Análise Ergonômica para Identificação de Problemas no painel de máquina de lavar

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Descripción

Análise Ergonômica para Identificação de Problemas no painel de máquina de lavar Ergonomic Analysis for Identification of Problems in the washing machine panel

Isabela de M. Santos | Graduanda em Bacharelado em Design, UFRN; [email protected] Tuisi Alves Torres| Graduada em Turismo e Graduanda em Design, UFRN; [email protected] Tarsila Fernandes de Araújo | Graduanda em Bacharelado em Design, UFRN;[email protected] Alessandra Xavier | Graduanda em Bacharelado em Design, UFRN; [email protected] Vanylla Rebouças Dantas | Graduanda em Bacharelado em Design, UFRN; [email protected] José Guilherme da Silva Santa Rosa | Doutorado em Educação em Ciências e Saúde, UFRJ; [email protected]

Resumo: Este artigo é um estudo teórico sobre a aplicação de conceitos da ergonomia, com o foco na ergonomia informacional, a fim de identificar divergências em um sistema de interface de um modelo de máquina de lavar roupas. Dessa forma, foi desenvolvido um referencial teórico sobre o assunto, seguido de pesquisas e aplicação de técnicas de análise ergonômica, como o diagrama de afinidades e observação assistemática, com usuários do sistema. Com isso foi possível perceber de forma prática as desconformidades ergonômicas dentro de um sistema de interfaces presentes no cotidiano, podendo este estudo servir assim auxiliar no desenvolvimento de análises ergonômicas dentro deste contexto. Palavras-chave: ergonomia informacional, análise ergonômica, interface.

Abstract: This article is a theoretical study on the application of ergonomic concepts, focusing on informational ergonomics in order to identify differences in an interface system of a washing machine model. Thus, we have developed a theoretical reference on the subject, followed by research and application of ergonomic analysis techniques, such as affinity diagram and observation with users of this system. It was then possible to realize in a practical way the ergonomic variances within a interface system; this study may well serve as a reference for interventions and ergonomic analysis within this context. Key-words:human-factors, informational ergonomy, ergonomic analysis, inerface

I. Introdução A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem, sendo observado, principalmente, a interação entre o homem e as interfaces dos sistemas nos quais há trocas de informações e energia entre homem, máquina e ambiente, resultando na realização do trabalho (IIDA, p.2 2005). A ergonomia objetiva, através da ação, resolver os problemas da relação entre o homem, máquina, equipamentos, ferramentas, programação do trabalho, instruções e informações, solucionando os conflitos entre o humano e o tecnológico, entre a inteligência natural e a inteligência artificial nos sistemas homens-máquinas, (MORAES e MONT´ALVÃO, 2012). Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO, 2014) é possível ainda, dividir as áreas da ergonomia em diferentes setores de acordo com os assuntos a serem analisados, dentre as quais está incluída a ergonomia cognitiva. Essa “ refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas”, Abergo, 2014. Tendo em mente que, segundo Iida (2005) na interação entre o homem e as interfaces dos sistemas resulta na realização do trabalho é preciso que haja a consideração da percepção do usuário em relação ao sistema utilizado. Segundo Mont’Alvão apud Moraes (2002) considera-se que as pessoas formam alguma espécie de representação mental de seus ambiente físicos, a qual permite a estes indivíduos descrevê-los, explicá-los, entendê-los. Sendo essas representações também chamadas de modelos mentais. O modelo mental depende da experiência e da formação do operador para lidar com este sistema DANIELLOU apud Moraes (2002). Dessa forma, as representações mentais geradas pelos usuários influenciam diretamente no uso dos sistemas e produtos e devem ser observados para os projetos de interface dos mesmos. De acordo com os conceitos apresentados então, é possível inferir que o usuário realiza o trabalho por meio da interação com o sistema ou produto, através das suas interfaces e nesse processo são aplicadas as representações mentais desses indivíduos. Com isso, levando em consideração tais conceitos as interfaces dos sistemas e objetos devem ser adaptados aos usuários de seu contexto de forma a favorecer a realização do trabalho, desde operações em computadores até o apertar de um parafuso. Observando o cotidiano doméstico e os objetos utilizados para a realização das tarefas, é possível identificar nestes, diversas inadequações ergonômicas que dificultam a realização de tais tarefas, como no caso das máquinas de lavar roupas. Com isso, o presente trabalho busca, por meio da aplicação de conceitos e métodos da ergonomia - com o foco na ergonomia informacional ou cognitiva, bem como os modelos mentais dos usuários -

identificar os principais problemas no sistema do painel de uma máquina de lavar, para que, ulteriormente, sejam aplicados os resultados obtidos em um projeto de redesign afim de corrigir esses problemas, tornando o sistema mais adaptado ao seu usuário.

