Análise de usabilidade do portal educacional eduK Usability analysis of educational website eduk
MANOELA DE OLIVEIRA ZABOTTI¹ YAGO ZIN NUNES2 EDUARDO EVANGELISTA3 ¹ Acadêmico, Faculdade SATC,
[email protected] 2 Acadêmico, Faculdade SATC,
[email protected] 3 Prof. Me., Faculdade SATC,
[email protected]
Resumo Com os avanços da tecnologia, a internet deixou de ser um acessório para se tornar uma ferramenta no dia a dia da maioria dos usuários em diferentes aplicações. Contudo, observa-se que esses usuários, em muitos casos não estão satisfeitos devido à problemas de usabilidade. Portanto, este estudo trata de explanar a usabilidade e analisá-la a partir do portal educacional eduK. Palavras-Chave: Usabilidade; Web; Educação.
Abstract With advances in technology, the Internet is no longer an accessory to become a tool in everyday life of most users in different applications. However, it is observed that these users in many cases are not satisfied due to usability issues. Therefore, this study tries to explain the usability and look at it from the educational website eduK.
Keywords: Usability, Web; Education.
Análise de usabilidade do portal educacional eduK
1. Introdução Nos últimos anos, a internet deixou de ser um acessório para se tornar parte da rotina de qualquer indivíduo. Com o avanço acelerado da tecnologia, o uso da internet se tornou imprescindível na sociedade moderna. Dessa forma, a Web possui um importante papel na relação usuário/tecnologia, e o desenvolvimento dessas páginas deve ser pensado para desenvolver a melhor experiência para o usuário. De maneira geral, as pessoas não gostam de ter que descobrir como fazer algo (KRUG, 2006), estando menos tolerantes a sites complexos. Por isso, um projeto que não atenda a expectativa do usuário será ignorado por ele (NIELSEN, JACOB, 2007). Sendo assim, a usabilidade na Web nunca teve um papel tão importante. Nesse contexto, este artigo objetiva fazer uma análise heurística da usabilidade do site eduK, um portal educacional de ensino à distância.
2. Metodologia De acordo com Rodrigues (2007, p. 3), a pesquisa científica “é a realização concreta de uma investigação planejada”. Ela é classificada de acordo com sua natureza, sua abordagem, seus objetivos e seus procedimentos (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009). Quanto à sua natureza, esta pesquisa é caracterizada como básica, pois visa produzir novos conhecimentos, contribuir para o avanço científico por meio de verdades e interesses, porém, sem uma aplicação obrigatória. (SILVEIRA, CÓRDOVA, 2009). Quanto à abordagem, esta pesquisa é qualitativa, pois, segundo Silveira e Córdova (2009) a pesquisa qualitativa não é baseada em dados exatos, e sim no estudo aprofundado de um grupo social ou organização, por exemplo.
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Essa pesquisa é considerada exploratória, quando se refere aos seus objetivos, pois se dispõe a apresentar o problema com o intuito de conhecê-lo melhor ou criar suposições ao seu respeito (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009). Quanto aos seus procedimentos é considerada bibliográfica e de estudo de caso. Fonseca (2002) explica que pesquisa bibliográfica é aquela feita a partir de estudos já publicados a respeito do tema proposto. Quanto ao estudo de caso, o autor caracteriza como “um estudo uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou uma unidade social” (FONSECA, 2002, p. 32).
3. Usabilidade na web Com a evolução da tecnologia, a Web tornou-se acessível à grande maioria das pessoas, e com uma vasta variedade de aplicações. Entretanto, boa parte dos seus usuários enfrentam problemas de usabilidade. O termo descreve, de modo geral, a qualidade de uso de uma interface (BEVAN, 1995). Usabilidade é um atributo de qualidade relacionado à facilidade do uso de algo. Mais especificamente, refere-se à rapidez com que os usuários podem aprender a usar alguma coisa. (NIELSEN, JACOB, 2007, p. xvi)
Quando fatores de usabilidade são utilizados durante o processo de desenvolvimento de um projeto Web, muitos problemas podem ser evitados. De acordo com Krug (2006, p.15), “o fato das pessoas que criaram o site não terem se importado em deixar as coisas óbvias – e fáceis – pode diminuir nossa confiança no site e em seus donos.” Dessa forma, quando o usuário está em contato com a interface, cada obstáculo que ele enfrentar durante a experiência o levará à desistência ou à desordem das informações.
