CURSO: LICENCIATURA EM QUÍMICA DISCIPLINA: QUÍMICA AMBIENTAL Acidente radiológico de Goiânia em 1987: Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste -CRCN-CO Aluno

October 17, 2017 | Autor: Uashington Ferreira | Categoría: Chemicals
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Descripción


CURSO: LICENCIATURA EM QUÍMICA
DISCIPLINA: QUÍMICA AMBIENTAL








Acidente radiológico de Goiânia em 1987:
Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste - CRCN-CO








Aluno:
Uashington José Ferreira

Professora MSc.:
Lidiane Michelini






IPORÁ
2014
1 INTRODUÇÃO

No ano de 1987 a cidade de Goiânia-Go, foi palco do pior acidente radiológico em área urbana na historia, provocando 04 mortes inicialmente e outras 60 são atribuídas a exposição aos materiais contaminados, além de 628 vitimas da contaminação reconhecidas pelo ministério público, entre policiais militares, bombeiros, vizinhos dos principais focos de contaminação e parente das vitimas. A Associação de Vítimas do Césio-137, estima que mais de 6 mil pessoas possam ter sido expostas a radiação(GREENPEACE, 2007).

HISTÓRIA DO ACIDENTE

Roberto dos Santos descobre a existência de uma peça de chumbo nas antigas dependências do Instituto Goiano de Radioterapia, situado na Avenida Paranaíba. Com a ajuda de Wagner Mota no dia 13 de setembro de 1987, conseguem remover partes de um antigo equipamento de radioterapia que se encontrava no local e levam em um carrinho de mão para a Rua 57 no centro de Goiânia(ILEA, 2014).
A peça é vendida para Devair Alves Ferreira dono de um ferro-velho no dia 18 de setembro, na mesma tarde seus funcionários começam a desmontar a peça de chumbo que continham a fonte de Césio-137, à noite Devair se encanta com o brilho emitido pela fonte de Cési-137 e imagina com se trata de um material de muito valor (ILEA, 2014).
Devair leva a fonte de Césio-137 para casa e entre os dias 19 a 21 de setembro de 1987 convida seus amigos e vizinhos para observar o fenômeno, o irmão de Devair, Ivo Alves leva um pouco do Césio-137 em seu bolso para casa, todas as pessoas que tiveram contato direto com o Césio-137 passam mal, todos procuram o Hospital São Lucas (ILEA, 2014).
Ao chegar em sua casa, Ivo Alves, mostra para sua filha Leide das Neves que tinha 6 anos, ela brinca com o material e acaba se alimentando sem lavar as mãos, acabando por ingerir alguma quantidade de Césio-137. A esposa de Devair Gabriela suspeita que o que esta causando os problemas de saúde em sua casa seja a fonte de Césio-137 que seu marido levou para casa, ela pega um ônibus e vai até a Vigilância Sanitária levar o material, na figura abaixo temos a foto do saco com capsula contendo o Césio-137 levado a Vigilância Sanitária (ILEA, 2014).





Figura 01: Saco com capsula de Césio-137 na Vigilância Sanitária de Goiânia 1987

Fonte – CNEN

O físico Walter Ferreira confirma que o material que estava na Vigilância Sanitária é radioativo, neste momento o CNEN é informado do problema, Devair e seus familiares são convencidos a deixarem suas casas, as vitimas passam a ser monitorada no Estádio Olímpico, uma grande quantidade de material contaminado são recolhidos e acondicionados em tambores, entre estes materiais, estão casas, carros, arvores e animais de estimação (ILEA, 2014).
A partir deste momento existem muitos contraditórios, como a quantidade de pessoas atingidas, a falta de informação por parte das pessoas envolvidas na remoção dos rejeitos radioativos, como relatos de que os policiais e bombeiros tinham ido tratar de um vazamento de gás e o reconhecimento de muitas pessoas que foram atingidas e não tiveram um ressarcimento por parte do podem público.
Muitos fatores podem ter contribuído para a demora nos procedimentos de combate ao acidente radiológico, analisando as varias histórias do acidente radiológico, percebe-se que, uma corrigida internacional que estava ocorrendo no município de Goiânia por ocasião do acidente, o medo do pânico da população e o recente acidente de Chernobyl, contribuiu para que o governo na época não informar a verdadeira natureza do problema ocorrido.

