Fichamento: La explicación estructural en geografía de Derek GREGORY

July 21, 2017 | Autor: José Neto | Categoría: Geografia, Geografía Humana
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Descripción

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA (PPGEO)

GREGORY, Derek. La explicación estructural en geografía. In:_____. Ideología, ciência e geografia humana. Barcelona: Oikos-Tau, 198-234.

ALUNO: JOSÉ QUEIROZ DE MIRANDA NETO

Fichamento apresentado à disciplina Teoria Geográfica e Análise Regional, ministrada pelo Prof. Dr Saint Claer Cordeiro da Trindade Júnior.

BELÉM-PA 2006.

1 – IDÉIA CENTRAL DA OBRA “La explicación estructural en geografía” é o terceiro capítulo da obra “Ideología, ciencia e geografía humana” de Derek Gregory. O texto trata da introdução do estruturalismo na geografia a partir de autores como Mauss, Lèvi-Strauss, Marx, Althusser, Durkheim, Piaget, Harvey e outros, mostrando os diversos enfoques e suas limitações no campo da análise espacial. O autor dá um enfoque especial à literatura marxista, com ênfase aos estudos da estrutura social de Althusser, que compreende grande parte do estudo. 2 – INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR Derek Gregory integra o departamento de geografia da Universidade de British Columbia, atua principalmente no campo da Geografia política e cultural e possui interesses de pesquisa voltados para o Orientalismo e na ocupação militar no oriente médio; na "guerra no terror" no Oriente Médio e na ocupação da Palestina; na violência e em desempenhos políticos do espaço; e em culturas no Egito (1780-1914). 3 – OBJETIVO 



Discorrer sobre os principais elementos do estruturalismo introduzido nas ciências sociais e na geografia, a partir do encontro entre autores como Lèvi-Strauss, Durkheim, Marx e Althusser, apresentando as contribuições e as limitações do método na análise espacial. Fazer uma análise das abordagens marxistas do estruturalismo, tratando de questões inerentes aos modos-de-produção e a co-relação entre estrutura social e estrutura espacial, ressaltando a necessidade de avançar nestas formulações.

4 – PALAVRAS CHAVE Geografia, estruturalismo, intercâmbio, modo-de-produção, estrutura espacial. 5 – SÍNTESES ESQUEMÁTICA DA OBRA O primeiro encontro da geografia e com a explicação estrutural se dá, primeiramente, em função do debate entre Ratzel e Durkheim, pelo fato de Durkheim associar a geografia humana em sua concepção de morfologia social. Estruturalismo e geografia: Os geógrafos não se mostraram excessivamente lentos em reconhecer as conseqüências a que esta atitude de Lèvi-Strauss tenderia para seus próprios estudos. A geografia francesa foi tradicionalmente e de modo predominante "uma ciência de ação", enquanto que as interpretações estruturalistas são produtivas sobre todo o reino das representações, das imagens e dos símbolos. p. 131. Piaget e Lèvi-Strauss, similaridades: A introdução da epistemologia genética de Piaget foi significativo pelo fato de compartilhar um certo número de supostos e de procedimentos com o esquema de Lèvi-Strauss. Em função das diversas abordagens do estruturalismo, ressalte-se a dificuldade em identificar uma pedra de toque carente de habilidade que permita um tipo de categorização retrospectiva. p. 132-133.

