación (Aluvionamiento); A. Anschwemmung. Processo de formação de aluvião (alluvium) ou deposição de sedimentos mecânicos ou físicos por rios em qualquer parte do seu curso. ALUVIÃO — I. Alluvium; F. Alluvion; E. Aluvión; A. Alluvium. Depósito fluvial detrítico (arenoso, argiloso ou cascalhoso), de idade bem recente (Quaternário), que pode ser litificado com o tempo transformando-se em rocha aluvial. ALUVIONOR — Veja ALUVIAL. ALVEOLAR— I. Alveolar; F. Alvéolaire; E. Alveolar; A. Alveolar. Exibindo estrutura celular de pequena escala que lembra o favo de mel, que é freqüentemente encontrado em materiais mais ou menos solúveis que foram submetidos a intemperismo (weathering). ÂMBAR — I. Amber; F. Ambre; E. Ámbar; A. Bernstein. Resina fóssil (C40H64O40) de coníferas, de baixo peso específico (1,04 a 1,10), com fratura conchoidal e natureza amorfa. Pode ser incolor ou amarelada ou, ainda translúcida, contendo freqüentemente fósseis de insetos no seu interior. AMBIENTE — I. Environment; F. Milieu (Environnement); E. Ambiente; A. Ablagerungsmilieu (Bildungsmilieu). Âmbito geográfico apresentando fatores climáticos, edáficos, hidrológicos, bióticos, etc. característicos, que envolve e sustenta os seres vivos no interior da biosfera (biosphere) e propicia a atuação de determinados processos geológicos (erosão, sedimentação, etc.). AMBIENTE ABIÓTICO — Veja AMBIENTE INORGÂNICO. AMBIENTE DE ALTA ENERGIA — Veja COSTA DE ALTA ENERGIA. AMBIENTE ANAERÓBIO — I. Anaerobic environment; F. Milieu (Environnement) anaérobie; E. Ambiente anaerobio; A. anaerobes Milieu. Fundo subaquático (marinho ou de água doce) estagnado e empobrecido em oxigênio, onde ocorre a produção de H2S por ação de bactérias anaeróbias (anaerobic bacterias). Este tipo de ambiente, de condição redutora (reducing condition), é encontrado por exemplo no fundo do atual Mar Negro. Sinônimo: ambiente euxínico (euxinic environment). AMBIENTE DE BAIXA ENERGIA — Veja COSTA DE BAIXA ENERGIA. AMBIENTE BIÓTICO — Veja AMBIENTE ORGÂNICO. AMBIENTE DEPOSICIONAL — Veja AMBIENTE DE SEDIMENTAÇÃO. AMBIENTE DESÉRTICO — I. Desert environment; F. Milieu (Environnement) désertique; E. Ambiente desértico; A. Wüstenmilieu.

As características variam de acordo com o tipo de deserto (desert) porém, alguns aspectos ambientais são comuns a todos os tipos que são a baixa pluviosidade (200 a 300mm/ano), a vegetação rarefeita a quase inexistente e os processos acelerados de erosão e sedimentação. AMBIENTE EUXÍNICO — Euxinic environment; F. Milieu (Environnement) euxinique; E. Ambiente euxínico; A. euxinisches Milieu. Ambiente subaquático de sedimentação como o do Mar Negro, caracterizado por condições redutoras e alto teor de H2S. Lama preta muito rica em matéria orgânica (organic matter) e sulfetos são típicos deste ambiente. Veja também ambiente anaeróbio (anaerobic environment). AMBIENTE DE FUNDO — I. Fondo environment; F. Milieu (Environnement) de fond; E. Ambiente de fondo; A. Tiefenbereich. Ambiente representado pelo fundo de um corpo aquoso, isto é, que não integra a clinoforma (clinoform) e a undaforma (undaform). Veja também zona abissal (abyssal zone). AMBIENTE INORGÂNICO — I. Inorganic environment; F. Milieu (Environnement) inorganique; E. Ambiente inorgánico; A. anorganisches Milieu. Entre as características físicas e químicas do meio em que vive um ser, o ambiente inorgânico reúne as que influem na vida deste organismo. Entre os seres terrestres tem-se a temperatura, pluviosidade, vento, insolação, etc. e entre os seres aquáticos pode-se considerar a salinidade, temperatura da água, tipo de fundo, luminosidade, oxigênio dissolvido,etc. O ambiente inorgânico de épocas geológicas pretéritas pode ser inferido diretamente a partir das litofácies (lithofacies) e indiretamente a partir das biofácies (biofacies). Sinônimo: ambiente abiótico (abiotic environment). AMBIENTE LACUSTRE — I. Lacustrine environment; F. Milieu (Environnement) lacustre; E. Ambiente lacustre; A. lakustrisches Milieu. Ambiente de sedimentação (sedimentary environment) caracterizado, em geral, por água doce (freshwater) de energia relativamente baixa, ligado a lagos e lagoas (lakes) de várias dimensões. Há ambientes lacustres de água salgada (saltwater) e que nas margens rasas com maior energia depositam principalmente sedimentos terrígenos (terrigenous sediments), enquanto que mais para o centro com maior profundidade e menor energia sedimentam argilas orgânicas (organic clays), com ou sem calcário (limestone). AMBIENTE MARINHO — I. Marine environment; F. Milieu (Environnement) marin; E. Ambiente marino; A. marine Umwelt (marines Milieu). Ambiente subaquático que ocupa cerca de 70% da superfície terrestre e contém 97% da água existente na Terra, caracterizado por águas de diferentes profundidades (desde menos de 1m até mais de 10.000m) e com salinidades variáveis ao redor de 30 x 10-3. As suas características físicas e químicas propiciam o desenvolvimento de várias formas de vida. AMBIENTE MARINHO PROFUNDO — Veja MARINHO PROFUNDO. AMBIENTE MARINHO RASO — Veja NERÍTICO. AMBIENTE NERÍTICO — Veja NERÍTICO AMBIENTE ORGÂNICO — I. Organic environment; F. Milieu (Environnement) organique; E. Ambiente orgánico; A. organisch Umgebung (organisches Milieu). Corresponde ao ambiente que os seres vivos criam para si e para outros seres em um ecossistema (ecosystem). Os seres vivos estabelecem vários tipos de relacionamentos, desde comensalismo (commensalism), mutualismo (mutualism) e amensalismo

(amensalism), que são vários casos de simbiose (symbiosis), até. casos de parasitismo (parasitism) e competição (competition). Dificilmente são encontrados registros fossilíferos de ambiente orgânico, porém os casos de orifícios abertos em conchas de pelecípodes por gastrópodes carnívoros (Naticidae) ou sinais de ferimento durante lutas observados em ossos de mamíferos do Quaternário, por exemplo, constituem alguns raros exemplos. Sinônimo: ambiente biótico (biotic environment). AMBIENTE OXIDANTE — I. Oxidizing environment; F. Milieu (Environnement) oxydant; E. Ambiente oxidante; A. oxydierendes Milieu. Meio no qual a ação das águas superficiais ricas em oxigênio, dióxido de carbono, etc. se traduz na alteração dos minerais, por exemplo, sulfetos metálicos (pirita, marcassita, etc.) em óxidos e carbonatos. Veja também condição oxidante (oxidizing condition). AMBIENTE PALUDIAL — Veja PALUDIAL. AMBIENTE PARÁLICO — I Paralic environment; F. Milieu (Environnement) paralique; E. Ambiente parálico; A. paralisches Milieu. Compreende a área adjacente às ilhas barreira (barrier islands), que separa o oceano aberto (open ocen) de baías, lagunas, estuários e pântanos salinos, onde ocorre mistura de águas doce e salgada. O ambiente parálico pode ser extenso ou não mas, em qualquer caso, a sedimentação ocorre em ambiente marinho raso (shallow marine environment). Espessa sedimentação parálica sugere delicado equilíbrio entre a taxa de sedimentação (sedimentation rate) e a subsidência (subsidence). AMBIENTE REDUTOR — I. Reducing environment; F. Milieu (Environnement) réducteur; E. Ambiente reductor; A. reduzierendes Milieu. (1) Meio no qual o oxigênio é removido de um composto químico como, por exemplo, a hematita que é reduzida a ferro metálico. (2) Ambiente que propicia diminuição na valência positiva, de modo que Co+3 é reduzido a Co+2. Antônimo: ambiente oxidante (oxidizing environment). AMBIENTE DE SEDIMENTAÇÃO — I. Sedimentary environment; F. Milieu (Environnement) de sédimentation; E. Ambiente de sedimentación; A. Sedimentationsmilieu. Âmbito geográfico onde se processa a sedimentação, caracterizado por parâmetros físicos, químicos e biológicos, dando origem a diferentes tipos de sedimentos. Ele é definido pelos fatores deposicionais, que podem ser agrupados em (a) fisiográficos (relevo e meio físico de transporte e sedimentação), (b) climáticos (temperatura, pluviosidade, etc.) e (c) geológicos (litologia da área fonte e intensidade do diastrofismo). Cada tipo de ambiente pode ser caracterizado por um conjunto de variáveis (dependentes e interdependentes), entre as quais podem ser enumeradas as seguintes: litologia da área de denudação, tipo e velocidade de intemperismo, natureza e velocidade do agente de erosão e transporte, dinâmica de sedimentação, condições físico-químicas do ambiente deposicional (temperatura, pH, Eh, salinidade e profundidade), etc. Selley (1976) apresentou um esquema geral de classificação dos ambientes de sedimentação, muito útil no estudo da sedimentação moderna, que é o seguinte: Desértico Terrestre Glacial Espélico (caverna) Continental Aquoso