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De acordo com Nielsen (1993), a usabilidade está associada a alguns princípios: facilidade de aprendizado; facilidade de lembrar como realizar uma tarefa após algum tempo; rapidez no desenvolvimento de tarefas; baixa taxa de erros e satisfação subjetiva do usuário. Identifica-se,
portanto,
que
a
interface
possui
problemas de usabilidade quando um determinado usuário ou um grupo de usuários encontra dificuldades no processo de navegação na Web. Essas dificuldades podem estar relacionadas à distribuição das informações, ao uso de cores, formas, textos e outros elementos que contribuirão para o desvio da atenção do usuário, levando-o a ter uma experiência ruim com a interface. De acordo com Krug (2006), uma das causas de problemas de usabilidade está no fato de que todas as coisas em uma
página
Web
podem
desnecessariamente.
nos
Levando,
fazer
parar
e
consequentemente,
pensar a
um
processo que ele chama de “conversa mental”, que ocorre em frações de segundos, mas que é bastante turbulento. Nesse sentido, o autor lista alguns questionamentos que os visitantes de um site não devem perder tempo pensando, como: “onde estou?”,
“onde
devo
começar?”,
“quais
as
coisas
mais
importantes nessa página?”, “por que eles deram esse nome a isto?”. Sendo assim, uma das coisas mais importantes no desenvolvimento de um projeto Web é compreender o princípio básico de eliminar as perguntas, tornando a interface de fácil interpretação e utilização (KRUG, 2006).
4. Análises e Resultados Como
visto
anteriormente,
a
usabilidade
está
relacionada à capacidade de um sistema interativo oferecer a um usuário a realização de tarefas de maneira eficaz, eficiente e agradável (ISO 92141, 1998). Dessa forma, serão analisados
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aqui fatores de usabilidade aplicados a interface do site educacional eduk.com.br. Visto que a constante expansão das tecnologias de informação e internet trouxeram novos desafios à diversas áreas, inclusive da educação. O uso de portais de educação à distância vem acompanhando esse crescimento, cujas interfaces necessitam adaptar-se aos novos usuários de tecnologia, bem como atender suas necessidades. A eduK tem sede em São Paulo - SP e é a empresa de educação online que mais cresce na América Latina. O site oferece cursos de capacitação profissional das mais variadas áreas de atuação com o objetivo de oferecer a todos a chance de se desenvolverem profissionalmente com toda a conveniência que uma plataforma online oferece. De acordo com Moran (2007), hoje temos informações demais disponíveis e há uma grande dificuldade em escolher quais são significativas para nós e conseguir integrá-las dentro da nossa mente e da nossa vida. Nesse contexto, a usabilidade entra com papel fundamental nos portais educacionais, a fim de organizar as diversas informações e facilitar a navegação dos usuários no ambiente de aprendizagem. Sendo assim, a usabilidade está relacionada também com a intuitividade do usuário e a eficiência de uso, fatores em comum com a ergonomia, disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas (ABERGO). Portanto, é importante que se conheçam
fatores
cognitivos dos usuários para
que
se
desenvolvam projetos compatíveis com suas capacidades. Segundo Krug (2006), as pessoas possuem a tendência de gastar muito pouco tempo lendo páginas Web, em vez disso, elas apenas olham para elas, procurando por elementos que chamem sua atenção. Portanto, as páginas Web devem ser claras, de forma que apenas “olhando-a o usuário comum saiba o que ela é e como usá-la”. (KRUG, 2006, p. 18)
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O autor estabelece então alguns fatores que devem ser levados em consideração no desenvolvimento de páginas Web e que serão aqui analisados de acordo com o portal eduK. Hierarquia visual Steve
Krug
(2006)
argumenta
que
é
preciso
desenvolver páginas fáceis de serem compreendidas, mesmo que o usuário esteja navegando com pressa. As informações visuais devem estar organizadas de modo que fique claro onde estão e porque estão em determinado lugar, criando uma hierarquia visual. A página inicial do site eduK apresenta uma hierarquia visual. Ao visualizá-la, o primeiro elemento a ser visto é um banner promocional para utilizar o site grátis por sete dias. Como é um site de assinaturas, essa informação está evidente para quem acessa o site pela primeira vez para experimentar os cursos oferecidos. Figura 1 – Página inicial do site eduK.
