Coletivo Fluidez - fluindo por todos os lados

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Coletivo Fluidez: Fluindo por todos os lados Fluidez é um conjunto de características que confere movimento, desejo e fluência, que não se estagna no que é sólido e petrificado. Aqui, o fluxo corre também para mais adiante das fronteiras e das margens, pois não se furta em assumir rupturas epistemológicas, ideológicas e deslocamento de saberes que promovem e provocam afluências e descentramentos de caminhos que dizem de certa “verdade” e “essência” do sujeito que, de acordo com Michel Foucault (1984; 1988), se supõe estar localizada no sexo. Sendo assim, não entendemos o sexo como é um produto da natureza biológica, sim de práticas culturais e sociais. Dessa forma, na Fluidez é permitido “se decifrar” para muito além da sexualidade enquanto dispositivo de produção de categorias e discursos, afinal, as identidades são fluidas e não se bastam em curtas rotulações. Por conseguinte, faz-se necessário questionar (e abandonar) os binarismos e a naturalização das relações de poder. Nesse sentido, abre-se espaço para discussões sobre as formas possíveis de ser que tenham como foco a autonomia e a agência dos corpos dos sujeitos que não se coadunam com práticas pautadas na heteronormatividade compulsória, no machismo, na misoginia, no racismo e em demais formas de opressão, subalter-

nização e exclusão social. Dessa maneira, o Coletivo Fluidez surgiu em agosto de 2013, por estudantes universitários/as da Universidade Federal de Goiás, em sua maioria jovens, sem distinções de sexo, de idade, de raça/ cor e/ou de classe social. Vale ressaltar que qualquer pessoa é bem vinda nesta luta, ainda que em sua maioria a atuação seja juvenil. Dessa forma, o surgimento do Coletivo Fluidez se deu a partir das necessidades, das demandas e dos desejos em construirmos um mundo mais igualitário e justo. Acreditamos, portanto, na possibilidade da criação de espaços de discussão e atuação política que não se pautam exclusivamente em perspectivas que tomam as identidades do sujeito enquanto estanques e monolíticas. Do mesmo modo, entendemos que é possível a construção de políticas que respeitem tanto as diversas formas de expressar a própria sexualidade, bem como de que a mesma não seja essencial e possa cambiar durante a trajetória de vida do sujeito. Queremos, do percurso fluido que os desejos evocam, promover um espaço de diálogo, de debates, de atos e de ações entre aquelas e aqueles que se engajam politicamente na defesa da pluralidade e multiplicidade das diferenças. Neste senti-

do, a atuação do Coletivo Fluidez visa proporcionar espaços para trocas de experiências, informações e conhecimentos no que se referem aos assuntos relacionados ao gênero e à diversidade sexual favorecendo a pluralidade de ideias.

nossa página2, também nessa rede social, somos 116 pessoas.

diferem na forma de amar. Lutamos para que todas FOUCAULT, Michel. A História da Sexualidade I – as pessoas, independente da orientação sexual, A vontade de saber. Rio de Janeiro: Editora Graal, usufruam dos mesmos direitos enquanto cidadãos 1988. e cidadãs. __________________. A História da Sexualidade Em menos de um ano de existência, realizamos 2 – O uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Edição Graal, campanhas educativas com oficinas de cartazes 1984. distribuídas por toda a Universidade Federal de Goiás para combatermos as diferentes formas de opressão, em especial o machismo, a misoginia, a >> Giórgia Neiva. Psicanalista e Antropóloga. Mestra em homofobia, lesbofobia e transfobia, assim como os Antropologia Social pela Universidade Federal de Goiás demais preconceitos voltados para essas temáticas. (UFG). Graduação em Psicologia pela Pontifícia Católica de Goiás (PUC-GO). Pesquisadora do Ser-Tão – Núcleo Também realizamos ações em calouradas univerde Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidade (UFG). sitárias, em marchas e manifestações sociais, parMembro do Coletivo Fluidez (UFG). ticipamos de debates e palestras com foco na tolerância e no respeito às diferenças, promovemos >> Matheus França. Mestrando em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (UnB). Cientista Social hagrupos de estudos (realizados uma vez por mês) bilitação em Políticas Públicas pela Universidade Federal nos quais os objetivos são o empoderamento inde Goiás. Pesquisador do Ser-Tão – Núcleo de Estudos e telectual que faça frente aos argumentos levianos Pesquisas em Gênero e Sexualidade (UFG). Membro do utilizados por aqueles e aquelas que insistem em Coletivo Fluidez (UFG). conservadorismos punitivos. Nossa atuação acontece de maneira presencial, contudo, também estamos nas redes sociais internéticas para somarmos forças e engajamentos políticos. Atualmente, em nosso grupo 1 no Facebook contamos com a participação de 74 membros e em 1 (Acesso em 27 de abril de 2014

2 (Acesso em 27 de abril de 2014).

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Seja nosso(a) parceiro(a), junte-se a nós e venha somar na luta por direitos igualitários. Geralmente, nossas reuniões acontecem às sextas-feiras, às Buscamos, também, garantir que a dignidade e a 18:00 horas, no C.A. de Ciências Sociais da Univercidadania de pessoas de quaisquer orientações se- sidade Federal de Goiás. xuais sejam respeitadas, sem que precisem enfrentar humilhação, bullying, ofensas, exclusão social e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: assédio moral por causa de sua sexualidade, uma FACEBOOK – Grupo do Coletivo Fluidez. Disponível vez que sabemos que os preconceitos contra as seem: https://www.facebook.com/groups/506201939 xualidades são diversos e se referem, sobretudo, à 463450/?fref=ts. Acessado em abril de 2014. discriminação, à antipatia, à repulsa e à aversão da manifestação de uma sexualidade que não seja a ________________. Página do Coletivo Fluipadronizada socialmente, além de sentimento de dez. Disponível em: https://www.facebook.com/ medo do contato entre aqueles e aquelas que se coletivofluidez?fref=ts. Acessado em abril de 2014.

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