Fluvial Paludial (pântano) Lacustre

Deltaico (oceânico) Transicional (Misto) Estuarino Lagunar

Litorâneo (intermaré)

Marinho

Recifal Nerítico (maré baixa até – 180 m) Batial (– 180 até – 1.800 m) Abissal (mais de 1.800 m)

AMENSALISMO — I. Amensalism; F. Amensalisme; E. Amensalismo; A. Amensalismus. Termo usado em Paleoecologia (Palaeoecology), relacionado à interação interespecífica, quando uma espécie é de algum modo prejudicada (por exemplo, na sua densidade populacional) por uma outra, que não sofre efeitos recíprocos. AMINÁCIDO — Veja AMINOÁCIDO. AMINOÁCIDO — I. Amino acid; F. Acide aminé; E. Aminoácido; A. Aminosäure. Composto químico que apresenta um radical aminado (–NH2) e um radical carboxílico (–COOH). Na natureza existem mais de 50 aminoácidos, mas os de composição proteínica são cerca de 20 tipos. O aminoácido mais antigo conhecido até hoje foi identificado em sílex (chert) da Formação Fig Tree (África do Sul), com 3,1 bilhões de anos de idade. O aminoácido contido em fósseis representa um importante fóssil químico (chemical fossil). Pode funcionar como um termômetro geológico (geologic thermometer) e pode ser usado na datação de amostras pelo método de datação por racemização (racemization age method ). AMINOESTRATIGRAFIA — I. Aminostratigraphy; F. Aminostratigraphie; E. Aminoestratigrafía; A. Aminostratigraphie. Estratigrafia baseada no método geoquímico, tal como a Estratigrafia Isotópica (Isotope Stratigraphy), que é baseada em princípios cronoestratigráficos e envolve a organização dos estratos em unidades cronoestratigráficas (chronostratigraphic units). A unidade fundamental da Aminoestratigrafia é a aminozona (aminozone), que representa um intervalo de tempo discreto definido pelos valores semelhantes da razão D/L (destrógiros/levógiros), obtida sobre fósseis ou rochas sedimentares. Deste modo, segundo Miller et al. (1979), a Aminoestratigrafia envolve a aplicação das reações de racemização de aminoácidos (amino acids) na subdivisão cronoestratigráfica do Quaternário. AMINOZONA — Veja AMINOESTRATIGRAFIA. AMMONITE — Veja AMMONOIDEA. AMMONOIDEA — I. Ammonoidea; F. Ammonoï dea; E. Ammonoidea; A. Ammoniten. Grande grupo de cefalópodes extintos (Devoniano inferior ao Cretáceo superior), cujas conchas eram externas, planoespiraladas e simétricas, exibindo suturas complexas. O representante atual de cefalópode com concha externa é a Nautiloidea, que é caracterizada por conchas retas ou planoespiraladas, porém exibindo suturas simples. AMOSTRA — I. Sample; F. Echantillon; E. Muestra; A. Probe. (l) Fração representativa de fluido de formação, minério ou outro tipo de material como, por exemplo, sedimento para análise de laboratório ou para simples referência. (2) Em Estatística corresponde ao número de indivíduos coletados ou contados para representar uma determinada população. AMOSTRA DE CALHA — I. Ditch sample; F. Echantillon de rigole; E. Muestra de canaleta; A. Bohrklein. Amostra composta de fragmentos rochosos cortados por broca maciça em poços profundos e trazidos à superfície pela lama de perfuração (drilling mud ), principalmente em sondagens para pesquisa de petróleo, coletada na calha, onde a lama retorna para um tanque, sendo novamente bombeada para dentro do poço através dos tubos de perfuração. AMOSTRA DE CANAL — I. Channel sample; F. Echantillon de chenal; E. Muestra de trinchera; A. Rinnenprobe.

Amostra obtida por um artifício para se ter uma idéia da composição média de uma camada sedimentar ou de minério. Consiste em executar a abertura de um canal vertical relativamente estreito para, em seguida, coletar todo o material no sopé do afloramento (outcrop), proveniente do canal, quarteando até atingir o peso ou tamanho desejado de amostra. AMOSTRA COMPOSTA — I. Compound sample (Composite sample); F. Echantillon composé; E. Muestra compuesta; A. Sammelprobe. Amostra de composição média obtida pela mistura de um certo número de amostras pontuais (spot samples), que podem estar distribuídas próximas entre si ou estar dispersas. AMOSTRA DEFORMADA — I. Disturbed sample; F. Echantillon déformé; E. Muestra deformada; A. gestörte Probe. Amostra de sedimento mole ou de solo retirada, sem manutenção das suas condições naturais. Este tipo de amostra é suficiente só para algumas análises como, por exemplo, análise granulométrica (grain size analysis). Os procedimentos de amostragem são neste caso mais simples e rápidas. AMOSTRADISCRETA— Veja AMOSTRAPONTUAL. AMOSTRA INDEFORMADA — I. Undisturbed sample; F. Echantillon non-déformé; E. Muestra no perturbada; A. ungestörte Probe. Amostra de sedimento ou solo coletada sem perturbação das condições naturais, não somente da textura e estrutura, mas também de umidade, etc. Este tipo de amostra é destinado, por exemplo, para testes de laboratório relacionados à Mecânica dos Solos (Soil Mechanics) ou para estudos de Micromorfologia dos Solos (Soil Micromorphology). Este tipo de amostra é necessário para determinação das propriedades físicas dos sedimentos e solos, pois elas dependem não somente da granulometria, mas também das condições de cimentação, grau de umidade, etc., sendo necessários equipamentos e técnicas especiais para coleta de amostra indeformada. AMOSTRA DE MÃO — I. Hand specimen; F. Echantillon manuel; E. Muestra de mano; A. Handstück. Fragmento de rocha talhado manualmente com cerca de 2,5 x 7,5 x 10cm para estudo macroscópico e preservação como amostra de referência e/ou coleção. AMOSTRA ORIENTADA — I. Oriented sample; F. Echantillon orienté; E. Muestra orientada; A. orienterte Probe. (1) Amostra de rocha destinada a estudos estruturais ou magnetoestratigráficos em que o topo e a base , bem como o norte, são marcados na amostra antes de sua coleta do afloramento. (2) Amostra de fóssil, onde são feitas indicações que possibilitem a sua reorientação após a coleta no afloramento. A coleta de amostra orientada em testemunhos de sondagem, se bem que possível, é bastante trabalhosa. AMOSTRA PONTUAL — I. Spot sample; F. Echantillon ponctuel; E. Muestra puntual; A. punktförmige Probe. Amostra isolada coletada de um ponto do afloramento, que é conservada separadamente das outras, em contraposição à amostra composta (composite sample), que resulta da mistura de várias amostras reunidas para formar uma amostra simples. Sinônimo: amostra discreta (discrete sample). AMOSTRA SERIADA — I. Serial sample; F. Echantillon en série; E. Muestras en serie; A. Serienprobe. Amostra coletada de acordo com algum plano pré-estabelecido, como por exemplo nas interseções de quadrículas, a distâncias determinadas, etc. O método é adotado para assegurar amostragem ao acaso. AMOSTRAGEM — I. Sampling; F. Echantillonnage; E. Muestreo; A. Beprobung. (1) Obtenção de porção representativa de um corpo de minério ou de outro tipo de material. (2) Seleção de certa parte de um corpo de minério ou outro tipo de material para análises de laboratório. AMPLITUDE — I. Amplitude; F. Amplitude; E. Amplitud; A. Amplitude. Elevação da crista de uma onda ou de uma marca ondulada (ripple mark) acima das calhas adjacentes.

