INTERMEDIO DE LAS MIL Y UNA NOCHES\", UNA CALA ORIENTALISTA EN LA OBRA DE ENRIQUE DIEZ-CANEDO

INTERMEDIO DE LAS MIL Y UNA NOCHES", UNA CALA ORIENTALISTA EN LA OBRA DE ENRIQUE DIEZ CAÑEDO

AMELINA

CORREA

RAMÓN

Universidad de Granada

C o n el p o e m a t i t u l a d o " I n t e r m e d i o d e las Mil y u n a n o c h e s " , i n c l u i d o e n s u p r i m e r l i b r o d e p o e s í a , Versos

de las horas

(Madrid,

Ibérica, 1 9 0 6 ) , Enrique D i e z - C a n e d o d e m u e s t r a n o h a b e r

Imprenta

permanecido

i n m u n e a la f a s c i n a c i ó n p o r el o r i e n t a l i s m o , t a n i n t e n s a e n la l i t e r a t u ra ( y el a r t e ) d e l m o m e n t o f i n i s e c u l a r q u e é s t e s e r á c o n s i d e r a d o t e r i o r m e n t e c o m o u n a d e l a s i n d u d a b l e s direcciones Aunque

con

posterioridad

no

frecuente

pos1

del Modernismo .

el a u t o r

demasiado

los

m o t i v o s orientalistas, d e c a n t á n d o s e p o r otras temáticas, lo cierto es q u e este p o e m a d e m u e s t r a su l a d o m á s exotista: "En dice ¡Oh que

esto, Scherezada vio despuntar la aurora", el libro: y añade que se calló, discreta. magia irresistible de la historia incompleta un enorme deseo de vivir atesora!

Cuando el sultán celeste los alminares dora poniéndoles turbantes de luz, calla, en la quieta paz del día, la ardiente kasida del poeta ruiseñor, que a las rosas del jardín enamora. Son la danza y el juego y el baño en las piscinas. Surgen, aljofarados de perlas cristalinas, hombros alabastrinos y pechos de naranja. Y al abismarse en sombras el resplandor escaso del día, que desciñe su purpurina franja, Scherezada prosigue: "Era, señor, el caso... " 1

Cf., entre otros, la obra de Abdellah Djibilou, Diwan modernista. Una visión de Oriente (Madrid, Taurus, 1986), así c o m o los interesantes estudios sobre el tema de Lily Litvak, El jardín de Alah: Temas del exotismo musulmán en España (Granada, Don Quijote, 1985), El sendero del tigre. Exotismo en la literatura española de finales del siglo xix (1810-1913) (Madrid, Taurus, 1986), y España 1900. Modernismo, anarquismo y fin de siglo (Barcelona, Anthropos, 1990).

39 CAUCE,

Revista

de Filología

y su Didáctica,

n" 22-23,

1999-2000

/págs.

39-47

CAUCE. Núm. 22-23. CORREA RAMÓN, Amelina. Intermedio de las Mil y una noches', una ...

AMELINA C O R R E A R A M Ó N

" I n t e r m e d i o d e las Mil y u n a n o c h e s " - q u e s e p u b l i c a r í a

dedicado 2

al d e s t a c a d o c o m p o s i t o r y c r í t i c o m u s i c a l l e o n é s R o g e l i o V i l l a r - p a r t e , s e g ú n i n d i c a s u p r o p i o título, d e la r e c e p c i ó n d e s d e O c c i d e n t e d e texto

fundamental

noches,

en

la

literatura

q u e , si b i e n h a b í a

oriental

sido difundido

como

e s Las

parcialmente

mil

y

un una

desde

tiempo

a t r á s , s e r á a p a r t i r d e l s i g l o XVTII, y s o b r e t o d o d e l a o c u p a c i ó n

france-

3

sa d e Egipto p o r N a p o l e ó n , c u a n d o alcance su m á x i m o a u g e . A

par-

t i r d e e s e m o m e n t o , y d u r a n t e t o d o e l s i g l o xix, s e s u c e d e r á n l a s t r a d u c c i o n e s a las diversas l e n g u a s e u r o p e a s , p u d i é n d o s e d e s t a c a r las q u e llevaron a c a b o e n España d o s d e nuestros escritores finiseculares, temporáneos

