2B1 E7 Trabalho Economia Empresarial Daniela Vasconcelos v42 2

July 27, 2017 | Autor: Daniela Vasconcelos | Categoría: Economics
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Descripción

Matriz de atividade individual* Módulo: 4 Fórum: Título: Análise de Investimento da Empresa Prospecção S.A. Aluno: Daniela de Moura Vasconcelos Disciplina: Economia Empresarial Turma: FGVON01-UCI-SP18T1_EEMPEAD-30_0214 Introdução Este trabalho destina-se a analisar a viabilidade do investimento da empresa Prospecção S.A, que deseja ampliar sua planta industrial sob a perspectiva de aumentar a oferta no mercado de biocombustíveis. Foi esclarecido que a empresa estava trabalhando no limite de sua capacidade instalada, logo, carrega ainda a opção de decidir se irá expandir sua planta industrial pela região ou se aventurará por novas localidades do Brasil, com subsídios mais interessantes. Um empreendimento desse porte garante a ativação de maquinários, usinas, estações de produção, plantações e amortização de gastos com pesquisas e desenvolvimento, favorecendo o goodwill da empresa que receberá especial atenção de muitos investidores no futuro. No entanto, tem-se que levar em consideração os riscos operacionais presentes e que são inerentes ao negócio tais como ajustes no fluxo de caixa entre pagamentos a fornecedores e recebimentos de clientes, a decisão de comprar estoques de insumos ou produzir os próprios insumos, as condições climáticas que podem propiciar perdas de produção, as políticas governamentais que por vezes dificultam a realidade do cenário empresarial. Foi considerado o enquadramento da empresa como sendo de médio porte, com receita bruta anual entre R$ 16.000.000,00 até R$ 90.000.000,00. A análise foi feita considerando a intenção da empresa de utilizar três diferentes fontes de capital que totalizem R$ 50.000.000,00, distribuídos em duas frações de 30% e outra de 40%. Fontes de capital utilizadas pela empresa Reservas de Lucros Pela lei das S.A, a assembleia-geral da Propecção S.A pode deliberar pela destinação de parcela do resultado do exercício para constituição de uma reserva de lucros específica, evitando que ela se descapitalize com a distribuição de dividendos e as outras destinações. Essa reserva pode ser criada para viabilizar orçamento de capital que por ela foi previamente aprovado, em oportunidades de expansão. Assim, para financiar a primeira parcela de 30% necessária ao investimento de R$ 50.000.000,00, seria interessante a empresa dispor primeiramente desses valores domésticos - a reserva para planos de investimentos - parte integrante da reserva de lucros da empresa, como forma de diluir o risco com o empreendimento, frente aos compromissos financeiros que irá assumir junto a um agente financeiro. Para fins de mensuração do custo de oportunidade, uma referência conservadora seria a taxa básica de juros SELIC. Segundo a última decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), de fevereiro desse ano, para fins de ajuste da taxa SELIC, esta foi elevada para 10,75% aa, sem viés. Expurgando o imposto

de renda de 15% incidente em aplicações financeiras de longo prazo (acima de 360 dias) essa taxa líquida seria de 9,14%. Contei com a taxa SELIC porque os acionistas da empresa podiam querer uma rentabilidade de aplicação semelhante ao que obteriam em investimentos em títulos públicos federais, por exemplo. Embora a princípio desinteressante, pois representa um custo de oportunidade alto, se este for ponderado com os demais custos de fontes de capital pesquisados a seguir, torna-se atrativo. BNDES/ PROESCO - Programa de Apoio a Projetos de Eficiência Energética Atende a empreendimentos que promovam a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis. Contempla estudos e projetos, obras e instalações, máquinas e equipamentos novos, fabricados no país e credenciados no BNDES, máquinas e equipamentos importados, sem similar nacional e já internalizados no mercado nacional, serviços técnicos especializados e sistemas de informação, monitoramento, controle e fiscalização. O capital de giro pode vir associado ao financiamento. No caso desse financiamento, os recursos podem ser feitos diretamente com o BNDES e resulta num custo financeiro resultante da soma da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais uma remuneração básica do BNDES mais uma taxa de risco de crédito do pelo apoio. A segunda parcela do investimento corresponde a R$ 15.000.000,00 e tem um custo de 5,23 a.a. BNB/ FNE Agrin – Programa Agroindústria do Nordeste