AMPLITUDE ANUAL — I. Annual amplitude; F. Amplitude annuelle; E. Amplitud anual; A. jährlische Schwankung. Refere-se à diferença dos valores entre temperaturas máxima e mínima do ar, da água, etc. A amplitude térmica do ar, por exemplo, é maior sobre os continentes do que sobre os mares e em latitudes mais altas do que em mais baixas. AMPLITUDE ESTRATIGRÁFICA — I. Stratigraphic range; F. Amplitude stratigraphique; E. Amplitud estratigráfica; A. stratigraphische Verbreitung. Refere-se à distribuição de fósseis no tempo e, neste caso, pode-se pensar em acrozona (acrozone) ou distribuição temporal total ou topozona (topozone) ou distribuição temporal local do fóssil considerado. AMPLITUDE DE MARÉ — I. Tidal range; F. Marnage; E. Rango de marea; A. Gezeitenhub (Tidenhub). Diferença de nível de água entre a maré alta (high tide) e maré baixa (low tide), que pode variar desde menos de 1m até cerca de 15m. ANADIAGÊNESE — I. Anadiagenesis; F. Anadiagenèse; E. Anadiagénesis; A. Anadíagenese. Designação introduzida por Fairbridge (1967) para se referir à compactação, fase de maturação da diagênese, quando os sedimentos clásticos e químicos tornam-se litificados durante o soterramento profundo (até 10.000m). Este processo é acompanhado pela expulsão da água conata (connate water) e outros fluidos (petróleo, etc.) para cima, muitas vezes sob condições redutoras. Sinônimo: diagênese intermediária (middle diagenesis). ANAERÓBIO — I. Anaerobic; F. Araérobie; E. Anaerobio; A. anaerob. Tipo de respiração ou de organismo (especialmente bactéria), que pode viver independentemente do oxigênio livre. Há dois tipos de organismos anaeróbios: (a) facultativos — que vivem tanto na presença como na ausência de oxigênio livre e (b) obrigatórios — que podem viver somente na ausência de oxigênio. Por exemplo, as sulfobactérias desenvolvem-se em fundo submarino sem oxigênio livre e produzem bioquimicamente o gás sulfídrico (H2S). Antônimo: aeróbio (aerobic). ANAGLACIAL — I. Anaglacial; F. Anaglacial; E. Anaglacial; A. Anaglazial. Parte do ciclo paleoclimático (palaeoclimatic cycle) que constitui passagem de um estádio interglacial (interglacial stade) para pleniglacial (pleniglacial). No estádio glacial Würm (Wisconsiniano), no norte dos Andes, corresponderia, segundo Van der Hammen et al. (1992), ao intervalo entre 90.000 e 75.000 anos A. P. Veja também cataglacial (cataglacial). ANÁLISE DE AGRUPAMENTO — I. Cluster analysis; F. Analyse de groupement; E. Análisis de agrupamiento; A. Clusteranalyse. Técnica estatística que consiste na disposição sistemática de vários objetos em subgrupos homogêneos baseada nas suas mútuas similaridades e relações hierárquicas. ANÁLISE DE BACIA — I. Basin analysis; F. Analyse de bassin; E. Análisis de cuenca; A. Beckenanalyse. Método de integração dos dados disponíveis, a um certo momento, sobre uma determinada bacia sedimentar (sedimentary basin). O produto final apresenta um caráter mais sintético do que analítico e, segundo Gabaglia & Milani (1990:402), seria mais propriamente um estudo de bacia (basin study). ANÁLISECOLORIMÉTRICA — I. Colorimetric analysis; F. Analyse colorimétrique; E. Análisis colorimétrica; A. kolorimetrische Analyse. Método de análise química quantitativa baseado na comparação de cores de uma amostra com um padrão de composição conhecida. A comparação pode ser feita visualmente ou eletronicamente, de acordo com a absorção da luz que passa através da solução.

ANÁLISE POR CONTADOR DE PONTOS — I. Point-counter analysis; F. Analyse par compteur de points; E. Análisis por contador de puntos; A. Punktzählanalyse. Método estatístico que envolve a estimação de freqüência de ocorrência de um objeto, tais como microfóssil (microfossil) ou grão mineral, em uma amostra, determinando-se, por contagem,o número de vezes em que eles ocorrem a determinados intervalos sobre uma lâmina. A análise é executada acoplando-se um contador de pontos automático ao microscópio. ANÁLISE POR DIFRAÇÃO DE RAIO X — I. X-ray diffraction analysis; F. Analyse par diffraction de rayons X; E. Análisis por difracción de rayos X; A. Röntgenbeugungsanalyse. Quando o comprimento de onda do raio X apresenta um valor praticamente igual ao espaçamento interatômico de uma substância cristalina ocorre a difração de raio X. Este fenômeno é captado em filme fotográfico ou em difratograma (diffratogram) para, em seguida, permitir a identificação do mineral. Sinônimo: método de difração de raios X (X-ray diffraction analysis). ANÁLISE DISCRIMINANTE — I. Discriminant analysis; F. Analyse discriminante; E. Análisis discriminante; A. Diskriminzanalyse. Processo estatístico para classificação de amostras em categorias previamente definidas e diferenciadas com base em amostras de populações conhecidas. Sinônimo: análise por função discriminante (discriminant function analysis). ANÁLISE ESTRUTURAL — I. Structural analysis; F. Analyse structurale; E. Análisis estructural; A. Strukturanalyse. Método de integração de dados estruturais provenientes de medidas de feições de escalas variáveis desde milimétricas até quilométricas. O produto final conduz à interpretação dos campos de esforços responsáveis pela deformação das rochas. ANÁLISE DE FÁCIESSÍSMICAS — I. Seismic facies analysis; F. Analyse de faciès sismiques; E. Análisis de facies sísmicas; A. seismische Faziesanalyse. Descrição e interpretação geológica de padrões de reflexão sísmica, baseadas na configuração, continuidade, amplitude, freqüência e velocidade de propagação das ondas sísmicas no intervalo em questão (Mitchum Jr., 1977:210). ANÁLISE FACIOLÓGICA — I. Facies analysis; F. Analyse faciologique; E. Análisis faciológica; A. Faziesanalyse. Consiste na construção e uso do modelo faciológico (facies model ), baseado na síntese coerente de informações derivadas do estudo de processos modernos e depósitos sedimentares antigos relacionados, para a interpretação de eventos do passado geológico. ANÁLISE FATORIAL — I. Factor analysis; F. Analyse factorielle; E. Análisis factorial; A. Faktoranalyse. Método para a identificação do número mínimo de fatores que deve ser considerado para a variação máxima observada em um conjunto de dados e para a indicação de até onde cada fator deve ser levado em conta para a variância encontrada nos dados. ANÁLISE POR FLUORESCÊNCIA DE RAIO X — I. Fluorescent X-ray analysis; F. Analyse par fluorescence X; E. Análisis por fluorecencia de rayos X; A. Röntgenfluoreszenzanalyse. A irradiação de uma matéria por raio X gerará raio X fluorescente, que é peculiar àquela substância. Pela medida dos comprimentos de onda e intensidades desses raios X pode-se conhecer a composição química qualitativa e quantitativa de minerais e rochas. ANÁLISE DE FRAÇÃO GROSSA — I. Coarse fraction analysis; F. Analyse de la fraction grossière; E. Análisis de la fracción gruesa; A. Grobfraktionsanalyse. Consiste na determinação quantitativa das espécies de fragmentos com diâmetro superior a 0,062 mm, que compõem os sedimentos marinhos litorâneos para interpretação das características dos ambientes deposicionais. Alguns dos componentes

que têm sido distinguidos são: minerais terrígenos, fragmentos líticos, minerais autigênicos, foraminíferos, equinóides, ostrácodes, etc. Este método de análise foi proposto por Shepard (1967). ANÁLISE POR FUNÇÃO DISCRIMINANTE — Veja ANÁLISE DISCRIMINANTE. ANÁLISE GEOTÉCNICA — I. Geotechnical analysis; F. Analyse géotechnique; E. Análisis geotécnica; A. geotechnische Analyse. Ensaio ligado à Mecânica dos Solos (Soil mechanics) ou à Mecânica das Rochas (Rock mechanics) para caracterização do subsolo visando projetos de fundações para a implantação de grandes obras de engenharia civil, tais como, portos, barragens, túneis, etc. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA — I. Grain size analysis; F. Analyse granulométrique; E. Análisis granulométrica; A. Korngrössenanalyse. Análise aplicada principalmente a sedimentos detríticos (clásticos), que consiste na medida de tamanhos dos fragmentos minerais componentes. Esta análise, além de possibilitar uma descrição padronizada desses sedimentos, pode permitir a interpretação dos processos de transporte e dos ambientes deposicionais. Sinônimo: análise mecânica (mechanical analysis). ANÁLISE MECÂNICA — Veja ANÁLISE GRANULOMÉTRICA. ANÁLISE PALINOLÓGICA — I. Pollen analysis; F. Analyse pollinique; E. Análisis polínica; A. Pollenanalyse. Método de estudo dos sedimentos pelo seu conteúdo em grãos de pólen e esporo que são separados das frações inorgânicas dos sedimentos, procedendo-se, a seguir, a identificação e a contagem dos tipos de palinomorfos (palynomorphs), isto é, dos grãos de pólen e esporo. Os resultados encontrados são, em geral, expressos em diagrama polínico (pollen diagram), que mostra a distribuição dos tipos de pólen em função do tempo em uma área. Esses diagramas, quando interpretados convenientemente em confronto com dados sedimentológicos, mineralógicos, geoquímicos, etc. fornecem subsídios para os estudos de paleoclima (palaeoclimate) e idade (age) dos sedimentos. ANÁLISE DE REGRESSÃO — I. Regression analysis; F. Analyse de régression; E. Análisis de regresión; A. Regressionsanalyse. Técnica estatística aplicada a pares de dados para determinar o grau ou intensidade de correlação de uma variável dependente com uma ou mais variáveis independentes. ANÁLISE DE SEQÜÊNCIA SÍSMICA — I. Seismic sequence analysis; F. Analyse de séquence sismique; E. Análisis de secuencia sísmica; A. seismische Sequenzanalyse. Identificação sísmica e interpretação de seqüências deposicionais (depositional sequences) subdividindo a seção sísmica em partes de reflexões concordantes separadas por superfícies de descontinuidade e interpretando-as como seqüências deposicionais (Mitchum Jr., 1977:209). ANÁLISE DE SUPEFÍCIE DE TENDÊNCIA — I. Trend-surface analysis; F. Analyse de tendance de surface; E. Análisis de superfície de tendencia; A. Trendflächenanalyse (Oberflächentrendanalyse). Método de adaptação ou avaliação do nível de concordância de um conjunto de dados, em geral unidos por linhas de isovalor, para uma superfície matemática calculada de graus linear, quadrática ou mais alto. ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (ATD) — I. Differential thermal analysis (DTA); F Analyse thermique différentielle; E. Análisis térmico diferencial; A. Differentialthermoanalyse.