2 CENTRO REGIONAL DE CIÊNCIAS NUCLEARES DO CENTRO-OESTE (CRCN-CO)

O CNEN é uma autarquia federal veiculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), foi criado em 1956 com o intuito de regular e fiscalizar o uso da energia nuclear no Brasil. Possui também uma área de pesquisa ligada a energia nuclear, desenvolvendo técnicas que permitam um uso cada vez maior e seguro da energia nuclear, possui 14 unidades distribuídas em 14 estados brasileiros, com sede localizada no Rio de Janeiro (CNEN, 2014).
O Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO) foi criado em 01/06/1989, com o proposito de representar o CNEN no Estado de Goiás, visando o acompanhamento das atividades decorrentes do acidente radiológico com Césio-137 ocorrido em 1987, esta localizado no município de Abadia de Goiás (CRCNCO, 2014).
O CRCM-CO foi construído para abrigar os rejeitos gerados pelo acidente com o Césio-137, em 1991 iniciaram os estudos para a construção de um deposito definitivo para os rejeitos do Césio-137 e em 1997 foi inaugurado as instalações definitivas do CRCN-CO e do deposito definitivo dos rejeitos do Césio-137, nas figuras abaixo temos uma visão geral das instalações do CRCN-CO e dos depósitos (CRCNCO, 2014).

Figura 02: Prédio principal do CRCN-CO

Fonte – Do próprio autor

Na figura acima temos a entrada do prédio principal do CRCN-CO é composto por laboratórios de pesquisa, auditório, um hall com a história da energia nuclear no Brasil e o acidente com o Césio-137 ocorrido em Goiânia, além de palestras para os visitantes em sua maioria estudantes.

Figura 03: Maquete do deposito definitivo dos rejeitos do Césio-137

Fonte – Do próprio autor

Ao total foram construídos 02 depósitos definitivos para abrigar o total de rejeitos gerados no acidente com o Césio-137 em 1987, ao total foram guardados nestes depósitos definitivos 1.347 caixa de aço, 4.223 tambores de 200L, 10 contêiner marítimos e 8 recipientes de concreto (ILEA, 2014).
Antes de serem transferidos para esta área os rejeitos foram mantidos próximo ao Estádio Olímpico em Goiânia, em seguida foram transportados para o CRCN-CO, porém em um deposito provisório e apenas em 1997 foram construídos os depósitos definitivos para abrigar os rejeitos pelos próximos 300 anos quando os níveis radioativos serão apenas uma fração da radiação inicial da capsula.
Césio-137 possui uma meia vida de 30,15 anos, desta forma, a cada 30,15 anos a massa de Césio-137 se reduz a metade, em 2017 a radiação emitida pelos rejeitos será 50% menor que na época do acidente e em 2057 será de 25%, na figura abaixo temos o deposito 1 dos rejeitos.
Figura 04: Deposito 1 dos rejeitos do Césio-137

Fonte – Do próprio autor

Esta é uma foto do deposito 1, o solo, a água e o ar são constantemente monitorados para garantir que não há contaminação.

Figura 04: Deposito 2 dos rejeitos do Césio-137

Fonte – Do próprio autor

Os depósitos para os rejeitos do Césio-137 ficam uma área do Governo Estadual de Goiás, que foi transformado em parque ambiental, apenas uma pequena parte é ocupada pelo deposito dos rejeitos, o restante esta sendo recuperado, com o replantio de espécies nativas do serrado.

3 CONCLUSÃO

Pode-se fazer algumas observações quando falamos do acidente radiológico em Goiânia em 1987, quando falamos de vitimas fatais os dados são os mesmos nas diversas versões da historia, porém quando falamos de vitimas não fatais, existem algumas disparidades, quanto ao numero de atingidos, bem como ao atendimento aos atingidos pelo acidente como Césio-137.
Se por um lado o CNEN e o Governo do Estado de Goiás, diz que todos os atingidos foram atendidos e tratados da forma adequada a Associação das Vitimas do Césio-137, diz que existe um grande numero de vitimas que não receberam os atendimentos necessários, principalmente em relação aos trabalhadores que foram responsáveis para a descontaminação, como trabalhadores terceirizados, policiais e bombeiros.
Outro dado importante é um maior controle de todas as fontes de radiação presentes no território nacional, medida responsável por evitar que novos acidentes desta magnitude ocorram no futuro.


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CNEN. SOBRE A COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR (CNEN). 2014. Disponível em: < http://www.cnen.gov.br/acnen/inf-perguntasfrequentes.asp >. Acesso em: 29/10/2014.

CRCNCO. Histórico 2014. Disponível em: < http://www.crcn-co.cnen.gov.br/institucional/historico.asp >. Acesso em: 29/10/2014.

GREENPEACE. Memorial Césio-137. 2007. Disponível em: < http://www.greenpeace.org.br/nuclear/cesio/flash_cesio.html >. Acesso em: 29/10/2014.

ILEA. O Acidente Radiológico de Goiânia. 2014. Disponível em: < http://www.ilea.ufrgs.br/radioisotopos/Aula%2027%20Julho%20Arquivo%201.pdf >. Acesso em: 29/10/2014.



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