de

Apoio

ao

Desenvolvimento

da

Dependendo da localização da futura planta industrial da empresa, se houver alternativa de escolha na região do semiárido, os 40% restantes do investimento poderiam vir do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), administrado pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB). O BNB é sediado em Fortaleza, Estado do Ceará, atua em dois mil municípios e suas linhas de investimento contemplam nove estados da região nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia), além do norte de Minas Gerais (incluindo os Vales do Mucuri e do Jequitinhonha) e o norte do Espírito Santo. Os custos de capital para fomentar o desenvolvimento do setor agroindustrial nessa região de atuação são disparadamente mais atrativos, perfazendo 5,30 %. Sobre os encargos financeiros incidirão bônus totais de adimplência de 15%, concedidos exclusivamente caso sejam pagas as prestações em dia, essa taxa pode chegar a 4,50%. Conforme o programa do FNE, “os recursos podem ser usados para financiar a implantação, a expansão, a modernização, a reforma e a relocalização de empreendimentos agroindustriais, contemplando: a) Investimentos, inclusive a aquisição de empreendimentos com unidades industriais já construídas ou em construção; b) Capital de giro associado ao investimento; c) Aquisição isolada de matérias-primas e insumos; d) Aquisição de matérias-primas e insumos para fabricação de bens para

exportação.” A utilização dos recursos para capital de giro que oportunizam e viabilizam o negócio, é limitado a 35% do valor financiado para investimento fixo, podendo esse percentual, em casos especiais devidamente justificados pelos projetos, ser elevado para até 50%. No caso da Prospecção S.A., caso ela opte por se expandir na região do semiárido ou municípios de baixa renda ou estagnados, a aquisição de matériasprimas, insumos e formação de estoques podem alcançar inicialmente R$ 12.250.000,00. Essa mesma condição quanto a localização, também permite a dilação do prazo máximo para 15 anos, além de obter carência de até 4 anos, de acordo com o cronograma físico-financeiro do projeto e da capacidade de pagamento da empresa. No tocante aos limites de Financiamento, pode ser considerado até 95% do valor total do projeto, como somente corresponde a 40% dos R$ 50.000.000,00, essa restrição do programa é atendida pelo projeto. Quanto às garantias, é aceita uma vasta gama de opções pelo Banco do Nordeste: fiança ou aval, alienação fiduciária (de bens moveis ou imóveis), fiança ou aval bancários, penhor agrícola e pecuário, penhor de veículos, títulos, ações, maquinas e equipamentos, direitos creditórios, direitos emergentes de concessão, permissão e autorização, de contas bancarias e direitos de contratos, entre outras.

Cálculo do custo médio ponderado de capital Fontes de Capital Reserva de Lucros BNDES/ BNB/ FNE

Volume de Capital

Participação % no capital total (W)

15.000.000,00

30

15.000.000,00 20.000.000,00 50.000.000,00

30 40 100

Custo do Capital C em %

Custo Total do Capital=CW

9,14

274,20

5,23 4,50 (*)

156,90 180,00 611,10

(*) Se houver adimplência total das prestações (juros e principal)

Se tomarmos a tabela acima, que contempla a participação de cada fonte de capital e seu respectivo custo ao ano, temos como encontrar o custo médio ponderado do (WACC): WACC= (9,14/100)*30+(5,23/100)*30+(4,5/100)*40 = 611,10 = 6,11% ao ano 100 100 No caso dos acionistas da empresa Prospecção S.A só vale a pena investir em novos projetos se a taxa de retorno sobre o capital investido for superior a 6,11% aa.