DURKHEIM, REALISMO E GEOGRAFIA HUMANA Principio de Durkheim: estava convencido de que, enquanto o mundo do sujeito, o reino das idéias, crenças e representações, se mantivesse fora do mundo do objeto, sua investigação científica seria impossível. O princípio sobre o qual se baseava todo seu programa era a consideração dos fenômenos sociais como "coisas" distribuídas ao longo de um contínuo que ia desde a estrutura espacial da sociedade (morfológico ou estrutural) até as suas regras, crenças e emoções (superestrutural). p. 134 Solidariedade mecânica e orgânica: Segundo Durkheim, as sociedades tradicionais prestavam uma “solidariedade mecânica”: estavam ligadas por um sistema de crenças que permitia que os grupos se separassem sem destruir o bem-estar material da comunidade em seu conjunto; por outro lado as sociedades modernas apresentavam uma “solidariedade orgânica”: ligadas por um conjunto de relações interdependentes onde os grupos não podiam se separar sem um grave deslocamento material do conjunto da comunidade. p. 135. Conflitos entre sociedades: Durkheim apelava para Darwin quando dizia que: à medida que aumentavam os contatos entre sociedades tradicionais, se faziam mais prováveis os conflitos derivados da atribuição de recursos escassos, conflitivos, que teriam que se resolver mediante uma divisão do trabalho que as transformava em sociedades modernas. p. 135. Exclui naturalismo e psicologismo: Uma afirmação da existência de uma sociologia científica e exclui e especificamente duas formas mais potencialmente competitivas de explicação, o naturalismo e o psicologismo. Em primeiro lugar, as representações na sociedade não podem ser reflexo das estruturas dentro da natureza, pois se deve distinguir o homem no meio físico; por outro lado, as representações na sociedade não podem ser reflexo das categorias dadas na mente humana, porque o homem entra em comunicação com os demais e converte-se como parte de uma totalidade cuja consciência coletiva é diferente da consciência individual. p. 139 Os fenômenos sociais teriam que ser explicados como fenômenos sociais, e este era o tema própria da nova ciência da sociologia, "Um objeto e que seria pertencente a si mesmo" Uma sociologia com atitudes de ciência natural: O conceito sustentado Durkheim como uma ciência autônoma lhe obrigava primeiramente a utilizar a mesma atitude com respeito aos fenômenos sociais e naturais para garantir o status da sociologia como ciência; depois, para extrair da natureza a esfera do ideal, busca-se explicar a sociedade em termos puramente sociais, garantido autonomia da sociologia. p. 140. Dentro da geografia e, o desenvolvimento provavelmente mais vigoroso da linha de base de Durkheim foi a escola de geografia humana inaugurada em Sorbone por Vidal de la Blache. esta escola interpretava as relações regionais homem-terra em função do gênero de vida distintivos. p. 142. Natureza socializada: A escola vidaliana continuava preocupada por uma natureza socializada: Vidal havia descrito geografia mais como uma ciência natural que social, e muitos dos alunos que seguiam seus ensinamentos interpretavam isto no sentido de que quanto mais perto está o homem do animal, mas geógrafo é (Fevre, 1932, 364).

LEVI-STRAUSS E O ESTRUTURALISMO LINGUÍSTICO A obrigação de Lèvi-Strauss para com Durkheim foi muito grande, porém sugeriu que a visão de uma ciência social sustentada por Durkheim era demasiado exclusiva e que sua autonomia estava concebida de modo equivocado. Mauss e a teoria do intercâmbio Fundamentos de Mauss: o que Lèvi-Strauss resultava tão importante de Mauss era a clara demonstração que fazia da necessidade de ir mais além do empírico para dirigir-se a até uma realidade estrutural mais profunda, captando na significação particular e consciente dos fenômenos sociais, mais sua significação universal e inconsciente. p. 146 Mauss (1970, 77) disse com toda a claridade que estava se ocupando de algo mais que um conjunto de temas, de algo mais que elementos institucionais, incluindo algumas que sistemas de instituições que se dividem em partes legais, econômicas e religiosos, se ocupa de "sistemas em sua totalidade", que escutar "sua essência, sua atuação e seu aspecto vivo". p. 149. Os códigos Culturais e os métodos estruturais O problema principal quanto ao conceito de domínio e estrutural de Mauss era, segundo LèviStrauss, organizar todos estes casos de modo que sua colação revelaria o domínio de onde se havia derivado. Havia um problema secundário relacionado com este: proporcionar uma explicação genuinamente redutiva dos fenômenos sociais, uma explicação que reduziria o social (cultura) ao natural e que ao mesmo tempo manteria uma distinção clara entre os dois. Mauss parte de duas proposições básicas: sempre que se dêem regras, podemos estar seguros que se tenha alcançado já a fase cultural; deste se reduz que toda regra universal deveria apresentar sem a maior habilidade as duas características nas quais reconhecemos ações conflitivas de duas ordens mutuamente excludentes. O autor afirmou que a mais fundamental dessas regras universais é a proibição do incesto. p. 150 Regra da proibição do incesto: Ao arrastar as irmãs e as filhas fora do grupo consangüíneo e prometer a maridos que pertencem aos demais grupos, a proibição do incesto criar um laço de alianças entre estes grupos biológicos, os primeiros laços que unem podem se chamar sociais. p. 150 Sistemas de Parentesco: Lèvi-Strauss afirmou que graças a sua obra sobre os sistemas de parentesco "o que havia sido unicamente o cenário enorme e desordenado, se tem organizado em termos gramaticais, que pressupõe uma carta coercitiva sobre todos os modos imagináveis de estabelecer e manter o sistema de reciprocidade" (Strauss, 1967, 32). Lèvi-Strauss, infraestrutura e superestrutura de Marx : Lèvi-Strauss disse que aceita a indubitável primazia das infra-estruturas e que deseja contribuir à teoria das superestrutura que Marx apenas tocou. Sua contribuição consiste em afirmar que sempre há um esquema conceitual que se interpõe entre a infra-estrutura e a superestrutura e que fica confinado dentro de limites circunscritos pela invariável mente humana e sua inata lógica de classificação. p. 154

