CCarvalho - Contratransferencia como modelo interpretativo (2011).

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Descripción

Encontramos na forma epistolar da segunda metade do século XVII uma forte resposta aos requisitos de individualização a qual é acompanhada de um aprofundamento da ideia de interioridade psíquica e a sua associação à criação de um meio íntimo. Como afirma Pabst «a leitura compenetrada das cartas permitia um esboço persistente e credível do processo de desenvolvimento das figuras, que captava também os mais ocultos motivos nas suas nuances e mutações». O presente trabalho explora o modo como na sessão analítica, os mecanismos da CT mantêm uma analogia com aqueles vínculos emocionais e comunicativos estabelecidos entre amante e amado, bem como entre o sujeito da enunciação e o leitor. Essa analogia assume pertinência na medida em que em ambos os campos -ficcional e analítico- se verifica um declive entre as exigências do amante no seu processamento emocional –que envolve uma “exploração” do inconsciente que leva a cabo em conjunto com o autor/analista- e a “eleição” de formas comunicativas capazes de lhe garantir uma fixação adequada do desejo.
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