con-

de Diez-Canedo: Vicente Blasco Ibáñez (que traduce

la clásica v e r s i ó n f r a n c e s a

d e J . C. M a r d r u s ) y R a f a e l

de

Cansinos-Asséns

(políglota c o n s u m a d o q u e , c o m o es b i e n s a b i d o , se vio o b l i g a d o a trabajar largos a ñ o s c o m o traductor para editoriales). Del alcance y de

sugerencia

que

el t e x t o

alcanzó

entre

los

escritores

poder

modernistas

encontramos b u e n a muestra e n Rubén Darío, quien, fascinado por mil y una

noches,

Las

le d e d i c ó e n t u s i a s m a d o s p á r r a f o s e n el c a p í t u l o "Tán-

g e r " d e s u l i b r o Tierras

solares

(Madrid,

1904): "Me siento p o r

prime-

ra v e z e n la a t m ó s f e r a

d e u n a s d e m i s m á s preferidas o b r a s , las deli-

ciosas narraciones

han

que

regocijado y h e c h o s o ñ a r m i infancia,

español, y complacido y recreado más de una vez mis horas d e bre, en d r u s : Las

la i n c o m p a r a b l e mil

Noches

y completa

y una

Noches

versión francesa

del doctor

en

homMar-

4

[sic]" .

2

Nacido en León en 1857, Rogelio Villar falleció en Madrid en 1937. Su labor fue verdaderamente asombrosa, tanto en el terreno de la composición musical en sus más diversos géneros como en el folklore musical, la historia, la crítica y la enseñanza. En su producción destacan, entre otras, sus "Danzas Leonesas", "Canciones leonesas" y "Piezas españolas", todas para piano, y "Las hilanderas", impresión sinfónica para orquesta. Cf. La completa "Introducción" de Juan Vernet a su traducción de la obra (Barcelona, Planeta, 1990, pp. XXIII-LXVII), donde comienza explicando que "Tradicionalmente se viene aceptando [...] que Las mil y una noches fueron dadas a conocer en el mundo occidental por la versión francesa que, procedente del árabe, realizó bajo el reinado de Luis XIV el orientalista francés Galland. Pero si investigamos en la temática de la literatura española veremos que nuestros autores renacentistas conocían los temas de varios de sus cuentos y que ya en la Edad Media Pedro Alfonso, Jacob ben Eleazar de Toledo (siglo xin) y otros introdujeron cuentos" (p. XXIII). Rubén Darío, Tierras solares, Obras completas, vol. III: Viajes y crónicas, Madrid, Afrodisio Aguado, 1950, p. 948. La traducción de Mardrus fue grandemente elogiada por Darío también en el capítulo "Las mil y una noches" de su libro Parisiana (Madrid, s.f.): "Para traducir una obra de poesía es necesario un poeta. Y para traducir esta obra de poesía, sin paran3

4

40 CAUCE. Núm. 22-23. CORREA RAMÓN, Amelina. Intermedio de las Mil y una noches', una ...

'INTERMEDIO DE LAS MIL Y UNA NOCHES", UNA CALA ORIENTALISTA.

C o m o afirma el h i s p a n i s t a m a r r o q u í A b d e l l a h Djibilou e n s u o b r a Diwan

modernista.

Una visión

de Oriente,

"El e s c r i t o r m o d e r n i s t a e s u n

c o l e c c i o n i s t a d e i m á g e n e s y v i s i o n e s l e í d a s e n l o s t e x t o s d e distinta p r o c e d e n c i a " . Así, el p o e m a d e D i e z - C a n e d o , u n s o n e t o a l e j a n d r i n o c o n rimas cruzadas e n los cuartetos, contiene referencias inequívocas q u e p e r m i t e n identificar la p r o c e d e n c i a d e las i m á g e n e s y v i s i o n e s q u e i n v o c a : a la a l u s i ó n clara d e l título h a y q u e s u m a r el n o m b r e d e S c h e r e z a d a y l o s d o s c a s o s d e e n t r e c o m i l l a d o s q u e i n d i c a n , e n el p r i m e r y ú l t i m o v e r s o s , la cita t e x t u a l m i l y u n a n o c h e s c a : " E n e s t o S c h e r e z a d a v i o d e s p u n t a r la a u r o r a " - y D i e z - C a n e d o apostilla: " d i c e el libro "y "Era, s e ñ o r , el c a s o . . . " . 5