Método de análise mineralógica baseado nas temperaturas de reações endotérmicas e exotérmicas, bem como nas intensidades e características gerais dessas reações, a medida que a amostra é aquecida continuamente. É muito útil, por exemplo, na análise de certos argilominerais (clay minerals). ANASTOMOSADO — I. Anastomosing; F. Anastomosé; E. Anastomosado; A. netzartig verzweigt. (1) Padrão de canal fluvial caracterizado por vários canais curvilíneos menores, fluindo à baixa velocidade, ao redor de ilhas aluviais permanentes e cobertas por vegetação (Miall, 1977). Padrões de canais fluviais retilíneos e anastomosados são relativamente raros na natureza e os seus depósitos não têm sido reconhecidos amplamente em registros geológicos pretéritos. Até pouco mais de 10 anos passados, o padrão “braided” era traduzido para “anastomosado” no Brasil, porém com o aparecimento do conceito de padrão “anastomosing” na literatura internacional, os autores passaram a utilizar o termo entrelaçado referindo-se ao braided. (2) Padrão estrutural, por exemplo de planos de falha que se bifurcam e se convergem aleatoriamente. ANATÁSIO — I. Anatase; F. Anatase; E. Anatasio; A. Anatas. Mineral amarelado a avermelhado de dureza 5,5 a 6, densidade 3,9g/cm3 e composição química TiO2. Trimorfo de rutilo (rutile) e bookita (brookite), freqüentemente integrando assembléias de minerais pesados (heavy minerals) de areias e arenitos. Sinônimo: octaedrita (octaedrite). ANDALUZITA — I. Andaluzite; F. Andalousite; E. Andalucita; A. Andalusit. Silicato de alumínio (Al2SiO5), polimorfo da cianita (kyanite) e sillimanita (sillimanite). Aparece em prismas marrons, amarelos, verdes, vermelhos, etc. em rochas metamórficas e constituindo assembléias de minerais pesados (heavy minerals) de areias e arenitos. ANDAR — I. Stage; F. Etage; E. Piso; A. Stufe. Unidade cronoestratigráfica (chronostratigraphic unit) situada hierarquicamente logo abaixo da série. Os seus limites podem ser estabelecidos: (a) por correlação com discordâncias limitantes, (b) por correlação com uma seção tipo (type-section) ou, de preferência (c) por mudanças no conteúdo fossilífero representando variações devidas à evolução biológica (biological evolution). ANDAR MAASTRICHTIANO — Veja IDADE. ANÉIS DE LIESENGANG — I. Liesengang rings; F. Anneaux de Liesengang; E. Anillos de Liesengang; A. Liesengangsche Ringe. Anéis ou bandas concêntricas resultantes da precipitação química rítmica, por exemplo, de hidróxido de ferro (Fe2O3.nH2O) em forma de gel percolando no interior de um arenito. A cimentação por este processo pode chegar ao ponto de desenvolver verdadeiras concreções (concretions). ANEL ANUAL — I. Annual ring; F. Anneau annuel; E. Anillo anual; A. Jahresring. Anel de xilema (madeira) formado pelo crescimento anual de uma árvore. Espessuras maiores ou menores podem corresponder, respectivamente, a anos de climas mais quentes e úmidos e de climas mais frios e secos. Veja também dendrocronologia (dendrochronology) e dendroclimatologia (dendroclimatology). ANELÍDEO — I. Annelid; F. Annélide; E. Anélido; A. Ringelwürmer. Qualquer animal invertebrado vermiforme pertencente ao Filo Annelida, caracterizado por corpos segmentados e cabeça e apêndices distintos. Não possui estrutura esqueletal, a não ser a mandíbula quitinosa chamada escolecodonte (scolecodont) e, deste modo, os anelídeos antigos são normalmente conhecidos apenas pelos fósseis traços (trace fossils), tais como, tubos biogênicos (burrows), pistas (trails) e escolecodontes. ANEMOCLÁSTICO — I. Anemoclastic; F. Anémoclastique; E. Anemoclástico; A. anemoklastisch.

Denominação usada por Grabau (1913) para designar o grupo de rochas sedimentares clásticas originado pela ação do vento. ANEMOGÊNICO — I. Anemogenic; F. Anémogène; E. Anemógeno; A. anemogen. Refere-se a sedimento transportado no ar, como o pó, ou separado quimicamente no ar, como a neve. ÂNGULO DE ATRITO INTERNO — Veja ÂNGULO DE REPOUSO. ÂNGELO DE ESCORREGAMENTO — I. Angle of slide; F. Angle de glissement; E. Ángulo de deslizamiento; A. Gleitwinkel. Corresponde ao ângulo mínimo de inclinação de uma encosta, em relação ao plano horizontal, quando se inicia o escorregamento de material incoerente, tais como o tálus (talus) e outros materiais terrosos. O seu valor é ligeiramente superior ao ângulo de repouso (angle of repose) do mesmo material. ÂNGULO DE MERGULHO — I. Angle of dip; F. Angle d’inclinaison; E. Ángulo de buzamiento; A. Fallwinkel. Ângulo formado por uma camada, dique ou fratura com o plano horizontal, medido perpendicularmente a sua interseção. As camadas horizontais apresentam ângulo de mergulho = 0º e as verticais = 90º. ÂNGULO DE REPOUSO — I. Angle of repose; F. Angle d’équilibre; E. Ángulo de reposo; A. Böschungswinkel. Ângulo de repouso correspondente ao valor limite de inclinação no qual um material inconsolidado e incoesivo, como a areia, ainda se mantém em equilíbrio. O ângulo de repouso das areias depende da granulometria, da forma dos grãos (Cooke & Doornkamp, 1974) e do meio (subaquático ou subaéreo). A declividade de uma praia, por exemplo, depende não somente das características das areias mas também da energia das ondas e outras propriedades das ondas que incidem na praia. Thoulet (1913) admitiu que o ângulo de repouso máximo de areias soltas poderia chegar a 41º. Sinônimo: declive crítico (critical slope). ANGULOSIDADE — I. Angularity; F. Angulosité; E. Angulosidad; A. Eckigkeit. Exprime o grau de agudez das arestas e cantos de partículas detríticas que, quando arredondadas, diminuem o grau de angulosidade (angularity degree). Este conceito não deve ser confundido com esfericidade (sphericity), pois uma partícula muito esférica pode ter alta angulosidade e vice-versa. Antônimo: arredondamento (roundness). Sinônimo: grau de angulosidade (angularity degree). ANGULOSO — I. Angular; F. Anguleux; E. Anguloso; A. eckig. Propriedade de uma partícula detrítica exibindo muitas angulosidades (angularities), que seriam indicativas de sedimentos submetidos a pouco ou nenhum retrabalhamento. ANIDRITA — I. Anhydrite; F. Anhydrite; E. Anhidrita; A. Anhydrit. Mineral muito mole (dureza = 3,5) de cores esbranquiçadas, ocorrendo em massas granulares ou compactas, de composição CaSO4. O brilho é vítreo e a clivagem cúbica perfeita. Encontrada em rochas sedimentares, principalmente em evaporitos (evaporites). O nome vem do grego an (privado) + hydor (água) por ser, diferentemente da gipsita (gypsite), isenta de água. ANIMAIS PERFURADORES — I. Boring animals; F. Animaux perforants; E. Animales perforadores; A. Bohrorganismen. Vários tipos de animais, tais como crustáceos, vermes, etc. que perfuram por ação abrasiva ou química e revolvem os sedimentos causando bioturbações (bioturbations) dos depósitos. Alguns animais perfuram rochas (Lithophaga) e outros perfuram madeira (Teredo). Os animais perfuradores marinhos pertencem a vários filos, tais como, esponjas, anelídeos, artrópodes, moluscos e equinodermas. ANISIANO — I. Anisian; F. Anisien; E. Anisiano; A. Anisien. (1) Idade mais antiga (239,5-241,1 Ma) da divisão bipartite da Época Triássica média (Middle Triassic), situada acima da Idade Espathiana (Spathian) e abaixo da Idade Ladiniana (Ladinian). (2) Andar (unidade cronoestratigráfica) de rochas