Análise macroambiental – aspectos econômicos, tecnológicos, políticos e ambientais Consoante dados do Balanço Energético Nacional de 2013, relacionados ao ano base 2012, o Ministério das Minas e Energia informou que “a participação das fontes renováveis na Matriz Energética brasileira manteve-se entre as mais elevadas do mundo, com pequena redução devido a menor oferta de energia hidráulica e de etanol”. O relatório sintético do balanço aponta uma representatividade de 42,4% para as fontes de energia renováveis e destes apenas 15,4% é originária da biomassa, matéria prima dos biocombustíveis. Isso significa que existe um potencial de crescimento grande para atender a demanda interna por energia limpa. Se por um lado as políticas públicas internas do setor energético pareciam perder o impulso que tinham dado, com o descobrimento do pré-sal, a pressão externa vem ganhando força em prol da geração de energias renováveis e da redução do impacto ambiental e climático causado pelos combustíveis fósseis. Em setembro do ano passado no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU em Estocolmo o assunto se fez presente. Em novembro desse ano, durante a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Varsóvia, na Polônia foi formado um grupo com o objetivo de criar um novo instrumento internacional legal até 2015, com implementação a partir de 2020, processo chamado de Plataforma Durban para Ação Aumentada. A preocupação mundial em mitigar as emissões de poluentes e de gases de efeito estufa alerta o país para sua responsabilidade como potência emergente. A revista Valor Econômico recentemente divulgou que a gigante americana CHC, terceira cooperativa de produtores rurais norte-americanos, que atua no Brasil fechou contrato com uma empresa gaúcha no sentido de aumentar a oferta de biocombustíveis no mercado, prioritariamente a venda de fertilizantes e a comercialização de etanol. Segundo o diretor desse segmento da CHS Clayton Melo, caso toda a operação com fertilizantes aos produtores de arroz se concretize, “a participação das operações de barter(i) nas operações da CHS no Brasil sairão de um percentual de 5% para 12%”. Em relação à venda de etanol, a produção será totalmente absorvida pelo Rio Grande do Sul. Esse fato exemplifica a demanda represada do país. O Valor Econômico também publicou que o chefe do departamento de indústria e mercado de petróleo da Agencia Internacional de Energia, Antoine Halff, em evento de biocombustíveis em São Paulo, afirmou que a produção de biocombustíveis no Brasil deve crescer mais de 200%, de 1,3 milhão para 4,1 milhões de barris (65 bilhões de litros) até 2035 e que o uso de etanol no transporte subirá dos atuais 3% para 8% no mesmo período. Antonie estima que além de quase quadruplicar a geração de energias renováveis, o país responderá por 40% da exportação mundial de biocombustíveis. A regulamentação da mistura dos biocombustíveis com o diesel ou com a gasolina ou com o uso puro em motores adaptados são medidas significativas para o país retomar a priorização das políticas públicas rumo ao desenvolvimento sustentável. No tocante ao desperdício, o Brasil ainda desperdiça a biomassa de cana de açúcar, que é um derivado que pode ser utilizado na geração de energia e o bagaço que sobra muitas vezes não é reaproveitado. Ou seja, por meio de parcerias, a empresa pode receber esse material e reutiliza-lo na sua produção, em contrapartida remunerar a um baixo custo produtores rurais que não detém tecnologia de

processamento. Na oportunidade, importante registrar que conforme dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMING), “o Brasil tem potencial para se tornar um dos maiores produtores de biodiesel do mundo, por dispor de solo e clima adequados ao cultivo de oleaginosas.” Ademais, a crise financeira europeia e a americana ainda oportunizam a empresa ingressar no mercado de biocombustíveis desses continentes.