6

El título d e l p o e m a n o s ó l o r e m i t e a s u f u e n t e d e i n s p i r a c i ó n , s i n o q u e , a d e m á s , explícita c l a r a m e n t e el c o n t e n i d o c o n c r e t o d e l t e x t o . E n m a r c a d o p o r u n a y o t r a cita d e Las mil y una noches, l o q u e a ñ a d e la i m a g i n a c i ó n d e l p o e t a e s a q u e l l o q u e n o c u e n t a el l i b r o , e s decir, l o q u e s u c e d e d u r a n t e el d í a a S c h e r e z a d a , s u " i n t e r m e d i o " e n t r e el m o m e n t o e n q u e a b a n d o n a al r e y , d e j á n d o l e c o n la intriga a c e r c a d e l final d e u n c u e n t o , y el m o m e n t o e n q u e , al a n o c h e c e r , s e v e o b l i g a d a a r e t o m a r s u r e l a t o . D e a h í q u e " I n t e r m e d i o d e las Mil y u n a n o c h e s " p r e s e n t e u n a e s t r u c t u r a t o t a l m e n t e c e r r a d a , c i r c u l a r . E s e n t r e el p r i m e r y el ú l t i m o v e r s o s , q u e a c t u a r í a n d e a l g u n a m a n e r a c o m o p a r é n t e s i s , d o n d e s e sitúa r e a l m e n t e la m a t e r i a p o é t i c a q u e a p o r t a el e s c r i t o r p a cense. 7

8

D e b i d o a e l l o , el t e x t o p r o p o r c i o n a cisas. E n p r i m e r lugar, la " a u r o r a " q u e i n d i c a el c o m i e n z o d e s u " i n t e r m e d i o " el m o m e n t o d e p l e n i t u d s o l a r q u e s e " C u a n d o el s u l t á n c e l e s t e l o s a l m i n a r e s

tres referencias t e m p o r a l e s p r e ve despuntar Scherezada y q u e o d e s c a n s o ; e n s e g u n d o lugar, infiere a p a r t i r d e la m e t á f o r a dora/ poniéndoles turbantes d e

gón, era preciso un poeta sabio e n cosas de Oriente c o m o el Dr. Mardrus que ha vivid o la vida oriental [Mardrus había nacido e n El Cairo! e n los mismos lugares e n que nacieron, en abolidas y prestigiosas imaginaciones, estos cuentos extraordinarios" (apud Djibilou, op. cit., p. 261). Djibilou, op. cit., p. 42. La cursiva es mía. En efecto, al tratarse de una obra que aglutina muy diversos cuentos bajo la ficción de la inteligente mujer que entretiene al rey con sus relatos noche tras noche, manteniendo su atención para salvar su vida, Las mil y una noches n o contiene alusión alguna al devenir cotidiano de Scherezada. Estructura circular que se inicia con el primer verso: "En esto, Scherezada vio despuntar la aurora", y que se cierra con el último: "Scherezada prosigue: 'Era, señor, el caso...' ". 5