II. Objeto de estudo: A máquina de lavar e seu painel A lavadora, que pertence ao modelo econômico da marca Eletrolux [Turbo Economia] (Figura 1) é descrita como um eletrodoméstico que desempenha as funções básicas para a lavagem de roupas no ambiente doméstico: A) Liga/Desliga ; B) Jeans/Branco/Encardido C) Normal; D) Rápido 30 min E) Lavagem com reutilização - 1 enxágue - F) Lavagem com reutilização - 2 enxágues - G) Molho Dinâmico; H) Enxágue+ Centrifuga; I) Turbo Centrifugação. A máquina tem a capacidade de até seis quilos e possui um painel analógico de controle de suas funções (Figura 2). Além disso, na parte interior da máquina há um espaço para depósito de sabão em pó, um para amaciante e outro para alvejante. No painel, que é todo apresentado na cor branca, (Figura 2), encontram-se dois botões giratórios reguladores que servem para a escolha das funções. Cada botão é responsável por um tipo de função: o nível de água (Figura 3) e os programas de lavagem (Figura 4). Cada opção está escrita com uma tipografia sem serifa em bold e em um tom escuro de cinza, sendo cada uma assinalada com um ponto na mesma cor. No botão regulador dos programas de lavagem (Figura 4) há ainda uma demarcação usando cores (azul e violeta) na parte mais externa, para classificar as funções de lavagem agrupando-as em três tipos: Programas automáticos; Economia de água e Etapas Extras.

Figura 1. Máquina modelo econômico da marca Eletrolux [Turbo Economia] com capacidade de seis quilos e painel de controle de funções.

Figura 2. Painel de controle de funções que possui oito opções de programas de lavagem e quatro opções de níveis de água.

Figura 3. Botão de níveis de água que possui quatro opções de programação: A) Extra baixo; B) Baixo; C) Médio; D) Alto.

Figura 4. Botão de Programas de lavagem que possui as opções: A) Liga/Desliga ; B) Jeas/Branco/Encardido C) Normal; D) Rápido 30 min E) Lavagem com reutilização - 1 enxágue F) Lavagem com reutilização - 2 enxágues - G) Molho Dinâmico; H) Enxágue+ Centrifug I) Turbo Centrifugação.

