Desisto

Desisto
Quem me conhece percebe que existe em mim uma parte escura.
Essa parte é o plano Z, aquele que ninguém ousa assumir mas que, eu sei, sempre existe.
Esse plano Z utiliza-se de violência, mascarada em palavras, com o intuito de cumprir algum fim que, eu sei, sempre possui uma eticidade patente. Esse plano Z faz parte, em última instância, da intenção de se cumprir fins éticos que considero fundamentais – mas por meios que, em última instância também, são duvidosos, ou seja, que introjetam uma violência profunda em si (em mim) e no outro. Um desrespeito patente.
Passei por uma situação específica estes dias que, eu diria que me obrigaram, mas não obrigariam qualquer um, a tomar atitudes fortes, de gritos e força bruta (nunca violência física, deixo claro), para tentar convencer o interlocutor de uma verdade patente, que me afetava profundamente em minha auto-estima. O acontecimento deu-se sem mortos e feridos, mas com profunda dor de minha parte e uma perda inestimável de confiança da parte da outra pessoa envolvida.
A constatação de que, por melhor que fosse a intenção, não havia justificativa para eu ter assumido tal postura, levam-me agora à situação em que preciso assumir se continuo com esse tipo de convicção ou não.
E, assim como há algumas semanas, quando assumi finalmente em minha vida que a vitimização não pode mais fazer parte de meu comportamento, agora decido que nunca mais assumirei atitudes desse tipo. Ou seja, que nunca mais partirei para o confronto DESSA MANEIRA em casos que envolvam relações pessoais. Ou seja, que nunca mais assumirei que é preciso perder parcela ou mesmo toda confiança depositada em algum relacionamento para atingir alguma verdade, mesmo que para mim essa verdade seja absolutamente patente e que eu me sinta tremendamente atingido.
Um dia argumentarei tentando explicar como cheguei a esta situação, se, claro, isso interessar a quem possa ler – ou a mim, caso queira me entender. Mas aqui isso não importa.
Simplesmente é uma decisão. E ponto.
Contrera