formadas durante aquele intervalo de tempo, pertencente ao Sistema Triássico. Este termo foi proposto por Waagen e Diener em 1895 (Harland et al., 1990). ANKERITA — I. Ankerite; F. Ankérite; E. Ankerita; A. Ankerit. Variedade ferrífera da dolomita (dolomite) onde o teor de Fe é maior do que de Mg. Apresenta dureza 3,5 a 4 e peso específico 2,95 a 3,1. A designação foi atribuída por M. J. Anker. ANOMALIA — I. Anomaly; F. Anomalie; E. Anomalía; A. Anomalie. Corresponde ao desvio em relação ao gradiente natural (background ) de medidas geofísicas, geoquímicas, geobotânicas, etc. através de uma ampla área que pode, eventualmente, estar associada a jazidas minerais ou petrolíferas de interesse comercial. ANOMALIA RADIOATIVA — I. Radioactive anomaly; F. Anomalie radioactive; E. Anomalía radioactiva; A. radioaktive Anomalie. Uma rocha apresenta anomalia radioativa quando a intensidade radioativa medida exibe um valor superior ou inferior ao gradiente natural (background ) regional. A radioatividade natural das rochas é devida a elementos químicos como U, Th, K, etc., que são mais freqüentes nas rochas ígneas ácidas, diminuindo nas alcalinas e básicas. ANOROGÊNICO — I. Anorogenic; F. Anorogénique; E. Anorogénico; A. anorogen. Intervalo de tempo de quiescência tectônica (tectonic quiescence), quando cessam as atividades orogenéticas caracterizadas por falhas (faults) e dobras (folds). Muitos atribuem os movimentos ascencionais menos pronunciados que ocorrem nesses períodos à epirogênese (epeirogenesis). ANQUILOSSAURO — I. Ankylosauria; F. Ankylosaure; E. Ankylosaurio; A. Ankylosaurier. Tipo de dinossauro (dinosaur) herbívoro do Cretáceo que, como as tartarugas, tinha o corpo revestido de carapaça óssea, sendo assim considerado como o “tanque dos répteis”. ANQUIMETAMORFISMO — I. Anchimetamorphism; F. Anchimétamorphisme; E. Anquimetamorfismo; A. Anchimetamorphose. Termo proposto por Harrassowitz (1927), para indicar mudanças no conteúdo mineralógico das rochas sob condições de temperatura e pressão dominantes na zona entre a superfície da Terra e a do verdadeiro metamorfismo. No Brasil, tem sido usado como a fase que representa a transição entre a diagênese (diagenesis) e o metamorfismo (metamorphism), que em geral, é medida pelo grau de cristalinidade (crystallinity) da illita (illite). ANTEARCO — I. Forearc; F. Préarc; E. Antearco; A. Vorbogen. Posição geotectônica frontal (do oceano rumo ao continente) a um arco magmático em zona de convergência de placas litosféricas oceânicas, referindo-se a uma bacia ou região situada entre o prisma acrecionário e um arco magmático (magmatic arc). ANTÉCLISE — I. Anteclise; F. Antéclise; E. Anteclisa; A. Anteklise. Estrutura formada por levantamento de uma porção da crosta continental (continental crust), de forma mais ou menos circular, ocupando uma área entre 104 a 106km2 e apresentando inclinação centrífuga inferior a 1º. A espessura de sedimentos é pequena (máximo de alguns milhares de metros) em relação à área ocupada. Desenvolve-se através de vários períodos geológicos, exibindo muitos hiatos na sedimentação. Quando comparada à sinéclise (syneclise) adjacente, a antéclise caracteriza-se por sedimentação pouco espessa de materiais grossos. No topo de uma antéclise pode haver desenvolvimento de um gráben (graben). ANTEDUNA — I. Foredune; F. Avant-dune; E. Médano; A. Vordüne.

Duna situada logo após a praia rumo ao continente que, em geral, é pouco desenvolvida, isto é, apresenta dimensões reduzidas. Este tipo de duna tem sido chamado também de duna frontal (Tomazelli, 1990), segundo o nome sugerido por Hesp (1988). Alguns autores estabelecem distinção entre duna frontal incipiente, formada por trapeamento inicial de areia entre as espécies vegetais estoloniformes e duna frontal estabelecida, que seria gerada pela colonização de duna frontal incipiente por espécies vegetais em esteira, tufo e arbusto. ANTEDUNA ESTABELECIDA — Veja CORDÃO DUNAR DESENVOLVIDO. ANTEDUNA INCIPIENTE — Veja CORDÃO DUNAR INCIPIENTE. ANTEFOSSA — Veja FOSSA SUBMARINA. ANTEPAÍS — I. Foreland; F. Avant-pays; E. Antepaís; A. Vorland. (1) Em região montanhosa intensamente dobrada, as estruturas pendem sobre uma área de rochas mais antigas e mais estáveis, que pode ser denominada de antepaís. Hoje em dia, freqüentemente, este termo é substituído por cráton (craton). (2) Referese também à bacia situada entre o cráton (craton) e os cinturões orogenéticos (orogenetic belts). ANTEPRAIA — I. Foreshore; F. Avant-plage; E. Anteplaya; A. Vorstrand (Watt). Parte da praia situada entre o limite superior da preamar (escarpa praial) e a linha de baixa-mar ordinária, isto é, parte anterior da praia que normalmente sofre a ação das marés e os efeitos de espraiamento das ondas após a arrebentação. Os geomorfólogos brasileiros referem-se a parte desta porção da praia como estirão ou estirâncio. ANTEPRAIA INFERIOR — I. Lower foreshore; F. Avant-plage inférieure; E. Anteplaya inferior; A. unterer Vorstrand. Designação baseada em critério geomorfológico, referindo-se à porção inferior da antepraia (foreshore) ou terraço de maré baixa (low tide terrace), onde ocorrem canais e barras de espraiamento (swash bars) de Roep (1986). ANTEPRAIA SUPERIOR — I. Upper foreshore; F. Avant-plage supérieure; E. Anteplaya superior; A. oberer Vorstrand. Denominação baseada em critério geomorfológico, referindo-se à porção superior da antepraia (foreshore) ou face praial (beach face), que se inicia na crista de berma (berm crest) e exibe uma superfície lisa sem barras e canais. Corresponde aproximadamente ao estirâncio de Bigarella et al. (1966a, b). ANTE-RECIFE — I. Fore-reef; F. Avant-récif; E. Antearrecife; A. Vorriff. Declive mais abrupto situado do lado do mar aberto (open sea) de um recife orgânico. Veja também margem recifal externa (seaward reef margin). ANTICLINAL — I. Anticline; F. Anticlinal; E. Anticlinal; A. Antiklinale. Dobra com a concavidade voltada para cima, abrindo-se para baixo e apresentando camadas mais jovens nas bordas da estrutura. Em anticlinal mais simples as camadas dos seus flancos mergulham em sentidos opostos, enquanto que em formas complexas podem mergulhar até no mesmo sentido. Antônimo: sinclinal (syncline). ANTICLINAL SINFORMAL — Veja SINFORMA. ANTICLINÓRIO — I. Anticlinorium; F. Anticlinorium; E. Anticlinorio; A. Antiklinorium. Anticlinal composto, de grandes dimensões, comportando várias dobras menores, cujos eixos individuais ligados entre si formam uma curva de convexidade voltada para cima. Às vezes, o termo é empregado com o mesmo sentido de geoanticlinal (geoanticline). Antônimo: sinclinório (synclinorium). ANTIDUNA — I. Antidune; F. Antidune; E. Antiduna; A. Antidüne. Ondulação transversal formada em areia arrastada por corrente aquosa, que migra no sentido oposto ao fluxo da água por erosão da sua parte frontal. Apresenta dimensões grandes (alguns metros) e perfil aproximadamente simétrico. Ela é originada