III. Métodos & Técnias Segundo Moraes e Mont’alvão (2012), para um intervenção ergonômica no design de produtos deve ser feita seguindo as seguintes grandes etapas: a. Apreciação ergonômica; b. Diagnose ergonômica; c. Projetação ergonômica; d. Avaliação, validação e/ou testes ergonômicos; e. Detalhamento ergonômico e otimização. A primeira fase corresponde a uma fase exploratória, de apreciação ergonômica. Esta utiliza o mapeamento dos problemas ergonômicos que acontece com a sistematização do complexo homem-tarefa-máquina e com a delimitação dos problemas ergonômicos. Assim, são realizados os registros e, posteriormente, elaborado o parecer ergonômico, no qual são identificados os problemas no sistema. Essa etapa se conclui com: a hierarquização dos problemas segundo a gravidade e urgência, de acordo com os maiores problemas causados aos usuários, (MORAES e MONT´ALVÃO, 2012.). Para obtenção de dados qualitativos sobre os problemas do sistema da máquina de lavar, foi desenvolvida uma pesquisa descritiva, onde estão inseridos e foram aplicados ainda o método de verbalização simultânea, e observação do usuário inserido no sistema. O método da observação foi realizada de forma ocasional, ou seja, assistemática, que, segundo Moraes e Mont’Alvão, 2012 é realizada sem planejamento e sem controle aprioristicamente definidos, sobre fenômenos que ocorrem de modo imprevisto. Sendo possível, com isso, se obter uma amostra da situação muito próxima da realidade dos usuários. Além disso, foi considerada ainda a verbalização das atividades, ou seja, a coleta dos depoimentos dos usuários que operaram o sistema durante o uso do mesmo. Com isso, foi possível obter os relatos diretos dos mesmos em relação aos problemas encontrados. Dessa forma, a verbalização foi caracterizada como simultânea, que, segundo Moraes e Mont’Alvão (2012), apresenta a vantagem de produzir as explicações no próprio contexto da atividade, onde as condições concretas de sua realização estão presentes. Os usuários selecionados correspondem a pessoas que conhecem o funcionamento e utilizam a máquina de lavar roupas, com frequência constante ou não. Esses são pessoas pertencentes a classe C, correspondentes a faixa etária de 20 a 70 anos, que tem, dentro do seu contexto diário, o contato com interfaces de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, como televisões, fogões, computadores e máquinas de lavar. Dentre os usuários, dois deles utilizam a máquina de lavar semanalmente (usuárias do sexo feminino de 47 e 23 anos). Dos outros três usuários, um deles (do sexo masculino, dentro da faixa etária de 51 anos ) utiliza a máquina pelo menos uma vez a cada duas semanas e as outras duas usuárias (pertencentes ao sexo feminino, com 20 e 70 anos) utilizam a máquina uma vez por mês, em média. O início da análise se deu com a observação do desenvolvimento das tarefas, onde os usuários foram submetidos ao uso da máquina, da mesma forma como fariam por conta própria, ou seja, no mesmo local onde a mesma se encontra normalmente e em um dos horários em que os mesmos costumam fazer esse uso. Os usuários descreveram as etapas que seguiram no processo de lavagem realizado com mais frequência pelos mesmos, (sendo a escolha do programa normal

de lavagem ocorrida em todos os casos) e foi feita simultaneamente uma observação desse processo. Os usuários começam o processo separando a roupa para a lavagem e ponderando sobre qual modo de lavagem iriam realizar, de acordo com a quantidade de roupas basicamente. Para iniciar a lavagem, os usuários, sem exceções, escolheram primeiramente o nível de água, e, dentre os cinco usuários, três esqueceram que precisavam deixar a tampa da máquina levantada para que o processo se iniciasse sozinho, sendo necessário um reinício do processo na escolha do programa, que veio a ser o próximo passo seguido por todos eles. Dos cinco usuários analisados, quatro deles não sabiam por onde começar o processo de seleção de programas no painel da máquina, ou seja, não sabiam qual botão acionar primeiro, nem se o programa estava selecionado. Sendo comum a necessidade de abrir a tampa para parar todo o processo de lavagem e reiniciá-lo, sendo relatado ainda que: “Não dá para saber qual programa de lavagem está selecionado e, muitas vezes acabo voltando para o mesmo programa só para garantir que ele está selecionado e, caso o botão passe direto, reinicio o programa, levantando a tampa e seleciono-o novamente. Às vezes perco muito tempo apenas para selecionar o programa de lavagem”, relato da usuária de faixa etária de 20 anos. Além disso, foi possível observar uma dificuldade na leitura dos textos no painel, sendo mais comum a escolha dos usuários pelos mesmos já terem memorizado o local dos programas. E, no caso dos três usuários que utilizam a máquina com menor frequência, (uma vez a cada duas semanas e uma vez por mês) foi identificado que os mesmos não conseguiram, muitas vezes, memorizar as opções, o que contribui para o erro nas escolhas. Apenas um dos usuários, (de 70 anos do sexo feminino) sabia da possibilidade de aproveitamento da água quando o processo de lavagem era parado antes de seu fim e afirmou ainda que aprendeu isso com a sua prática, relatando que no manual de instruções não havia uma orientação sobre essa função. Além disso, para que essa função (de aproveitamento de água) ocorra mesmo sendo selecionada com outro programa de lavagem, que não o de aproveitamento de água apenas, é preciso que haja um monitoramento contínuo do processo de lavagem. Sendo essa outra das principais queixa dos usuários, um deles relatou: “Não é possível me ausentar durante a lavagem para preparar a próxima, ou mesmo para realizar outras tarefas domésticas. Preciso ficar aqui de olho porque a máquina não me avisa quando vai acabar a lavagem”relato das usuárias de faixa etária de 45 e 70 anos. Após o levantamento a partir da observação e verbalização, foram listados os principais problemas no sistema, sendo estes: ● Insegurança sobre a ordem de escolha das funções em ambos os botões: Situação ocorrida quando o usuário mudava de ideia sobre qual opção escolher e não tinha certeza em relação a possibilidade de mudança na programação da máquina, resultando na programação errada ou na necessidade de reiniciar o processo; ● Funções que não podem ser controladas: Algumas funções como a de centrifugação, por exemplo, ocorrem sem o comando ou seleção do usuário, mesmo havendo esta opção no painel, acarretando num gasto maior de tempo, energia e possível estrago das peças de roupas; ● Combinação de funções ineficientes:

