Título: Perambulações em Arte Computacional

Este artigo descreve um breve histórico do processo de evolução das criações em Arte Computacional da autora, de 1970 até final de 2014, que utilizam técnicas de realidade virtual. Esse processo possibilitou a constatação do poder de escrever formas através de linguagem descritiva e posteriormente de linguagens computacionais. Os dispositivos de projeção utilizados nas obras experimentais em Arte Computacional aqui descritas – da lanterna mágica ao estereoscópico e posteriormente as CAVEs (Computer Automated Virtual Environment) – possibilitam modos de visualização estereoscópicas tais como: o sistema anaglífico, o sistema passivo, o sistema ativo, o sistema baseado na paralaxe do movimento, e o sistema lenticular ou autoestereoscópico. A partir de 2003, todos os trabalhos da autora passaram a ser programados em Java, API Java3DTM, de modo que as opções relacionadas ao sistema estereoscópico passivo e ativo estão disponíveis caso existam as condições necessárias para apresentá-los nos espaços expositivos. Em 2007, foi adicionada a opção que explora a paralaxe do movimento e baseia-se na ilusão de Pulffrich. Neste artigo, essas obras experimentais, denominadas como obras-programas, ou software customizados, são apenas listados. As obras experimentais mais recentes exploram alguns algoritmos de crescimento e organização 3D fractal, inteligência e vida artificiais para criar processos interativos exoendogênicos (Fraga, 2012) que utilizam interface cérebro computador. Finaliza apresentando aspectos concernentes com o ponto de vista da percepção relaciona às máquinas. Estes tem como base dispositivos inicialmente inspirados nos sensores animais, mas atualmente podem suplantar a maioria deles. Considera-se importante entendê-los para não antropomorfizar as máquinas gerando equívocos diversos e para explorar suas possibilidades, intrigantes e instigantes, as quais oferecem um campo prolífico para ações poéticas e estéticas.