Conclusão A conjuntura atual para investimentos na produção de biocombustíveis é favorável, seja para serem absorvidos pela demanda interna, seja para suprirem o mercado externo. Num investimento de longo prazo como este, a empresa Prospecção S.A realmente deve assimilar todas as informações que foram colhidas anteriormente e decidir a fim de não perder o “timing” do seu empreendimento. Submeter a parcela de recurso próprio na ordem de 30% representa um compromisso saudável de assumir os riscos inerentes ao negocio e as incertezas do futuro. Para contrabalançar o alto custo de oportunidade dessa fonte de capital, foi apresentado um mix de investimentos com recursos do BNDES/ PROESCO e do BNB/ FNE, resultando num custo de oportunidade médio ponderado baixo de 6,11% aa. O êxito desse empreendimento porte gera mais que dividendos para os acionistas, promove o emprego e a renda local, a responsabilidade social e o comprometimento com o desenvolvimento sustentável da região. Referências bibliográficas 1. BNB, Programação Regional do FNE - 2014, disponível em https://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/sobre_nordeste/fne/docs/progra macao_fne_2014.pdf. Acesso em: 21 de março de 2014 2. Empresa de Pesquisa Energética, Balanço Energético Nacional - 2013, disponível no site https://ben.epe.gov.br/BENRelatorioSintese2013.aspx. Acesso em: 21 de março de 2014 3. Valor Econômico, CHS faz acordo para avançar em etanol e insumos no Brasil, disponível em www.valor.com.br_imprimir_noticia_3486616_agro_3486616_c. Acesso em: 20 de março de 2014 4. Valor Econômico, Produção de biocombustíveis deve crescer 200% até 2035, disponível em http://www.valor.com.br/agro/3482732/producao-debiocombustiveis-no-brasil-deve-crescer-200-ate-2035. Acesso em: de 20 de março de 2014. 5. WWF-Brasil, Clima: os últimos dias da COP-19, disponível em http://www.wwf.org.br/?36982/cop19varsoviaandrenahur. Acesso em: 20 de março de 2014 6. Ecodebate, Cidadania e Meio Ambiente. Aquecimento Global ameaça o planeta, confirmam representantes no Painel do Clima, disponível em http://www.ecodebate.com.br/2013/09/25/aquecimento-global-ameaca-oplaneta-confirmam-representantes-no-painel-do-clima/

7. Brasil Econômico, O Futuro incerto dos biocombustíveis, disponível em http://brasileconomico.ig.com.br/noticias/o-futuro-incerto-dosbiocombustiveis-no-pais_134014.html. Acesso em: 23 de março de 2014 8. BNDES, Programa de Eficiência Energética – PROESCO, disponível em http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Fi nanceiro/Produtos/FINEM/proesco.html. Acesso em: 26 de março de 2014 9. EPAMING (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais). Produção de Oleaginosas para biodiesel. Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, Nov. a dez, 2005. Apud Mota. JCç Almeida M.M et AL. . Impactos e Benefícios Ambientais, Econômicos e Sociais dos Biocombustíveis. Disponível em http://pt.scribd.com/doc/28737232/IMPACTOS-E-BENEFICIOSAMBIENTAIS-ECONOMICOS-E-SOCIAIS-DOS-BIOCOMBUSTIVEIS-UMAVISAO-GLOBAL. Acesso em: 23 de março de 2014 (i) (do inglês barter significa “troca”) As operações Barter em agronegócio é o pagamento pelo insumo através da entrega do grão na pós-colheita, sem a intermediação monetária, este é um mecanismo de financiamento de safra. Consiste na troca de insumos, como fertilizantes, sementes, defensivos, entre outros, por produtos agropecuários, como soja, milho, algodão, café, açúcar e demais após a colheita. O serviço de barter é oferecido no Brasil por outras grandes companhias, como Pioneer, Monsanto, Syngenta, Cargill, ADM e Bunge, em troca dos grãos que serão colhidos mais tarde. (Wikipédia)

*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

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