Concepções de estrutura espacial Estrutura como quebra-cabeças: Lèvi-Strauss rechaçou em certa ocasião a opinião de quem crê na existência de estruturas no nível empírico da realidade, dizendo que para eles a estrutura é como um quebra-cabeças: se as peças estão cortadas com formas aparentemente arbitrárias, não há estrutura a estudar, mas as pedras estão cortadas automaticamente em formas diferentes por uma serra mecânica a estrutura do quebra-cabeças não existe em nível empírico. p. 157. Concepção coletivista e formalista: Mauss e Lèvi-Strauss prepara o que Gregory denomina concepção coletivista da estrutura espacial, que deriva (em parte) da teoria do intercâmbio, e uma concepção formalista da estrutura espacial que deriva (em parte) do estruturalismo lingüístico. Os parentes e são necessários porque a teoria do intercâmbio contém tanto uma escola individualista como uma escola coletivista e, depois, porque o estruturalismo em risco não é a única fonte de formalismo e espacial dentro da ciência e regionais. p. 158. Formulação de Friedmann: Há poucas elaborações teóricas da concepção coletivista de estrutura espacial dentro da geografia, e se em algum momento se utiliza a teoria do intercâmbio se tem feito em termos muito informais e implícitos que pertencem em geral a tradição individualista. A mais abstrata dessas elaborações é o projeto ambicioso e problemático de Friedmann (1972), que põe em relevo as formas maiores de integração estrutural dentro de uma economia espacial urbanizada. p. 161. A Busca da diversidade de manifestações sociais para aprofundar a geografia: É possível, portanto, discernir certa progressão, um aprofundamento de nossa compreensão das relações entre a natureza e a cultura desde as especulações imediatas e conscientes do homem sobre elas passando a suas imagens simbólicas e inconscientes até chegar ao que constitui um salto para o desconhecido, aos recintos estruturais subjacentes à todas estas categorias de pensamento. Para isso é necessário uma geografia que supere o seu conservadorismo em relação aos dados, que podem passar pela dança, pela literatura e a paisagem, a música e a memória, pinturas e poemas, etc.p. 163. O ENCONTRO ESTRUTURALISTA-MARXISTA Constituição do modo-de-produção pelo viés estruturalista: O que importa, pelo contrário, e tanto em termos intelectuais como políticos, ele não considera o marxismo como uma ciência pré-formada, mas como uma ciência que exigem um exame constante e crítico para poder dar validade a sua concepção própria e cumprir com sua promessa última. O encontro entre estruturalismo e marxismo tem proporcionado de modo claro, especialmente através da leitura sistemática de Marx, levada adiante por Althusser, uma construção detalhada do conceito de modo de produção. p. 168 Transformações epistemológicas Lèvi-Strauss define seu objeto de estudo como uma relação entre dois ou mais termos e logo constrói todas abaixo e mutações e que podem se formar a partir deles. Atua desse modo, porque a mente se enfrenta de modo necessário e imediato com as aparências manifestas do mundo social, e sua tendência natural consiste simplesmente em operar com elas e produzir variações. Lèvi-Strauss descreve esse paradigma categórico como la pesée sauvage, o