6

7

8

41 CAUCE. Núm. 22-23. CORREA RAMÓN, Amelina. Intermedio de las Mil y una noches', una ...

AMELINA CORREA RAMÓN

l u z " ( w . 5-6); p o r ú l t i m o , el p u n t o e n q u e s e a p r o x i m a el o c a s o , y c o n él la v u e l t a d e S c h e r e z a d a a s u n a r r a c i ó n : "al a b i s m a r s e e n s o m b r a s el r e s p l a n d o r e s c a s o / d e l d í a , q u e d e s c i ñ e s u p u r p u r i n a franja" ( w . 1213). Es decir, el d e s a r r o l l o c r o n o l ó g i c o d e l p o e m a s e p l a n t e a c o m o o p o s i c i ó n al d e l l i b r o o r i e n t a l , e s t a b l e c i e n d o el p a r b i n a r i o noche/día, que s e r á p a r a l e l o a o t r o s similares. D e e s t e m o d o , S c h e r e z a d a s e v e o b l i g a d a d u r a n t e mil y una noches a e n l a z a r u n a s u c e s i ó n d e c u e n t o s , c u y a i n t e r r u p c i ó n al a l b a e x c i t e la c u r i o s i d a d d e l r e y o y e n t e ( e n l o q u e D i e z C a n e d o l l a m a " m a g i a irresistible d e la historia i n c o m p l e t a " , v. 3 ) , e s t o es, se consagra exclusivamente a lo q u e pudiera d e n o m i n a r s e u n a o c u p a c i ó n i n t e l e c t u a l . Sin e m b a r g o , e n el p o e m a d e D i e z - C a n e d o s e n o s r e l a t a n las a c t i v i d a d e s c o n l a s q u e S c h e r e z a d a o c u p a s u t i e m p o d u r a n t e el p e r í o d o solar, y é s t a s s e e n c u e n t r a n i n e q u í v o c a m e n t e e n la esfera d e u n disfrute l ú d i c o y s e n s o r i a l d e la v i d a : "jardín" (v. 8 ) , " d a n z a " , " j u e g o " , " b a ñ o " (v. 9 ) , e t c . P o r t a n t o , el s e g u n d o p a r b i n a r i o sería, d e a l g u n a m a n e r a , vida intelectual/vida sensorial. Y asociado a éste, e n c o n t r a m o s u n t e r c e r o , palabra/sentidos corporales, p u e s c o n la llegada del amanecer Scherezada e n m u d e c e ("Scherezada vio despuntar la a u r o r a " / [...] y [...] s e calló", w . 1-2) y n o v u e l v e a r e t o m a r la p a l a b r a h a s t a la n o c h e ("Al a b i s m a r s e e n s o m b r a s el r e s p l a n d o r e s c a s o / d e l d í a [...], S c h e r e z a d a p r o s i g u e " , w . 12-14). E n el i n t e r m e d i o , e s decir, e n el e s p a c i o c r o n o l ó g i c o d e q u e s e o c u p a el p o e m a , la m u j e r a p a r e c e e n t r e g a d a a las distintas s e n s a c i o n e s q u e p r o v i e n e n d e l o s s e n t i d o s c o r p o r a l e s , r e n u n c i a n d o a la v o z , h a s t a el p u n t o d e q u e , e n u n a i m a g e n paralelística, i n c l u s o el r u i s e ñ o r q u e c a n t a e n el j a r d í n "calla, e n la q u i e t a / p a z d e l d í a " ( w . 6-7). A e s t o s p a r e s b i n a r i o s q u e c o n f i g u r a n la o p o s i c i ó n ( o la d i f e r e n cia) e n t r e el libro d e Las mil y una noches y el t e x t o d e D i e z - C a n e d o 9

1 0

-noche/día,

vida intelectual/vida

sensorial

y palabra/sentidos

corpora-

les-, c o r r e s p o n d e i g u a l m e n t e u n a distinta p r e s e n t a c i ó n d e la p r o t a g o nista. Así, S c h e r e z a d a e s c o n s i d e r a d a c o m o u n t o d o y d e n o m i n a d a p o r su n o m b r e p r o p i o d u r a n t e su e t a p a n o c t u r n a , p e r o e n su e t a p a diurna se n o s presenta exclusivamente mediante u n a descripción fragmen1 1

9

Y una literatura que, no lo olvidemos, tiene un importante poder de salvación, c o m o constata también Diez-Canedo: "... un enorme d e s e o de vivir atesora". La imagen paralelística que relaciona a Scherezada c o n el ruiseñor queda potenciada porque se denomina a éste "poeta" y a su canto, "kasida". Scherezada es, además, sujeto explícito sólo de las oraciones del primer y últim o versos, que -recordémoslo- son los paréntesis entre los cuales queda situado el "Intermedio" del poema: "Scherezada vio despuntar la aurora" y "Scherezada prosigue". 1 0

11

42 CAUCE. Núm. 22-23. CORREA RAMÓN, Amelina. Intermedio de las Mil y una noches', una ...

"INTERMEDIO DE LAS MIL Y UNA NOCHES", UNA CALA ORIENTALISTA.

taria y elíptica q u e r e c u r r e a la s i n é c d o q u e c o n t i n u a d a : " h o m b r o s b a s t r i n o s y p e c h o s d e n a r a n j a " (v. 11). Lo q u e , d e a l g ú n m o d o , vale a considerarla

sujeto

activo e n

su

existencia

pasivo e n su existencia sensorial, sin q u e

intelectual

presente

y

aquí este

alaequi-

sujeto término

n i n g u n a connotación negativa, sino, antes bien, t o d o lo contrario,

pues

n o se p u e d e p e r d e r d e vista q u e S c h e r e z a d a disfruta d u r a n t e el día la v i d a q u e l o g r a c o n q u i s t a r d u r a n t e la n o c h e m e d i a n t e la

1 2

E s é s t e e l " e n o r m e d e s e o d e v i v i r " ( v . 4) a l q u e h a c e a l u s i ó n e l ta al final d e l p r i m e r

poe-

cuarteto.

