Fichamento: La explicación estructural em geografia de Gregory Derek

July 21, 2017 | Autor: José Neto | Categoría: Geografia, Geografia Cultural
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA (PPGEO)

GREGORY, Derek. La explicación estructural em geografia. In:_____. Ideología, ciência e geografia humana. Barcelona: Oikos-Tau, 198-234.

ALUNO: JOSÉ QUEIROZ DE MIRANDA NETO

Fichamento apresentado à disciplina Teoria Geográfica e Análise Regional, ministrada pelo Prof. Dr Saint Claer Cordeiro da Trindade Júnior.

BELÉM-PA 2006.

1 – IDÉIA CENTRAL DA OBRA O texto “La explicación reflexiva en geografia” de Derek Gregory trata dos estudos da geografía reflexiva, mostrando como essa forma de explicação tenta se firmar dentro da disciplina. Gregory utiliza teóricos como Husserl, Schurtz, Hägerstrand e Tuan buscando os conceitos a as noções mais evidentes empregadas por estes autores, afirma que muitos dos estudos deixavam de lado uma explicação mais consistente para promover um ataque ao positivismo. 2 – INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR 3 – OBJETIVO 

Discorrer sobre uma explicação geográfica reflexiva buscando evidenciar noções trazidas pela fenomenologia e pela hermenêutica, demonstrando o surgimento de uma ciência preocupada com a subjetividade e com as formulações individuais e coletivas dos atores ao invés de tratar o espaço somente no âmbito da materialidade e da objetividade.

4 – PALAVRAS CHAVE Geografia, espaço, fenomenologia, hermenêutica, reflexão. 5 – SÍNTESES ESQUEMÁTICA DA OBRA Fragilidade da explicação reflexiva na geografia pela falta de uma base epistemológica forte: Os primeiros encontros da geografia com a explicação reflexiva casaram uma reflexão profunda, porém se desenvolveu de modo superficial. Foi sugerido e aprovado por interesse tradicional que a geografia se interessa por lugares concretos e pela gente que vive neles: pelo que Harvey (1974, 22) descreve como “elo do pensamento em que em seus melhores efeitos produz uma sensibilidade aguda pelo lugar e a comunidade, pelas relações simbióticas entre indivíduos, comunidades e ambientes”. p. 197. Ontologia e epistemologia: Quero sublinhar que é de máxima importância associar esta preocupação tradicional pelas estruturas do mundo social por uma preocupação igualmente fundamental pelas condições do discurso sobre estas estruturas: em outras palavras, conectar a ontologia com a epistemologia. p. 198. Relph (1976, 126): Os lugares vão se deformando se convertendo em cenários que correspondem aos ditados exteriores de uma racionalidade abstrata, em lugar das estruturas intencionais das pessoas que vivem nelas e que lhes confiaram seus próprios sentidos. Gouldner (1976, 48): As ideologias podem qualificar se mais ou menos do mesmo modo, porque falam do mundo "com uma voz onisciente, como se o que falasse fosse o mundo e não as pessoas. os discursos se deformam e se convertem em uma disputa em lugar de um intercâmbio, onde o ideológico trata de impor uma imagem compulsivamente unilateral do mundo. Tuan (1971, 184): A geografia e o geógrafo encontraram sempre solicitados por um ambientalismo onde o geógrafo busca sentido na ordem, encontrando, assim, um mundo