pensamento selvagem, um modo de pensamento que domina as sociedades primitivas, rodeadas pela substância da história intentam conservar-se impermeáveis a ela. p. 169-170. Estas oposições já haviam sido objeto de reflexão de Gaston Bachelar (1934), onde se concebiam em dois níveis relacionados: 1) O nível das formas de conhecimento, através de uma dialética entre reverie e science. A primeira representa o caráter parecido ao sono da experiência cotidiana e representa as tendências naturais selvagens da mente. A segunda luta contra elas e ha de obrigar o homem a romper com os interesses espontâneos da vida. 2) O nível das forma de existência, identificando uma dialética constante entre fenômeno e relação. Em sua opinião todo fenômeno é um tecido de relações. p. para 170. Ideologia de Althusser: Althusser sugere que à ideologia se apegam as experiências manifestas do mundo social e as reproduz como categorias em um discurso não examinado. A science, portanto, não implica proporcionar um conhecimento "certo", pois fazê-lo equivaleria a aceitar o conceito de ideologia que se acaba de negar, mas construir e reconstruir conjuntos de relações teóricas que transformam as estruturas do mundo social. p. 172. Conceitos Althusserianos de modo-de-produção Substituição do idealismo pelo materialismo: Nas concepções de Hegel, o estado era, portanto, a completa realização do espírito em existência, a idéia divina supondo que existe no mundo, e a forma fenomenal absolutamente suprema do espírito. A história da sociedade civil era simplesmente a realização progressiva da idéia. Marx chegou à conclusão oposta, a saber, que ir às relações legais e as formas do estado não se entendem nem em si mesmas nem a partir do chamado desenvolvimento geral da mente humana, mas que tem suas raízes nas condições materiais da vida. A essência e os fenômenos ficaram transpostos e o idealismo era substituído pelo materialismo. p. 174. Althusser afirma que Marx não considerou a relação entre o superestrutura e estrutura econômica como algo direto e imediato, e que, ao contrário da totalidade expressiva de Hegel, considerou essas relações como algo indireto remediado pelos diversos níveis de uma totalidade "folhiada". Uma leitura sintomática de Marx revela três níveis possíveis: o econômico, o político e o ideológico. p. 175 O nível econômico (modo-de-produçã): se ocupa do modo segundo o qual o poder de trabalho da força de trabalho utiliza os meios de produção para transformar um objeto de trabalho: o trabalho fica bjetivado, transforma-se, então, trabalho em objeto. Disso se deduz duas proposições: 1) A falsa polarização entre a naturalização do homem e a humanização da natureza que encontramos em Durkheim e Ratzel é substituído pelo conceito dialético de estruturação, no qual o há uma interação constante e recíproca entre o homem e a natureza. 2) O valor do produto final do processo de trabalho se mede em função do trabalho que leva incorporado, e este valor se transforma e de sua forma de mercadoria a sua forma monetária mediante o processo de realização.

A segunda proposição constitui o ponto de partida da teoria do valor de Marx. Segundo essa teoria, o valor incorporado no produto final do processo de trabalho está formado por três componentes: a) Trabalho necessário é aquele que o trabalhador há de gerar para produzir o valor equivalente a dada mercadoria (capital variável). b) A perda máxima de valor que pode haver sofrido no processo está claramente limitado pela quantidade do valor original agregado a ele, ou seja, pelo tempo de trabalho necessário para produzi-lo. (capital constante). c) O terceiro componente é equivalente ao trabalho que o trabalhador realiza além do trabalho necessário, chamado de mais-valia. Alienação: o trabalhador está separado dos meios de produção e, portanto, só dispõe para ganhar a vida do seu poder de trabalho, o que significa que a mais-valia se pode extrair mediante o mecanismo econômico montado ao redor do mercado de salários e trabalho. Se deduz a isso mais dois componente: 3) Toda a sociedade há de depender dos modos de apropriação que articulam o nível econômico, qualificados por Marx de "fundamento real". 4) A determinação do nível que dominar o modo de produção e do modo de produção que será dominado corresponde ao nível econômico. Segundo Harvey (1973,199) o modo de produção se articula através de três modos de integração econômica: reciprocidade, redistribuição de intercâmbio de mercado, princípios formalizadas pela escola de Polanyi. Althusser tenderia a se opor a esta construção por três motivos inter-relacionados: a) O esquema de Polanyi é empiricista porque considera a reciprocidade, a distribuição e do intercâmbio de mercado como formas que são identificadas empiricamente e não como estruturas que se constroem teoricamente. b) O esquema de Polanyi é categórico, pois a mudança histórica se converte numa reestruturação em combinações diferentes que representam sociedades diferentes e não é um esquema dialético em que umas estruturas se transformam em outras. c) O esquema de Polanyi é idealista, pois está determinado pela realização progressiva de um princípio de mercado e reduzível a ela, e não é um esquema materialista onde as idéias do homem são moderadas por sua existência social.