Y e s e d e s e o , r e n o v a d o c o n la c o n c e s i ó n d e c a d a n o c h e , e s to en

de

literatura .

práctica y ejercitado cada

día, e n

un

pues-

e s p a c i o e n el q u e

cobra

i n d u d a b l e p r o t a g o n i s m o el sol, c u y a a u s e n c i a / p r e s e n c i a m a r c a la e x i s tencia

"dual" d e

Scherezada.

C i r l o t e n s u Diccionario

El s o l , c o m o

de símbolos,

bien

explica

Juan-Eduardo

constituye d e s d e el p u n t o d e vis-

ta d e l psicoanálisis u n s í m b o l o d e f u e n t e d e e n e r g í a , d e calor, d e 1 3

g o vital y d e l i b i d o , t o d o l o c u a l c o n c u e r d a

c o n el p a p e l q u e

c e r e p r e s e n t a r e n el p r e s e n t e p o e m a . D e h e c h o , D i e z - C a n e d o a

la figura

de

la p r o s o p o p e y a

o

personificación

-"Cuando

c e l e s t e l o s a l m i n a r e s d o r a " (v. 5); y l u e g o , e n s u o c a s o , "el

el

fuepare-

recurre sultán

resplandor

e s c a s o / d e l d í a , q u e d e s c i ñ e s u p u r p u r i n a faja" ( w . 1 2 - 1 3 ) - c o n el o b j e tivo d e

r e s a l t a r la i m p o r t a n c i a

del astro q u e

rige el d e v e n i r vital

S c h e r e z a d a y c u y a a u s e n c i a o p r e s e n c i a c o n d i c i o n a el d e la

de

establecimiento

dualidad.

Q u e el e s p a c i o d i u r n o d e la m u j e r s e d e d i q u e al disfrute d e l o s s e n t i d o s c o r p o r a l e s e s t á e n c o n s o n a n c i a , p o r o t r a p a r t e , c o n la i n s p i r a c i ó n o r i e n t a l i s t a d e l p o e m a , p u e s , c o m o e x p l i c a Lily L i t v a k e n s u o b r a El jardín de Alab. Temas del exotismo musulmán en España 18801913, este o r i e n t a l i s m o literario "se b a s a g r a n d e m e n t e e n s e n s a c i o n e s . [...] S o n é s t a s , u n o d e l o s m á s f i r m e s r e c u r s o s d e l e s t e t i c i s m o , p u e s l a p e r c e p c i ó n d e u n c o l o r , d e u n s o n i d o , la s u a v i d a d d e u n p a ñ o , u n 1 2

No deja de ser curioso que, lo que para el lector supone un acto de mero entretenimiento y disfrute -leer los cuentos-, para Scherezada se convierte en una cuestión literalmente vital: los cuentos son la salvaguarda de su vida. Así pues, Las mil y una noches propone una visión salvífica de la literatura. Diccionario de símbolos, Barcelona, Labor, 1985, 6 ed., p. 418. Sin embargo, Cirlot señala también cómo, entre la mayoría de pueblos primitivos y de culturas antiguas, al considerarse el sol un principio masculino y la luna femenino, se juzgaba a éste reducto de "las facultades activas (reflexión, juicio y voluntad)", mientras que la luna sería de las pasivas (imaginación, sentimiento, percepción)". En este sentido, la propuesta de Enrique Diez-Canedo invierte totalmente los términos. 13

a

43

CAUCE. Núm. 22-23. CORREA RAMÓN, Amelina. Intermedio de las Mil y una noches', una ...

AMELINA CORREA RAMÓN

aroma,

despiertan

un

largo recorrido d e

emociones

y

corresponden-

1 4

cias" . E n e f e c t o , s e e n c u e n t r a e n " I n t e r m e d i o d e l a s Mil y u n a la b ú s q u e d a lista,

para

Además ma

de

reiterada

lo

cual

de

la c o n n o t a c i ó n

Diez-Canedo

los a b u n d a n t e s

(metáforas,

sinestesias,

recurre

recursos

de a

un

esteticismo

variados

procedimientos.