sob condições de regime de fluxo superior (upper flow regime), isto é, quando o número de Froude (Froude number) for superior a 1 e a quantidade de material arrastado for também grande, embora a sua duração possa ser curta. ANTIFORMA — I. Antiform; F. Antiforme; E. Antiforma; A. Antiform. Designação usada para uma dobra que se fecha para cima, mas ainda não pode ser usado o termo anticlinal (anticline) na sua verdadeira acepção estratigráfica, pela falta de elementos que forneçam as relações estratigráficas das camadas constituintes. Antônimo: sinforma (synform). ANTIGAIDADEDAPEDRA — Veja PALEOLÍTICO. ANTRACITO — I. Anthracite; F. Anthracite; E. Antracita; A. Anthrazit. Variedade de carvão mineral no estágio mais avançado de incarbonização (coalification), rica em carbono e muito pobre em substâncias voláteis como H, O e N; possui brilho semimetálico, dureza alta e fratura conchoidal. A compacidade do antracito mascara a sua estrutura interna, mas métodos especiais permitem distinguir bandas de vitrinita (vitrinite) e fusinita (fusinite). É formado por metamorfismo do carvão mineral. ANTRACOLÍTICO — I. Anthracolithic; F. Anthracolithique; E. Antracolítico; A. Anthracolithikum (Permokarbon). Nome sugerido por Waagen em 1891 (CEG/ FCL, 1970) para designar conjuntamente os períodos ou sistemas Carbonífero e Permiano. A palavra vem do grego anthrax (carvão) e lithos (pedra). Sinônimo: Permocarbonífero (Permocarboniferous). ANTRACOLOGIA — I. Anthracology; F. Anthracologie; E. Antracología; A. Anthracologie. Este termo foi introduzido em 1934 na literatura geológica e refere-se à ciência do carvão (coal science) e, deste modo, se ocuparia com o estudo das características, origem, estrutura, etc. do carvão (coal ). ANTRAXILON — I. Anthraxylon; F. Anthraxylon; E. Antraxilon; A. Anthraxylon. Componente do carvão, de aspecto vítreo que, em seção delgada, mostra ser derivado de tecidos lenhosos de plantas, tais como, caules, galhos e raízes. Essas porções de plantas, após serem quebradas em diversos tamanhos, sofrem decomposição biológica e intemperismo, integrando depósitos de carvão (hulha). ANTROPOGÊNICO ou ANTROPÓGENO — Veja ANTROPOZÓICO. ANTROPÓIDE FÓSSIL — I. Fossil anthropoid; F. Anthropoï de fossile; E. Antropoide fósil; A. mensliches Fossil. Refere-se a todos os primatas próximos ao Homem, incluindo chimpanzé, gorila, etc. anteriores ao primeiro homem fóssil (fossil man), o Australopithecus. Os antropóides viveram durante o Terciário (Tertiary), sendo os mais antigos conhecidos o Amphipithecus mogaugensis e Pondaungia cotteri, ambos descobertos no Eoceno da Birmânia. ANTROPOZÓICO — I. Anthropozoic; F. Anthropozoï que; E. Antropozoico; A. Anthropozoikum. Período geológico caracterizado pelo aparecimento mais conspícuo do Homem, isto é, Quaternário (Quaternary). Sinônimo aproximado de Antropogênico (Anthropogenic) ou Antropógeno (Anthropogene), Psicozóico (Psychozoic) e Quaternário (Quaternary). APATITA — I. Apatite; F. Apatite; E. Apatita (Apatito); A. Apatit. Grupo de minerais constituído pela fluorapatita — Ca5(PO4) 3F, clorapatita — Ca5 (PO4)3C1 e hidroxiapatita — Ca5(PO4)3 OH. Apresenta cores variáveis desde esbranquiçada, amarela, verde, etc., dureza em torno de 5 e densidade de cerca de 2,9 a 3,2g/cm3. A variedade amorfa é conhecida como colofana (collophane). APLAINAMENTO — I. Applanation; F. Aplanissement; E. Aplanamiento; A. Einebnung. Conjunto de processos fisiográficos que tendem a reduzir o relevo de uma região, principalmente pela erosão das partes altas e sedimentação nas partes baixas, tornando a topografia mais plana.

APORTESEDIMENTAR — I. Sediment supply; F. Apport sédimentaire; E. Aporte sedimentario; A. Sedimentzufuhr. Refere-se à carga (load ) sólida composta por fragmentos de minerais e rochas, carreada por um determinado agente transportador (água, vento, gelo, etc.) a partir de uma área fonte (source area) até o ambiente deposicional (depositional environment). A carga sedimentar difere quanto ao volume e quanto à composição, em função de fatores tectônicos, climáticos, etc. APROFUNDAMENTO — Veja EROSÃO VERTICAL. APROXIMADAMENTE SIMÉTRICA — I. Nearly symmetrical; F. Approximativement symétrique; E. Aproximadamente simétrica; A. beinahe symmetrisch. Sedimento clástico ou detrítico cuja distribuição granulométrica é mais ou menos simétrica exibindo, segundo Folk (1966), assimetria (skewness) Ski entre –0,10 e +0,10. APTIANO — I. Aptian; F. Aptien; E. Aptiano; A. Apt (ien). (1) Segunda idade mais antiga (112-124,5 Ma) da divisão pentapartite da Época Gállica (Gallic) do Período Cretáceo, situada acima da Idade Barremiana (Barremian) e abaixo da Idade Albiana (Albian). (2) Andar (unidade cronoestratigráfica) de rochas formadas durante aquele intervalo de tempo, pertencente ao Sistema Cretáceo. O nome provem de Aptia (França) e foi empregado por d’Orbigny em 1843 (Harland et al., 1990). AQUATÓLISE — I. Aquatolysis; F. Aquatolyse; E. Acuatólisis; A. Aquatolyse. Termo proposto por Müller (1967b:130) para referir-se a processos químicos e físico-químicos que ocorrem no ambiente de água doce durante o transporte, intemperismo e diagênese pré-soterramento dos sedimentos. Veja também halmirólise (halmyrolisis). AQUECIMENTO GLOBAL — I. Global warming; F. Chauffage global; E. Calentamiento global; A. globale Erwärmung. Termo usado para designar o aumento de temperatura média da Terra, que estaria em curso nos últimos 100 anos, como resultado do recrudescimento do efeito estufa (greenhouse effect) pelo aumento na concentração de gases estufa (CO2, CH4, vapor de água, etc.). Embora haja muitas controvérsias, acredita-se que nos anos 2.050 ou 2 100 possa haver duplicação na concentração de CO2 na atmosfera e, como resultado, poderia ocorrer aumento na temperatura mundial em cerca de 1ºC. O aquecimento global causaria o aumento da evaporação e outros efeitos que indiretamente contribuiriam para o incremento desta cifra. AQÜICLUDE — I. Aquiclude; F. Aquiclude; E. Acuiclude; A. Grundwasserstauer. Camada subsuperficial com alta porosidade (40 a 70%), porém com baixa permeabilidade. Em geral, correspondem a camadas sedimentares pelíticas (síltico-argilosas). AQÜÍFERO — I. Aquifer; F. Aquifère; E. Acuífero; A. Grundwasserleiter. Camada subsuperficial cujos vazios e poros intersticiais estão completamente saturados de água, que pode ser extraída através de um poço profundo ou até por cisterna. Exemplo: aqüífero do Arenito Botucatu. Sinônimo: reservatório de água subterrânea (groundwater reservoir). AQÜÍFEROALUVIAL — I. Alluvial aquifer; F. Aquifère alluvial; E. Acuífero aluvial; A. alluvialer Aquifer (Grundwasserleiter). Aqüífero (aquifer) constituído por depósitos aluviais (alluvial deposits), isto é, originado por sedimentação fluvial. AQÜÍFERO ARTESIANO — I. Artesian aquifer; F. Aquifère artésien; E. Acuífero artesiano; A. artesischer Grundwasserleiter.

Camada subsuperficial porosa e permeável, limitada no seu topo e base por camadas impermeáveis, que contém água confinada sob pressão hidrostática suficientemente alta para permitir que a água jorre acima do topo da camada. A água contida está submetida à pressão superior à atmosférica. Sinônimo: aqüífero confinado (confined aquifer). AQÜÍFERO CÁRSTICO — Veja ÁGUA ALOGÊNICA. AQÜÍFEROCONFINADO — Veja AQÜÍFEROARTESIANO. AQÜÍFEROFREÁTICO —Veja AQÜÍFERONÃO-ARTESIANO. AQÜÍFEROLIVRE— Veja AQÜÍFERONÃO-ARTESIANO. AQÜÍFERO MULTICAMADA —I. Multibed aquifer; F. Aquifère multicouches; E. Acuífero multiestrato; A. Vielschichtenaquifer (mehrschichtiger Grundwasserleiter). Vários níveis superpostos de aqüíferos, que são separados entre si por camadas impermeáveis ou de baixa permeabilidade. AQÜÍFERONÃO-ARTESIANO — I. Non-artesian aquifer; F. Aquifère non-artésien; E. Acuífero no artesiano; A. nichtartesischer Grundwasserleiter. Aqüífero (aquifer) constituído por uma camada permeável, parcialmente saturada de água e limitada na sua base por camada impermeável ou semipermeável. A água contida está submetida à pressão atmosférica. Sinônimos: aqüífero freático (phreatic aquifer) ou aqüífero livre (free aquifer). AQÜÍFERO SUSPENSO — I. Perched aquifer (Perched water); F. Nappe suspendue; E. Acuífero colgado; A. schwebendes Grundwasser. Aqüífero livre (phreatic aquifer) situado acima do nível estático local do aqüífero regional, mantido em posição mais alta acima de uma camada argilosa lenticular intercalada em camada permeável como, por exemplo, arenosa. O aqüífero suspenso pode desaparecer ou surgir em função das flutuações climáticas ou de acordo com a utilização do solo. AQÜÍFUGO — I. Aquifuge; F. Aquifuge; E. Acuífugo; A. wasserdicht. Refere-se a formações geológicas, em geral antigas, apresentando baixa porosidade e baixa permeabilidade. Quando ocorrem aberturas internas, como acontece com derrames de lavas vulcânicas e rochas calcárias, podem transformar-se em bons aqüíferos (aquifers). Antônimo: aqüífero (aquifer). AQUITANIANO — I. Aquitanian; F. Aquitanien; E. Aquitaniano; A. Aquitanien. (1) Primeira idade mais antiga (21,5-23,3 Ma) da divisão hexapartite da Época Miocênica (Miocene) do Subperíodo Neógeno (Neogene) do Período Terciário, situada acima da Idade Chattiana (Chattian) da Época Oligocênica (Oligocene) e abaixo da Idade Burdigaliana (Burdigalian). (2) Andar (unidade cronoestratigráfica) de rochas formadas durante aquele intervalo de tempo, pertencente ao Subsistema Neógeno (Neogene) do Sistema Terciário. O nome é originário de Aquitaine (França), tendo sido proposto por Mayer-Eymar em 1858 (Harland et al., 1990). AQUOSO — I. Aqueous; F. Aqueux; E. Acuoso; A. Wässrig. (l) Pertencente ao meio subaquoso. (2) Pertencente ao sedimento depositado pela água. AR DO SOLO — I. Soil air; F. Air de sol; E. Aire del suelo; A. Bodenluft. Denominação dada ao ar intersticial, isto é, contido nos poros que se comunicam entre si e com o exterior. O conteúdo de oxigênio de solo bem aerado é de 18 a 21%, porém diminui com a profundidade. Sinônimo: atmosfera do solo (soil atmosphere). ARAGONITA — I. Aragonite; F. Aragonite; E. Aragonita; A. Aragonit.