Comentários críticos É necessário assinalar duas qualificações críticas que são em si mesmas marxistas: A primeira reside no fato de que há muitos intentos no sentido de dissociar totalmente Marx do estruturalismo e por criar objeções contra os elementos do modelo lingüístico que se supõe incrustados na obra de Althusser, o qual estaria criando um mundo abstrato de estruturas e

incapaz de ser apresentado em termos históricos em função dos princípios da sincronia propostos por Lèvi-Strauss. Contudo, Althusser não divorcia a análise lógica da análise histórica, como faz Lèvi-Strauss, nem tampouco os funde, como faz Hegel. Considera que um é requisito prévio do outro, de modo que uma estrutura pode descrever-se fora do tempo, porém não sua estruturação. p. 182. A segunda qualificação, em um nível diferente porém não menos fundamental, é que a teoria do valor também está carregada dificuldades, como se assinala na afirmação de Hodgshon (1976, 9) segundo a qual o conceito de trabalho incorporado é essencialmente idealista: que se trata de uma pura construção mental e não de um conceito relacionado com um processo ou relação identificável em algum modo de produção. p. 183-184 Modos-de-produção, formações sociais e estrutura espacial A tradução mais desenvolvida da problemática de Althusser em termos espaciais é a obra sociologia urbana de Manuel Castells, que desenvolve uma caracterização e espacial dos três níveis do modo de produção segundo o esquema abaixo: 1) Nível econômico a) Produção: reprodução dos meios de produção e dos objetos de trabalho. b) Consumo: processo social de reprodução da força de trabalho. c) Intercâmbio: transferência entre produção e circulação que só pode ser entendido pelos elementos que o conectam. 2) Nível político Consideração bipolar do aparato de estado que, ao mesmo tempo, exerce uma dominação de classe e regula a crise do sistema a fim de preservá-lo. 3) Nível ideológico Organização simbólica do espaço identificado como uma rede de signos cujos insignificantes estão constituídos por formas espaciais e cujos significados são conteúdos ideológicos, a eficácia está relacionada a seus efeitos sobre o conjunto da estrutura social. Althusser afirma que, ao não seguir Marx e Hegel em sua redução da história a uma simples essência que se desenvolve através do tempo, é impossível imaginar que o processo de desenvolvimento dos diferentes níveis do todo tenha lugar no mesmo tempo histórico. Em lugar disso se faz necessário assinar em cada nível um tempo peculiar ou “temporalidade”. Do mesmo modo pode-se construir o conceito dos espaços de diferentes níveis, Lipietz (1975, 410) denomina "espacialidades". p. 187. Estrutura espacial e estrutura social: A análise da estrutura espacial, expressada deste modo, não deriva da análise da estrutura social nem é algo secundário em relação a ela, como sugeria a problemática estruturalista; se trata muito mais de que cada um necessita do outro. portanto, a estrutura espacial não é uma simples arena onde se expressam os conflito de classes, mas também o domínio dentro do qual se constituem as relações de classe. Outro argumento, proveniente de Hindess e Hirst, afirma que as estruturas espaciais não podem ser teorizadas sem estruturas sociais, e vice-versa, da mesma forma uma não pode ser praticada sem a outra. p. 190.

Avançando nas formulações de Sayer (1976): pode-se constatar que, em primeiro lugar, há uma correspondência importante entre o estruturalismo de Piaget e Althusser, posto que o primeiro reconhece explicitamente e o conceito de causalidade estrutural do segundo. Em segundo lugar, Piaget desenvolve seu estruturalismo "autêntico" de modo tal que suas intenções críticas partem da crença de que o homem pode transformar-se a si mesmo transformando o mundo e pode estruturar-se a si mesmo construindo estruturas. p. 192. Sayer e a manutenção do discurso regional: Portanto, em último extremo, as estruturas não são nem mais nem menos que modelos lógico-matemáticos. As afinidades com a geografia moderna são muito claras: se invocam os impulsos cibernéticos da análise de sistemas; se mantém a tradição geométrica e se vindica a construção de modelos matemáticos. Neste sentido, as conclusões de Sayer são inconsistentes com a crítica incisiva que o precede porque leva adiante seu exame do discurso da ciência regional. p. 193. 6 – CONCLUSÕES DO AUTOR 



O autor não define conclusões explícitas, mas deixa claro que o diálogo entre o estruturalismo e a geografia não é algo definido de forma precisa e que não se construiu alheio aos diferentes debates inerentes à estruturação das ciências sociais de um modo geral. A relação marxismo-estruturalismo teve a influencia decisiva de Althusser no sentido de entender as relações entre a estrutura espacial e a estrutura social, permeada pela influencia anterior de Lèvi-Strauss e Durkheim em seus postulados sobre a estrutura social.

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