O painel referido aos Programas de Lavagem (Figura 4) possui combinações de funções ineficientes, não dando margem para o usuário optar por um programa com combinação de opções que não estão no painel. Como por exemplo, o fato do reaproveitamento de água só estar presente no programa correspondente ao de economia de água (Figura4), causando insatisfação para o usuário; ● Falta de sinalização: Não há uma sinalização do andamento das fases dos processos da máquina além do tempo necessário ou decorrido nos programas; ● Letras muito pequenas: A fonte utilizada causou a dificuldade de leitura das opções a serem escolhidas, o que atrapalhou o entendimento das funções. A ocorrência dos problemas pode ser esquematizada no gráfico abaixo (Gráfico 1):

Gráfico 1.Ocorrência dos problemas: Número de ocorrência (Usuários) x Problemas descritos IInsegurança sobre a ordem de escolha das funções em ambos os botões; II- Funções que não podem ser controladas; III- Combinação de funções ineficientes; IV- Falta de sinalização; V- Letras muito pequenas.

Após o levantamento dos problemas mais frequentes, estes foram hierarquizados em relação a sua relevância no sistema, através da aplicação do Diagrama de Afinidades com os usuários. Segundo Santa Rosa e Moraes (2012), o método Diagrama de Afinidades (originalmente denominado de KJ, e também chamado de Language Processing) foi criado com o intuito de organizar e resumir dados qualitativos levantados durante suas observações em campo. Esse método tem sido utilizado tanto na organização, estruturação e hierarquização de dados e pensamentos quanto no estabelecimento de relações entre conceitos complexos, em diversas áreas. Segundo Walter, Tontini e Lima (2006), o método é escolhido por sua praticidade e possibilidade de auxílio na organização de dados desordenados, sendo conveniente a novas maneiras de pensar, possibilitando a visualização das análises de forma não tradicional ou pré-