amplamente determinado, como fora do tempo e ordenado por um existencialismo que busca o sentido na paisagem como o faria na literatura, porque é depositário dos esforços homem. Interpretar ações dos atores sociais: A intenção não é agora simplesmente esclarecer as construções dos cientistas sociais, mas interpretar também as construções as quais recolhem de modo rotineiro os mesmos atores sociais. Se estou disposto a aceitar a opinião de Schurtz (1962) de que todas as explicações científicas do mundo social podem referi se ao significado subjetivo das ações dos seres humanos, das quais se origina a realidade social, não se deduz deste que considere de forma absoluta esse tipo de apreensão. p. 200. A crítica reflexiva da geografia começou concentrando-se nas proposições da fenomenologia, convêm portanto não perder de vista estas divergências de fundo. Sua situação no fundo do cenário se deve unicamente, por assim dizer, há um efeito de luminotecnia, algo que terá de mudar logo, se quiser reconhecer e ao final transcender as limitações de uma geografia puramente reflexiva. p. 200. Destruir o positivismo como geografia ou produzir uma reflexão coerente? A filosofia de Husserl faz uma diferença essencial entre as intenções contemplativas de sua filosofia transcendental e as preocupações práticas de uma ciência social, o que apenas pode surpreender que os geográficos que tenham se alinhados com o projeto de Husserl para de dedicar em destruir o positivismo como filosofia em lugar de construir uma geografia fenomenologicamente coerente. P. 201. Schurtz era contra uma preocupação quase obsessiva e às vezes exclusiva de Husserl por descobrir as essências dos fenômenos sociais e em seu lugar proporia investigar sua ocultação mediante madeixas de significados sociais tecidas intersubjetivamente. p. 201. Schurtz (1976, 137): A questão mais séria com que se encontra o cientista social é a formação de conceitos com objetivos e teorias objetivamente verificáveis de estruturas de significado, assim as formulações de qualquer ciência teriam que incluir a formulação explícita de relações determinadas entre um conjunto de variáveis, que teriam poder de ser verificadas por qualquer pessoa disposta a fazer o esforço necessário através da observação, para poder, assim, explicar uma classe bastante extensa de regularidades comprováveis empiricamente. p. 202. HUSSERL E A FENOMENOLOGIA Superação do naturalismo: Husserl (1965): na ruína de uma Europa alienada do sentido racional da vida, em um ódio bárbaro contra o espírito, o bem no nascimento de uma europa a partir do espírito da filosofia, através de um heroísmo da razão, que chegará a superar definitivamente o naturalismo. p. 204. O motivo fundamental da queixa de Husserl era que o cientista moderno não quer ver com claridade que o fundamento constante de sua atividade pensadora reconhecidamente subjetiva é o mundo da vida que o rodeia. p. 205. Husserl diverge do pensamento positivista: Este tipo de pensamento não se encontra evidentemente no positivismo ou em qualquer outra forma de naturalismo. O positivismo nunca havia examinado o ligamentos recíproco que unia a experiência que o homem tem do mundo com suas proposições a cerca dele. p. 205.

Uma ciência do homem: A opinião de Husserl era que a tarefa mais importante de uma filosofia rigorosa deveria consistir em interrogar as conexões entre a constituição do significado, que tem lugar dentro do mundo da vida, e o processo de objetivação, que tem lugar dentro da ciência, a fim de revelar as limitações do projeto naturalista e determinar a validade de outras formas de conhecimento. p. 206. Fenomenalismo (Comte) e fenomenologia (Husserl): podemos dizer que o fenomenalismo de Comte foi um intento visando desligar das estruturas intencionais e por fixar-se sobre os objetos, enquanto que a fenomenologia de Husserl foi um intento para se desligar dos objetivos e se retirar dentro das estruturas intencionais através de um ato de pura reflexão filosófica, o apojé. A importância especial da obra de Husserl reside, pois, numa vigorosa refutação às formas de aspirações e pressupostos do positivismo. EM DIREÇÃO A UMA GEOGRAFIA DO MUNDO DA VIDA Harvey, em sua Explanation in Geography, rechaçou a possibilidade de uma geografia científica do mundo da vida. O resultado foi o que mais tarde ele denominou relativismo sem forma, concluindo que esse tipo de ciência pode ter uma importância fundamental na formação de hipóteses, não podia constituir, por si mesmo, uma geografia metodologicamente segura. p. 211. O significado, a intencionalidade e o mundo da vida. Segundo Schurtz, o significado subjetivo pode resumir-se em três proposições relacionadas: 1. O “eu” pode conhecer o mundo de duas maneiras: como algo completo, constituído e inquestionável; por outro lado, pela visão das operações intencionais da consciência que assinalam a origem dos significados. Só assim, será possível ver o mundo de modo completo e constituído. p. 215. 2. Em segundo lugar, isto lhe permite afirmar se as ações sociais estão limitadas até o futuro, se executam dentro de um marco que está determinado por estes olhares reflexivos, retrospectivas, projetos que se organizam por um sistema de tipificações, conjuntos de construções fundadas em nossas experiências passadas inquestionadas que permitem antecipar os significados de nossos encontros futuros com o mundo. P. 216. 3. Schurtz afirma a existência de tipificações socialmente aprovadas, de modo que possamos definir o mundo do sentido como sujeitos únicos, no entanto pensamos em estruturas tipicamente familiares e atuamos de modo tipicamente familiar. p. 216. Para poder construir a geografia moderna sobre estes fundamentos, era essencial saber que é este sentido do espaço sobre o qual não só nos assentamos a uma geografia espacial de considerável elegância, mas que, ademais, e isso é mais importante, é o sentido do qual continuamos dependendo em nossas decisões e atos da vida cotidiana. p. 219. Estas investigações obrigam a geografia a reconhecer a totalidade da experiência subjetiva, o que levam a alguns questionamentos de Tuan (1975):