Fonte:
Em seguida, o olhar do usuário é guiado para o cabeçalho do site, no canto superior esquerdo, onde localizam-se elementos com mais destaque: o logotipo, a barra de pesquisa e um botão de programação ao vivo. Para depois então, visualizar as categorias de cursos disponíveis, essas com menos destaque que o grupo de elementos anterior.
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Nesse sentido, Krug (2006, p. 31) explica que “quanto mais importante algo é, mais proeminente está. Por exemplo, os tópicos mais importantes são maiores, estão em negrito, em uma cor diferente [...]”. Uso de convenções De acordo com Krug (2006), convenções são coisas que nos foram ensinadas desde a infância e que se tornam como padrões, como por exemplo, ler um jornal. Aprendemos que letras muito grandes são geralmente a manchete que está resumindo a história do texto que vem abaixo. A estrutura do site segue uma convenção adotada por outros sites: os menus que indicam as categorias de cursos estão distribuídos horizontalmente na parte superior da página. Além disso, encontram-se no canto esquerdo um menu para filtrar os assuntos e/ou autores dos cursos. Figura 2 – Página da categoria Artesanato.
Fonte:
Divisão em áreas claramente definidas A divisão das áreas de um site deve ser bem definida pois permite ao usuário decidir com rapidez onde ele pretende estar e o que pode descartar (KRUG, 2006). A página dos cursos apresenta três divisões: cursos que serão transmitidos ao vivo, disponibilizados em breve e de
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acesso imediato. Entretanto, devido à proximidade das colunas e linhas entre as áreas de um curso e outro, a separação entre eles é confusa. Figura 3 – Página da categoria Artesanato.
Fonte:
Tornar os links óbvios Na internet os usuários estão o tempo todo buscando o que fazer em seguida, portanto é necessário que fique explícito o que pode ser clicado ou não (KRUG, 2006). No site os botões ficam evidentes devido ao uso de alguns recursos, como cor e movimento. Ao passar cursor sobre um curso um retângulo colorido aparece acima da foto com a frase “conheça o curso”, bem como o título do curso muda a cor. Além disso, na barra de menu superior cada categoria apresenta uma linha abaixo do nome, indicando a possibilidade de clique.
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Figura 4 – Página da categoria Moda.
Fonte:
5. Conclusões A crescente demanda por serviços de qualidade na Web faz com que a usabilidade seja um fator imprescindível em qualquer projeto. Quando se desenvolve um projeto de interface Web levando em conta conceitos de usabilidade, muitos problemas podem ser evitados e melhorar o acesso à informação por parte do usuário. A análise do portal educacional eduK evidenciou a importância deste estudo, visto que sites de educação à distância são utilizados por públicos diversos, que demandam um conteúdo de fácil acesso, sem maiores dificuldades para o usuário. Dessa forma, a adaptabilidade da interface deve ser sua maior qualidade, pois permitirá que diferentes usuários, com diferentes competências, em diferentes tarefas e ambientes físicos e tecnológicos possam alcançar seus objetivos com eficácia e satisfação. Portanto, a avaliação de usabilidade é o primeiro passo para a identificação de possíveis problemas a fim de sua posterior solução ou redução de seus efeitos sobre os usuários.
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Referências ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia). O que é ergonomia? Disponível em: . Acesso em: 7 abr. 2016 BEVAN, N. (1995) Usability is quality of use. In: Anzai & Ogawa (eds) Proc. 6th International Conference on Human Computer Interaction, July. Elsevier. http://www.usability.serco.com/papers/usabis95.pdf FONSECA, João José Saraiva da. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila. ISO 9241-11 Ergonomic requirements for office work with visual display terminals (VDTs) -- Part 11: Guidance on usability 1998. KRUG, Steve. Não me faça pensar: uma abordagem de bom senso à usabilidade na web. Rio de Janeiro: Alta Books, 2006. MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 15ª ed. Campinas: Papirus, 2007. NIELSEN, J. (1993) Usability Engineering. Boston - USA: Academic Press, 362 p. RODRIGUES, William Costa. Metodologia científica. Paracambi: FAETEC/IST, 2007. Disponível em: Acesso em: 12 abr. 2016. SILVEIRA, Denise Tolfo; CÓRDOVA, Fernanda Peixoto. Unidade 2 – A pesquisa científica. In: GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. (Orgs.). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: UFRGS, 2009.