estilísticos p r e s e n t e s

polisíndetos,

noches" sensoria-

1 5

aliteraciones ,

el

poe-

etc.), se

en

pue-

d e n s e ñ a l a r v a r i o s a s p e c t o s d e i m p o r t a n c i a e n r e l a c i ó n al l é x i c o utilizado. Así, e n p r i m e r l u g a r , y e n c o r r e s p o n d e n c i a c o n la a t m ó s f e r a talista

que

se

pretende

evocar

en

el

poema,

aparece

un

orien-

abundante

e m p l e o de palabras q u e provienen directamente del árabe o d e lenguas

- " s u l t á n " ( v . 5 ) , d e l á r a b e sultán, "rey", d o c u m e n t a d a d e s d e e l s i g l o xiv e n u n a f o r m a p r e v i a e v o l u c i o n a d a soldán, y a e n e l xvi a l c u l t i s m o sultán. -

otras

semíticas:

" a l m i n a r e s " ( v . 5 ) , d e l á r a b e v u l g a r menar,

q u i t a " , c o n e l a r t í c u l o al,

en español para pasar

" f a r o , t o r r e d e la m e z -

documentada en español tan sólo desde

prin-

1 6

cipios del siglo xix . bante,

1 7

" T u r b a n t e s " ( v . 6 ) , d e l t u r c o tülbant, a través del italiano d o c u m e n t a d a p o r primera v e z e n español e n 1588.

1 4

tur-

Litvak, op. cit., p. 74. Como las que aparecen en los versos 3 y 5. La forma sinónima "minarete" se introdujo también durante el siglo xix, pero proveniente del francés minaret, el cual viene del turco minaré y éste del araba clásico manara. En todos los casos, la raíz original es el árabe nar, "fuego". Como resulta lógico, muy relacionado con el alminar o minarete se encuentra, en los textos literarios del período modernista, la figura del almuédano y su llamada a la oración, lo que ha sido estudiado por el prestigioso arabista Pedro Martínez Montávez en su artículo "Un tópico literario: el "canto del almuédano" en la prosa hispánica del primer tercio del siglo xx", en Yad-Nama. Memoria di Alessandro Bausani, vol. II, Roma, Bardi Editoriale, 1991, pp. 205-216. Como anécdota, se puede recordar la existencia de una composición poética dedicada expresamente al turbante. Se trata del poema homónimo que Salvador Rueda publicó en su libro Cantando por ambos mundos (Madrid, 1914) y que comienza con los siguientes versos: "Tan fantástico y hermoso / es el revuelto turbante, / que su gallarda presencia / está pidiendo un romance. / Un romance esplendoroso / lleno de hipérboles árabes,, / sonoro como un pandero, / ampuloso como un jaique". 1 5

1 6

1 7

44 CAUCE. Núm. 22-23. CORREA RAMÓN, Amelina. Intermedio de las Mil y una noches', una ...

INTERMEDIO DE LAS MIL Y UNA NOCHES", UNA CALA ORIENTALISTA.

18

- La forma cultista y e t i m o l ó g i c a "kasida" (v. 7) , d e l árabe qasida, " c o m p o s i c i ó n poética", d e a d q u i s i c i ó n relativamente reciente e n español. - "aljofarados" (v. 1 0 ) , d e l árabe yáuhar, y é s t e a s u v e z d e l persa clásico gáuhar, "perla", d o c u m e n t a d a e n España hacia 1 2 5 0 . -

"naranja" (v. 1 1 ) , del árabe naranya,

y é s t e del persa

narang,

"naranja", d o c u m e n t a d a e n e s p a ñ o l d e s d e el siglo xiv. Esta palabra s e encuentra ya tan arraigada q u e i n c l u s o n o s e p e r c i b e c o m o arabismo p o r parte del hablante. D e igual m o d o , y c o n el objetivo d e contribuir a recrear e s a a t m ó s fera d e refinado h e d o n i s m o q u e caracteriza la etapa diurna d e esta Scherezada modernista, s e p u e d e destacar e n el p o e m a , p o r u n lado, el recurso a u n l é x i c o vegetal/animal: "ruiseñor" (v. 8 ) , "rosas" (v. 8 ) , "jardín" (v. 8 ) y "naranja" (v. 9 ) , m u y usual e n la corriente esteticista del m o m e n t o ; y p o r otro, la p r e s e n c i a d e l é x i c o p e r t e n e c i e n t e al c a m p o s e m á n t i c o d e las piedras y materiales p r e c i o s o s : "aljofarados" (v. 1 0 ) , "perlas" (v. 1 0 ) , "cristalinas" (v. 1 0 ) , "alabastrinos" (v. 1 1 ) y "purpurina" (v. 1 3 ) . Y e s q u e , c o m o e x p o n e Lily Litvak e n s u obra citada, "La i m a g i n a c i ó n e u r o p e a a s o c i ó s i e m p r e l o s t e s o r o s c o n Oriente. El brillo del sol n a c i e n t e e s inseparable del oro. En las obras orientalistas joyas, g e m a s , objetos d e o r o y plata a p a r e c e n p o r doquier. El 1 9