Mineral ortorrômbico polimorfo da calcita, que constitui conchas de pelecípodes e gastrópodes e alguns corais e raros foraminíferos, além de ser encontrado como precipitado químico. Lamas carbonáticas modernas são compostas de diminutos cristais aciculares de aragonita, do mesmo modo que os oóides calcários atuais. A aragonita é um mineral instável e, segundo Lowenstam (1954), quando presente em conchas modernas pode ser recristalizada para calcita em somente alguns anos. ARAGONITIZAÇÃO — I. Aragonitization; F. Aragonitisation; E. Aragonitización; A. Aragonitbildung. Fenômeno de formação da aragonita (aragonite) durante a construção da parte esqueletal de muitos animais embora, sob condições normais de temperatura e pressão, o CaCO3 seja mais estável como calcita. Até hoje, não se conhece bem as razões porque as carapaças calcárias de organismos cristalizam-se freqüentemente na forma de aragonita e não de calcita. ARBORESCENTE — Veja DENDRÍTICO. ARCABOUÇO — I. Framework; F. Charpente; E. Armazón (Trama); A. Gerüst. Elementos básicos que compõem o cenário tectônico (tectonic setting) ou cenário estrutural (structural setting) incluindo áreas estáveis, subsidentes e em soerguimento ou, ainda, o “esqueleto” de um sedimento, como os grãos ou partículas, matriz e cimento de um arenito. Deste modo, pode-se falar em arcabouço tectônico (tectonic framework) ou arcabouço estrutural (structural framework) e em arcabouço sedimentar (sedimentary framework) de um arenito. ARCABOUÇO ESTRUTURAL — Veja ARCABOUÇO. ARCABOUÇO SEDIMENTAR —Veja ARCABOUÇO. ARCABOUÇO TECTÔNICO — I. Tectonic framework; F. Charpente téctonique; E. Armazón tectónico; A. tektonisches Gerüst. Conjunto dos elementos estruturais de uma região, incluindo áreas de soerguimento(uplifting) e de subsidência (subsidence), além das áreas estáveis. ARCHEOPTÉRYX — I. Archaeopteryx; F. Archeopteryx; E. Archeopteryx; A. Archäopteryx. Ancestral mais antigo das aves que apareceu no Período Jurássico, cujo fóssil foi encontrado no calcário de Solenhofen (Alemanha). Basicamente era provida de estrutura óssea de um réptil e o seu tamanho era semelhante ao de um corvo. ARCO — Veja ARCO ESTRUTURAL. ARCO INSULAR — I. Island arc; F. Arc insulaire; E. Arco insular; A. Inselbogen. Cadeia curva de ilhas, como as Aleutas, em geral convexa para o oceano aberto (open ocean) e margeada por fossas submarinas profundas, envolvendo uma bacia oceânica profunda. De acordo com a teoria de Tectônica de Placas (Plate Tectonics), este tipo de feição é formado quando duas placas crustais oceânicas encontram-se em uma Zona de Subducção (Subduction Zone). O arquipélago japonês constitui um outro exemplo de arco insular. ARCO MAGMÁTICO — I. Magmatic arc; F. Arc magmatique; E. Arco magmático; A. magmatischer Inselbogen. Cinturão curvo de vulcões associado à Zona de Subducção (Subduction Zone), marcando a posição do magmatismo principal associado a margens convergentes. Pode apresentar-se como arco insular (island arc) ou como cinturão magmático sobre a margem continental (continental margin). Sinônimo: arco vulcânico (volcanic arc). Exemplo: Arquipélago Japonês. ARCO MARINHO — I. Sea arch; F. Arc marin; E. Arco marino; A. Brandungstor. Testemunho rochoso em forma de arco, resultante da erosão diferencial (differential erosion) por ondas. Sinônimo: arco natural (natural arch). ARCO DE MEANDRO — Veja ATALHO EM CORREDEIRA.

ARCO NATURAL — Veja ARCO MARINHO. ARCO VULCÂNICO — Veja ARCO MAGMÁTICO. ARCÓZIO — I. Arkose; F. Arkose; E. Arcosa; A. Arkose. Rocha sedimentar (sedimentary rock) detrítica arenosa formada por mais de 25% de feldspatos derivados de rochas graníticas. Apresenta comumente cor rósea e granulação grossa, sendo típico de ambiente continental de relevo acentuado representando, em geral, a última fase deposicional (pós-orogênica) de um ciclo geossinclinal, isto é, molassa (molasse). Além disso, existe também arcózio de origem residual, representando o regolito (regolith) formado sobre rochas graníticas e, neste caso, apresenta extensão e espessura reduzidas em relação ao depósito de molassa. O clima árido também pode favorecer a sedimentação de arcózio. ARDÓSIA — Veja ARGILITO. ÁREA FONTE — I. Source area; F. Aire (Zone) source; E. Área fuente; A. Herkunftgebiet. Conceito relacionado à área de proveniência de sedimentos detríticos (detrital sediments) e o seu estudo envolve fundamentalmente a composição mineralógica desses sedimentos. O problema consiste na análise mineralógica das frações pesada e leve associada ao conhecimento da estabilidade das mesmas, tanto sob aspectos físicos quanto químicos, para se chegar às rochas matrizes (source rocks) que entram na composição da área fonte. Entre outras técnicas, as análises de minerais pesados (heavy minerals) conjugadas ao estudo das paleocorrentes deposicionais (depositional palaeocurrents) são muito úteis nessas pesquisas (Coutinho & Coimbra, 1974). ÁREADEGERAÇÃO— Veja ORIENTAÇÃO DEPRAIA. ÁREA NEGATIVA — I. Negative area; F. Aire négative; E. Área negativa; A. Absenkungsgebiet. Área que sofreu subsidência acentuada ou repetida, em geral identificada pelo acúmulo de espessas seqüências de sedimentos. ÁREA POSITIVA — I. Positive area; F. Aire positive; E. Área positiva; A. Hebungsgebiet. Área que foi submetida a levantamentos conspícuos e repetidos e, portanto, caracterizada por intensa erosão e exposição de rochas frescas. AREIA — I. Sand; F. Sable; E. Arena; A. Sand. (1) Fração granulométrica de sedimentos detríticos (detrital sediments) compreendida entre 0,062 (1/16) e 2mm. (2) Sedimento detrítico (ou clástico) não consolidado, composto predominantemente por partículas minerais entre 0,062 e 2mm. O mineral mais freqüente, na maioria das areias, é o quartzo (quartz) porém há situações especiais, como em áreas desérticas, onde podem predominar fragmentos de calcita, gipsita, feldspato, etc. AREIA CALCÁRIA — I. Calcareous sand; F. Sable calcaire; E. Arena calcárea; A. Kalksand. Depósito sedimentar composto de partículas de carbonato de cálcio (CaCO3), predominantemente com granulação de areia (0,062 — 2mm), tais como, oólitos (oolites), bioclastos, etc. Exemplos: areia conchífera (shell sand ), areia de calcário oolítico das Baamas, etc. AREIA EM COBERTOR — Veja AREIA EM LENÇOL. AREIA CONCHÍFERA — I. Shell sand; F. Sable coquiller; E. Arena con conchilla; A. muschelhaltiger Sand.