concebida. Segundo Lee e Neewcomb (1996) apud Walter, Tontini e Lima (2006) a técnica ainda é “projetada para organizar uma grande quantidade de informações complexas e qualitativas (dados linguísticos) e para clarificar os itens envolvidos”. Além disso, segundo Kato e Kunifuji (1997) , apud Walter, Tontini e Lima (2006), o método KJ é útil para reconhecer os pontos comuns do problema e atingir o consenso, suportando ao mesmo tempo pensamentos divergentes e convergentes. O método ainda apresenta os benefícios relacionados aos usuários, por permitir que as ideias sejam compartilhadas durante a discussão e apresentação dos resultados alcançados, especificamente, no que diz respeito a usabilidade e definição dos requisitos do projeto, o método de diagrama de afinidades pode ser empregado após sessões de grupos de foco, entrevistas, questionários, brainstormings e testes de usabilidade, proporcionando discussão, categorização e priorização da grande quantidade de dados qualitativos obtidos por meio das técnicas anteriores (SANTA ROSA e MORAES, 2012). O método foi aplicado de acordo com os procedimentos apontados por Synder (2003) apud Santa Rosa e Moraes (2012) , utilizados durante a discussão de problemas de usabilidade encontrados em interfaces, feito através das seguintes etapas: a. Cada participante deve anotar suas ideias principais a cerca de problemas ainda não resolvidos e outras questões relacionadas ao projeto em post-its ou em cartões. Nesse momento, as opiniões individuais não devem ser verbalizadas; b. As anotações são então coladas na parede ou em um quadro aleatoriamente; c. Cada participante deve ler todas as anotações sem se preocupar com anotações duplicadas ou problemas já solucionados na versão atual do protótipo. Contudo, [se o participante verificar que sua anotação já consta no conjunto de anotações fixados na parede pode removê-la. É sempre permitida a adição de cartões com novas anotações caso os participantes considerem necessária; d. Os cartões devem ser ordenados e classificados em grupo; e. Usando post-its ou cartões (de preferência com cores diferentes), deve-se escolher e escrever um nome para cada grupo. Cada participante pode escolher um nome diferente para cada grupo, portanto cada grupo pode ter vários post-its com nomes diferentes; f. Cada participante deve escrever em uma folha de papel, os três grupos que considere mais importantes e que tenham mais impacto para a implementação ou refinamento do produto/sistema. As prioridades são relacionadas ao projeto como um todo, e não a uma lista individual de tarefas; g. Depois de classificar os cartões e nomear os grupos, deve ser realizada votação para definir as principais categorias que devem ser priorizadas no projeto. Isso pode ser feito, explicando-se e selecionando-se três categorias mais importantes. Para tanto, deve-se escrever nos cartões representantes de cada categoria: (x) para o terceiro lugar, (xx) para o segundo lugar e (xxx) no caso de a categoria ser a mais importante; h. Os cartões representantes de cada categoria devem ser analisados em função do numero de votos (ocorrências de X). O numero de Xs indicara o consenso do grupo a respeito da prioridade daquela categoria. É possível adicionar subcategorias ou combinar categorias no caos de categorias com aspectos muito semelhantes; i. Deve-se validar os resultados, perguntando aos participantes se todos estão de acordo com as prioridades definidas. Deve-se discutir qualquer aspecto que não seja de consenso do grupo;

j. Depois de definidas as categorias, nomes e prioridades, começa-se a discutir, a partir das categorias prioritárias, cada aspecto e propor soluções no caso de aspectos que correspondam a problemas de falhas no projeto. De acordo com Synder (2003) apud Santa Rosa e Moraes (2012), não existe apenas um modo de utilização do método de diagrama de afinidades, e este processo não pode se restringir a uma lista única de procedimentos. Com isso foi feita uma adaptação do método afim de ser aplicado ao sistema analisado, seguindo os seguintes passos (Figura 5 ): ● Os problemas foram detectados com os relatos dos usuários após a utilização do sistema alvo; ● Foi feito o levantamento dos problemas mais decorrentes e a verificação e validação com os usuários; ● Os problemas foram escritos em post-its e organizados de forma aleatória sobre uma folha; ● Os usuários do sistema organizaram os problemas de acordo com o que julgaram mais importantes para serem resolvidos nesse.

Figura 5.Aplicação do método de diagrama de afinidades: Os problemas, levantados com os usuários, foram escritos em post-its e hierarquizados pelos mesmos, de acordo com o grau de importância desses dentro do sistema.

O resultado da aplicação do método resultou na seguinte escala hierárquica (Gráfico 2) :

Gráfico 2. Hierarquia dos problemas de acordo com o grau de importância para os usuários.

IV. Conclusão O artigo buscou levantar os principais problemas dentro de um sistema de um modelo de máquina de lavar roupas através da aplicação de métodos e conceitos utilizados na ergonomia com o foco no usuário. É possível concluir que o artigo apresenta um levantamento de dados, teorias e conceitos de autores estudiosos inseridos no contexto da ergonomia e posteriormente os resultados da aplicação dos mesmos em uma situação real de sistema alvo. Além disso, o acompanhamento das análises iniciais com a participação dos usuários facilitou a identificação dos problemas encontrados no sistema, sendo relevante nesta etapa de análise ergonômica. Podendo assim, haver a utilização dos dados obtidos no desenvolvimento das demais etapas de uma intervenção ergonômica, O presente artigo pode assim, vir a ser aplicável para o estudo de melhorias ergonômicas de interfaces em sistemas ou produtos em diversos contextos.

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