1 8

La sugerencia poética del término árabe en un momento artístico tan propenso a las inspiraciones orientales propició la abundancia de composiciones así tituladas, entre las que se podrían recordar "Kasida", de Leopoldo Lugones; "Casida árabe", de Manuel Gutiérrez Nájera", "Kasidas", de Francisco Villaespesa; o, por supuesto, años más tarde, las preciosas Casidas lorquianas del Diván del Tamarit. Este tipo de vocabulario resultó extremadamente usual en los poemas del modernismo orientalizante. Aunque se podrían aducir c o m o muestra ejemplos innumerables, recordaremos tan sólo dos composiciones, "Hafiz" y "Alí (Oriental)", de Manuel Reina y Rubén Darío respectivamente, por reunir prácticamente idéntico léxico que "Intermedio de las Mil y una noches": "... Hafiz, el cantor / de la purpurina rosa / [...] de frescos labios rientes / y senos alabastrinos. / [...] alegre la mariposa / desde el vaso cristalino I vuela el p e c h o de la hermosa" ("Hafiz", El jardín de los poetas, Madrid, 1899). "¡Qué de perlasl ¡Qué de flores! / ¡Qué de hermosas alcatifas, / envidia de cien kalifas! / ¡Y qué de ricos olores / saltando de surtidores / c o m o lluvia de diamantes, / y en aljófares brillantes / de las esclavas regando / ya el cabello negro y blando, / ya los senos palpitantes!" ["Alí (Oriental)", Epístolas y poemas, Madrid, 1924]. [Las cursivas son mías]. Obsérvese el mismo proceso de metaforizar c o m o aljófar las gotas de agua sobre el cuerpo femenino en los poemas de Darío y de Diez-Canedo. 1 9

45

CAUCE. Núm. 22-23. CORREA RAMÓN, Amelina. Intermedio de las Mil y una noches', una ...

AMELINA CORREA RAMÓN

m e n o r o b j e t o , la m e n o r d e s c r i p c i ó n e s p r e t e x t o p a r a el d e s p l i e g u e 2 0

riquezas" . Esa t e n d e n c i a hacia u n a s u n t u o s i d a d esteticista día e n cierto m o d o

"a la a m b i c i ó n

finisecular

de

llegar a u n a

visión

a r t í s t i c a i n t e g r a l d e la v i d a " , p u e s " l o s o b j e t o s e x ó t i c o s p e r m i t í a n el c u l t o d e la b e l l e z a al r a n g o d e l v a l o r

supremo"

2 1

de

corresponllevar

.

H a b r í a q u e s e ñ a l a r q u e la e x p r e s i ó n " . . . a l j o f a r a d o s d e p e r l a s " c o n s tituye, e n realidad, u n a r e d u n d a n c i a

al i n c i d i r e n u n m i s m o

significa-

d o m e d i a n t e d o s t é r m i n o s s i n ó n i m o s p r o c e d e n t e s d e l á r a b e y d e l latín. Pero, e n realidad, esto n o h a c e sino contribuir a resaltar su p o d e r c o n n o t a c i ó n s i m b ó l i c a : s e g ú n Cirlot, c e n t r o m í s t i c o y s u b l i m a c i ó n ,

de con-

j u n c i ó n del f u e g o y el a g u a , a l m a h u m a n a , p e r o t a m b i é n , t e n i e n d o cuenta su origen c o m o resultado d e u n proceso anormal, 2 2

ción de una enfermedad . virtió a

la p e r l a

en

En cualquier caso, su rico s i m b o l i s m o

protagonista

de

multitud

de

textos

en

transfiguracon-

finiseculares.

E n t r e e l l o s s e p u e d e r e c o r d a r e l p o e m a t i t u l a d o p r e c i s a m e n t e "La p e r la", d e F r a n c i s c o V i l l a e s p e s a , q u e c o m i e n z a c o n u n o s v e r s o s

significa-

tivos: La perla

es igual

que

una

princesa

enferma

de

amor.