Areia em geral quartzosa com mistura de fragmentos carbonáticos de conchas de moluscos. Como sedimentos de fundo submarino (sea floor), aparecem em áreas de plataforma continental (continental shelf ) suficientemente rasas que são afetadas pelas ondas, isto é, na plataforma interna (inner shelf ). AREIA CORALINA — I. Coral sand; F. Sable corallien; E. Arena coralina; A. Korallensand. Areia composta predominantemente de fragmentos de corais, ao lado de foraminíferos, algas, etc., que se deposita em áreas próximas a recifes (reefs). Há casos em que os fragmentos de corais não são os mais freqüentes, porém cerca de 90% desta areia são compostos de carbonato de cálcio (CaCO3). AREIA CORDÃO-DE-SAPATO — I. Shoestring sand; F. Sable en lacet de soulier; E. Arena cordón de zapato; A. Sandwalze (schmale langgestreckte Sandlinse). Termo introduzido por Rich (1923) para designar corpos arenosos alongados dentro de argilas e folhelhos, constituindo armadilhas estratigráficas (stratigraphic traps) de petróleo e outros fluidos. A largura destes corpos pode variar de 1 a 5km e a extensão pode chegar a mais de 300km. A espessura é quase sempre inferior a 60m. Em regiões litorâneas, as ilhas barreira (barrier islands) e os canais de maré (tidal channels) podem gerar litossomas (lithosomes) com esta geometria. AREIA EFERVESCENTE — Veja AREIA MOVEDIÇA. AREIAEÓLICA — I. Eolian sand; F. Sable éolien; E. Arena eólica; A. äolischer Sand (Dünensand). Areia transportada e depositada pelo vento. A composição mineralógica, embora seja predominantemente quartzosa, depende em última análise da composição mineralógica da rocha matriz (source rock), podendo ser até essencialmente gipsítica como acontece nas dunas de White Sands (Novo México, Estados Unidos) ou calcária como acontece na Flórida (Estados Unidos). A seleção granulométrica é, em geral, boa a muito boa e freqüentemente exibe distribuição bimodal (bimodal distribution). AREIA FINA — I. Fine sand; F. Sable fin; E. Arena fina; A. Feinsand. Areia com predominância de partículas minerais com diâmetros entre 0,125 e 0,250mm, independentemente da sua composição mineralógica. AREIAFLUVIAL — I. Fluvial sand; F. Sable fluviale; E. Arena fluvial; A. Flussand. Areia transportada e depositada por processos fluviais, em geral, encontrada nos depósitos de preenchimento de canal fluvial (fluvial channel) ou de barra de meandro (point bar) nos rios meandrantes e como barra longitudinal de canal (longitudinal channel bar) nos rios entrelaçados. Em geral é muito rica em estruturas sedimentares hidrodinâmicas (hydrodynamic sedimentary structures). AREIA GLAUCONÍTICA — I. Glauconite sand; F. Sable glauconieux; E. Arena glauconítica; A. Glaukonitsand. Areia rica em glauconita (glauconite), que lhe atribui cor esverdeada. Em geral é de origem marinha, podendo ser depositada em ambiente continental por retrabalhamento (reworking) de antigos arenitos marinhos. Sinônimo: areia verde (green sand ). AREIA GROSSA — I. Coarse sand; F. Sable grossier; E. Arena gruesa; A. Grobsand. Areia com predominância de partículas minerais com diâmetros entre 0,5 e 1mm, independentemente da sua composição mineralógica. AREIA EM LENÇOL — I. Sheet sand; F. Sable en nappe; E. Manto de arena; A. Deckensand (Sandteppich). Depósito arenoso de pequena espessura quando comparada a sua superfície, isto é, com grande persistência lateral (McGugan, 1965), sedimentado provavelmente por mar transgressivo avançando através de uma ampla frente por distâcias consideráveis (centenas de quilômetros). Sinônimo: areia em cobertor (blanket sand).

AREIA LITORÂNEA REGRESSIVA — I. Regressive littoral sand; F. Sable litoral régressif; E. Arena litoral regresiva; A. regressiver Küstensand. Curray & Moore (1964) chamaram de areia litorânea regressiva aos campos arenosos que formam um lençol contínuo por debaixo de depósitos paludiais (paludal deposits). Em superfície a areia litorânea regressiva é reconhecida por uma sucessão mais ou menos paralela de cristas praiais (beach ridges), que correspondem a antigas linhas de praia. No Brasil, Suguio et al. (1985) mapearam amplas áreas de areias litorâneas regressivas, particularmente desenvolvidas ao redor de desembocaduras fluviais, como do Rio Doce (ES) e Rio Paraíba do Sul (RJ). AREIA DE MAR PROFUNDO — I. Deep sea sand; F. Sable abyssal; E. Arena abisal; A. abyssischer Sand. Areia quartzosa contendo feldspato, mica, sílex em forma de grãos angulosos e podendo também conter seixos. A origem desta areia era desconhecida, porém a descoberta da atuação de correntes de turbidez (turbidity currents) até em mar profundo (deep sea) fez com que ela passasse a ser atribuída a este mecanismo. AREIAMÉDIA— I. Medium sand; F. Sable moyen; E. Arena media; A. Mittelsand. Areia com predominância de partículas minerais com diâmetros entre 0,250 e 0,500mm, independentemente da sua composição mineralógica, segundo a escala de Wentworth (1922). AREIA MOVEDIÇA — I. Quicksand; F. Sable mouvant; E. Arena movediza; A. Schwimmsand (Quicksand). Areia fina a média fluidificada por conter muita água, que reage prontamente à pressão ou peso, podendo engolfar homens e animais. Ela pode ser injetada em fissuras dando origem aos diques de areia (sand dikes) que, quando consolidados, são chamados de diques de arenito (sandstone dikes). Sinônimo: areia efervescente (boiling sand ). AREIA NEGRA — I. Black sand; F. Sable noir; E. Arena negra; A. Schlich. Areia com concentração local de minerais pesados opacos de cor preta, em geral ricos em ferro e magnésio, compostos predominantemente de magnetita, ilmenita, hematita, etc. Forma em geral depósito de idade quaternária e, em alguns países, constituem recursos minerais economicamente exploráveis, inclusive no Brasil. AREIA SONORA — I. Sounding sand; F. Sable chantant; E. Arena sonora; A. tönender Sand. Algumas areias, quando se caminha sobre elas, emitem sons audíveis ao ouvido humano. Esses sons que são audíveis conforme o lugar, são produzidos pelo impacto dos grãos entre si. Gibson (1946) relacionou a natureza dos sons à granulação das areias mas, em última análise, desconhece-se a verdadeira causa do fenômeno da areia sonora. AREIA SUSPENSA — I. Suspended sand; F. Sable perché; E. Arena suspendida; A. suspendierter Sand. O transporte de partículas sólidas em meio aquoso pode processar-se por tração, saltação e suspensão. Quanto menores os seus diâmetros menores as suas velocidades de decantação (settling velocities), de modo que entram em suspensão com mais facilidade. A concentração de material em suspensão nas águas do Rio Amarelo (China) varia de 100 a 1.000g/cm3 com diâmetro médio de 0,02mm; partículas com diâmetros inferiores a 0,01mm distribuem-se por toda a coluna de água, enquanto que as maiores estão mais concentradas junto ao fundo. AREIA TECTÔNICA — I. Tectonic sand; F. Sable téctonique; E. Arena tectónica; A. tektonischer Sand. Areia originada por desintegração de rochas durante atividades tectônicas que afetaram uma área. AREIA VERDE — Veja AREIA GLAUCONÍTICA. AREIA VULCÂNICA — I. Volcanic sand; F. Sable volcanique; E. Arena volcánica; A. vulkanischer Sand. Sedimento piroclástico composto de grãos compreendidos na fração areia (0,062 a 2mm), segundo a escala de Wentworth (1922). ARENÁCEO — Veja SEDIMENTO.

ARENICOLITE — T. Arenicolite; F. Arenicolite; E. Arenicolite; A. Arenicolite. Perfuração preenchida por areia, em forma de “U”, encontrada normalmente em arenito, atribuída a vermes marinhos por semelhança da perfuração e pistas deixadas pelo verme moderno Arenicola. ARENIGIANO — I. Arenigian; F. Arenigien; E. Arenigiano; A. Arenig (ien). (l) De acordo com a classificação estratigráfica geral da Europa (Van Eysinga, 1975), corresponde à segunda idade mais antiga entre 476,1-493 Ma, da subdivisão tetrapartite da época inferior do Período Ordoviciano, situada acima do Tremadociano e abaixo do Llanvirniano. (2) Andar (unidade cronoestratigráfica) de camadas sedimentares depositadas durante aquele lapso de tempo, do Sistema Ordoviciano inferior. Caracterizado em Montes Arenig (Gales do Sul), por lamito e folhelho com Didymograptus e, às vezes, por conter abundantes fósseis de braquiópodes e trilobitas, cuja designação fo atribuída por Sedgwick (1847; in Harland et al., 1990). Sinônimo: Eskiddaviano (Skiddavian). ARENITO — I. Sandstone (Arenite); F. Grès; E. Arenisca; A. Sandstein. Rocha sedimentar detrítica resultante da litificação (consolidação) da areia por um cimento de natureza química (calcítica, ferruginosa, silicosa, etc.). Usando-se a relação 100 x feldspato / quartzo + feldspato tem-se as variedades: quartzoso (
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