1. Só nos damos conta de nossa conexão com o lugar quando, uma vez abandonado, podemos vê-lo a distancia como um todo. 2. A geografia de nosso mundo emerge de nossas interações entre superfícies com vários pontos de referência específicos, cada um dos quais estampado pela intenção, valor, e memória humanos. 3. A mensagem chave da fenomenologia para o estudo do espaço social é que grande parte de nossa experiência social é pré-reflexiva, se aceita como algo dado, reforçado pela linguagem e pela rotina. 4. A existência dessas tipificações depende de sua contínua reafirmação nas ações sociais, estas ações conformam-se em ritmos espaço-temporais típicos e hão de ser revelados por eles. 5. Um geografia do mundo há de determinar as conexões entre as tipificações sociais do significado e os ritmos espaço-temporais de cada ação, e hão de revelar as estruturas de intencionalidade que estão debaixo delas. Geografia temporal de Hägerstrand: tem como ponto de partida que os seres humanos estão tratando sempre de alcançar objetivos, alguns imediatos e alguns mais distantes, alguns individuais e alguns de natureza coletiva, sendo possível tanto para o ator como para o observador agrupar os acontecimentos em grupos coerentes, representando cada grupo os passos necessários para transladar até os objetivos. p. 223. Hägerstrand e a identificação de caminhos no espaço-tempo: relaciona as estruturas dos mundos social e natural com a organização do espaço-tempo mediante a identificação de caminhos, que definem através das restrições de acoplamento. p 224. Validação, suficiência e o mundo da vida Busca de sentidos comuns entro o ator e seus companheiros: Schurtz afirma que se deve construir cada terminologia em um modelo científico de ação humana, de modo que um ato levado a cabo dentro do mundo da vida por um ator individual possa ser compreensível para este e para o grupo em função da interpretação da vida diária. p. 227. Problemas de validação: verifica-se nessa visão uma dificuldade em pensar a validação de modo que não seja em termos individuais, parecendo relegar a ciência social a um reino de interpretações e crenças puramente privadas. Mas é evidente, que, na prática, não é de todo assim, pois, segundo Schurtz, tipificamos idealmente os motivos que determinam as ações de daqueles que interagem conosco. p. 228-229. A HERMENEUTICA E A GEOGRAFIA As ciências histórico-hermenêuticas aspiram revelar uma coerência dentro de um marco de referência que a princípio parece incoerente. Convém entender, então, dois princípios discutíveis dessa visão: a) toda interpretação se move dentro de um círculo hermenêutico e b) toda interpretação muda o que se tem interpretado. O que julgamos como uma interpretação adequada do mundo social depende de nossa compreensão dos determinantes causais da ação social, quer dizer, das construções, tanto leigas como técnicas, que estão incrustadas em nosso próprio marco de referência. p. 222. CONCLUSÕES DO AUTOR

Até o momento, os movimentos interpretativos em geografia, de fato e com poucas exceções, só tem servido para ocultar a atenção que existe entre um marco de referência e outro, as ressonâncias e discordâncias profundas postas em vibração por agrupamentos de significado superficialmente similares, e creio que a tarefa da hermenêutica há de consistir em faze-los explícitos e em descobrir o que faz possível uma “imersão” tão vital. p. 233.

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