La palidez palidece

de la su

y sin traducir agoniza como

luna

blancor; su

mal

lentamente, un nardo

en su camarín

del

Oriente 2i

real .

Al a m b i e n t e h e d o n i s t a d e c u l t o a l o s s e n t i d o s q u e p e r s i g u e e l p o e m a de Enrique Diez-Canedo contribuye también, además de una d a n t e adjetivación,

la r e i t e r a c i ó n d e p a l a b r a s e i m á g e n e s

que

abunevocan

efectos plásticos y sensoriales, c o m o es el c a s o d e m e t á f o r a s c o m o y a m e n c i o n a d a a n t e r i o r m e n t e d e l o s v e r s o s 5 y 6, o " a r d i e n t e (v. 7), "aljofarados d e p e r l a s cristalinas" (v. 10), " h o m b r o s

la

kasida"

alabastrinos",

" p e c h o s d e n a r a n j a " (v. 11), " d e s c i ñ e s u p u r p u r i n a franja" (v. 13), e n t r e otras. 2 0

Litvak, op. ext., p. 69. Ibídem, pp. 67-68. Cf. Cirlot, op. cit., p. 358. Francisco Villaespesa, "La perla", Los panales de oro (1912), Poesías tas, vol. I, Madrid, Aguilar, 1954, p. 1.090. 21

2 2

2 3

46 CAUCE. Núm. 22-23. CORREA RAMÓN, Amelina. Intermedio de las Mil y una noches', una ...

comple-

INTERMEDIO DE LAS MIL Y UNA NOCHES", UNA CALA ORIENTALISTA.

Se trata, e n la m a y o r í a d e l o s c a s o s , d e e v o c a c i o n e s d e c a r á c t e r visual, a s p e c t o e n el q u e h a b r í a q u e d e s t a c a r la significación c r o m á t i ca t a n t o d e l adjetivo " p u r p u r i n a " c o m o d e la f o r m a v e r b a l " d o r a " (v. 5). P o r q u e , c o m o e x p l i c a Lily Litvak, "Las s e n s a c i o n e s m á s a b u n d a n t e s [en la literatura orientalista] s o n las v i s u a l e s . El o r i e n t e c o r r e s p o n d í a s o b r e t o d o a u n n u e v o s e n t i d o d e l color, c o n s u s c o m b i n a c i o n e s d e t o n o s i n u s i t a d a s . [...] El v o c a b u l a r i o d e e s a s o b r a s f o m e n t a u n a r e t ó r i c a o r n a mental con palabras q u e tienen u n sentido precioso y raro, d e valor e s t é t i c o y p l á s t i c o . H a y u n d e l i b e r a d o r e c o n o c i m i e n t o a la p a l a b r a c o m o m a t e r i a l c r o m á t i c o , y a s e a t o s c o y a b i g a r r a d o , y a s e a fuerte y r u d o , sensual o p a g a n o , o individual y delicado, t e n u e y v a g o " . Así p u e s , si el l i b r o d e Las mil y una noches nos presentaba a una S c h e r e z a d a i n t e l i g e n t e y culta, q u e " h a b í a l e í d o libros, h i s t o r i a s , b i o grafías d e l o s a n t i g u o s r e y e s y c r ó n i c a s d e las n a c i o n e s a n t i g u a s " y la c u a l d e d i c a b a s u s n o c h e s a referir a m e n a m e n t e al r e y c u a n t o s relat o s c o n o c í a , p e r o d e l q u e q u e d a b a n e x c l u i d a s s u s h o r a s d i u r n a s , Enriq u e D i e z - C a n e d o r e c o n s t r u y e la i m a g e n d e u n a S c h e r e z a d a s e n s u a l y h e d o n i s t a , c u y o d e v e n i r vital d u r a n t e e s a s h o r a s d e i m p e r i o d e l sol q u e d a d i b u j a d o d e a c u e r d o c o n el f a s c i n a d o r e n s u e ñ o o r i e n t a l i s t a p r o p i c i a d o p o r el fin de siglo. 2 4

2 5

Litvak, op. ext., pp. 79-80.

Las mil y una noches, ed. cit., p. 1 1 .

47 CAUCE. Núm. 22-23. CORREA RAMÓN, Amelina. Intermedio de las Mil y una noches', una ...

CAUCE. Núm. 22-23. CORREA RAMÓN, Amelina. Intermedio de las Mil y una noches', una ...